quarta-feira, 27 de julho de 2022

Helen de Troia (Parte 8 de 9)

 

 

Falo pela oitava e penúltima vez sobre a talentosa pintora escocesa Helen Flockhart. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, Centauro malhado. Aqui remete a O Centauro no Jardim, de Moacyr Scliar, no realismo fantástico latinoamericano que tanto fascina o resto do Mundo, na história de um homem e uma mulher centauros, com pênis e vaginas descomunais, assim como pode ser descomunal um artista, tornando-se um fenômeno de píncaros de popularidade, como um clipe de Whitney Hosuton no Youtube, com 1,2 bilhão de acessos – uau. O gramado aqui é como uma floresta acarpetada, limpa, perfumada, arrumada, sem um fiapinho de poeira, numa sala tão agradável ao convidado, no talento de certas pessoas em receber, servindo chá ou café e fazendo as honras da casa. O exímio intelectual Harari afirma que os gramados são símbolos de status, desde um gramado vasto em frente a um palácio até um pequeno gramado de pequeno burguês, como me descreveram a deliciosa sensação de se pisar no profundo e acalentador carpete do Radio City Music Hall, em Nova York, a cidade que abriga museus tão deslumbrantes, em seus pulsantes teatros, numa cidade que respira das coisas, nas palavras de Marisa Monte: arte e dinheiro, na impressão de que até os pombos novaiorquinos têm o “nariz em pé”. Aqui é como gado pastando, na função tão primária que é se alimentar, no surgimento da Vida na Terra, nos mistérios astronômicos: Afinal, tem ou não tem Vida fora da Terra? Aqui é um belo dia se Sol, talvez num doce dia de verão, de férias, remetendo à atual onda de calor na Europa, num continente que conhece os extremos climáticos. O centauro é a porção animal do Ser Humano, em questões como sexualidade, esse espectro que nos acompanha sempre, só sendo deixado para trás após a “carta de alforria” do Desencarne, o momento de libertação como no último dia de aula, fechando um ciclo e abraçando um momento de recreio e pausa, num espírito o qual, desencarnado, vai sentindo a necessidade de terminar as férias e adquirir alguma coisa para fazer, com o grande exemplo de Tao, nosso pai genial que está sempre matutando e criando, no modo como pode ser cercado de tanta expectativa um novo lançamento de algum carismático popstar. Aqui é o termo “vacas magras”, pois o centauro aqui está bem magro, com as costelas salientes, talvez num momento de crise, como na crise ocasionada pela Covid, em um momento que não foi fácil ao redor do Mundo, na enlouquecedora necessidade da pessoa simplesmente não poder sair de casa, fazendo desta uma espécie de jaula, testando a saúde mental das pessoas, num momento em que só o trabalho é capaz de trazer cura, como numa pessoa rica, a qual só pode se manter sã de fizer algum tipo de trabalho. Vemos ao fundo uma pilha de tijolos ou sacos, que é a paciente construção de algo, na paciência da formiga construindo um formigueiro. É a construção paciente, sisuda, como nos anos que se levam para a construção de um prédio, num trabalho paciente, dia após dia, como plantar vinhedos novos e esperar que estes cresçam e deem uvas, na sabedoria popular de que Roma não foi erguida num só dia. O centauro nos olha triste e sério, num momento de privação e renúncia, de limitação, talvez num momento de crise e desilusão, ou seja, uma crise que se revela produtiva, pois aponta um momento de pés no chão, pois o Mundo pertence aos realistas, que vivem de forma sincera e real, havendo nos iludidos a triste dimensão dos que não podem gozar de felicidade, no modo como pode ser miserável uma pessoa que ganhou na loteria, reduzida espiritualmente a um nível deprimente de apatia e tristeza – é um horror. Os centauros aqui estão cabisbaixos e deprimidos, como numa partida de Copa do Mundo em que o Brasil é eliminado, num momento coletivo de decepção, como em mortes tão chocantes, como a de Elis, numa mulher com tanto ainda tinha por vir, como numa Diana. Apesar do terreno aqui ser tão fértil e verdejante, o centauro não está feliz, no modo como tudo o que é demais, enjoa, assim como dinheiro – se é demais, pode ser um problema. Aqui é o termo popular: “Ser mãe é padecer no paraíso”. O centauro simboliza o casamento do espírito divino com a carne animal.

 


