quarta-feira, 13 de abril de 2022

Salve, Jorgge!

 

 

Artista e educador com Ph.D., Jorgge Menna Barreto nasceu em Araçatuba, SP, em 1970. Estudou Artes Plásticas na UFRGS e desde cedo na carreira já começou a ser reconhecido, com um talento claro. Zen, discreto e reservado, Jorgge é também ambientalista e tradutor, reconhecido tanto no Brasil como no Exterior. Por duas vezes foi indicado ao Prêmio Pipa. Tive o prazer de conhecer o artista pessoalmente em Porto Alegre, onde JMB tinha um sítio onde produzia. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, A marquise, o MAM e nós no meio. Ambiente em um museu de Arte Moderna. Aconchegante. Uma sala receptiva, na capacidade de um anfitrião em receber e fazer com que o convidado se sinta bem à vontade, como no estilo rústico, simples, sem pretensões ou afetações pernósticas, acolhendo com simplicidade, no modo como todos os espíritos são unidos por Tao, o Pai Divino que nos criou com extremo e absoluto carinho – somos todos estelares. Jorgge gosta de incursões de redação, gostando muito de escrever coisas, como neste painel cheio de palavras, remetendo à tecnologia digital do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, convidando a uma interatividade, e este é o objetivo magno de uma obra de Arte – interagir com o espectador, com Ser Humano falando com Ser Humano, na universalidade do apelo artístico, com popstars com fãs nos quatro cantos do Mundo. Aqui é como um café moderníssimo, com assentos que nos acolhem como uma boa cama, convidando a uma simplicidade, sem rígidas regras de etiqueta, numa festa na qual, para nosso alívio, encontramos amigos, como na recepção do casamento de um primo meu, com um senhor que, ao me ver sentado sozinho, puxou assunto comigo para eu me sentir mais confortável, ou seja, este senhor foi um cavalheiro com C maiúsculo, fazendo com que eu não me sentisse tão desolado, no poder da etiqueta, na universalidade das colunas sociais em jornais e revistas, na fineza da interação social, com respeito mútuo entre cidadãos, entre iguais, entre príncipes de reinos vizinhos, no tato diplomático, sempre primando pela Paz e pela Harmonia mundial, na feiura das guerras, com cadáveres jogados nas ruas, apodrecendo sem um digno funeral, como na Ucrânia – é um horror, num arrogante Putin cada vez mais acuado; num ditador que não respeita a liberdade do espírito. Vemos aqui uma máquina de café, convidando para este delicioso happy hour, na magia em torno do café, esta bebida tão universal, no boom econômico do Café no Brasil, exportando para chegar até cafeterias japonesas, na excelência da rede Starbucks, fazendo com que eu anseie para que tal rede abra uma operação em breve em Gramado, RS, a cidade mágica (e cara) na qual viramos crianças novamente, como na onírica e etérea Cidade das Crianças, na Argentina, o lugar que inspirou Walt Disney a fazer o parque da Disneylândia na Califórnia, EUA, no poder da Arte de partir de uma inspiração e resultar em inspirar outrem, numa retroalimentação. As palavras aqui são como um papo, uma conversa, em lugares tão formidáveis como salas de visitas, no prazer de sentar e falar, como num consultório de Psicoterapia, num momento em que o interior do consultório faz metáfora, ou seja, tem continuidade com o interior psíquico da pessoa analisada, como um amigo meu, o qual teve uma Experiência Extracorporal, ou seja, uma espécie de “sonho real” no qual se viu que numa sala de estar metafísica estava sentada conversando a falecida mãe de tal amigo, a qual disse a ele: “Eu não penso em voltar para a Terra agora, pois assim, no momento, estou bem”. É a questão de se sentir bem onde estou, sem querer me mudar, encontrando felicidade e contentamento dentro de si, nunca fora. Aqui, os sofás horizontais são como biscoitos doces e deliciosos, na magia de uma prateleira de confeitaria, no divertido modo como no Plano Metafísico há doces para ser degustados, ferindo o delicioso pecadinho capital da Gula – não sinta tanta culpa, meu irmão, pois somos humanos! Aqui é um espaço extremamente jovial, como num Jamie Oliver, que se manteve jovial mesmo sendo um homem de meia idade, no modo como Leonardo da Vinci se manteve jovial e irreverente até o fim da vida.

