O francês Auguste Toulmouche (1829 – 1890) ficou conhecido por fazer luxuosos retratos de damas parisienses. Estreou no Salão de Paris em 1848, aos dezenove anos de idade. Auguste foi um retratista acadêmico, num gênero que foi transgredido pelo Movimento Impressionista, no modo como o advento da Fotografia libertou a Arte da função retratista. Toulmouche faz parte de muitas coleções particulares e de museus como o supremo Louvre. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!
Acima, O vestido azul. A moça está alheia, quem sabe tímida. Está como a estrela Sigourney Weaver numa certa entrega do Oscar, exibindo as costas de seu vestido, nessa insana competição entre mulheres para ver qual é a que porta o vestido mais maravilhoso da festa, como no tradicional Met Gala de Nova York, para ver qual delas é mais deslumbrante de todas, competindo com Gisele, a menina comum que adquiriu carisma de princesa, deixando “no chinelo” uma princesa de fato, que é a brasileira Paola de Orleans e Bragança, nesse “abismo” que existe entre de facto e de jure. As flores são a exuberância da Vida, na Vida eclodindo em libidinosa primavera, em borboletas ensandecidas polinizando, em ursos acordando famintos após uma longa hibernação, naquela libido de se acordar no meio da noite com fome, louco por uma fatia de pizza. As flores são a delicadeza da feminilidade, em algo tão frágil e tão poético, nas flores silvestres, as quais brotam sem terem sido plantadas pela mão humana, no gosto do caule das flores azedinhas, em prazeres que não custam um só centavo – o melhor da Vida é grátis. O leque é o frescor de novidade, numa nova moda invadindo a Europa, nas transgressões parisienses, em coragem de uma Chanel, num poder libertador, mostrando que a mulher tem todo o direito de sentir prazer na periquita, com o perdão do termo chulo, ao contrário da política patriarcal, que simplesmente tolhe o prazer sexual feminino, como na cena de Sharon Stone em Invasão de Privacidade, masturbando-se na banheira – qual é o mal em uma mulher viver sua própria sexualidade? As porcelanas são a fragilidade, numa fineza, do fino que se sobrepõe ao grosso, na contradição taoista – fino é forte; grosso é fraco. A poltrona é o repouso merecido, numa mulher com toda uma agenda social, em chás de senhoras, no modo como pode ser vazia a vida de uma pessoa sem norte na vida, no filme A Época da Inocência, na diferença entre duas primas – uma com norte, querendo casar e constituir família; a outra, confusa e indecisa, sem ter um norte próprio na Vida. E a Vida não é um inferno para os que não têm norte? Não é o falo racional a aquisição de uma direção e de um norte na vida? É como uma amiga minha, a qual definitivamente carece de um norte, estando perdida dentro de um traiçoeiro labirinto. Podemos aqui ouvir o doce farfalhar do vestido luxuoso, numa tarde preguiçosa de sesta, neste gostoso pecadinho capital da languidez, como um amigo meu, cujo apelido era “Torto”, tal a languidez do rapaz. As costas sensuais estão parcialmente expostas, no jogo sensual entre ocultar e revelar, na provocação do striptease, o qual tanto esconde quanto revela, na figura dominadora da stripper, “domando” os cavalheiros na plateia, como na Mulhergato com seu chicote, domando Batman e colocando este nos eixos, como num casal que conheço, no qual a mulher mantém o patrão debaixo de rigorosas “chicotadas”. O laço aqui é o comprometimento, numa mulher que mostra que não é de fácil acesso, mostrando que só pode ser conquistada mediante muito esforço, numa mulher que definitivamente não se vende pouco, numa Nefertiti parisiense, altiva e misteriosa, assim como na hierarquia dentro do harém de um faraó, em cujo topo estava a Grande Esposa Real, a prioritária, que aparecia oficialmente ao lado do faraó em aparições públicas e monumentos. A cadeira é tal trono, num descanso, numa mulher que está prestes a se tornar Rainha Consorte da Inglaterra, num título de tanto poder e prestígio, numa Diana, que se tornou rainha do Mundo mesmo após perder oficialmente o título de Princesa de Gales. A luz entra pálida e suave no cômodo, fraca, da força da fragilidade feminina, fundamental na hora de contrastar dom a força do Yang, do masculino.