Acima, Charmoso. A flauta é a magia da Arte, em popstars lotando estádios num show, em comoções como num filme blockbuster, na canção tema de Titanic causando tantas lágrimas em meninas e mulheres, chorando por Jack, o galão que deu sua vida por Rose, na glória do funeral de um homem que muito serviu ao Mundo, como num funeral de Tancredo Neves ao som de Coração de Estudante, na construção de heróis nacionais, com homens de notável vida pública, ao contrário dos mentirosos, os quais acabam rejeitados e desprezados, como num Hitler, trazendo vergonha perene à própria família, como um professor sociopata que tive, o qual insinuava adoração ao monstro malévolo, numa pessoa que pura e simplesmente se identifica com o Mal – é um horror. Aqui é uma romântica noite estrelada, numa noite dos enamorados, fazendo amor de noite, enquanto o Mundo dorme, como numa sensível Teresa em O Quatrilho, contemplando o céu estrelado e perguntando-se dos segredos do Universo, casada com um homem como Ângelo, um homem não tão sensível, para o qual a noite era para descansar e, ao término da noite, acordar e abraçar mais uma árdua e recompensadora jornada de trabalho, num homem que nunca fez sexo muito romântico com Teresa, a qual se apaixonou por um homem mais sofisticado e citadino. Um plácido lago aqui espelha as estrelas, no espelho mágico de Galadriel, o qual podia mostrar o passado, o presente e o futuro, fazendo do espelho tal símbolo de feminilidade, de beleza, como uma mulher que conheço, a qual é uma das mulheres mais lindas da História, mas uma mulher que não tem carisma, evocando a esmagadora figura de Gisele, a qual é uma bomba atômica de carisma, com seus cabelos ondulados sendo imitados pelas mulheres no Mundo todinho, em píncaros de popularidade, em pessoas tão fenomenais e incomuns, descomunais. O cisne está completamente inebriado, seduzido, como formigas em torno de um doce, num fã que simplesmente ama o trabalho de algum artista, no modo como eu sou fã da jazzista canadense Diana Krall, uma voz tão discreta, puxando para Bossa Nova, gênero o qual, ao casar com o Jazz, ganhou o Mundo, fazendo da Arte tal símbolo de universalidade, com um popstar com um fãclube consolidado ao redor do globo. Aqui, o flautista não está inebriado com algo, mas enfrentando mais um dia de labor, numa rotina, como num cantor em turnê mundial, trabalhando arduamente para ganhar seu dinheiro, no suor de um cantor no palco, numa pessoa que, apesar de ter uma vida aparentemente glamorosa, é um trabalhador dedicado, que sabe que só o trabalho pode dignificar. Os pés descalços são a naturalidade, como numa nudez inocente, sem malícia ou sexualidade, nos nus sofisticados da revista Playboy brasileira, em edições tão memoráveis como o debut de Galisteu e a edição de Marisa Orth, no sensual que não é vulgar, uma linha tênue. O cisne é rico em cores, como num leque de opções oferecidas por uma universidade, como numa pessoa a qual, ao levar uma vida desinteressante de dona de casa, tem que se erguer e estudar, fazendo um esforço para não ser uma pessoa tão desinteressante – não tem um único curso que desperte o interesse de tal dona de casa? Aqui é uma forte atração, quase como uma força gravitacional, em planetas tão hostis como Vênus, numa pressão atmosférica forte o suficiente para achatar um carro em uma placa de meio metro de altura – por que a Terra é tão singular e não tão hostil? O lago é tal placidez, tal calmaria, numa pessoa que encontrou paz em seus dias, produzindo calmamente, na sabedoria popular de que a pressa é inimiga da perfeição, como num diretor com calma, trabalhando pausadamente no processo de pós produção de algum filme, pois, sem calma, não há prazer, e, sem prazer, a Vida é um inferno, havendo o frio inclemente do Umbral, a dimensão dos que não amam nem respeitam a Vida, como num infeliz que mata para roubar. O flautista está numa contradição, pois, ao mesmo tempo em que exerce tal fascínio, está alheio, fazendo do desinteresse a força que nos faz grandes.

 


Acima, Hera como um pássaro. A plantação é esta “domesticação” da Natureza, no controle da produção de alimentos, na revolução agrícola, num labor que tanto exige do cultivador, na duríssima vida de imigrante italiano no RS, deparando-se com um lote selvagem, tomado de mata virgem, nos inevitáveis calos nas mãos de meu tataravô, o colono Felice Veronese, nessa história de força dentro da família. A Lua aqui está forte, quase como um Sol poente ou nascente, na iluminação de certas pessoas, com pessoas excepcionais acordando o Mundo, nas palavras do amigo diretor Fábio Barreto: “Somente a transgressão de alguns indivíduos pode ocasionar a evolução de uma sociedade”, como numa ousada e carismática Britney Spears, uma cantora que, apesar de não ter uma voz excepcional como Lady Gaga, brilha muito em carisma, em contraste com Christina Aguilera, uma artista com voz negra e maravilhosa, mas uma CA sem muito carisma... Os pássaros voando são a liberdade, nessa deliciosa libertação do Desencarne, o qual vai chegar sim, meu irmão, sendo só questão de tempo. É a metáfora das asas dos anjos, que são espíritos desencarnados e felizes, que sabem que o ouro está na grande irmandade que somos, sendo cada um de nós uma pessoa tão nobre e única, filha do grande Rei que rege todo o Universo, na equivocada imagem que temos de Deus, um patriarca, quando que Tao não tem sexo, nem sexualidade, a qual morre junto com o corpo físico, numa pessoa encarnada que porta temporariamente tal sexualidade, na assexualidade dos anjos, estes espíritos tão cheios de amor, sempre nos inspirando a ir pelo bom caminho, pelo caminho da Paz – cada um de nós é escoltado por um anjo da guarda, e isso não é uma ideia reconfortante e maravilhosa? Que sentido haveria na fragmentação? Vemos serpentes negras insinuantes, numa elegância, como num homem com o cabelo com gel, sem um só fio fora do lugar, na aprumação para um baile de gala, um evento em que cada um se esforça para ter a melhor aparência possível, remetendo-me a uma divertida memória de adolescência num baile de gala em Caxias do Sul, numa moça que, cheia de verve, estilo e ousadia, foi ao baile vestindo um smoking de homem! É o poder benéfico da transgressão, numa jovialidade de da Vinci, mantendo-se irreverente até o fim de sua vida. As serpentes aqui parecem estar encantadas e hipnotizadas, em harmonia com a plantação tortuosa, nessa aquosidade da serpentes, caminhando como se estivesse escorrendo, na figura do encantador de serpentes, na intenção humana em domar um cavalo, no caminho da disciplina, sendo tão importante um aluno ser aplicado na escola, enchendo de satisfação um professor, no modo como eu próprio já fui professor de Inglês, e é um sentimento de contentamento grande ver um aluno crescendo e aprendendo, sentindo-me eu o agente de tal crescimento, no modo como eu me esforcei para fazer ótimos trabalhos em minha faculdade de Comunicação Social, em certos professores que nos desafiam; professores que valem cada centavo da mensalidade. O mar aqui é doce e plácido, no delicioso mar de Botticelli revelando Vênus, na atriz Uma Thurman no papel de Vênus no Cinema, na concha se abrindo numa libertação e numa revelação, no libertador cheiro de mar, como no estilo musical Reggae, o qual remete a praia, ar livre e liberdade, com surfistas pegando ondas e bares da beiramar servindo delicioso açaí. Aqui temos uma fertilidade, uma criatividade, como em cartunistas tão talentosos como Carlos Iotti, o qual, infelizmente, foi desligado de suas atividades no Grupo RBS, uma injustiça, pois Iotti é o melhor cartunista do RS e um dos melhores do Brasil. As rochas ao fundo são a garantia e a segurança, como no papel de um guardacostas, como numa Xuxa Meneghel, a qual, ao sair de carro de sua casa no Rio de Janeiro, é escoltada por um segundo carro, cheio de seguranças dentro, numa Xuxa que não pode se dar ao luxo de passear em paz no calçadão das praias cariocas – é o preço da fama, com numa Patrícia Abravanel sendo sequestrada.

