Falo pela quarta vez sobre o ilustrador americano Nathan Fox. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!
Acima, título não informado na referência bibliográfica (1). Aqui não temos uma virginal donzela ameaçada por um vilão, mas uma menina dona de si, com uma certa agressividade, feminina com seus saltos altos, mas incisiva nesta figura que não me canso de evocar – a Mulhergato. A mulher é muito bela e formosa, mas não facilita a entrada de rapazes mal intencionados, numa pessoa que aprendeu a se defender sozinha, nunca facilitando para o perigo. Seus seios são a opulência, a suntuosidade, em momentos de engajamento comunitário como a Festa da Uva de Caxias, com comerciantes decorando tematicamente suas vitrines; com a imagem das soberanas intensamente veiculadas no jornal da cidade. A moça aqui é banhada por uma luz intensa, que é o esclarecimento, a certeza, numa pessoa que se encontrou, decidindo o que quer fazer da Vida, na escolha de sua vida, algo cobrado por um psiquiatra num consultório, como no filmão Garota Interrompida, com a personagem Suzana parando numa clínica psiquiátrica, confrontada a decidir o que quer fazer da Vida, numa época em que distúrbios como Esquizofrenia não tinham drogas específicas – como é glorioso o avanço científico! A moça é enfrentadora, e seu sorriso é frio como a avenida portenha Nove de Julho. Seus olhos estão focados, desafiadores, numa pessoa com um olho frio de psicanálise, num terapeuta fazendo um diagnóstico doloroso porém preciso, num remédio amargo que surte doces efeitos, no modo como as vicissitudes vão fazendo que a pessoa evolua como espírito, aproximando-se do apuro moral do Espírito da Verdade, a Mulher Maravilha, até chegar a um ponto em que a pessoa odeie mentir. A cintura da moça aqui é delgada, elegante, atraindo o olhar de quem gosta de mulher, e até de quem não gosta! Seu cabelo é curto e rebelde, moderno, numa mulher que esbanja charme, estilo e atitude, plugada nos novos gritos da Moda, fazendo da Moda tal excelente meio de expressão pessoal, no modo como temos que respeitar o estilo uns dos outros, pois que mundo é este no qual somos todos idênticos? Somos iguais, mas diferentes, todos filhos de Tao, o Pai da diversidade, num Pai que nunca faz dois filhos idênticos – você é único, raro e maravilhoso, pois Deus é perfeito no que faz. No chão aqui, um facão fincando, numa atitude agressiva, numa abrasiva estrutura piramidal, pontuda, como uma agulha de vacina da Covid, na sorte que eu, Gonçalo, tive ao tomar recentemente a vacina de dose única, sem precisar voltar à fila na UBS... A faca é a atitude agressiva americana de fincar a bandeira na Lua, num empoderamento digno de Império Romano, no modo como os impérios ascendem e descendem, no jogo de cadeiras das vaidades humanas, persistindo, na figura do Menino Jesus, o homem que permanece incólume como o centro sobrenatural da História, em meio a tantas vaidades que vão e vêm. No chão vemos pincéis atômicos, na agressão do vandalismo, da agressão, nesta praga urbana que tanto enfeia as cidades. É a atitude do jovem querendo encontrar seus espaço no Mundo, na luta pela identidade, numa idade em que a pessoa ainda está longe de adquirir a tão almejada maturidade. O fundo branco virginal aqui é esta página querendo ser preenchida, como num bom ator, que desaparece perante o personagem, tornando-se uma página em branco sobre a qual o personagem é escrito e construído, na capacidade do bom ator em sumir perante tal personagem. A moça aqui veste roupas jovens e coloridas, cheias de atitude e contestação, nessa busca por diferenciação, como numa Gisele competitiva, aparecendo nas passarelas, não querendo ser boa, mas querendo ser a melhor, numa competitividade, como num concurso de Beleza, com tantas participantes ficando frustradas ao perder o concurso. A moça aqui é segura de si mesma, muito longe de uma princesinha indefesa, tendo que ser salva do dragão pela lança fálica de São Jorge. “Não tente me sacanear”, avisa a moça.