quarta-feira, 6 de abril de 2022

La La Lauand (Parte 2 de 2)

 

 

Volto a falar sobre a artista visual brasileira Judith Lauand. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, Círculos. Bolhas em ebulição, num levante ou revolta, revolução, no boom da Revolução Francesa, lançando os paradigmas democráticos de hoje. É como uma pessoa se irritando e perdendo a paciência, por um fio, talvez num jornalista indignado com o governo federal, numa pessoa que se compadece com os fracos e oprimidos, no modo como a comunidade mundial inteira está condenando a infame invasão russa na Ucrânia. É como uma amiga psicóloga que tenho, a qual fica indignada com pessoas humildes e ignorantes que são ludibriadas por golpistas espertinhos, pessoas maliciosas que se aproveitam de tais brechas, sempre visando uma oportunidade de aplicar um golpe, nos inúmeros golpes sendo aplicados a cada dia, na esperança do golpista em encontrar alguém ingênuo, e isso é, claro, uma grande falta de apuro moral, cujo desenvolvimento é a meta da encarnação – morrer melhor do que nasceu. Aqui as bolas tentam se acomodar, como numa casa com várias crianças, no convívio do lar, no seriado Chaves, o qual fala sobre como é complicado conviver e aturar os defeitos do outro, como num casamento, no qual tem que haver paciência ao se deparar com os inevitáveis defeitos do cônjuge, como numa negociação de paz entre nações, em nobres esforços para evitar as inevitáveis desavenças entre estados, no eterno talento humano para as guerras, as quais nada mais fazem do que deixar rastros de fome e destruição, num caos, com gôndolas vazias no supermercado, tudo por causa de um líder déspota que nunca está feliz no seu próprio terreno, sempre querendo mais, fazendo da ambição a poluição que tira a paz do Mundo. Aqui são como ovos acomodados, no ritual em torno do número doze, da dúzia, fazendo menção aos meses do ano, na metáfora da pata e da galinha, mercadologicamente falando: ambas colocam o ovo, mas a galinha vende mais porque grita e anuncia muito o ovo colocado, como um grande amigo que tenho, o qual sempre estarei disposto a ajudar na divulgação de sua carreira de escritor e crítico de Cinema. Aqui é como uma acomodação, na metáfora existencial das pedras que, no caminhar do caminhão, acomodar-se-ão perfeitamente, naturalmente, na sabedoria popular de que Deus escreve certo por linhas tortas, pois há uma razão para a Vida ser tão dura – tudo visa nossa evolução moral, nossa paz e nosso profundo preenchimento existencial, numa direção, numa flecha, num tesão pela Vida, numa pessoa que se sente muito bem e muito produtiva, no modo como o momento pós Desencarne nos mostra que a vida e a luta continuam. Aqui são como alunos prestando atenção, como nas aulas de Educação Sexual que uma professora freira minha dava aos alunos, visando tirar destes a malícia em relação a Sexo, numa professora tão nobre, tão dedicada, entendendo que Tao não pode se envergonhar de uma coisa que Ele mesmo fez e inventou, fazendo da malícia esta característica de sociopatas, pessoas de apuro moral zero, ou seja, espíritos sofredores que vagam pelo Umbral sem noção de tempo ou espaço, no caminho da loucura. Aqui são como muitos holofotes, numa pessoa famosa, no modo como a vida privada de uma celebridade pode ser tão invadida pelas lentes ávidas de fotógrafos aproveitadores, na grave invasão de privacidade em levar a público aspectos privados de uma pessoa, em celebridades aprisionadas em sua própria fama, numa Xuxa Meneghel, a qual simplesmente não pode passear no calçadão no Rio de Janeiro, fazendo da fama tal prisão – tudo tem seu preço. Aqui é como uma queda de granizo, nas forças da Natureza, trazendo pesadelos aos agricultores, podendo dizimar vinhedos, fazendo do Plano Material tal dimensão complicada, mas com o intuito nobre de causar crescimento ao espírito, numa pessoa que se sente estagnada e que percebe a necessidade de depuração, encarando uma nova encarnação, sempre sendo fielmente guardada por um Anjo da Guarda, espírito irmão que visa sempre nos levar pelo bom caminho, nunca desistindo de nós. Aqui são como pipocas estourando, num artista pop, aparecendo ao Mundo, revelado, como uma tumba de faraó sendo “desvirginada” pelos arqueólogos.

