Falo pela oitava vez sobre o artista gráfico inglês David Doran. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!
Acima, título não informado na referência bibliográfica (1). Há algo mais contemporâneo do que dispositivos móveis? Tais equipamentos, nos anos 1990, eram puro luxo, num privilégio para poucos, na letra da canção que satirizava Adriane Galisteu: “Quem não comeu Eliane Galileu não tem telefone celular!”. Nos anos 2020, tal tecnologia se democratizou drasticamente, e hoje é comum ter tais aparelhos, no galgar incessante e sedento das tecnologias, sendo só questão de tempo e aprimoramento até mandarmos missões tripuladas a Marte, com os cosmonautas regressando sãos e salvos à Terra. Aqui é um ambiente frenético de aeroporto, num aeroporto populoso, cheio de dignidade, enviando e recebendo gente, num ritmo frenético, com uma atribulada pista de pousos e decolagens, numa Torre de Babel, com pessoas de todos os cantos do Mundo viajando pelo Globo, na universalidade humana em relação ao Turismo, à curiosidade de conhecer terras exóticas, como num americano encantado com o samba carioca, ou como um brasileiro visitando o Palácio de Buckingham. É como me disse minha falecida avó materna, ao ver um concorde decolando: “Até onde o Ser Humano quer ir?”. É o desafio do Ser Humano em se igualar ao poder imenso e infinito de Tao, o incopiável. É a competição fálica para ver quem é mais dono da Verdade, com torre que se aproximam do Céu, a dimensão metafísica além dos olhos carnais humanos. O Globo aqui é o desafio, na possibilidade de um brasileiro chegar ao Oriente Médio em questão de horas, numa pujança que faz com que você possa estar em qualquer lugar do Globo em 24 horas, nessas ambições transnacionais humanas, nas missões que traziam à Europa o precioso incenso indiano, nessa miscelânea cultural, como na Música Gauchesca, sofrendo influência do imigrante italiano, ou como no caldeirão musical do sul dos EUA, misturando blues com jazz, country e rock. É um galgar intermitente, pois tudo é processo, no caminho da Eternidade, a qual é tempo para toda e qualquer resolução, como um senhor sociopata que conheci, com o qual não mais me relaciono, e ele é um espírito que crescerá, evoluirá e adquirirá apuro moral, que é o objetivo da dura Vida na Terra, havendo na Eternidade o tempo para qualquer aprimoramento, ou seja, a passagem do Tempo é uma ilusão, como nas pomposas tradições inglesas de coroação, dando-nos a acalentadora impressão de que a dimensão de Tempo não existe, e que o Plano Metafísico é embebido em tal atemporalidade, pois os modos humanos de medir Tempo e Espaço absolutamente nada significam em termos cósmicos, como nos relógios derretidos de Dalí, na teoria de Einstein sobre o Tempo, na ilusão da Vida Material, carnal, na qual tudo é medido pelo Tempo, na contagem regular de tempo, com ontem, hoje a amanhã, havendo nas tribos amazônicas neolíticas tal atemporalidade, na qual o Tempo é visto como cíclico, e não como uma contagem ordenada. Aqui os aviões são altivos, cheios de pompa e dignidade, na metáfora com uma topmodel esmagadora numa passarela, na capacidade que estas moças em vender os trajes que portam, fazendo metáfora com os espíritos de superioridade moral, os espíritos da Verdade, da autenticidade, ensinando-nos lições de aprimoramento moral, até chegar ao ponto da pessoa, em tal processo de aprendizagem espiritual, ter completo pavor de mentir, ao contrário do sociopata, o qual acaba se afogando em meio às suas próprias toneladas de mentiras maliciosa e ardilosas – nunca dê informações pessoais a um sociopata. Aqui remete aos áureos tempos da Aviação Civil Brasileira, nos quais voar era um programa chique e pomposo, luxuoso, suntuoso, nos tempos da grande companhia aérea Varig, com aquela aeromoça distribuindo aquelas bandejas com comida. Velhos tempos. A aviação faz metáfora com esta sede humana de elevação, no Homem querendo tocar no Céu, no Metafísico, numa elevação espiritual, como numa escadaria de subida a uma igreja, ou como numa pirâmide que é uma rampa para tal elevação. É um prisioneiro que sabe que a data de libertação chegará.