 


Acima, Concreto. Separações, setorizações, num organismo com vários órgãos, com funções diferentes, no organismo de uma empresa, com cada ator com seu papel, contribuindo para a totalidade, para o grupo, como vários cursos numa universidade, num leque de opções, numa certa rigidez e dureza, pois como uma pessoa extremamente jovem pode fazer a escolha de sua vida em uma idade tão jovem? Aqui são divisórias, como num certo programa televisivo, com convidados numa bancada discutindo sobre um tema, com medidas de prevenção anticovid, com divisórias transparentes separando os debatedores na bancada, no modo como cada pessoa vive a própria vida, num caminho um tanto solitário, mas sempre com o contentamento de estar acompanhado de espíritos amigos, aplacando tal sensação solitária, como no formidável filme Dogma, sendo Deus escrito como alguém solitário mas extremamente repleto de senso de humor, e não é irônico o fato de que, por toda a eternidade de números, sempre haverá números primos? Não é engraçado o fato de que passamos já por várias encarnações? Aqui é um labirinto translúcido, claro e confuso ao mesmo tempo, numa aranha iluminada, feita de cristal, desprovida de tons sombrios ou diabólicos, no modo como Tao coloca beleza em tudo o que faz, em linhas simples e limpas, pois beleza rima com limpeza, no prazer de se estar numa casa que foi recentemente limpa e faxinada, como acordar em uma cama com lençóis perfumados – é a sensação de lar, de pertencimento a algo maior, nas mansões da Vida Eterna construídas por um Pai que quer o melhor para nós, fazendo da miserável Terra um lar de passagem, momentâneo, como pais matriculando o filho num internato, no choque da pessoa sair do lar, sair de casa para morar sozinha, tendo que se adaptar à nova vida, dando conta da falta que faz aquela mãe zelosa, que sempre manteve a casa organizada e limpa, abastecida de supermercado – quase sempre, só damos valor a algo quando perdemos este algo. Aqui é um jogo complexo de vitrines, num lugar de arrebatadora beleza, na transparência da alma de um amigo, uma pessoa que conhecemos profundamente, a qual reencontraremos no Plano Superior, num relacionamento leve, desapegado, light, luminoso e tranquilo, ao contrário do amor fixado, obcecado e obsessivo, no qual não vemos o próximo como um irão, mas como um objeto queremos possuir – é uma insanidade. Os tijolinhos metálicos são a sustentação, o alicerce, como numa família unida por alguns de seus membros, na capacidade distributiva do patriarca, lembrando-nos de que os vínculos de família sobrevivem ao desencarne deste ou daquele membro, no reencontro dos que se foram antes de nós, num lugar onde temos a certeza de que estamos cercados de amigos, ao contrário do Umbral, onde ninguém é amigo; onde não há amor ou carinho. Os vidros aqui são a autenticidade, a honestidade e a transparência, num homem íntegro, que definitivamente não quer passar os outros para trás, sabendo que a desonestidade é um desperdício descomunal de tempo, como um senhor que conheci, o qual, ao faltar com o apuro moral, acabou ele mesmo se deletando de minha vida, no caminho infeliz do Umbral, o vale dos desonestos sofredores, os nossos irmãos sofredores. Os tijolinhos são a construção, como uma pessoa construindo uma carreira, como se soubesse que, fora do trabalho, não há salvação, ao contrário de uma pessoa que conheço, a qual, apesar de financeiramente rica, é existencialmente miserável, mergulhando numa vida de fofocas e malícia, tal a miséria de tal alma, perdendo tempo precioso de vida, uma alma que, ao desencarnar, dar-se-á conta da perda de tempo – a Vida cobra sério e não dá para fugir. Os vidros aqui são este respiro, deixando a luz fluir, numa casa iluminada, leve, linda e simples, ao contrário da toca da Laracna de Tolkien, o monstro de escuridão que tem uma vida viciosa, encarcerada num submundo sombrio e desinteressante, pois o Mundo, a Vida é uma só, num só plano, num só caminho, numa só família.