 


Acima, Composição. Aqui temos um certo labirinto, numa pessoa sem norte, querendo se encontrar, tendo a ilusão de que na cidade X sua vida será perfeita, no modo como o autoencontro está dentro de mim, e nunca numa cidade ou estado federativo, num momento em que a pessoa se sente desafiada pela Vida, na missão de conquistar o respeito das pessoas, pois quem não é respeitado, sofre, como numa certa socialite, a qual nunca mereceu o respeito secreto das pessoas, pois o que importa é que as pessoas, no fundo, respeitem-me – é um magno desafio. Aqui temos linhas tensas, demarcando metas e objetivos, numa tentativa de direção, de meta, no falo da flecha, na personagem de Winona Ryder em A Época da Inocência, numa mulher que tinha objetivos muito sólidos: casar e constituir família, morrendo acreditando que o Mundo era feito de lares seguros como o de tal personagem, numa Winona merecendo uma indicação a Oscar por tal papel, no modo como a pessoa não pode ser escrava de suas próprias ambições mundanas, pois se não estou o tempo todo querendo, posso ter paz, na lei de que ninguém está por cima o tempo todo, como um certo ator oscarizado levando recentemente o prêmio deboche Framboesa de Ouro. Aqui são como vastas plantações de soja ou trigo em momento de colheita, nas máquinas modernas fazendo o trabalho que antigamente era feito por mão de obra subserviente, na frase piada na entrada de campos de concentração: “O Trabalho liberta”, iludindo os prisioneiros de que o dia da soltura chegaria naturalmente, na vocação do Ser Humano em explorar Ser Humano – é um horror. Aqui são como elegantes fileiras de vinhedos, no campo sendo domesticado e condicionado às aspirações empresariais de vinicultores, em passeios pelo Vale dos Vinhedos na Serra Gaúcha, conquistando levas intermináveis de ônibus cheios de turistas fazendo compras, na magia ao redor do vinho, como num certo evento social ao qual compareci, com o vinho “encorajando” as pessoas e causando desenvoltura, na profunda tradição em torno da bebida servida por Jesus na Última Ceia, no sangue da terra, do terroir, no eterno fato em torno da moderação, pois é claro que vinho em excesso faz mal, até a pessoa entender que qualquer excesso é prejudicial. Aqui são como cabelos à moda rastafári, como no cabelo de moças em partidas de lutas, como MMA, no momento em que no ringue o glamour é zero, no momento masculino em que beleza nada importa, num trabalho mental, num enorme controle emocional para não levar as pancadas para o lado pessoal, no exercício de frieza para ver quem tem o sangue mais frio; para ver quem se preparou com mais seriedade, rechaçando os “Roberts”, pessoas que, acima de tudo, querem aparecer – ninguém no fundo respeita o showman, o exibidinho. Aqui são como circuitos de aparelhos digitais, cheios de vias, numa cidade vibrante, rica, cheia de coisas acontecendo, numa urbe de fazer inveja a urbes tão formidáveis como Nova York, numa explosão de Vida Cultural, com museus arrebatadores, numa cidade que entende o poder de duas coisas: Arte e Dinheiro, como já ouvi falar: O melhor de Manhattan é de graça ou custa pouco, como tudo na Vida, pois o melhor, que é Amor, não custa um só centavo, numa pessoa que, apesar de rica, não é lá muito feliz coma Vida, nem muito contentada. Aqui temos um jogo de contraste, como no chiaro oscuro barroco, com fundos negros e uma luz única entrando pela janela do atelier do artista, nas ondas avassaladoras de novos movimentos artísticos, no boom impressionista, o qual, num primeiro momento, foi avaliado pelas pessoas como uma piada, uma pseudoarte, no modo como ninguém diria que a mídia CD seria substituída pelo download, ou no modo como a sucessão sanguínea monárquica jamais seria suplantada pela Democracia. Aqui é como uma estação de tratamento de água, nessas demandas mundanas para resolver problemas como descarte do lixo plástico. Aqui é como um habilidoso origami, no fascínio do Extremo Oriente, na universalidade inegável da Arte.