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (2). Uma divertida cena feminista. A mulher, reduzida a uma sensual coelhinha da Playboy, dá uma surra no home misógino, numa mulher se afirmando no Mercado de Trabalho, exigindo ter um salário igual ao de um homem na mesma função. O vestido da mulher aqui é extrassensual, com lindos seios e uma fenda provocante no vestido mostrando as pernas, mas a mulher parece não estar muito à vontade em tais trajes e sapatos de salto alto, nessa linha tênue: ela quer se sentir sexy mas não quer se sentir covardemente assediada. É como no filme Legalmente Loira, numa linda moça loira californiana que decide mostra ao Mundo que não é apenas mais um ínfimo rostinho bonito, na força das lésbicas feministas, essas mulheres que querem provar que uma mulher pode ser tão boa quanto um homem, como na figura de Hatshepsut, a primeira feminista da História, uma mulher que reinou no Antigo Egito numa época em que tal país só podia, na teoria, ser regido por homens, os faraós – não havia “faraóa”. Hatshepsut usava um cavanhaque postiço, símbolo dos regentes egípcios homens, e tratou de impor respeito no império todo, no modo como foi uma pena Hillary Clinton ter perdido as eleições para aquele senhor que vocês todos conhecem... A mulher aqui está numa posição absolutamente agressiva, como mulheres em estado bruto num ringue, como na agressividade do desenho animado As Meninas Superpoderosas, personagens que, apesar de aglutinar conceitos femininos agradáveis, têm superforça para dar uma bela surra nos vilões, no modo como cada um de nós, individualmente, tem que desenvolver tanto Yin quanto Yang, ou seja, feminino e masculino, pois um erro enorme é acreditar que posso projetar, em outrem, meu próprio Yin ou Yang, pois cada pessoa tem que assumir o controle sobre sua própria vida e, além disso, tem que desenvolver sensibilidade, num equilíbrio interior. Os cabelos da mulher são bem ondulados, como um mar revolto, na revolta feminista que vemos aqui, como nas divertidas sovas que Dona Florinda dá no coitado do Seu Madruga, numa supermãe cheia de instinto protetor, gerando o nome do popular sabão em pó OMO, que quer dizer Old Mother Owl, ou seja, Velha Mãe Coruja. Os óculos do homem estão esfacelados – é a cegueira do preconceito e da misoginia, numa pessoa que crê, em seu íntimo, que a Mulher é um cidadão de segunda categoria e que, assim, precisa ser representada, respaldada e controlada por um homem, seja um pai, um marido, um patrão etc. Podemos ouvir aqui o som de tal porrada, na sensação gloriosa de descarrego de agressividade, como socar um saco de areia, como me descreveu certa vez uma atriz, a qual se sentiu gloriosamente bem ao interpretar uma personagem que quebrou tudo o que via pela frente. É como nos brinquedos de He-Man, com o Príncipe Adam, o alterego fracote do herói musculoso, virando um saco de pancadas, só impondo respeito a partir do momento em que tal príncipe se transformava em He-Man, o homem mais poderoso do Universo – nostalgia aqui, pois remete à minha infância. Apesar de aparentemente frágil, aqui não temos uma frágil bonequinha, mas uma mulher forte e viril, não necessariamente lésbica, numa mulher que encara a lida e esfrega um chão muito bem esfregado, como na pragmática personagem Pierina de O Quatrilho, uma mulher que definitivamente não tinha medo de arregaçar as mangas e “ralar”, encarando a luta do dia a dia. Aqui é uma afirmação feminina, numa mulher que, apesar de ter adotado o sobrenome do marido, deixa a este muito claro como é ser mulher e como é manter uma casa limpa e organizada, cuidando de bebês e cozinhando, lavando as cuecas do marido, como me disse minha falecida avó, a qual, ao mostrar as própria mãos, dizia: “Estas mãos foram úteis ao Mundo, pois com elas lavei, passei, cozinhei e costurei”. É o caminho da Dignidade, pois que vida vazia é esta, sem labor algum? O homem aqui vê estrelas, na agressividade de um hit, de uma canção de sucesso, marcando épocas e “entupindo” as rádios. Aqui, a mulher não quer ser nem santinha nem diabinha, mas um cidadão.