 


Acima, Desleituras. De longe, esta é minha obra preferida de Jorgge. Vibrante, dinâmica, pulsante, maravilhosa, rica, inteligente. Aqui é um corpo dinâmico, num encaixe perfeito, no mistério solucionado de um quebracabeça, com as peças se encaixando, numa feliz harmonia entre as partes, num país feliz, onde se respira liberdade, longe de ditaduras cinzentas, oprimindo ideologicamente a Arte, submetendo esta a uma mera peça de propaganda estatal, no caminho da loucura, num sistema opressor como Matrix, “sedando” o cidadão para este não ver a verdade, como na desintoxicação ideológica que é feita na Coreia do Sul para os refugiados do terrível regime nortecoreano, na concepção liberal de Smith, na qual o indivíduo é responsável por si próprio, num estado mínimo, discreto, interferindo minimamente na Economia, na opção do sistema de saúde particular e público – se não tenho dinheiro para me tratar de um câncer, este estado mínimo proporcionar-me-á tal tratamento. O estado mínimo é a prova de que não é possível uma economia global autorregulamentada, derrotando a utopia de Smith. Aqui são como luzes frenéticas numa boate, num ambiente tão glamoroso, ao contrário de um ringue de luta, que é desprovido de qualquer glamour, no beijo entre Razão e Loucura, faces da mesma moeda – tudo traz em si a própria contradição. São os dois lados da Vida – apesar de eu ter que entender o lado macho, o lado Yang da Vida, tenho que ser, dentro de mim mesmo, mais Yin, numa vida pacata, sossegada, produtiva, com paz, pois a Vida sem Paz é uma tortura excruciante, pois o Umbral é tal lugar incômodo, onde nos sentimos tão desamparados, sem amigos, no modo como um sociopata, como mostrado no clássico com a monstruosa Bette Davis, não tem capacidade para amar nem para ser amado, na metáfora no final do filmão Fargo, com o monumento de um lenhador com um machado – na leitura sadia, é a força do labor; na leitura doente, é uma arma pronta para matar. Aqui é numa empresa feliz, onde todos trabalham com tesão e dedicação, como um certa agência publicitária de Porto Alegre, hoje desativada, um lugar onde todos os publicitários portoalegrenses desejavam trabalhar, nos maravilhosos empregos da Dimensão Metafísica, os quais não são trabalho subservientes, mas trabalhos que exigem da cabeça da pessoa, neste hábito maravilhoso e essencial que é colocar a própria cabeça para funcionar, no espírito que, ao se ver desencarnado, depara-se com o fato de que produtividade é para absolutamente todos, não importando em qual dimensão – fora do trabalho, que salvação há? Aqui vemos a paixão de Jorgge pela redação, com palavras chave, desconstruídas em trocadilhos, brincando com a mente do espectador. Aqui é como um organismo vivo e vibrante, respirando, com índices ascendendo e descendendo, numa bolsa de valores, na metáfora de que ninguém está por cima o tempo todo, como no artista respeitado Jared Leto, o qual, depois de ganhar um Oscar, foi recentemente vítima do prêmio deboche Framboesa de Ouro, que se encarrega de “premiar” os piores do ano. Aqui, os altos e baixos são inevitáveis, nos versos de Elis: “Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar”. Aqui temos uma certa simbiose, e não vemos uma competitividade canibalesca, como fotógrafos se acotovelando para fazer fotos de celebridades, numa competitividade degradante – se sou único, original e criativo, ninguém poderá competir comigo, e somos todos únicos, extremamente especiais, príncipes eternamente abençoados por Tao, o Pai de amor infinito, no modo como é incabível (na mente humana) a compreensão de que jamais findaremos. Aqui é uma reunião de amigos, num lugar feliz, de concórdia, num Jorgge que nos convida a caminhar pelos tapetes, numa explosão de arco-íris, num finíssimo cristal colorido, numa estrela no céu noturno, guiando a Humanidade, numa estrela sem gênero, eterna, suprema, valiosa, inestimável, numa supernova estourando nos quatro cantos do Universo.