 


Acima, Homem alado. Apesar de parecer estar livre, o homem está triste e desapontado, tal qual a decepção que tive ao descobrir que um “amigo” meu é sociopata, ou seja, trata-se de uma pessoa que ama ninguém e que por ninguém é amada, numa pessoa a qual estava interessada na minha ruína, uma pessoa sobre a qual pessoas minhas amigas me alertaram: Não se preocupem amigos, pois nunca mais voltarei a me relacionar com tal sociopata, na metáfora da ponta de faca, a qual está lá quieta no canto dela – se eu mantiver distância, não me ferirei. O terreno aqui é inóspito, numa devastação existencial, numa vida sendo empobrecida gradualmente, no passar vagaroso dos anos, até a pessoa se deparar com tal devastação, dizendo para si mesma: Calma, você vai se reerguer. É o modo como a Vida exige que sejamos fortes e tenhamos o espírito olímpico de superação de percalços, pois a Vida não tem sentido sem obstáculos e vicissitudes, num surfista com tesão pelas ondas, ficando tão prostrado frente a um mar sem ondas, no tesão de um alpinista em escalar, como um grande amigo que tenho, o qual está dando sinais de superação, contornando uma gigantesca provação existencial, como numa Sharon Stone, uma atriz que disse em entrevista ter beijado tal fundo de poço, num momento em que a pessoa tem que tirar forças do fundo da alma, na frase da qual não esqueço: “Dos fracos, a história nada conta”. A Lua aqui está eclipsada, quase aniquilada, num momento em que a pessoa está com uma vida tão pobre, tão desinteressante e tão apática, num desnorteamento agudo, na sensação de se estar dentro de um labirinto cheio de armadilhas e pistas falsas, numa pessoa que simplesmente não sabe qual ação tomar, no processo triste do patinho feio, o qual, depois de nadar longamente por um lago escuro, descobriu-se cisne, no modo da pessoa enxergar a si de maneira atemporal, na máxima taoista: Passado e futuro não existem um sem o outro, ou seja, a pessoa se dar conta do que sempre esteve ali e sempre estará, no modo espírita como os vínculos de família não se dissolvem com o Desencarne, ou seja, sempre teremos nossos entes queridos nos iluminando lá de cima, espíritos amigos que vão fazer para nós uma grande festa de retorno ao lar, no reencontro com amigos eternos, no grande presente que é a imortalidade do Amor, a força que mantém coesa a Grande Família Metafísica, a única família de realeza que existe de fato – não se deixe abocanhar por tolos sinais auspiciosos, no caminho da mortificação espiritual, com ilusões sendo desprezadas e deixadas de lado. Aqui é como uma plantação sem vida, sem criatividade, num terreno hostil à Vida, como estar numa praia fantasma, sem banhistas ou surfistas, com bares fechados, num vento frio e cortante cruzando as praias de Floripa no Inverno, mostrando-nos que realmente não se pode fugir da seriedade da Vida, a qual exige siso e juízo, numa pessoa que tem que aprender a ouvir a cabeça ao invés de só ouvir o coração, no poder libertador do Pensamento Racional, na imagem da águia livre pelos céus democráticos dos EUA. A Lua aqui está no mínimo de sua força, numa tênue luzinha no fim do túnel, como Frodo na terrível e escura toca de Laracna de Tolkien, numa dimensão tão miserável, como no Umbral, a última instância psíquica, um lugar que, apesar de tão desolado, traz uma luzinha de esperança, pois nem mesmo o mais profundo breu carece de uma pitada de esperança. A nudez aqui é a resolução de mistérios, na pessoa vendo a verdade da forma mais nua possível, e a desolação deste homem está se revelando tão essencial para que ele veja o Mundo da forma mais fria e realista possível, no papel do psicoterapeuta em mostrar ao paciente as coisas da forma mais clara possível, dando “espetadas” no paciente, no termo irônico: “Colocar o dedo na tomada elétrica”. A cena aqui antecede uma revelação, e o homem vai se descobrir um lindo anjo, um lindo ser alado e livre, livre da ilusão de que é um pato. A Lua aqui vai crescer, e há sempre esperança, numa pessoa que serve ao Mundo como uma figura na qual podemos depositar tais esperanças.

 


Acima, Manhã de sábado. A moça suspensa no ar é tal leveza, como num artista obtendo um efeito fantástico, dando-nos a impressão de que tal artista nada faz, como no segundo álbum de Britney, o “Ops, eu fiz de novo”, dando-nos a impressão de que é fácil, no modo como o gênio nos dá a impressão de que é fácil fazer as coisas, como Pelé, dando-nos a impressão de que é fácil driblar e golear, como na Copa do Mundo de 2002 – Nossa, já fazem duas décadas! –, num Ronaldo que nos deu a impressão de que o esforço foi mínimo para conquistar o Penta. O papel de parede de pássaros é tal leveza, numa sensação de alívio e descarrego, como colocar o lixo no container na Rua, na redentora sensação catártica de libertação, no vômito que faz com que nos purifiquemos por dentro, expelindo algo que sempre quisemos expelir, no poder terapêutico de tal catarse, como num filme de final redentor, fazendo com que saiamos da sala de projeção sentindo-nos livres, leves e soltos, tais quais uma gaivota à beiramar. É na sensação de potência num avião decolando, desafiando as Lei da Gravidade, no inevitável modo como os aviões têm aspecto de pênis voadores, na liberdade da imaginação, numa pessoa de mente tão fértil, num artista num dia a dia produtivo, criando em seu atelier, no modo como da Vinci se apaixonou pela sua Monalisa, não querendo se desfazer desta, talvez num Complexo de Édipo, nas orações à Nossa Senhora, cujo mito de virgindade serve para que o Ser Humano entenda que somos todos frutos de Imaculada Conceição, e que cada um de nós é infinitamente especial, no esforço dos padres na missa, sempre nos dizendo que somos irmãos, uma mensagem a qual, geralmente, é esquecida pelo fiel a partir do momento em que tal fiel coloca o pé para fora da Igreja. Vemos um cabritinho saltitante, como Sarah Jessica Parker em Sex and the City, saltitando como um Bambi no topo de seus sapatos de salto alto, numa mulher cujo coração reside nos sapatos, numa impecável Gisele desfilando ao som de Garota de Ipanema, dando-nos a impressão de que é fácil ter porte e elegância numa passarela. A cama ao fundo é o merecido repouso, numa pessoa que se aposentou, talvez acreditando na mentira de que é positivo que a pessoa pare de produzir, no fato de que a mente sempre tem que estar ocupada com algo produtivo e nobre, nas palavras de minha querida avó Nelly, professora aposentada que passou a ser poetisa depois da aposentadoria: “Sem a poesia, o que faria eu desta tarde brumosa?”. E a Vida é tal tarde brumosa numa cinzenta travessia que tanto testa nossa fé, brumas que precisam ser convertidas em algo de bom, nas sábias palavras de um DiCaprio: “Realmente, não pode faltar trabalho”. O homem sentado é tal retiro e reserva, num ator coadjuvante, sempre subestimado, numa Lady Gaga conquistando o Mundo com sua voz e com sua deliciosa transgressão estilisticoartística. O café na mesinha é o dia a dia, a pausa no turno de trabalho, no modo como tal bebida conquistou o Mundo, em marcas tão poderosas como a Starbucks, com produtos de preços não exatamente módicos, mas numa relação custo/benefício que acaba valendo, na excelência de um produto bem feito. Os livros na mesinha são a erudição, num retiro silencioso, numa pessoa quieta no seu canto, lendo, fazendo algo imprescindível, que é botar a caixola para funcionar, pois que esperança existe fora do pensamento lógico, racional? A planta é a Vida em toda a sua força, num ser que luta para viver e se desenvolver, nessa lida diária do Ser Humano, com cada pessoa vivendo sua vida e enfrentando suas vicissitudes. É um artista lutando para ser reconhecido, no triste modo como há artistas que só são reconhecidos postumamente, como num Van Gogh. A luz entra aqui esclarecendo dúvidas existenciais, como num paciente trabalho num consultório de Psicoterapia, numa mente sendo desdobrada e esmiuçada, na dor positiva que é “colocar os dedos na tomada elétrica”, numa pessoa acordando para a Vida. A mesa ao fundo é tal retiro e reserva, numa utilidade, numa pessoa digna, que faz coisas para o Mundo inteiro.