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (3). A bola de chiclete é uma situação se agravando, até estourar em chegar num ponto de insustentabilidade, como num quadro do Programa do Ratinho, do SBT, no qual uma bola é gradualmente preenchida, até estourar sobre a cabeça de um dos participantes do quadro. O chiclete é a doçura da Feminilidade, no fascínio de uma mulher perfumada, deixando no ar seu rastro de sedução, dando título ao filme Perfume de Mulher, na arrebatadora cena de Al Pacino como um homem cego que dança tango com uma bela mulher. A menina aqui está absolutamente à vontade, em casa, num momento longe das exigências da interação social, como sair de casa arrumado ou cumprimentar formalmente as pessoas na Rua. A moça aqui lê - é a erudição, no prazer de uma boa leitura, no prazer de ler um bom gibi, fazendo com que a cabeça da pessoa viaje por outros planos, como dizia o inesquecível mestre Tatata Pimentel, que dizia que na Internet se pode adquirir informação, mas só nos livros se pode adquirir Cultura. Será que um dia a mídia papel vai acabar? Será que o dinheiro em espécie vai acabar também? Perguntas dignas de serem feitas ao megaescritor Harari, autor com seus prognósticos. O guardachuva ao lado, num balde, é a proteção, o resguardo, numa pessoa que aprendeu os benefícios da Discrição. É como na logomarca de uma seguradora – uma pessoa com um guardachuva aberto. O divã aqui é o repouso, o relaxamento, como numa pessoa que confia piamente em seu psicoterapeuta, abrindo para este todas as gavetas da mente do próprio paciente, numa relação de confiança, pois se não confio em meu próprio terapeuta, estarei perdendo duas coisas – tempo e dinheiro. As modernas botas da moça são a atitude, como num artista que esbanja charme, atitude e estilo, ao ponto de ditar modas que marcam décadas de comportamento, como no genial David Bowie, o qual trouxe o paradigma capilar dos anos 1980 – desbastado na frente e comprido atrás, como no divertido personagem Guilhermino, do ultratalentoso cartunista gaúcho Carlos Iotti. O quadro aqui tem uma restrição de tons, e na prática só podemos ver azul, amarelo e branco, numa escolha, numa opção, num artista que topou trabalhar com tal limitação. Vemos aqui uma pilha de livros, que são o acúmulo de experiência e conhecimento, num espírito que vai evoluindo moralmente no decorrer de uma dolorida encarnação, no modo como o sentido das vicissitudes da Vida é fazer com que cresçamos em tal caminho de depuração, até nos tornarmos pessoas melhores, como no crescimento do personagem Oscar Schindler em A Lista de Schindler, numa película que causou comoção, num filme que eu mesmo vi por três vezes. A jovem tem uma tatuagem no braço, A tatuagem é um registro de passagem, numa pessoa acumulando etapas de Vida, como vários carimbos num passaporte, no modo como a pessoa já passou por muitas encarnações, no exemplo do sociopata, que é um espírito ainda muito tosco e inexperiente, sem depuração, e a Eternidade é tempo para qualquer crescimento ou regeneração, pois tudo acaba bem, até chegar ao topo de arcanjo, os espíritos que gozam da suprema felicidade. O ambiente aqui parece um maquinário industrial, na “fabricação” de espíritos, no modo como Tao está sempre produtivo e criativo, como num artista com décadas de carreira, sempre surpreendendo a todos com seus novos lançamentos, criando fãclubes esmagadores, como no clipe de I Will Always Love You, de Whitney Houston, o qual no Youtube já foi acessado mais de um bilhão de vezes – isso mesmo, b de bola. O maquinário é o passo decisivo da segunda onda de progresso da Humanidade – a Indústria, com países tão ricos e pioneiros como a Inglaterra, em jornadas desumanas de labor, numa época em que não havia sensibilidade em relação a direitos trabalhistas, no modo como eu próprio já tive uma fase workaholic. Aqui é um momento de pausa, numa pessoa que sabe que “muito trabalho e pouca diversão fazem de Jack um bobão”, parafraseando Stephen King, o Rei do Terror. Aqui, moça deixa o Mundo lá do lado de fora.