 


Acima, Metabólide. Espelhos de água de Niemeyer em Brasília, no seriado televisivo de O Tempo e o Vento, com Ana Terra fazendo do córrego um espelho, neste símbolo de feminilidade que é o espelho, no espelho de Galadriel, na magia de ver o ontem, o hoje e o depois, na sedução de Narciso por si mesmo, afogando-se em sua autocontemplação, em personalidades narcisísticas de sociopatas, numa pessoa que simplesmente se acha Deus, sempre querendo obter vantagem em relação a outrem, sem um pingo de amor no coração, numa inteligência racionalmente rica e emocionalmente nula, numa pessoa que só sabe e nunca ama. Aqui os tijolinhos emergem vitoriosos, talvez boiando, na pontinha do iceberg, como na elaboração da embalagem de um produto, num momento que é a etapa final de todo um extenso trabalho de marketing em torno de um produto, ou seja, é uma pequena fração do trabalho total. Aqui é como um Titanic ressuscitando, na arrebatadora cena do filmão, nos espíritos amorosos se reencontrando num clube onde há só Amor, nunca vaidades mundanas, no momento de libertação em que amantes se tornam amigos, fazendo da Eternidade a resolução de qualquer desavença, como dois senhores que conheço, os quais, apesar de irmãos, estão de relações cortadas, remoendo questões de décadas atrás, senhores que, em suas respectivas idades – setentões –, teriam que já ter desenvolvido sabedoria. Aqui vemos sobreviventes, na força que a Vida exige da pessoa, num artista tendo que sobreviver a décadas de carreira, sempre buscando não se repetir nem parar no tempo, no modo como há tantos artistas talentosos que simplesmente “somem”, não conseguindo sobreviver, no modo como é preciso que tenhamos força para virar as páginas e encarar humildemente uma nova etapa, uma folha em branco, no discernimento de humildade que me diz que não chegarei um ponto de “piloto automático” no qual atingi a perfeição – tudo é processo; tudo é crescimento. A Eternidade é o perdão eterno de um Pai paciente, que quer ver o filho crescendo e depurando-se, no orgulho de pais na cerimônia de formatura de um filho. Aqui são como boias, leves, flutuantes, respirando acima da água. A água é plácida e silenciosa, num lugar delicioso de se estar, num mundo de concórdia onde todos se respeitam, no sonho dos esforços diplomáticos em nome da Paz, em nações nobres e neutras, ao contrário de uma pessoa desrespeitosa, que diz a você: “Se você não está do meu lado, você é meu inimigo” – é muita mediocridade, Jesus Nosso Senhor. É a pequenez do Ser Humano, cultivando inimigos tais quais repolhos em horta, numa perda de tempo, havendo na encarnação próxima a chance de encarar tal desafio de crescimento. São adultos agindo como crianças: “Eu gosto do Homem Aranha, mas o fulano não gosta do Homem Aranha!”. Aqui as partes visíveis são como sobreviventes de uma enchente, ou num esforço de superar vicissitudes e fazer com que o trabalho apareça aos olhos do Mundo, no eterno sonho do artista em ser respeitado e célebre, mantendo esta “fome” constante, este tesão pela Vida, no termo “Por um lugar ao Sol”. Aqui são como os pântanos mortos de Tolkien, com pistas traiçoeiras, seduzindo-nos para que nos afundemos em zonas pavorosas de morte e putrefação, num lugar tão lúgubre, assim como o desenterro do cadáver embalsamado de Evita. Aqui é uma travessia perigosa, num guia cauteloso, como se soubesse que há perigos pelo caminho, tateando cuidadosamente, como num deficiente visual guiado por uma bengala. Aqui os pesados tijolos parecem ser tão leves e flutuantes, como majestosas vitórias régias boiando, leves em sua majestade, num rei que nunca interfere na vida pacata diária do cidadão comum; num rei cuidadoso, que se preocupa com o preço do pão e da manteiga, em medidas simples de cuidado e zelo, no Papa Francisco pacatamente em frente à televisão de noite assistindo algo – a Vida é boa quando é simples.