 


Acima, Concretista I. Coisas girando em torno de algo válido e interessante, divertido, como discussões em torno de um tema, num escopo, uma delimitação de assunto científico, como na produção de alguma tese de conclusão de curso universitário, no aluno se tornando um expert em relação ao assunto explorado, enchendo de orgulho um professor, como uma colega que tive no Ensino Médio, a qual nunca tirava notas abaixo de nove vírgula cinco, prostrando-se ao se deparar com uma prova corrigida na qual tal colega não tirava o conceito máximo, talvez num espírito que reencarnou filha de pais extremamente rigorosos em relação a disciplina, talvez vindo após uma encarnação anterior, na qual provavelmente levou uma vida improdutiva e sem rumo, no termo “correr atrás do tempo perdido”. Aqui é encontrar um norte, uma razão, um tesão, no feliz momento da pessoa fazer algo de que goste, encontrando-se existencialmente, dedicando uma inacreditável energia no trabalho. Aqui fios unem tal família, no fato de que os vínculos de família não se dissolvem com o Desencarne, fazendo da Eternidade o tempo para a resolução de qualquer briga de família, com um espírito desencarnado sempre zelando pelos familiares na Terra, no modo como, de facto, somos todos o mesmo sangue estelar de Tao, o Rei Pai de qualquer um de nós – o caminho é um só. Aqui é como uma ávida plateia em torno de um artista num show, com tietes histéricas, no momento em que um cantor tem contato corpo a corpo com os fãs, esses espectadores fiéis que fazem intermináveis downloads de músicas de seu artista predileto, na função da Arte em inspirar – um artista inspirado trata de inspirar os outros, numa interminável retroalimentação, inspirando os outros a lutar pela Vida e ter tesão de trabalhar e construir algo, no modo como o Plano Metafísico é um paraíso para os que gostam de se manter produtivos. Aqui é como um elo entre partes, numa concórdia pacífica, muito longe dos cadáveres de ucranianos espalhados pelas ruas do país assolado pela insaciável Rússia, na “maravilhosa beleza” das guerras, com Caim eternamente matando Abel. Aqui é como um colar sendo produzido, na tarefa do artista plástico de pegar elementos dissociados, associá-los e, assim, produzir algo novo, como Paola de Orleans e Bragança, da bela Família Real Brasileira, uma moça que passou a ser designer de joias, no fato de que cada um de nós, independente de classe social ou status, tem que ter uma vida produtiva, pois que esperança existe fora do trabalho? Aqui são formas e linhas tensas querendo adquirir uma certa aquosidade tortuosa, numa fluidez, talvez num grupo de amigos ou numa equipe de trabalho numa reunião, e no meio de tudo há Tao, o vazio, o epicentro gravitacional, num líder que aprendeu a ser como água – incolor, insípido e inodoro – para, assim, poder manter coeso um grupo, como numa mesinha de centro em uma sala de estar, a qual precisa ficar vazia para assim ter utilidade serventia, como no olho de um furacão, estável e pacífico, causando assim um movimento, uma comoção, um acontecimento, numa pessoa que, apesar de estar no topo da hierarquia, mantém-se humilde, como num rei que sabe que não pode interferir no pacato dia a dia do cidadão comum, no trabalhador, no cidadão de bem, o qual ama o Mundo e, assim, preserva-o e fortalece-o, muito longe de um vândalo incendiando containeres de lixo, ou seja, um anticidadão, e um coração cheio de ódio é um coração que sofre, meu amigo. Aqui temos um intuito de organização, como numa sala de televisão, com tudo girando em torno do que mais importa, que é o aparelho, na determinação de um centro, como numa capital estadual regendo o interior do estado da federação. Olhe para este quadro de Judith Lauand: o meio é vazio, e é exatamente por isso que tal mecanismo funciona, muito longe de um déspota, o qual, infelizmente, não respeita seu próprio povo, num líder insensível sendo deposto, como Romanov, o último czar, deposto por um povo desassistido, num czar que terminou fuzilado.