Acima, Oração na hora de dormir. Aqui é o zelo materno, numa dedicação, no termo irônico: “Ser mãe é padecer no paraíso!”. O menino é a inocência e a fragilidade, no modo como uma mulher tem o instinto materno de proteger o filho fraco, em figuras de fragilidade como Woody Allen, uma espécie de macho sensível, cheio de vulnerabilidades que seduzem as mulheres, longe da figura do machão supremo, algo tão odiado pelas feministas, as quais têm a coragem de ir contra o vento e ir contra os preconceitos do Patriarcado. O véu de mosquiteiro é tal proteção do lar, numa mãe que se assegura de ter um lar seguro, sem riscos para a criança. Aqui é a sabedoria passada de geração para geração, ensinando o filho a rezar, passado de mãe para filho, como nas tradições orais indígenas, com o conhecimento sendo passado sem o registro de escrita, diferente a civilizações dotadas de escrita, registrando o conhecimento, numa Cleópatra enfurecida ao ver os romanos incendiando a Biblioteca da Alexandria, no eterno talento humano para com a brutalidade e a estupidez, pois, para o Ser Humano, infelizmente, quanto mais grosso, melhor, num obtuso e desinteressante Mike Tyson, simplesmente arrancando a dentadas a orelha do opositor – Jesus, que animal! A oração é tal espiritualidade, no papel que a religião tem para dar acompanhamento psicológico, na importância da religião para o imigrante italiano no Rio Grande do Sul, em noções civilizatórias de elevação moral, indo aqui contra Marx, o qual considerava as religiões bobagens – eu respeitosamente discordo de Marx. O menininho, em sua inocência, ouve a mãe, respaldado por uma almofada, a qual é tal elevação, num esforço espiritual para ser de grande apuro moral, num espírito verdadeiro, que odeia mentir ou dissimular, no caminho da autenticidade, na perfeição moral de Jesus, o qual jamais proferiu qualquer mentira, na metáfora do laço mágico da Mulher Maravilha, o qual, ao envolver a pessoa, causa dor à pessoa que mente. Este quadro é uma das provas da maestria de Auguste, no efeito acetinado do vestido da senhora, num pincel de tamanho retratismo fiel, digno de um Pedro Weingärtner, um acadêmico brasileiro de admirável técnica, sobre o qual este blog já falou. Aqui é um dia de Verão, pois a mulher está com um roupa a mais fresquinha possível, não podendo se desfazer da opulenta saia, no modo como a Moda, em suas vogues parisienses de novidade, foi libertando a mulher, indo contra o Patriarcado, o qual não permite que uma mulher tenha sexualidade – é um horror essa misoginia social generalizada. O berço é a criação, a origem, numa passagem que testemunhei, com um homem, que teve família e criação, e um menino, que veio órfão ao Mundo: O homem falava com a boca cheia de comida, e o rapaz perguntou a ele: “Não tens educação?”. E o homem disse, querendo sutilmente cutucar o rapaz: “Sim, de berço”. E o rapaz, sem se incomodar pela sutil alfinetada, disse: “Então não fale de boca cheia!”. Os cômodos de Auguste são suntuosos, num artista que, provavelmente, não gostava de retratar pobreza. Imagina-se as numerosas encomendas que o artista teve em Paris, tornando-se uma vogue, um queridinho das elites, as quais tinham dinheiro para contratar os serviços do talentoso artista. A oração é o momento de elevação, de olhar para além da Dimensão Material, na sobreposição do sacro ao vulgar, no discernimento entre nobre e vulgar, nos esforços de um psicoterapeuta que nos diz que não devemos nos envergonhar por sermos seres dotados de sexualidade e de desejo sexual, que são naturais no Ser Humano. A mãe é o colo, o acolhimento, a recepção, na mãe zelosa que nos faz comida, na figura da mãe ultrazelosa que é a Dona Florinda, do seriado Chaves, sempre defendendo o filho Quico, no modo como uma mãe fica entre dois aspectos ao criar um filho: Ser calorosa e, ainda assim, rígida. É como repreender o filho, mesmo tendo pena deste. A nobre senhora é a Grande Mãe Metafísica, o útero ao qual todos pertencemos, algo que nos ensina, metaforicamente, a Imaculada Conceição de Jesus, na capacidade permanente do Ser Humano em ignorar tal origem apolínea e sacra.