 


Acima, O canto dos pássaros stimfalianos. O chão é tal sedutor tapete vermelho, símbolo das pessoas vips, importantes, nos tolos auspícios de alas vip de boates, numa ala a qual, apesar de parecer ser interessante, é um tédio total, pois festa mesmo é no coração da pista de dança, dançando até ficar molhado de suor, no banho de espuma na pista de dança ao final da festa na extinta casa noturna Ibiza, no Litoral Norte do RS. Aqui os pássaros voam livres, diversificados, coloridos, no ideal de respeito à diversidade, assim como hoje mesmo, numa cafeteria, vi um homem travestido, e eu respeitei, mas, infelizmente, as pessoas respeitosas são exceção, no modo como respeito casais gays andando na Rua de mãos dadas. Os pássaros são a liberdade dos sonhos, como numa menininha sonhando em ser rainha da Festa da Uva, olhando para aquela rainha sorridente no alto de um luxuoso carro alegórico, abanando para as pessoas, no papel da rainha em unificar a comunidade e inspirar esta em torno da celebração da Vida, que é a fartura da vindima, na comédia erótica Decameron, na força erótica da vida em tardes quentes e sedutoras de Verão. O céu aqui é noturno e misterioso, imprevisível, na hora fria que antecede a aurora, na Estrela Dalva subindo ao céu anunciando um novo dia, no mito da deusa grega Eos, a deusa da aurora, inaugurando um dia com suas cores douradas, como num competente decorador, transformando uma sala comum em uma sala luxuosa, bela e acolhedora, num sonho decorativo que busca se aproximar das belíssimas salas metafísicas com seus finos anfitriões, recebendo-nos com coração de ouro, no prazer de se receberem convidados numa festa, como numa Sharon Stone em Cassino, circulando elegantemente entre os convidados, deliciando seu marido Ace, o imortal Robert De Niro. A menina veste uma pele de animal, no predador virando presa, no costume de se usarem roupas de couro, causando todo o asco dos veganos, os quais adotam toda uma política em relação a bens produzidos com origem animal. As árvores aqui brotam como repolhos em horta, numa fertilidade, nas cheias sazonais do rio Nilo, deixando uma farta camada de fertilizante natural, possibilitando as plantações que tanta fartura traziam à terra do faraós, numa Egiptologia inesgotável, numa civilização perdida e tão fascinante, na busca humana pela imortalidade, fazendo da mumificação tal empenho de eternidade, como no cadáver embalsamado de Evita Perón, na letra da canção cantada por Marilyn: “No fim, todos perdemos nosso próprio charme!”. Aqui é uma família feliz, como numa firma feliz, com um ambiente de trabalho agradável e leve, ao contrário de um ambiente negativo, sofredor, com pessoas que não se respeitam muito mutuamente, no modo como o convívio às vezes pode ser tão complicado, como no seriado Chaves, o qual fala geralmente de convívio, como num casal, cuja durabilidade é proporcional à paciência de um cônjuge para com o outro. Podemos ouvir o delicioso canto de pássaros, em tal bálsamo auditivo, como num bom músico de Rua, espalhando tal perfume auditivo, num artista tão pobre e tão ignorado pelo Corpo Social, como um mendigo visto com indiferença pelos passantes, ignorado. Os pés descalços da menina estão confortáveis nesse carpete luxuoso, no prazer de estar em casa à vontade, numa pessoa que anda nua dentro de casa, atendendo à porta sem roupa, num aceno importante: “Você é convidado aqui; você não é dono daqui”. As aves voam em círculos, como círculos sociais de relacionamento, como numa escola, com amizades sendo feitas, no sentido de afinidade, no modo como os espíritos se agrupam conforme tais identificações, como num grupo de adolescentes, dentro do qual todos se vestem mais ou menos da mesma forma. Os pássaros são a farta ceia de Natal com peru ou chester, num momento de reunião, ao contrário de uma pobre pessoa a qual, apesar de rica financeiramente, é espiritualmente miserável, numa família que não costuma se reunir – você não faz ideia a que nível é reduzida psiquicamente uma pessoa que é considerada feliz na Terra.