 


Acima, Geométricos. Aqui é algo se organizando, querer formar um corpo, uma organização, no modo dialético como tudo é processo, e o Universo está em constante processo de transformação, como num espírito em constante processo de aprimoramento, até atingir a excelência moral, o objetivo de qualquer espírito encarnado ou desencarnado, num ponto em que a pessoa simplesmente odeie mentir, nas sábias palavras de minha querida mãe: “A mentira tem perna curtas!”. É na autenticidade de uma joia preciosa, a qual é finita e ilusória, servindo apenas de metáfora par a excelência moral: “Eu apenas digo a verdade”, como num julgamento americano, com o depoente jurando, frente a uma Bíblia, falar somente a verdade em juízo, e mentira não é um produto que tem prazo de validade? Não é somente a verdade algo eterno? É o Espírito da Verdade, um dos autores do Livro dos Espíritos, de Kardec, no laço mágico da Mulher Maravilha, o qual, ao enlaçar alguém, faz com que este fale somente a verdade. É a contramão de um sociopata, o qual subestima amplamente o poder da verdade, num espírito tosco, embebido em mentiras ardilosas, numa perda de tempo. Aqui temos algo se desdobrando, como num mistério policial sendo esclarecido, na Estrela da Manhã anunciando com esperança o plano divino que nos rege na Terra, na beleza da aurora que vence sobre as trevas da mentira, num Jesus ressuscitando e indo para o plano superior, na finitude da carne frente à infinitude da mente, na consciência do indivíduo sobrevivendo a tal morte física. Aqui são como pedras de encaixe em prédios incas, num mistério secular, pois até hoje não sabemos como tais obras foram feitas, com tamanha precisão numa época em que não havia os maquinários de hoje. Aqui é uma acomodação de placas tectônicas, num acordo sendo feito entre partes, como numa separação conjugal, nesta “fria” na qual um homem entra, sendo obrigado por lei a sustentar uma mulher que não mais é parte da vida de tal homem. Aqui é como uma rampa, nas linhas simples e modernas de templos egípcios, na simplicidade futurista das pirâmides, como escadas de elevação, nas linhas simples e maravilhosas da Brasília de Niemeyer, na busca de uma identidade brasileira, no enorme desafio do Cinema Nacional Brasileiro em adquirir tal identidade, nas palavras do grande homem Fábio Barreto, o diretor de Cinema: “O Brasil não pode só importar imagem; o Brasil tem que também exportar mais imagem”. Aqui é uma tratativa tensa, num artista em controle de sua própria carreira, viril em sua independência, sempre se impondo em acordos, como numa Madonna, uma das mulheres mais independentes do Mundo, fazendo com que NENHUM HOMEM mande nela, num ícone feminista de libertação, numa mulher que busca seus meios de expressão. Aqui é o jogo de Lego, com seus encaixes, incentivando a criatividade da criança, inspirando esta a ser o que quiser ser, no modo como a Vida é feita de escolhas, e cada pessoa tem que ser livre para viver sua própria vida, pois que chance de felicidade tem uma pessoa que não assume as rédeas de sua própria vida? As cores aqui são estimulantes, num fundo laranja vibrante, tropical, doce, quente. Aqui é como uma casa sendo reformada, no meio de um processo de reacomodação, de remodelagem, como numa pessoa rediagramando sua própria sala de estar, revendo a posição de móveis, no talento de um arquiteto e fazer tudo da forma mais funcional possível, encontrando um “fio da meada”, na decepção de um amigo meu quando este visitou uma prima, tendo esta uma casa que era um caos, sem qualquer diagramação pertinente de móveis! São as dicas quentes do Feng Shui, na universalidade da Arquitetura e do pensamento arquitetônico, da Mente Humana, sempre buscando o melhor, o excelente. Aqui temos um acordo, como pais separados negociando a guarda dos filhos, no modo como a vida de um homem pode sofrer um baque tão forte com a separação, sendo privado de morar com os próprios filhos, como aconteceu com um amigo meu, numa separação tão cruel, num homem de lar que perdeu tal lar.