Acima, Um doce fazer nada. Aqui é o gostoso pecadinho da Preguiça, num momento de languidez, numa sesta sedutora, nos versos da canção do grande cantor Bruno Mars: “Hoje nada farei! Só deitarei em minha cama!”. É uma merecida pausa, no modo como a Vida não é só labor, ao contrário do workaholic, o qual pensa que a Sociedade abonará e recompensará tal falta de autorrespeito. Aqui são os luxuosos vestidos de damas parisienses, no fascínio que a Moda exerce sobre a mulher, fazendo do Estilo um excelente modo da pessoa se expressar, em artistas para o quais é muito importante qual roupa vestir ao vir a público, na diversão de se vestir personagens – um dia, a mulher estás se sentindo feminina e usa Chanel; no outro, está se sentindo masculina e se veste como um menino com um boné de Baseball. Aqui remete ao filmão A Época da Inocência, numa moda bem da época, no século XIX, no modo como a moda contemporânea foi evoluindo e libertando a mulher, ao contrário do pesado vestido aqui, como no guardarroupa deslumbrante da telenovela Sinhá Moça, com a moça rica dos cafezais portando seus vestidos, como numa certa festa de Cultura Popular Brasileira, na qual há a figura da Sinhazinha da Fazenda, num arquétipo feminino como a Rainha da Festa da Uva, na inegável universalidade do Ser Humano – conheça tua própria aldeia e conhecerás o Mundo! Aqui é o desejo de se horizontalizar, numa lânguida rede, no modo indígena de descanso, num dia de Domingo, o qual era monótono para o imigrante italiano na Serra Gaúcha, num colono trabalhador o qual só não trabalhava no Domingo porque o padre e a religião não permitiam, pois até Tao descansou no sétimo dia! Os laços e babados são tal feminilidade, numa Madonna usando lingerie para cantar a canção sobre uma mulher que se sentiu como uma virgem ao ser tocada pelo seu namorado, numa Madonna trazendo sexo e sexualidade para uma América tão puritana e protestante, num violento contraste que resultou em brilho esfuziante, numa mulher que tem mais coragem do que muitos, muitos homens. O quarto aqui está como uma luminosidade limiar, branda, convidando a tal descanso gostosinho, num cômodo aveludado como os cômodos nobres de Auguste, que se tornou o queridinho das damas de Paris, uma cidade a qual, já ouvi dizer, é provinciana, mas digo mais: o Ser Humano é provinciano! Como no Met novairoquino, o qual dá preferência para a Arte Europeia, em contraste com o museu Whitney na mesma cidade, que só traz arte dos EUA, como na rádio Antena 1, que só traz música internacional, em contraste com a Brasil FM de São Paulo, que só traz som nacional. A planta ao fundo é tal vida mansa, num lugar que tem vida, em cidades como Porto Alegre, que tanta Arte nos traz, como nas Bienais de Artes Plásticas, numa cidade que nos dá “um banho de civilização”, no modo como amo tal urbe. A moça aqui está relaxada, longe do momento de interação social, sem rigorosos espartilhos, no conforto aqui do lar, com espartilhos afrouxados e um sofá confortável que nos convida à horizontalidade. A saia da moça é como um suntuoso bolo de casamento, na universalidade do enlace heterossexual, nas bênçãos da Sociedade para o casal, na “obrigação” heterossexual de se trazer Vida ao Mundo, na pressão em famílias de realeza em nome da produção de herdeiros na linha de sucessão, como no rei da França dizendo ao casal recém enlaçado em Versalhes: “Boa noite e bom trabalho!”. O livro aqui está colocando de lado, no sono ao se ler na cama. O livro é o termo “Uma vida que é um livro aberto”, nas palavras de um altivo Obama recém empossado, no televisivo americano Saturday Night Live: “Nada tenho a esconder!”, no caminho da dignidade, na capacidade de uma pessoa em se tornar uma figura na qual o povo pode depositar esperanças. As almofadas são o respaldo e o carinho, no trauma de se sair do quentinho e gostoso útero materno, no choque ao se vir ao duro Mundo. A moça aqui está extremamente à vontade, pois sabe que não é um rígido momento de aparição pública.