 


Acima, Paladar Trimensional. Um processo, uma assimilação, como uma pessoa sendo aceita dentro de um grupo, nas identificações, como em grupo de adolescentes na Rua – todos, dentro do grupo, vestem-se mais ou menos da mesma forma, na questão espírita da sintonia e da identificação, pois os espíritos se reúnem em meio às afinidades, ou seja, pessoas com as quais me identifico. Aqui remete à facada sofrida pelo então candidato Bolsonaro, numa lição sendo aprendida – todo cuidado é pouco, e deve haver precaução, como num descuidado John Lennon, assassinado por um fã o qual, antes de matar o artista, disse-lhe: “Eu te amo, cara!”, ou como no assassinato da cantora hispano americana Selena, assassinada pela presidente de seu fã clube. Aqui é um organismo complexo, na gloriosa sensação de saciez, como uma pessoa existencialmente preenchida, encontrando vida e significado no trabalho, ao contrário da pessoa deprimida, a qual não vê sentido na Vida, prostrando-se numa cama, chorando ao léu por um motivo o qual o próprio deprimido não sabe identificar – apenas sabe que está triste, como me disse uma médium espírita: “Tu está com um encosto, que é um espírito que veio inocentemente, aproximou-se de ti e está dificultando tua vida. Tens que bloquear tal encosto”. E qual é a palavra mágica para que eu possa ser feliz e encontrar sentido na Vida? TRABALHO. É como as pessoas equivocadas, as quais se acham sexy demais para arregaçar as mangas e fazer algum trabalho, como uma dondoca que conheço, a qual sequer faz supermercado, mandando a empregada ao super com uma lista feita pela dondoca. Aqui temos um atrativo ao toque, num veludo irresistível, macio, convidativo, sexy, numa romântica cama de lençóis de cetim, numa deliciosa sensação de bem estar, fazendo com que não desejemos estar em qualquer outro lugar, na questão de eu estar feliz em minha cidade, sabendo que esta é puramente um lugar, chegando à conclusão de que a cidade X ou Y não tem poderes mágicos e milagrosos, como me disse uma pessoa de inteligência respeitável: “A Vida é difícil em qualquer lugar”. Aqui são as bactérias intestinais necessárias à assimilação do alimento, numa disciplina alimentar no termo: “Você é o que você come”. Aqui é uma ideia sendo ponderada e amadurecida, numa pessoa que sabe que precisa ter calma, sem pressa, ponderando cuidadosamente, como um leão atravessando cuidadosamente um rio, como se soubesse que há perigo, num leão hesitante, num líder que cuida o máximo para preservar seu próprio povo, sendo amado por este, ao contrário do ditador, o qual é temido e, no fundo do coração do povo, odiado. É um Saddam, o qual, momentos antes de ser executado, pensava que permanecia o homem poderosíssimo que foi, no modo como o Anel do Poder de Tolkien tem esta capacidade de corromper homens, na obsessão mundana por grana e poder, num “choque térmico” do espírito que desencarna, indo a uma (maravilhosa) dimensão onde não existem tais ambições mundanas, pois, sem ambições, pode haver Paz, e não é este um lugar maravilhoso? Aqui há um prazo de assimilação, como num processo jurídico, levando um tempo para se desdobrar, como numa trama de livro ou filme, contando pacientemente uma história, no talento de certos roteiristas, no fato de que um bom filme nasce de um bom roteiro, pois se o roteiro é ruim, não há como “consertá-lo” depois com elenco, direção de arte etc., vide o fracasso do filme americano Town and Country, recheado de estrelões, num roteiro pobre, resultando num fracasso de bilheteria, mesmo recheado de tantos astros célebres, no fato de que, não canso de dizer, ninguém está por cima o tempo todo, vide o prêmio deboche Framboesa de Ouro. Aqui remete aos pobres coitados aliciados pelo Tráfico de Drogas Internacional, engolindo cápsulas com drogas para, depois de chegar ao destino, expelir os corpos num banheiro de hotel, entregando a droga aos maldosos traficantes, os quais nada mais querem do que poder mundano, vindo aí novamente o maldito Anel.