 


Acima, sem título (1). Um túnel, numa passagem no canal natal, num nascimento após uma gestação, como um escritor na “gestação” de criar um livro. É um caminho, num desencarne, na pessoa com a completa consciência de que seu corpo físico não mais lhe pertence, num desencarne pacífico e fácil, simples, numa pessoa sem dificuldade de se desfazer de tudo de mundano que teve no Mundo, como dinheiro, poder e sucesso – vão-se os anéis; ficam os dedos, pois, não canso de dizer, Ayrton saiu de cena, e é necessária humildade sempre. Aqui é como um poço muito profundo, como uma pessoa que, ao beijar tal fundo de poço existencial, depara-se com a necessidade de reerguimento e reconstrução, tendo que empreender um esforço ENORME para voltar a ter uma vida produtiva e estável, no modo como a Festa da Uva de Caxias do Sul teve que se reconstruir após os anos negros da II Grande Guerra, numa época em que não havia clima para qualquer festa. Aqui é como um sonho do formidável diretor de Cinema, Tim Burton, num artista sombrio e maravilhoso, com cenários tétricos, como em Os Fantasmas se Divertem, em corredores estranhos do pós vida, estranho, cheio de portas da mente, em um chão xadrez lúdico, num diretor tão diferenciado e único, firmando um estilo próprio, nessa busca do artista por uma identidade e uma marca registrada, nas bolas e círculos de Kusama ou no estilo inconfundível de Andy Warhol, nesses artistas tão célebres, aclamados e bem sucedidos, dando “inveja” aos artistas que não alcançaram tamanho reconhecimento – é uma dureza só. Aqui é como no túnel de luz de Star Wars, numa nave viajando na velocidade da luz, ou no túnel tétrico de 2001, numa dimensão tão estranha, terrível e fascinante, nos sons tão estranhos na superfície dos planetas que conhecemos, nessa xenofobia em relação ao que não é familiar e plausível, como índios isolados em selvas brasileiras, arredios a qualquer aproximação com pessoas de fora da tribo, numa “panelinha”, no medo do estranho e do desconhecido, no título formidável Quem tem medo de Virginia Woolf?, no sobrenome que parece “lobo”, em Inglês, brincando com a frase do conto infantil Quem tem medo do lobo mau?, numa busca por identidade, firmando ironias sutis, como um produtor musical que conheci, o qual sabia o valor e a força da sutileza, na frase de um filme de Allen: Subjetivo acaba sendo objetivo, e insinuações tomam proporções de terrível e nítida clareza. Aqui é como um grande fosso de elevador, na revolução que foi a invenção de tal máquina, no modo como hoje em dia é absolutamente impensável um prédio alto sem elevador, no modo como nos sentimos “nus” ao nos depararmos com um elevador enguiçado, como na sensação de nudez quando nos vemos sem sinal de Internet, outra invenção esmagadoramente brilhante, fruto de mentes que enxergam longe, afastadas de mediocridades, no slogan da Apple: Pense diferente. Aqui é como a torre de Orthanc, de Tolkien, num mago que, inicialmente bondoso, deixa-se levar pela sedução do Anel do Poder, tornando-se um vilão, acabando rejeitado e desprezado no fim do romance de apelo universal. É como uma torre de catedral no Batman de 1989, no final em que morre o vilão, indo, sem dúvidas, ao Umbral, na dimensão dos que não aceitam o próprio desencarne, querendo voltar par ao corpo morto, como no filme Ghost, com o vilão sendo envolvido por sombras e espíritos maldosos e perniciosos, espíritos que, de tão infelizes, tornam-se monstros, numa dimensão em que a paz e a irmandade são absolutamente esquecidas, numa miséria negra, desolada, num espírito que definitivamente não se sente especial, filho de um Rei. Aqui é como um liquidificador visto de cima, no modo como a pessoa se sente entretida em programas de culinária, com lições e dicas sendo ensinadas, fazendo da Gastronomia uma das provas da universalidade do Homo sapiens, na básica necessidade de alimentação. Aqui é como um furacão, num artista causando comoções, no poder transformador da Arte, esta prova da divindade da mente humana.