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (4). Aqui temos uma grande revelação, em algo sendo desvelado, como num artista célebre, em um doce momento de sucesso, pois não canso de dizer que o sucesso é um amante infiel – hoje, está comigo; amanhã, não sei se estará. É a figura do Super Homem, com seus superpoderes, na esmagadora imposição patriarcal, a qual não mudará, sinto dizer. Aqui é o macho alfa, deixando as donzelas suspirando de paixão, fazendo com que tais donzelas projetem seus próprios Yangs nesta figura de machão, no modo como no casal heterossexual é inevitável que a mulher coloque seu próprio Yang nas mãos do marido. Aqui é um estouro, como no estouro do Big Bang, a explosão que gerou tudo no Universo, num momento de concepção de Tao, o Todo Poderoso, no modo como é difícil – quiçá impossível – para o Ser Humano entender que Tao sempre aqui esteve e sempre estará. Aqui é como nas antigas embalagens do sabão em pó Omo, com uma explosão de luz e limpeza, purificando milagrosamente um lar, fazendo de tal estouro este superpoder masculino no auxílio dos afazeres das doces e delicadas donas de casa, na figura feminista da Mulher Maravilha, uma mulher independente que gravita acima dos meandros de sensibilidade feminina. Aqui vemos que se arrebentam os botões do paletó do homem, numa explosão tsunâmica de uma supernova, num túnel de luz, como num anjo, um espírito amigo, guiando-nos por tal túnel para que eu, desencarnado, possa reingressar no Divino Plano Metafísico, o lugar que faz com que não desejemos estar em qualquer outro lugar, numa profunda sensação de pertencimento, como numa pessoa na Terra, aprendendo o valor da disciplina e do espírito de batalhador, de trabalhador. Aqui é uma luz no fim do túnel, no caminho da Esperança e da Fé de que algo muito bom nos aguarda, numa festa de volta ao Lar, cheia de espíritos que nos amam, como uma falecida avó, por exemplo. Aqui, a capa vermelha de heróis é o sangue da batalha, como num ringue de MMA, com cenas “punks” de córregos de sangue derramados no chão, na cor de Marte, o deus da Guerra, no espírito esportivo, brincalhão, no modo como Tao não quer que nos “atiremos nas cordas” do ringue da Vida. Aqui, Nathan Fox nos traz, no peito do herói, alguma logomarca, vendendo alguma marca, no esforço mercadológico de vender produtos e serviços, sempre querendo atiçar sentimentos que já existem na mente do consumidor, do receptor da mensagem, rechaçando a ideia (falsa) de que os publicitários são manipuladores da mente da “vítima” consumidora. A gravata listrada é a sucessão de dias e noites, no modo como ninguém está no topo o tempo todo, havendo momentos de vacas magras e vacas gordas, como nos elegantes e aristocráticos listrados dos adornos de cabeça dos faraós, neste modo humano em projetar coisas divinas em realezas, fazendo com que os sangues azuis mundanos sejam meras e toscas cópias do sangue estelar metafísico que nos une a todos, pois Tao nunca ama um filho mais do que ama outro filho, no caminho democrático da Igualdade. O homem astro aqui está no topo de um rochedo, num momento de ápice, como num cantor que acabou de lançar um álbum que adquire índices estratosféricos de popularidade, num ponto em que é difícil para e pessoa não deixar que o sucesso lhe suba à cabeça, no caminho realista da humildade – quem é humilde não quebra a cara e nem se frustra; quem é humilde está bem. Aqui é um descortinamento, no momento mágico teatral em que o palco é revelador ao espectador, fazendo da Arte este instrumento pelo qual o artista entra na mente das pessoas, num diálogo de ser humano para ser humano, na universalidade dos anseios humanos, principalmente me relação à Morte e ao sentido da Vida. Aqui vemos um traje de executivo, na vitória do Labor sobre a ilógica da improdutividade. Aqui é um astro rei reinando implacavelmente num Egito Antigo, no modo humano de enxergar divindades, como astros de Cinema, no fato de que não há deuses, mas espíritos de alto apuro, nossos “irmãos mais velhos”.