Acima, Um poema de tarde. Aqui é um aconchego de intimidade, como num casal que atingiu tal nível de proximidade, na diferença entre fazer sexo, que é mecânico e selvagem, e fazer amor, que é doce e manso, nas palavras de uma certa prostituta holandesa, que sempre transa com os clientes mediante uso de camisinha: “Eu ofereço sexo; não intimidade”. Aqui é uma aliança, na forte aliança entre mãe e filho no útero, nesta mulher sem a qual jamais teríamos vindo ao Mundo, numa gratidão eterna, muito longe de uma certa sociopata, a qual tramou o assassinato dos próprio pais, pais que eram altamente zelosos e carinhosos – é um horror, numa ingratidão profunda, na frieza de um sociopata, o qual não vê um machado uma ferramenta para cortar árvores, mas para matar alguém a machadadas, na metáfora ao fim do filmão Fargo, com a figura do lenhador deturpada pela mente de um frio assassino. Aqui são esses cômodos suntuosos de Auguste, confortáveis, aveludados, acolhedores, de fino trato, em marcas de roupas e acessórios de luxo, como a Prada, seduzindo mulheres, em bolsas que se tornam tal objeto de alto interesse, numa mulher que faz economia para ter acesso a tal produto, causando “inveja” às outras mulheres, na máxima popular: “O gramado do vizinho é sempre mais verde”. O banquinho para os pés é o suporte, numa pessoa que nos dá tal ajuda, numa pessoa que observa que estamos precisando de tal empurrãozinho, no ato de caridade: Ajudar é bom; dar esmolas, não. Aqui é uma relação de mãe e filha, numa filha criada mediante aos preconceitos do Patriarcado, nos quais o casamento é o passo mais importante da vida de uma mulher, havendo na figura feminista a coragem de se ir “contra o vento”, em figuras como a Mulher Maravilha: Ela é bela, formosa e feminina, mas dá uma bela surra em qualquer marmanjo. O biombo é um desdobramento, no desdobramento de um processo gradual, como num processo de empobrecimento existencial, o qual veio vindo devagar, silenciosamente, pegando a pessoa de surpresa num momento em que realmente já não há como voltar atrás, numa pessoa que adquiriu norte e virilidade, assumindo o controle de sua própria vida, no caminho feminista de independência e emancipação, numa mulher a qual, apesar de delicada e feminina, está com as rédeas de sua própria vida, como no triste caso de Grace Kelly, a qual perdeu o norte ao se casar e abandonar uma carreira brilhante, no modo como uma pessoa rica pode ser tão triste e infeliz. Aqui é um sutil farfalhar aveludado, nos vestidos luxuosos das senhoras, num Auguste que nunca fez quadros retratando pobreza, estabelecendo, assim, uma identidade e uma assinatura, no caminho de construção de identidade de Andy Warhol, passando a receber inúmeras encomendas, em casos de artista que atingiram sucesso e reconhecimento ainda em vida. O poema aqui é entorpecente, calmante e hipnotizador, em um Auguste que gosta de tal preguiça e languidez, retratando mulheres as quais não trabalhavam de fato, tendo estas para si casa, comida e roupa lavada, como uma senhora portoalegrense a qual eu subestimava, uma senhora que se elegeu recentemente vereadora da capital gaúcha – esta senhora me mostrou que eu estava equivocado, como na revista Veja, a qual, de início, subestimou um certo filme brasileiro, tendo que, mais tarde, redimir-se e voltar atrás, como na rainha Elizabeth II, acuada no episódio do falecimento de uma das mulheres mais notórias da História da Inglaterra. O papel de parede deve ser de tecido, talvez de veludo, em elegantes residências, como numa certa senhora que conheço, que é “movida a glamour”, ignorando o que não tem tal charme chic. As almofadas são a sensação reconfortante, como num psicoterapeuta, fazendo com que nos sintamos bem em meio a nossos próprios problemas, sempre apontando uma saída agradável. Aqui são esses simples prazeres da Vida, no modo como a Preguiça foi a mãe de grandes invenções, como a Roda.