 


Acima, sem título (2). Aqui são partes em busca de um acordo e de uma concórdia, em tratações de paz diplomática entre países, entre partes, no modo como o Mundo inteiro está condenando a ação russa na Ucrânia – até o Papa Francisco, um homem simples e, assim, majestoso, conciliador e sábio. Aqui são como cacos de vidro sendo rejuntados, como na reconstituição de um crime, num quebracabeça, num mistério policial, num processo judicial sendo desdobrado até uma sentença final do juiz, fazendo com que as leis em geral, no Mundo todo, sirvam de suporte para o que mais importa, que é o apuro moral, havendo severas punições legais para punir os que faltam com tal apuro, num espírito que se vê obrigado a crescer e evoluir como espírito, no caminho natural do crescimento, no termo oriental “Tao”, que significa “natural”, ou seja, qualquer sociopata evoluirá como espírito e será um grande espírito de luz, amor e moralidade. Aqui é uma sofisticada lapidação de alguma pedra, numa pessoa que, em humildade, aprendeu a brilhar, fazendo da arrogância tal sentença de morte, pois a arrogância precede a queda, como um ator que, se permanecer humilde, irá longe na carreira, neste desafio que é a pessoa se manter com os pés no chão, sabendo que não é perfeita, como o ídolo Romário, o qual, depois da glória nacional do Tetra em 1994, estava bem humilde jogando no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, sabendo que a vida é luta sempre, na sabedoria de uma pessoa que sabe que não pode parar de produzir, tirando, no máximo, umas férias, como uma pessoa inteligentíssima que conheço, a qual está muito desocupada e parada, sem produzir, e é uma pena, como despejar pelo ralo da pia um espumante francês carésimo. Aqui é como uma bandeira tremulando, na universalidade das bandeiras, como se as nações concorressem para ver quem tem a bandeira mais bonita, no minimalismo elegante da bandeira do Japão, com um ardente sol rubro nascente emoldurado por brancas brumas, no ponto tradicional portoalegrense que é o por do Sol na beira do Lago Guaíba, no modo como a Natureza encontra meios de ser bela ao redor de nosso ínfimo e maravilhoso planetinha Terra. Aqui são como bandeirinhas sendo agitadas, talvez num ato cívico, como num Sete de Setembro, num momento de celebração das tradições, pois o transgressor rebelde, antes de tudo, tem que respeitar a tradição, no modo como eu amo e respeito da Festa da Uva. Aqui há um desdobramento, uma articulação entre partes, como no setor brasileiro do Vinho, o qual quis pressionar o Governo Federal a enquadrar a bebida como alimento, o que abateria consideravelmente o preço final de uma garrafa de vinho brasileiro, mas sendo uma reivindicação que não deu certo, infelizmente. Aqui temos um momento de acordo, numa comunidade se unindo em torno de algo coletivo, numa manifestação de Cultura Popular, vindo do Povo e a este pertencendo, como no Carnaval, o maior legado cultural brasileiro, em coisas tão brasileiras como o Samba, nos versos da canção: “Não deixe o Samba morrer!”. E é claro que o Samba não morrerá! Aqui são como janelas num prédio de traços modernos e arrojados, na mente de um arquiteto sofisticado e diferenciado, que sabe que, se quiser brilhar, terá que merecê-lo. São janelas abrindo e fechando, como no “canibalesco” mercado gramadense, com vários empreendimentos abrindo e fechando durante o ano na Meca gaúcha turística, num mercado tão competitivo, numa grande especulação imobiliária em torno dos aluguéis dos espaços comerciais, numa cidade que respira beleza e dinheiro. Aqui é uma tapeçaria moderna, original, estranha, na sensação de estranheza quando nos deparamos com algo criativo e original, como na estranheza inicial em torno do Movimento Impressionista, nos intermináveis sopros de renovação, como na época em que não se imaginava que a mídia CD seria suplantada pelo Download, na destruição de paradigmas, na função que o transgressor tem em abrir os olhos do Mundo para o novo.

 

Referências bibliográficas:

 

Judith Lauand. Disponível em: <www.amgaleria.com.br>. Acesso em: 16 mar. 2022.

Judith Lauand. Disponível em: <www.catalogodasartes.com.br>. Acesso em: 16 mar. 2022.

Judith Lauand. Disponível em: <www.escritoriodearte.com>. Acesso em: 16 mar. 2022.

Judith Lauand. Disponível em: <pt.wikipedia.org>. Acesso em: 16 mar. 2022.

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