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (2). Doran lança mão dessas mulheres masculinizadas, espartanas, como numa rígida diretora de colégio, tendo que ser quase grosseira para colocar na linha tantas crianças e aborrecentes, digo, adolescentes. O coque aqui é tal disciplina, numa pessoa que se apruma para mais um dia de trabalho, no modo como o Plano Metafísico é um Éden para os que gostam de se manter produtivos e de construir uma carreira, pois que lógica existe numa eterna indolência improdutiva, sem fazer com que a pessoa coloque sua própria cabeça para funcionar? O trabalho é a lógica, numa pessoa que se sente útil e digna ao Mundo. Vemos aqui aristocráticas e finas linhas retilíneas, que são elegância disciplinada, como num lutador de artes marciais, lançando mão de disciplina para se desenvolver em tal arte, como na vilã Raposa de Jade de O Tigre e o Dragão, a qual foi severamente criticada pelo grande mestre Li Mu Bai: “Teus movimentos continuam toscos e indisciplinados!”, fazendo da sofisticação, da depuração, tal caminho de elevação e desenvolvimento, como uma criança tentando imitar o fino traço de um desenhista de super heróis, no modo como as crianças se projetam nos adultos para brincar de tais heróis com superpoderes, e os super heróis existem, pois são nossos irmãos depurados, desenvolvidos, cientes de que a Verdade é o único caminho, rechaçando os traiçoeiros subcaminhos, como uma pessoa que ouve só o coração, deixando de ouvir também a mente, o aspecto racional, frio, na fria beleza lógica dos números, como um remédio amargo que surte doces efeitos, havendo na águia tal símbolo de independência e liberdade, na libertação mental a qual os ditadores tanto temem, como num certo país miserável, regido por um narcisista insano, que mal se importa com o cotidiano do pobre cidadão comum – posso ser um líder de um povo que odeio? O Amor não é o caminho lógico? Aqui vemos uma cidade em franco e invejável desenvolvimento, pujante, cosmopolita, transpirando a trabalho e realização, com prédios elegantes, desafiadores, inspiradores, como na terrível e maravilhosa Miranda de O Diabo Veste Prada, amedrontadora, desafiadora, exigente, dizendo-nos que não devemos sentir pena de nós mesmos, numa dureza elegante, racional, sem espaço para sofrimentos de paixões, numa pessoa que aprendeu a ouvir a cabeça. A laboriosa e empreendedora mulher aqui visa possibilidades de mercado, de negócios. Os prédios são como o vaivém dos números numa bolsa de valores, ascendendo e descendendo, como nos egos humanos, com tantos egos que já pereceram até os dias de hoje, com reis frustrados, viciados em poder, sempre ambicionando mais e mais territórios, como na Argentina confiscando as Ilhas Malvinas, em mais um episódio sangrento de guerra – quando a diplomacia universal de Tao é perdida, vem a confusão reinante, a qual desemboca na guerra, com pessoas adultas agindo como irresponsáveis crianças. O traje da mulher e os prédios formam um continuum, e é o poder do pensamento, numa cidade tão elegante e valorosa, com sua Arquitetura depurada, com sonhos de Engenharia futurista de Os Jetsons, na crença de que a Ciência e o Pensamento Racional libertarão o Homem, nunca esquecendo que, por trás de uma mente racional, tem que haver um bom coração, pois de que adianta uma pessoa racional ser um sociopata o qual, no fundo, desdenha do Amor? Aqui é como num coffee break, um intervalo no turno de trabalho, num momento em que a pessoa se permite ser um tanto contemplativa, ao contrário do workaholic, o qual é escravo de si mesmo, sem qualquer capacidade de parar um pouco e contemplar a Vida. Aqui é uma dimensão deliciosa, na qual temos o forte sentimento de que tudo está nos trilhos, e de que estamos indo muito bem em nossas respectivas careiras espirituais, numa sensação de preenchimento existencial, de forte contentamento.