 

Referência bibliográfica:

 

Home. Disponível em: <www.helenflockhart.com>. Acesso em: 1 jun. 2022.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Helen de Troia (Parte 7 de 9)

 

 

Falo pela sétima vez sobre a talentosa pintora escocesa Helen Flockhart. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, Dança. Como eu já disse aqui no blog, a paixão de HF pela Lua, este astro tão misterioso, deificado desde sempre pelo Ser Humano, num astro identificado com o Feminino, nas palavras de um Fábio Jr: “Cansei de tentar entender as mulheres. As mulheres são loucas!”. Os bananais aqui são a exuberância tropical, longe da fria e cinzenta Escócia de Helen, no boom de uma Carmen Miranda, a artista que é uma prova de como os artistas latinos ficam irremediavelmente rotulados em Hollywood, como no ex-ator Bruno Campos, um homem que, mesmo tendo vivido quase sempre nos EUA, jamais soube se desvencilhar do rótulo de ator exótico, numa injustiça ao ponto de fazer Bruno abandonar a carreira no Showbusiness – todos temos o direito de dar uma sacudida na poeira existencial. O lago aqui é a placidez, na dádiva de uma pessoa calma, que não se rende ao estresse, nas palavras de um professor que tive: “Não se estresse demais!”. Aqui é uma pessoa refletindo sobre a Vida, sentindo as inevitáveis dores existenciais, mas não se permitindo sofrer por tais dores. O lago é tal placidez de sabedoria, numa pessoa centrada e sedimentada, como um amigo que tenho, um homem tão sério e centrado no trabalho, um homem que, mesmo tão firme existencialmente, foi injustamente rechaçado pela própria parceira, a qual não teve a paciência para aguentar os defeitos que qualquer pessoa tem, exceto aqui os sociopatas, os quais são simplesmente maus. O homem aqui está hesitante, não sabendo se mergulha, como numa pessoa que busca mudar de carreira, avaliando os prós e os contras, como num Ronald Reagan ingressando na Política. Aqui é um líder cauteloso, nas luzes de Tao, como se soubesse que nesse lago há perigos, numa fábula contada por uma amiga minha: “O leão tentava atravessar o rio, mas o rio era impeditivo demais. Só que o rio disse ao leão que não era inimigo deste”. Ou seja, as crises são positivas, pois a mortificação, a desilusão vem para colocar no chão os pés da pessoa, num momento de renovação e refôlego, pois o Mundo não pertence aos realistas batalhadores, que sabem que os frutos dourados da vitória não vêm do nada? Como nas palavras de um senhor: “Tem dinheiro – é só trabalhar”. Vemos no quadro um furtivo felino, que é a esperteza, nas leis darwinianas da seleção natural, onde só os espertos podem mandar seus próprios genes para os descendentes, no modo humano de construir as famílias de realeza, as quais giram em torno na realeza metafísica à qual todos pertencemos, nas palavras no fim de show de uma certa popstar: “Todos somos estrelas!”. O homem aqui parece tentar se equilibrar, numa pessoa buscando tal equilíbrio, tal estabilidade, pois não é um inferno a vida de uma pessoa estressada, que não permite Paz para si mesma? As mangas aqui arregaçadas são o trabalho, na dedicação, como um artista em seu atelier, numa bagunça na qual somente o próprio artista pode se encontrar, como numa grande artista que conheço, a qual passou por um câncer e teve que ter tempo para se recobrar e retomar as atividades, como se fosse um período de luto, numa altiva rainha Victoria, a qual se impôs ao Mundo no período de luto, só voltando a suas funções depois de passar a tristeza de ter perdido o marido – permita-se “dar um tempo”. Aqui é uma deliciosa noite tropical, com seus insetos exóticos caminhando pelas árvores, com grilos que mostram que o espaço é cheio de Vida, como numa maravilhosa urbe metafísica, um lugar que nada tem a ver com o silêncio morto de um cemitério, na grande ilusão que é a morte do corpo físico, fazendo dos espíritas pessoas que lidam com mais naturalidade em relação ao óbito carnal, como no bestseller espírita Violetas na Janela, contando o momento de uma jovem em abraçar a vida metafísica, num mundo onde não há pressa; num espírito que repousou longamente antes de despertar no outro plano. Os pés descalços aqui são a simplicidade, como num artista pisando descalço no palco, manifestando humildade, remetendo a um casamento ao qual fui, na beira da praia, em simples e despretensiosos chinelos oferecidos aos convidados, fazendo com que estes se sentissem à vontade.

 