Acima, Vaidade. Claro que temos aqui o mito de Narciso, afogando-se em sua própria vaidade, numa pessoa que se acha tão acima de qualquer defeito. O espelho é tal símbolo de feminilidade, no ato de beleza e de autoestima frente a um espelho, na mulher vaidosa, retocando cada mínimo detalhe de maquiagem, numa pessoa que leva tão a sério a aparência. Os laços do vestido são tal entrelaçamento, em detalhes sendo ajustados, nos destinos sendo traçados existencialmente, nas costureiras traçando tais detalhes de destino, nos modos da Divina Providência, tecendo destinos. O espelho é tal contemplação, tal vislumbre, no Narciso se afogando em meio à própria vaidade, achando-se a coisa mais sexy de todo o planeta. Aqui temos detalhes neoclássicos de decoração, em formas tão elegantes e aristocráticas, na paixão de Toulmouche por decorações chics, aristocráticas, na elegância das damas parisienses, como no estilista Lagerfeld, atraindo senhoras chics tal qual mel atrai abelhas, nas senhoras lutando para cumprimentar o estilista, obtendo atenção dele. O traje aqui é veranil, com ombros expostos, numa estação quente, em dias de altas temperaturas, na ironia dos climas temperados: um gelo no Inverno e um inferno no Verão, com as estações do ano tão bem definidas e delineadas. O espelho é tal momento de aprumação, na moça se arrumando para o momento de interação social, arrumando-se ao máximo, não deixando passar qualquer detalhe, em um atencioso momento de maquiagem, numa moça tão feminina, que vê na maquiagem e no salto alto um prazer, e não uma obrigação social, ao contrário da lésbica, que vê maquiagem e salto alto como imposições e obrigações sociais, e não como um prazer. Aqui é uma mulher que sabe que é uma das mais bonitas da festa, no caminho de autoestima, gostando de si mesma, afetando a todos os cavalheiros no salão de baile, no passo da debutante, a qual se despede de suas bonecas para ir ao baile de debutantes, abraçando a vida adulta, flertando com os rapazes que são como príncipes no salão de baile, ao contrário da mulher madura, a qual sabe que jamais aparecerá tal príncipe milagroso, como na Carrie de Sex and the City, lendo para uma afilhada um conto de fadas, perguntando à afilhada após a leitura: “Você sabe que isso não é real, sabe?”. As flores são tal delicadeza feminina, tal olor sedutor, no filme Perfume de Mulher, na clássica cena do homem cego dançando tango com uma mulher, nesse estilo musical tão único e sedutor, em musicais tão icônicos como Evita, contando a história da atriz medíocre que se tornou um ícone político, no modo como não devemos subestimar as pessoas. Na mesinha ao lado vemos um leque, que é tal frescor, tal renovação de novidade, numa Primavera que vem em tanto frescor após um sisudo Inverno, na magia renascentista de Primavera, soprando novidades a uma Europa tão medieval, no modo como o novo sempre vem. O vaso é tal receptáculo feminino, na jarra de Galadriel frente aos pés rudes e masculinos de Frodo, num contraste, no Espelho de Galadriel, prevendo o futuro, como no espelho de Cheetara, do desenho animado Thundercats , como se fosse um portal mágico para outra dimensão, na magia de artistas como a cantora Enya, com a magia celta de canções místicas, etéreas, apolíneas, na capacidade de certos artistas em obter tal efeito de leveza. O vestido rosado é o interior de um belo filé rosado, numa carne tão suculenta e macia, na magia de um belo filé sendo servido. A cintura é delgada e elegante, talvez ceifada por um doloroso espartilho, nas cruéis obrigações sociais de uma mulher, tudo em insano nome da beleza e da formosura. Vemos na mesinha alguns potes, talvez com maquiagens ou perfumes, na magia multicolorida de frascos de perfumes na sala de arrumação feminina, fazendo metáfora com a beleza imutável metafísica, na eterna juventude, na dimensão em que somos todos belos e produtivos, numa vida com tanto tesão e propósito, na grande construção da carreira espiritual, na qual nenhum labor é em vão. As cortinas aqui são tal suntuosidade, nas salas elegantes de Auguste. O discreto azul marinho é tal sofisticação, no caminho de elegância aristocrática.
Referências bibliográficas:
Auguste Toulmouche. Disponível em: <www.en.wikipedia.org>. Acesso em: 12 out. 2022.
Auguste Toulmouche. Disponível em: <www.pt.wikipedia.org>. Acesso em: 12 out. 2022.