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (3). Um choque, um contraste, um confrontamento entre opostos, num jogo de sedução entre tais opostos, numa “bipolaridade”. É como pais colocando filhos no Mundo, numa pessoa que precisa se equilibrar em uma linha tão tênue, sempre no equilíbrio, no caminho do meio, sabendo que se tratam de forças complementares, que se beijam, fazem amor e geram o Universo, como o destino inevitável da genética – há características nossas que nos acompanham deste o momento em que o óvulo se juntou ao espermatozoide, como na sexualidade da pessoa, com irmãos que, vindo da mesma barriga e criados debaixo do mesmo teto, sob os mesmos valores, têm diferenças em relação a Sexualidade. Aqui há um desejo de equiparação, de balanço, de neutralidade. O fogo é o desejo ardente na alma, numa pessoa que tem muita, muita vontade de se realizar e ganhar o respeito das pessoas, neste grande desafio existencial que é o termo coloquial “Cresça e apareça”, numa pessoa que precisa mostrar ao Mundo a que veio, neste grande desafio de se vencer num Mundo tão duro e difícil, numa pessoa entalhada em meio a tanta dureza, como num durão caubói, que sabe que as coisas não são fáceis, como numa canção clássica do Jazz: “Você pode estar farto e cheio do Mundo, mas você será um homem, meu filho!”. É uma pessoa num momento em que percebe tal desafio, tendo que tirar força do fundo da alma para progredir e vencer em meio a tantas vicissitudes – a Vida não tem sentido sem obstáculos, pois estes ocasionam o crescimento, que é o sentido da Vida, pois não teria qualquer sentido uma encarnação perfeita, na qual o espírito não cresce, havendo uma razão muito forte para estarmos aqui, na Terra, encarnados, nesta grande e maravilhosa universidade espiritual, que serve de modelo às universidades mundanas. A praia aqui é o retiro, o descanso, numa pessoa que precisa de umas férias, de um desligamento momentâneo, deixando, por algum tempo, tudo de lado, experimentando um pouco de descanso e contemplação, pois sabemos, ao contrário do workaholic, que a Vida não é só labor do dia a dia, num ponto em que a pessoa precisa se permitir sonhar um pouco, ter metas grandes, altas, no modo como uma simples dona de casa, que não almeja voos mais altos, não sabe de si existencialmente, numa pessoa que não sabe quem ela própria é – ser apenas dona de casa não vai lhe dizer quem você é. É como uma pessoa que conheço, para a qual eu gostaria de perguntar: “Não há um só curso da UFRGS que desperte teu interesse?”. O farol ao fundo é o discernimento entre luz e escuridão, com épocas de vacas magras e épocas de vacas gordas, na imperfeição natural de existência. O farol é a referência, como na família, em referências importantes de parentes, no glorioso modo como os vínculos de família não se desfazem com o Desencarne, com nossos entes queridos nos esperando lá em cima, como uma bisavó, a qual, apesar de não ter nos visto na Terra, ilumina-nos amorosamente do Plano Metafísico, na imortalidade do que realmente importa, que é o Amor, algo tão subestimado pelas obsessões do Homem pelo maldito Anel do Poder, num Ser Humano que, acima de tudo, quer grana, e se você não está todo o tempo querendo e querendo, você pode ter Paz, no divertido modo como há uma dimensão em que há riqueza mas não há dinheiro, numa divertida contradição de Tao, o piadista, na ironia de que por toda a eternidade de números haverá números primos – Tao, o lógico. As montanhas aqui são os percalços, num surfista que, se não se deparar com ondas desafiantes, ficará chocho e desanimado. É o prazer desbravador, no modo como cada pessoa tem que desbravar seu próprio caminho, fazendo do autoencontro algo tão pessoal e intransferível. A mulher aqui é a luta, o labor, num humilde gari, varrendo do chão o lixo que pessoas pouco educadas jogam nas calçadas, fazendo do humilde gari um herói, no modo como todo e qualquer trabalho conta e faz parte da grande carreira espiritual, a qual é imortal em tal dignidade – conta cada passo do caminho, e nenhum labor é em vão.