Acima, Esclarecendo. A Lua aqui está um tanto encoberta, tímida, remetendo à MAJESTOSA obra do mestre acadêmico Pedro Américo, A Noite, numa deusa como a elfa tolkiena Arwen, a Estrela Vespertina, num tecido de fina lingerie da Victoria’s Secret, nas palavras de um filme de Allen: “As mulheres são a melhor coisa que você vai ter na Vida. E algumas delas fazem compras na Victoria’s Secret”. Aqui temos uma clara cena de briga e desavença, no modo como, na Rua, podemos nos deparar com uma briga, nas sábias palavras de meu pai: Sempre que você ver alguma briga acontecendo, não se envolva; não tome partido; não tente apartar; mantenha-se remoto e neutro. Como numa pessoa no Facebook, nunca se envolvendo em discussões políticas. Aqui é uma cena feroz de competitividade, talvez em tempos de campanha eleitoral, num cargo tão cobiçado, como vários espermatozoides em torno do concorrido óvulo, como em testes cênicos de elenco para algum papel importante, numa atroz concorrência, com um querendo “devorar as tripas” do outro, com várias pessoas querendo a mesma coisa, como pude conhecer o atroz e competitivo mercado de modelos em Porto Alegre, como numa moça que conheci na capital gaúcha, a qual não teve paciência para persistir no mercado canibalesco, na inevitável competitividade do Mundo em geral, como numa pessoa observando o Mercado, sabendo que tem que tomar certas atitudes para se manter em tal esfera concorrida. Atrás de um rochedo vemos uma pessoa, a qual observa tudo com neutralidade, sem querer se envolver na briga, talvez numa pessoa lamentando tal atrocidade, tal luta, num momento patético em que a Raiva toma o lugar da Paz, nas palavras sábias de Tao: “A Paz é maior e melhor do que a Raiva”, numa lição que, aparentemente de extrema clareza, é tão esquecida no dia a dia das pessoas, como uma pessoa dirigindo no trânsito, num momento em que o Ser Humano exibe e manifesta toda a sua própria patetice, no esforço em nome da paciência, como num cônjuge aturando pacientemente os defeitos do outro, como uma senhora digníssima que conheço, a qual está há mais de meio século casada com um fumante – haja paciência para esta senhora, que não é fumante. A pessoa aqui quer trazer a negociação diplomática, sempre buscando meios em nome da Paz, em situações complicadas como a invasão russa na Ucrânia, numa prova de como o Ser Humano é um rei que nunca está feliz dentro do seu próprio território, sempre querendo mais, desrespeitando o mandamento: “Não cobiçarás a mulher do próximo!”, no preconceito de ver em Deus a figura de um patriarca. As rochas aqui são a dureza da Vida, no momento em que o despertador toca, chamando-nos para a sisuda realidade do dia a dia, como numa Quarta Feira de Cinzas, no momento em que as festas se mostram passageiras e momentâneas, havendo na socialite festeira uma figura que não é secretamente respeitada pelas pessoas, uma pessoa para a qual ninguém “tira o chapéu”. Ainda mais ao fundo no quadro, vemos uma pessoa alheia a tal cena, contemplando a Lua, como numa pessoa alheia de um certo modo, talvez um brasileiro que não assiste aos jogos da seleção brasileira em Copas do Mundo, talvez num contexto de submundo, com seus subconceitos e subvalores, num mundinho em que a pessoa, num certo ponto, percebe que está andando em círculos, como num ator pornô, o qual crê que está construindo algo ou chegando a algum lugar. As árvores aqui parecem tentar dominar a cena arqueando-se, como nas trevas do Ódio, apossando-se de corações, fazendo com que estes sofram na Raiva, no modo como admiração e raiva andam juntas, como num fã assassinando o próprio ídolo. Aqui é num embate entre mestres de algum esporte, nas altas audiências de partidas pela Televisão, no modo como é entretenimento o embate entre mestres no ofício, como num concurso de beleza, o qual, de belo, nada tem, ironicamente. Aqui é na crueldade do ringue de Mad Max, como embates de gladiadores romanos: “Dois homens entram; um homem sai!”, no modo como o Mundo pode ser tão agressivo.

 


Acima, Floresta. Aqui é a solitude, num descanso e num retiro. A nudez é inocente, no inocente modo como viemos ao Mundo, num atelier de pintor, em aulas de nu artístico em faculdades de Arte. A barriga aqui parece estar grávida, no poder da mulher em trazer vida ao Mundo, num poder tal que desemboca na sociedade patriarcal, na compensação: se a mulher tem tal poder biológico, o Mundo, em compensação, tem que ser gerido por homens, na excepcional figura da egípcia Nefertiti, a qual governou transitoriamente um Egito que só podia ser regido por homens, como numa certa menina que vi recentemente na TV, uma menina que está jogando Futebol em meio aos homens, no sonho feminista de pura igualdade, num homem preconceituoso gritando para a moça: “Futebol é para homem!”. É a noção feminista de ir “contra o vento”, numa progressista Igreja Anglicana, batendo de frente com o poderoso Vaticano, o qual pertence somente a homens, em figuras excepcionais como Madre Tereza, obtendo tanto respeito em meio a tanto machismo, num espírito que, em sua encarnação como pessoa religiosa, tratou de não perder tempo e de se colocar à disposição do Mundo, na pessoa de Tao, que está no Mundo para ser um canal de ligação entre mundano e divino, numa figura de esperança na qual o povo pode depositar suas confianças, no poder de carisma: O que faz uma pessoa ser vista, amada e respeitada? De onde vem tal dom carismático? Papa Francisco, por exemplo, é carismático porque é uma pessoa simples, sem pretensões ou vaidades arrogantes, no poder da simplicidade, esta força que nos coloca a todos no mesmo “saco” – príncipes filhos do mesmo Rei, e existe poder mais supremo do que Tao? Não são as realezas da Terra uma esperançosa cópia da divindade metafísica, que faz de cada um de nós tão especial e único? O lago aqui é negro, imprevisível e misterioso, plácido, sem qualquer tensão, um perfeito espelho, numa pessoa que encontrou paz em seus dias, produzindo com disciplina e calma, sabendo que sem calma a vida vira um inferno, na dádiva de fazer algo com calma e dedicação, na sabedoria popular: Roma não foi construída num só dia. Os pinheiros aqui parecem ser de reflorestamento, com suas disciplinadas fileiras, ao contrário de uma mata virgem natural, com as árvores dispostas de forma selvagem e aleatória, nas forças da Natureza cósmica, como conchinhas à beiramar; como galáxias e mais galáxias jogadas pelos confins de um Universo que, de tão vasto, é praticamente infinito, num Ser Humano ainda tão aquém de desvendar tais mistérios. O barco é o veículo e o corpo, o envoltório, na crença espírita certeira de que a Mente sobrevive bravamente à morte física, no modo espírita de lidar com naturalidade com a morte física, ao contrário dos horríveis rituais fúnebres, dando-nos a impressão de que nunca mais veremos aquela pessoa – que sentido haveria em a vida ser finita e o espírito não sobreviver a tal desligamento? Não é a Vida Eterna o caminho lógico? O que é Tao? Tao é o que é natural, na lógica matemática: primeiro, vem um; depois, dois; etc. Não é irônico o fato de que, por toda a eternidade de números, sempre haverá números primos? Esta mata aqui tem tal aspecto disciplinado, como fileiras retilíneas de vinhedos, para aproveitar ao máximo o espaço de solo da vinícola, em todos os custos e zelos ao redor da produção de vinhos, sendo inevitável que seja cara uma garrafa da bebida, ainda mais com os pornográficos impostos que se pagam no Brasil, na questão de Tao: O Povo não aguenta mais tantos impostos! A mulher aqui repousa, sem tensão, como num profundo e pacífico sono de bebê, dando aos pais uma “trégua”, no modo como é cansativo criar uma criança, no termo popular: Ser mãe é padecer no paraíso. A noite aqui é clara de Lua cheia, no poder dos enamorados em curtir tais belezas da Natureza, dando-nos a impressão de que a Lua tem luz própria, num satélite cuja deificação pelos milênios se tornou inevitável. Muito discretamente, na beira do lago, vemos uma forma animal, misteriosa, num lobo ambicionando uma presa, numa busca por Amor e contentamento.