 


Acima, Uma questão de caráter. Aqui temos uma organização, numa ordem social, como numa grande solenidade de estado, num desfile de forças armadas, nas pomposas celebrações militares nortecoreanas, num líder que investe tudo em armistício, desassistindo as necessidade básicas do cidadão, num país que exige, para você entrar neste país asiático, que você não tenha blog, como no meu caso – e sabe você qual o dia em que eu desejarei colocar os pés dentro da Coreia do Norte? É como no caso recente do país ditatorial roubar dinheiro, com hackers, para investimento em terríveis armas nucleares, nas palavras sábias: Nenhum homem de Tao terá algo a ver com armas, as quais são coisas terríveis. Aqui é como numa cerimônia de abertura de jogos olímpicos, num país se revelando e dando as boas vindas, na universalidade do Esporte, exercendo fascínio desde sempre, como nas lutas de tribos amazônicas, na universalidade dos campeonatos, os quais atraem os olhos do Mundo, como em jogos de Copa do Mundo. Aqui é uma organização querendo se sobrepor ao caos, como numa fila de alunos na escola, em ordem de estatura, com os mais altos ocupando a rabeira da fila, ou como na convenção social de banheiros masculinos e femininos, ou como em certos templos, numa missa, na qual os homens ocupam um lado dos bancos e as mulheres o outro, com o padre sendo a figura patriarcal dominante, o qual serve o Papa, o qual serve a Deus, que tem a imagem de um velho patriarca, fazendo de Adão uma obraprima e de Eva um arremedo que só serve para reprodução, no termo “o segundo sexo” – como deve se sentir uma mulher num mundo de homens? É como no Egito Antigo, o qual só podia ser governado por homens, na excepcional Hatshepsut, reinando oficialmente, na primeira feminista da História. Estes enfeitezinhos remetem ao passeio em Salvador pela casa que foi de Jorgge Menna Barreto, digo, de Jorge Amado, este amado literato, o qual diz em um momento no passeio guiado sobre os numerosos adorninhos: “Não posso viver sem minhas inutilidades!”. Aqui é uma casa sendo organizada pacientemente, no privilégio de se ter uma pessoa que faça este trabalho por você, fazendo das faxineiras mulheres de dupla jornada de trabalho, pois, ao faxinar a casa alheia, têm que ir para casa e colocar esta em ordem também, numa vida tão dura e difícil. Aqui temos um JMB paciente, colecionando os objetozinhos, neste trabalho de paciência num artista plástico, vivendo um dia depois do outro, sabendo, na sabedoria popular, de que Roma não foi erguida num dia só, pois até Deus tirou o sétimo dia para descansar. Aqui temos uma fragilidade e uma vulnerabilidade, pois não há um cercadinho delimitando o espaço entre obra e espectador, e é necessário que aqui o espectador demonstre respeito, tomando uma certa distância, no divertido modo como diante de um Renoir no MASP, vi meu sobrinho, ainda criancinha, colocando o dedo sobre a tela inestimável e tocando o intocável! É a inocência infantil. Aqui são objetos de artesanato, e o artesão é também artista plástico, ou seja, aqui temos artista falando de artista, numa retroalimentação. Neste organismo numeroso e complexo, cada ente tem sua posição e função, num estado inclusivo, agregador, na capacidade do patriarca e ou da matriarca em manter unida a família numa noite de Natal, na farta mesa de ceia, onde cada um da família colaborou com uma ave assada ou sobremesa. Aqui temos uma colorida diversidade, na inclusão social da bandeira de arcoíris, remetendo a uma certa drag queen de Porto Alegre, uma pessoa que se candidatou a cargos públicos mas infelizmente não obteve sucesso, pois teria se tornado uma voz ativa de tal setor da Sociedade – são as desilusões e as decepções, fazendo com que um percalço surja para ajudar e não para atrapalhar, numa ironia de um Tao que escreve certo por linhas tortas. Aqui, ninguém é esquecido, como num coração de mãe, nunca negligenciando algum dos filhos, sabendo que cada um é especial a seu próprio modo, num Pai que nos criou com perfeição, como seres únicos, inimitáveis. Aqui é como um universo de astros pop, num cenário diversificado, com Arte para todos os gostos e públicos.

 

Referências bibliográficas:

 

Bio & Portfolio. Disponível em: <www.jorggemennabarreto.com>. Acesso em: 30 mar. 2022.

Jorgge Menna Barreto. Disponível em: <www.premiopipa.com>. Acesso em: 6 abr. 2022.

Works. Disponível em: <www.jorggemennabarreto.com>. Acesso em: 30 mar. 2022.

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