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (5). Aqui temos um convívio harmonioso, na Bela e na Fera, como a Vênus de Botticelli entorpecendo e domesticando o deus da Guerra, Marte. Aqui temos Yin e Yang, numa pessoa que resolveu buscar dentro de si aquilo que lhe faltava, numa pessoa que decidiu não mais se projetar em outrem, no caminho da mulher independente, a qual, apesar de ser mulher e querer um homem, não se contenta com um mero papel coadjuvante, na nobreza transgressora do Feminismo, chamando a atenção para os eternos e indestrutíveis preconceitos do Patriarcado, no pesadelo encarnatório que divide as pessoas entre homens e mulheres, numa cisão infeliz, numa segregação, tal qual judeus assassinados no Holocausto. O gramado aqui é aconchegante, num conforto de lar, em portoalegrenses num gramado de parque da capital, tomando chimarrão e curtindo os espaços verdes desta cidade que tanto amo – minha “filha adotiva”. O tigre é um feroz guardião, rechaçando qualquer pessoa que tenha más intenções, na relação erótica do guardacostas, na relação entre protetor e protegido. O tigre é a agressividade nua e crua, num atleta entrando num ringue para ver qual dos dois tem mais fibra e mérito, como numa amiga minha que conquistou um título de beleza, dizendo-me: “Quando tu queres uma coisa, tu consegues se tu quiseres. Mas tem que querer”. Aqui é como um pai protegendo a filha, querendo entregar esta pura e casta ao marido na Igreja, ao contrário dos meninos, cuja agressividade e independência são estimuladas pelo Corpo Social em geral – homem tudo pode; mulher nada pode. É um horror; um pesadelo. A moça aqui confia profundamente em seu guardião, posando de santinha, no modo patriarcal de reprimir a sexualidade feminina, havendo em figuras como Madonna tal forte transgressão, com mulheres que se identificam com tal expressão artística, provocadora, numa mulher que não aguenta mais ser controlada por outrem, decidindo adquirir as rédeas de sua própria vida, pois que vida é esta na qual sou controlado por outra pessoa? Liberdade, sempre, nos conceitos espíritas de livre arbítrio – o espírito vai para onde quiser ir. As listras do tigre são providenciais, pois proporcionam que o bicho fique “invisível” para, assim, pegar sua presa, na irrefutável teoria da Seleção Natural, num ser que só pode passar seus genes para frente se for esperto. A moça aqui chupa um doce pirulito, que é o pênis, no termo chulo “mamar numa vara”. A moça aglutina aspectos femininos como candura e beleza, deixando para o tigre a parte de defensor do lar, numa mulher que quer ser respaldada por uma mão grande e forte, na incumbência de um homem em sustentar um lar, numa grande e séria responsabilidade, num homem que se pergunta se poderá prover totalmente tal lar, naqueles superpais, que nada deixam faltar dentro de casa. A moça ouve Música e está conectada com alguma rede de Wifi, e está entretida, indefesa sem a presença do feroz tigre. É no jogo de sedução em Uma Linda Mulher, num homem rico que se apaixona por uma mulher pobre porém bela, ao ponto do homem se tornar tal guardião, tal proteção, numa mulher que faz questão de adotar o sobrenome do marido – Jesus, que machismo. O tigre aqui remete a uma imagem de TV que vi certa vez, num casal japonês – ele, o marido, passava sério e carrancudo pela câmera televisiva; já, a esposa, vestida tradicionalmente de gueixa, saudava docemente tal câmera, ou seja, um representando o oposto do outro, no modo como, no livro de Tao, é dito que Tao, a Suprema Inteligência, se dividiu entre Yin e Yang para que, nesses opostos, o Universo pudesse ser criado. A moça tem hálito doce e puro; o tigre, bafo de homem, não tão doce... O tigre é um aviso para o espectador: “Não morro de amores por você. Portanto, comporte-se e respeite minha mulher”. É como um sogro que não necessariamente ama o próprio genro.