 


Acima, Olhos e o Pavão. O luxuriante pavão é o assédio, no macho se mostrando para a fêmea, numa beleza tão rara, numa riqueza tão majestosa, com os campos e florestas, que vestem roupas maravilhosas, como na cidade do Rio de Janeiro, numa mescla entre Natureza e Civilização, na cidade mais bela e sedutora do Mundo, apesar dos problemas de segurança pública e do narcotráfico. A moça aqui está blasé e indiferente, numa pessoa difícil de ser agradada, como uma senhora que conheço, a qual, quando vou lhe dar dois cordiais beijinhos, fica estática, sem retribuir o cumprimento – a senhora tem algo contra mim, querida? Por que você não se rende a mim? Vemos um sol bordô, na cor do vinho, no sangue de Cristo em nossas veias, no ritual de comermos Sua carne da comunhão, nesta ceia tão simples e maravilhosa como simples pão e vinho, no fato de que as delícias da Vida residem em coisas tão simples, como no poder distributivo de comunhão em colocar no centro da mesa um grande prato de jantar, como um astro rei regendo os planetas num sistema solar, no prazer da comunhão, no dever da Comunicação Social – tornar informações comuns às pessoas, em impressões massivas de jornais e revistas, na metáfora da pata e da galinha: Ambas colocam o ovo, mas a galinha faz mais alarde, numa simples questão de divulgação e marketing. A moça séria é esquálida, com braços fininhos, nos CRUÉIS padrões de beleza contemporâneos, nos quais somente é considerada bela uma mulher semianoréxica, num padrão malévolo que acerta em cheio a autoestima da menina e da mulher. A entediada mulher fita o espectador, ficando blasé em frente a este também. Seus olhos são claros, como um mar caribenho de azul rico, na sedução de fragrâncias cítricas e refrescantes, na magia das fragrâncias mundanas, as quais giram em torno do que importa, que é o perfume comportamental da pessoa – de que vale uma psicopata que se perfuma com Chanel número cinco? A árvore aqui é a vida, a força da vida, numa construção genética, nos mistério do “elo perdido”, o momento de reviravolta que transformou um ser pré histórico em civilizado, alimentando as crenças ufológicas de que a Humanidade teve seu estopim inicial graças a raças alienígenas mais avançadas que nos visitaram e influenciaram-nos, no curioso design futurista de Teotihuacán, a “Cidade dos Deuses”, ou seja, dos alienígenas – é um mistério. Ao fundo vemos uma parede de madeira, com suas formas onduladas, sugerindo o formato de olhos, os olhos do corpo social, numa pessoa que tem que arrumar antes de sair de casa, não podendo sair de casa com a aparência com a qual despertou na cama, no caminho da autoestima, como no mulherão Patrícia Poeta, uma mulher que não sai de casa enquanto não estiver devidamente aprumada, numa pessoa que ama a si mesma. Os olhos aqui são tal vigília, como num velório, o momento de dor e homenagem, num espírito bondoso e felizardo, pois está livre para voltar ao verdadeiro lar, que é o Plano Metafísico, fazendo da Terra um lar de passagem, provisório – ninguém está no Mundo para sempre. A moça cruza os braços numa renúncia, numa resistência, talvez numa pessoa mortificada, imune aos tolos sinais auspiciosos mundanos, com em auspiciosas sessões vips em boates – só se torna importante quem, antes de tudo, respeita a si mesmo, ao contrário de uma pessoa em situação degradante de Rua, uma pessoa que não quer saber de lutar pela Vida, num alpinista prostrado frente a uma montanha – é deprimente. Os olhos aqui são ondulantes, fluidios, como no aspecto de “mármore líquido” da superfície de Júpiter, na danação da matéria, na metáfora de Matrix em relação a uma colher: Não existe colher. Ou seja, uma bela joia da Bvlgari, na verdade, não existe também, na ilusão da materialidade. O pavão é um homem fazendo uma sólida e sisuda proposta de casamento, mas a moça não parece estar muito excitada com a ideia, talvez por notar que o pavão não está centrado no casamento, mas centrado no trabalho.

 


Acima, Semelhança com o Cisne. Aqui remete à terrível imagem de um acidente em um dos aviões da companhia aérea TAM, com cadáveres sendo postos lado a lado na pista, na amarga ironia de que os aviões são o meio de transporte mais seguro. Aqui temos um descanso, numa pausa necessária, ao contrário de uma mulher workaholic que conheci, a qual chegava a simplesmente não dormir no decorrer de 48 horas – é muito degradante. Aqui é alguém se sentindo confortável, na cena em um dos filmes da franquia Alien, na personagem de Sigourney Weaver se jogando em meio a terríveis criaturas extraterrestres, no termo “sentir-se em casa”, nas palavras de um bom anfitrião: “Sinta-se à vontade”, num talento de acolhimento, no modo como é o anfitrião taoista, excessivamente polido, num fino trato como um fino lustre de cristal multicolorido, pois de que adianta um ambiente luxuoso se o anfitrião é grosseiro? Aqui a figura humana se iguala aos animais, com todos fluindo juntos, na grande internet cósmica, na água quentinha e deliciosa que une a todos, nas palavras de um sábio senhor que vi na televisão: “O Bem é sempre agradável; o Mal é sempre desagradável”. Apesar de isso parecer tão fácil, simples e claro, as pessoas estão o tempo todo sendo seduzidas pelo Mal, como o que aconteceu certa vez com um amigo meu: Ele perdeu a própria carteira dentro de um ônibus executivo intermunicipal, e a pessoa que encontrou a carteira simplesmente roubou o dinheiro que ali dentro havia, ou seja, revelou-se uma pessoa de pouco apuro moral, pois pegou um dinheiro que não lhe pertencia, e a aquisição de apuro moral é o sentido da existência e da encarnação: TORNAR-SE UMA PESSOA MELHOR, num caminho evolutivo que faz metáfora com o Darwinismo. A relva aqui é o amparo, o berço, a cama quentinha no inverno, no carinho de dentro de casa, com a mãe zelosa que mantém uma casa limpa, organizada e abastecida de supermercado, no “choque térmico” que é o jovem sair de casa e não mais ter tais zelos dentro de casa, dando, assim, valor aos serviços atenciosos da própria mãe, no inevitável “desmame” que a Vida nos traz, pois crianças crescem. Os pescoços longilíneos dos cisnes são tal elegância, garbo e critérios de bom gosto, em artistas de tão bom gosto como Elis Regina e Marisa Monte, cantoras muito criteriosas no momento de selecionar repertório, num certo “faro” para detectar boas canções que merecem ser gravadas em estúdio, pois nada substitui o bom gosto, ao contrário de vozes boas como Fafá de Belém e Simone, cantoras que, apesar de talentosas, têm um repertório brega, de pouco bom gosto ou critério, ou como uma voz mediana como Madonna, com grande estilo e atitude, e uma grande voz como Celine Dion, sem muito estilo ou atitude – cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, como diz Caetano, outro artista de bom gosto. O cisne é tal vitória da elegância, fazendo do Umbral um lugar grosseiro, onde temos tudo menos amigos, e não é gloriosa a sensação de estarmos perto de amigos verdadeiros, que nos conhecem profundamente? Não é a amizade ou o amor o ouro supremo metafísico? Aqui temos ondulações, num corpo flexível, como numa flexibilidade de negociação diplomática, no homem de Tao, sempre diplomático, sempre suave e polido, como se soubesse que atravessa um rio perigoso e caudaloso, traiçoeiro, numa Chapeuzinho Vermelho, na sedução entre beleza Yin e agressividade Yang do lobo, num jogo de sedução entre opostos, num antigo comercial televisivo de uma fragrância feminina de Chanel, com Chapeuzinho espalhando seu inebriante perfume para atrair o Yang, que é o homem útil e sem frescuras, no modo como Yin e Yang são caminhos diferentes que levam ao mesmo destino, que é Tao, a grande e única avenida, numa lua de mel de Lua cheia, num sala cheia de presentes da casamento, na glória metafísica de pertencimento. A menina aqui, de branco, é tal elegância e limpeza, no patinho feio que descobre que nunca foi pato, num esclarecimento existencial, numa pessoa que passou a ver a si mesma com clareza, sabendo o que quer fazer da Vida, ao contrário da infeliz pessoa improdutiva, pois não é o Umbral tal inferno improdutivo?