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (4). Os cangurus são a força da Vida, a vontade de vencer, num espírito olímpico, amando superar obstáculos, num alpinista com tesão pela escalada – que esperança há para uma pessoa sem tesão pela Vida? Não é o Plano Metafísico tal plano no qual a pessoa tem tesão de continuar tocando a Vida para frente? Os cangurus são esta natureza exótica da Austrália, na biodiversidade, com criaturas tão exóticas em terras diferentes. A bolsa marsupial é o conforto do lar, num lugar onde a pessoa tem a forte consciência de que está entre amigos, como no espírito desencarnado, o qual pergunta onde está, e lhe é dito: “Entre amigos”. E não é um inferno a Vida sem amigos, sem um ombro amigo, companheiro, que sabe pelo que nós passamos existencialmente? A bolsa é o Lar Imaculado, no mito de Nossa Senhora, o qual serve para que o Ser Humano entenda o poder sacrossanto de Tao, pois cada um de nós é eternamente especial, único, e somos todos frutos de tal Imaculada Conceição, pois, não canso de dizer, somos todos príncipes, filhos do mesmo Rei; somos todos do mesmo sangue divino metafísico, fazendo do sangue azul mundano tal cópia de algo superior. O terreno aqui é árido, quase inóspito, remetendo a doces memórias infantis do hilário desenho do Coiote perseguindo o esperto Papaléguas, fazendo do Coiote um personagem tão humano, que sempre se ferra, sempre se fode, com o perdão do termo chulo, e há algo mais humano do que se dar mal e aprender duras lições de humildade? O Coiote é a obsessão humana pelo sucesso mundano, sempre querendo ser mais do que é, na sabedoria do ditado: “Não se torne; seja”, ou seja, tenho que descobrir algo que sempre fui, como no Patinho Feito, o qual não se tornou cisne – sempre foi cisne. É o autoencontro, como anos e anos numa poltrona de consultório psiquiátrico, em sessões que podem ser dolorosas. Aqui os cangurus rumam na mesma direção, numa concórdia, num acordo, num povo feliz, regido por um respeitado líder, como no carisma de um Obama, “reinando” sobre um povo que reconhece o poder de união numa figura carismática, no desafio de se ganhar o respeito de um povo, no grande desafio para um jovem príncipe que ascende a um trono, como numa tímida e jovem Elizabeth II, a qual aprendeu, na marra, a ater majestade, no sábio ditado: “Quem já reinou jamais perde a majestade”, como num espírito o qual, após uma encarnação em tal posição privilegiada, tem um residual permanente de tal vida, como num Jesus Cristo, qual se tornou Rei dos reis, num homem que não nasceu herdeiro do trono de Roma; que sequer nasceu herdeiro de um trono de uma província do Império Romano, no modo como os egos humanos ascendem e descendem, permanecendo a figura de Jesus, o homem mais humilde e sábio de toda a História da Humanidade. As plantas aqui lutam para sobreviver num terreno seco, como num suculento cacto, num deserto escaldante, guardando tal hidratação, numa lição de sobrevivência, e a Vida não exige que sobrevivamos o toquemos a Vida para frente? Os cangurus são a elegância, como gazelas saltando, talvez fugindo de feras carnívoras, na genética da esperteza – os que não são espertos, não passam para a frente a sua própria genética, na certeira teoria da Seleção Natural. Aqui é uma Austrália tão vasta, anexada ao sedento Império Britânico, agressivo, impondo-se ao redor do Mundo, investindo, por exemplo, em terras argentinas, na frase célebre: “O Sol nunca se põe das terras de Sua Real Majestade”. Aqui o céu é bem translúcido, sem qualquer nuvem, numa certeza clarividente, no modo como, se desejamos olhar para o futuro, temos que olhar para o passado, evocando novamente aqui o parâmetro: Tenho que ver o que sempre fui e sempre serei, de forma atemporal. A bolsa marsupial é o zelo, o carinho, num lar seguro, com pais responsáveis, tomando cautelas como a de vedar com fitas adesivas as tomadas elétricas próximas ao chão. A bolsa é o lar, a sensação de se estar extremamente bem.