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (6). Aqui é um solitário momento de treino, de preparação, num atleta que leva tudo isso muito a sério, sabendo da competitividade no Mundo, este “ringue” no qual todos querem ser campeões. Aqui é como o divertido título do filme Homens Brancos não Sabem Pular, falando sobre a capacidade dos basqueteiros negros americanos em pular e fazer cestas fabulosas. Aqui é um ambiente técnico e frio, ou seja, glamour zero. É o campo de batalha, de jogo, fazendo dos esportes tal expressão de agressividade, mas sem a destruição das guerras, numa espécie de agressividade do bem. É como me disse certa vez um psiquiatra: “Tens que desenvolver agressividade, pois vivemos num mundo competitivo”, num doutor que, apesar de eu achá-lo pessoalmente insuportável, reconheço que é bom médico. Aqui, é como se o atleta, plenamente aquecido e suando, estivesse pegando fogo, num plano de objetivos, que é fazer a cesta, no termo inglês goal, que quer dizer objetivo, ou seja, gol. O atleta treina solitário, sabendo que ainda não é a hora de se revelar ao Mundo, como numa Susan Boyle, a cantora que arrasou num famoso programa televisivo de cantores amadores, numa Susan que foi subestimada por sua aparência pouco atraente, deixando todos surpresos e perplexos a partir do momento em que soltou o gogó, revelando toda uma beleza interior, pois diz o dito popular que beleza não põe à mesa. Aqui é como um arrebatador comercial de tênis esportivo, com uma estrela no calçado, nos sonhos desses meninos em escolinhas de Futebol, com os novos talentos sendo selecionados, no caminho da humildade, pois a arrogância precede a queda, ou seja, mesmo obtendo glórias mundanas, não posso deixar que isso afete meu caráter. Ouvimos o som das canchas esportivas. Isso me remete a um amigo meu de Infância, o qual, pela primeira vez que pegava numa raquete de Tênis, já queria, de saída, ser André Agassi, não observando que o treino é absolutamente indispensável. Aqui são os pés no chão, numa pessoa que se esforça ao máximo para se superar, no modo como tais superatletas podem desenvolver algumas sequelas corporais, tal o nível de autoexigência. É como o personagem Neo de Matrix, passando por uma bateria de treinamentos até alcançar a excelência, a qual só pode ser alcançada mediante muita seriedade. O atleta aqui tem “cara de mau”, sem um pingo de Yin, melhorando aos poucos, como um rapaz negro pobre que conheci, o qual era fera numa cancha de Tênis, entrando na cancha com muita fome de vitória, pois como posso obter algo se não tenho vontade? A cesta aqui está longe, remota, num sonho longínquo, com um longo caminho a ser percorrido, no modo como uma pessoa, ao passar por um momento de fundo de poço existencial, tem que empreender um esforço gigantesco para se reerguer. Aqui é o sonho de menino em se tornar um grande craque, querendo reproduzir nas quadras o talento de seus ídolos do Esporte, colecionando álbuns de figurinhas de jogadores de Futebol, álbuns estes considerados feios e monótonos pelas meninas, que preferem suas próprias bonecas. Aqui é um caminho solitário, realista, numa pessoa que precisa ser acompanhada por aliados para, assim, não se sentir tão solitária, pois não há crescimento sem ajuda, ou seja, tenho que ser humilde para aceitar um auxílio, ao contrário de um senhor que conheço, o qual rechaça qualquer pessoa que queira ajudá-lo de algum modo. Aqui temos uma forte angulação de perspectiva, no modo como os traços de perspectiva renascentista ditaram toda uma nova tendência nas Artes Plásticas Europeias, nas revoluções dos novos movimentos, num Mundo em constante processo de transformação. Aqui, temos uma musculatura fibrosa, forte, no termo “osso duro de roer”. O atleta flexiona um dos joelhos, talvez num sinal de humildade, no modo como o rebelde, antes de mais nada, tem que respeitar as tradições, dizia Osho. Aqui é a força de um ardoroso sonho, numa meta, mas com equilíbrio e sem exageros, pois que vida workaholic é esta, na qual não vivo e só laboro? Qual é o preço da vitória?
Referência bibliográfica:
Nathan Fox. Disponível em: <www.ba-reps.com/illustrators>. Acesso em: 30 jun. 2021.