 


Acima, Violinista. Podemos ouvir aqui o som do instrumento, neste perfume auditivo que é um músico tocando na Rua, pedindo por pobres gorjetas, numa pessoa que leva uma vida tão dura, tão pobre, tendo que depender da gentileza de um Mundo não tão gentil assim. A vareta é a abreviação facilitadora do pensamento racional, no sentido da pessoa ouvir a cabeça, a razão, evitando chegar a um ponto de pedinte mendigo, um mendigo que colocou a si mesmo em tal situação, talvez uma pessoa que ouve só o coração, e nunca a cabeça – Deus lhe deu uma caixola, portanto, use-a! O músico aqui está de pés descalços, o que é a simplicidade, como andar dentro de casa sem calçados, na sensação gostosa de lar, de aconchego, num anfitrião que nos recebe de pés descalços, deixando-nos à vontade, no fato de que a Vida é boa quando é simples, em coisas são gratuitas e maravilhosas como um beijinho no cônjuge, não permitindo que esfrie o calor na relação, ao contrário de um casamento que caiu na mesmice cotidiana, num sexo se tornando mecânico, sem carinho ou ternura. Os cisnes aqui parecem estar inebriados, seduzidos pelo som, fazendo da Música esta arte tão fundamental, no poder da Indústria Fonográfica Mundial, lançando artistas, visando vendas e downloads, na morte trágica de um Michael Jackson, o artista que estava prestes a se reerguer e fazer uma incrível bateria de shows em Londres, no modo como a morte de Elis virou o Brasil de cabeça para baixo, nessas grandes comoções como o óbito de Diana, expondo a distância de Elizabeth II de seus súditos – o líder que se afasta de seu povo deixa de ser líder, como num Romanov deposto, humilhado, aprisionado e executado junto com a esposa e os filhos – os marxistas que me perdoem, mas não aceito matar crianças... O músico aqui é magro e elegante, na elegância da arte erudita, na cultura que começa nos bancos escolares, numa cultura que tanta falta faz a países pobres como o Brasil, com uma população de analfabetos ignorantes, pessoas que se tornam alvo fácil para pastores de igrejas malévolas e exploradoras, as quais dizem agir em nome de Cristo mas fazem coisas que Cristo jamais faria. As multicores dos cisnes são a alegria carnavalesca, num momento de festa e de desligamento do cotidiano, no glorioso momento do happy hour, quando gravatas se afrouxam e uma bebida alcoólica entra em cena para abrandar o siso sério do trabalho. O trio de cisnes forma um só corpo dinâmico, numa harmonia, como nos setores dentro de uma empresa, com cada pessoa com sua função, como órgãos do aparelho digestivo, numa relação sexy e erótica de divisão de tarefas, no guardacostas protegendo o príncipe, no sensual sem ser sexual, o grande enigma metafísico. O bosque aqui é encantado, parecendo sair de um conto. O bosque é a beleza da Vida, nesta explosão de biodiversidade terráquea que deve causa perplexidade em outras raças alienígenas que nos observam, creio eu – você acredita em vida inteligente fora da Terra? Qual seria o sentido de um Cosmos tão vasto sem Vida? As pedras aqui são a dureza da Vida, no modo como só pode ser mentalmente sã a pessoa que trabalha, pois o trabalho mantém nossos pés no chão, deixando-nos com uma perspectiva realista do Mundo, pois quem não trabalha vive em uma dimensão ilusória e irreal, alienada do precioso Senso Comum, como nos efeitos sobre a mente de uma pessoa que trafega por um submundo, perdendo o link com o Mundo real. O rapaz aqui é a disciplina e a dedicação, numa pessoa que sabe que deve encarar o labor e o dever. Atrás do rapaz, vemos eróticas tulipas, na beleza natural, num reino sendo representado por alguma forma de vida de tal reino, no costume do egípcio antigo em ver divindades em elementos da Natureza, como animais, o Sol, as estrelas etc. Ao fundo no quadro vemos o termo popular: “Uma luz no fim do túnel”, que é a esperança, o êxito, numa pessoa que está em plena luta pela vida, numa pessoa que “não se atira nas cordas”, sabendo que o tesão pela Vida é o que importa, numa planta que luta para crescer e conquistar um espaço ao Sol.