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (5). Aqui é causa ao lado de consequência. O pescador colhe os frutos do Mar, e tais frutos rendem uma luxuosa e cara refeição em algum sedutor restaurante caro, fugindo um pouco da simplicidade, no fato de que comida boa é comida simples, só que bem feita, por quem entende do “riscado”. O pescador é a lida diária, garantindo o pão nosso de cada dia. É a pessoa batalhadora, digna, que levanta a cabeça e se torna útil ao Mundo, pois, realmente, fora do trabalho, não há salvação, nas palavras de um laborioso Leonardo DiCaprio: “Não pode faltar trabalho”, no sentido da pessoa mostrar algo para o Mundo, pois como posso ser ajudado se sou um improdutivo, o qual não ajuda a si mesmo? É como uma pessoa que conheço, a qual é rica em predicados, mas que nunca colocou estes para as pessoas, talvez numa pessoa com medo, esperando pela próxima encarnação, na qual, espero, que o tempo não seja tão perdido quanto na atual encarnação – é no termo “correr atrás do tempo perdido”, como eu me formando na faculdade de Propaganda, retomando os estudos seriamente depois de subestimar a importância de se formar e ter Curso Superior completo, pois são tristes as histórias de Vida de pessoas que subestimaram o importância de se fechar um ciclo. A rede aqui é o milagre cristão dos peixes, num mar generoso, nas pérolas caindo das mãos de Iemanjá, sempre generosa com os pescadores, guiando-os por marés mansas e fartas, no modo como o Brasil e o Mundo vão aos poucos se recuperando dos efeitos da crise causada pelo Corona. Aqui é a sedução dos frutos do Mar, como numa deliciosa massa à putanesca, na sedução do olor do Mar, como no fim do livro de Tolkien, com a pessoa desencarnando e voltando ao Lar, ao Mar materno, no cheiro maravilhoso e puro da beiramar, na simplicidade, como numa pessoa que não é mesquinha em relação a comida, sendo generosa, num restaurante que não é preciosista, num preço honesto por uma comida simples e feita com excelência, como numa primorosa cozinheira baiana que conheci – que mulher de mão cheia! Aqui a dobradinha sedutora: vino i pasta! É a sedução da cozinha italiana, numa cozinha que tanto ganhou o Mundo, num povo que come e bebe muito bem, nos sonhos de fartura de um imigrante italiano no RS, enfrentando, no primeiro ano de colônia, uma vida dura, indo dormir de noite sonhando com uma farta mesa de galeteria: Quanta comida! Aqui é o prazer de uma refeição simples, acolhedora, trazendo os sabores marítimos, no modo como toda a Vida na Terra veio do Mar, da Mãe, do útero imaculado, nos mistérios biológicos da Vida, a qual é um mistério, pois o que faz nossos corações baterem? De onde vem tal pulso, tal vibração? Qual é o segredo da Vida, de Tao? Não é tudo um mistério, a Eternidade? O mar aqui é retilíneo, elegante, aristocrático, listrado e plácido, um espelho, uma paz inabalável, numa pessoa feliz, que encontrou paz e quietude em seus dias na Terra, e não é um inferno uma vida sem paz, sem estabilidade, sem um centro plácido, estável e tranquilo? Aqui é mostrada uma proveniência, como nas denominações de origem de vinhos, como no célebre e fabuloso Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, seduzindo vastas levas de turistas pelas paisagens de Natureza domada, cheia de vinhedos disciplinados, com turistas comprando caixas de vinhos, impulsionando a economia local, no modo como o vinho não foi feito para ser bebido; o vinho foi feito para ser degustado gole a gole, ao contrário do alcoólatra, o qual só deseja, puramente, injetar Álcool para dentro do próprio organismo. Aqui é um quieto dia de labor, de rotina, como nas obras de Deus na Criação, com o sétimo dia para descansar, no modo como o laborioso imigrante italiano no RS só não trabalhava no Domingo porque a religião não permitia! Aqui, é contada uma história, em etapas, talvez num prato sendo bem vendido, contando uma história, um processo, mostrando que os frutos do Mar vêm da força dos braços do pescador, como barcos de pesca em alto Mar à noite, distantes no horizonte noturno.
Acima, título não informado na referência bibliográfica (6). Um veto, uma proibição, como num sistema opressor, no medo que o líder déspota da Coreia do Norte tem de blogueiros, ou seja, medo de dar conhecimento e liberdade ao cidadão; medo de deixar as informações correrem soltas – é um horror. Aqui é como um ditador proibindo em seu país a exibição do filme sobre Elton John, na ilusão de que um estado esmagador trará feliz ignorância ao cidadão, no modo como os opostos se atraem, como Comunismo e Fascismo: ambos resultam em estados tiranos, opressores, trazendo o oposto liberal de Smith, num estado nulo, num poder esmagador da Economia, trazendo a sábia ponderação de Keynnes, num estado mínimo junto a uma economia livre: que bênção são os homens ponderados! Aqui é um aviso expresso, como num turista entrando na China, deparando-se com uma placa em vários idiomas: “Você é muito bem vindo à República Popular da China. Mas se você estiver trazendo drogas, você será preso, julgado, condenado e executado em trinta dias”. Ou seja, comporte-se! Aqui é uma pessoa que aprendeu a dizer “não”, no busto blindado da Mulher Maravilha, rechaçando tiros bravamente, blindada, protegida, livre em seu arbítrio próprio, num ícone tão feminista, com a beleza do Yin junto ao poder do Yang. Aqui é uma urbe vibrante, com cidadãos circulando freneticamente pelas ruas, nas demandas diárias do labor, como vi certa vez na TV um cadeirante com dificuldades em embarcar num ônibus, e uma passageira ali dentro, não muito polida, esbravejou: “Vamos lá, pois tenho que trabalhar!”, havendo no cadeirante a resposta do mesmo: “Eu também tenho que trabalhar!”. Aqui é o problema do preço das passagens de ônibus em Caxias do Sul, passagens muito caras para o honesto cidadão comum, havendo uma esperança comunista em relação a um estado que possa prover absolutamente tudo ao seu próprio cidadão, nas polêmicas das privatizações, em instituições que resistem tão bravamente, como a UFRGS, numa instituição respeitada e gratuita. O dia aqui ou chega ao fim ou ao começo, nas horas de pique, no problema incontornável de trânsito pesado em grandes cidades, como numa maravilhosa e caótica São Paulo, com suas intermináveis levas de motoboys, batalhando pelo pão do dia, na dureza da vida de proletário, tendo que dar graças a Deus por ter um emprego. Aqui os cidadãos são indistintos, como as tatuagens cruéis sobre a pele de judeus em campos de concentração, fazendo de um ser humano, que é um filho único, filho do Rei de todos, um indistinto tijolo numa cruel parede fria, na insanidade de um sistema para lá de tirano, vampirizando seres humanos – é um horror. Vemos aqui algumas pessoas com adereços sobre as cabeças, talvez num dia frio, no baile poético das estações do ano, na magia de jacarandás floridos na Primavera, cobrindo as calçadas com suas flores roxas – é uma beleza. Podemos aqui ouvir os ruídos diários de tal demanda citadina, no cheiro de poluição em Nova York, uma cidade tão dura e tão fascinante, na dureza que existe em qualquer lugar, parafraseando Sinatra: “Se posso vencer lá, posso vencer em qualquer lugar!”. Todos aqui estão tocando a Vida para frente, sem passar os dias de sua vida em indolência, assistindo televisão, numa pessoa que aprendeu que, apesar da Cinderela ter recebido uma ajuda decisiva da fada, Cinderela permanece como a protagonista da história. Aqui é amontoamento, numa ilha de Manhattan, cheia de gente, de estranhos, pessoas as quais nunca vimos e nunca veremos novamente! É no paradoxo da solidão, pois posso estar cercado de pessoas e, mesmo assim, sinto-me tão só, com amigos frívolos, que não aplacam dentro de mim tal sentimento de solidão. O céu aqui é bem límpido, digno de observar a estrela do início da manhã ou do início de noite. É o conceito liberal de que o indivíduo pertence a si mesmo, no choque cultural com o qual se deparam os nortecoreanos que buscam refúgio na “gêmea” sulcoreana capitalista.
Referência bibliográfica:
David Doran. Disponível em: <www.ba-reps.com/illustrators>. Acesso em: 29 set. 2021.