quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Axel Rose, digo, Törneman (Parte 2 de 2)

 

 

Antes de ler esta postagem, saiba que, depois desta, o blog entra em férias e volta entre fevereiro e março de 2023.

 

Falo pela última vez sobre o artista sueco modernista Axel Törneman. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, Algot com urso de pelúcia. Aqui é o termo psicológico “transferencial”, na fase de vida da criança em que esta realmente vê algo vivo em um bichinho de pelúcia. Aqui remete a um dos mais bem sucedidos empreendimento de Gramado, RS, que é uma loja que faz bichinhos customizados, à escolha da pessoa, seja infante ou adulta, como já disse uma certa turista na cidade serrana: “Aqui nós viramos crianças novamente!”. O bichinho remete a um certo gravíssimo atentado a  bomba nos EUA que matou muitos e brutalmente, como o  presidente fazendo parte de uma homenagem na qual cada parente das vítimas ganhava um urso de pelúcia, um ideia repleta de sensibilidade, não? Aqui é a doce infância do Cidadão Kane, com seu adorado trenozinho Rosebud, no trauma do menino ser arrancado de sua doce infância e de seu doce brinquedo, dizendo ao leito de morte uma única palavra: “Rosebud!”, numa época infantil da Vida em que tudo é simples, sem os critérios e as exigências sisudas dos adultos, numa época infantil em que as amizades são puras e sinceras, como no filme em que um menininho judeu, prisioneiro em um terrível campo de concentração – qual centro de concentração não é terrível? –, ficou amigo de um menininho nazista, na pureza que não entende as crueldades do Ser Humano, no modo como o maldito Anel do Poder corrompe até o mais nobre homem, no fascinante personagem Gollum, na eterna obsessão de uma pessoa: PODER, nas palavras de um certa canção pop: “Todo mundo quer mandar no Mundo!”. Aqui é tal traço modernista, simples, cândido, transgredindo deliciosamente os ranços caretas, como uma amiga minha, a qual, ao arrumar o cabelo para uma festa, fez um coque tradicional, mas desistiu do penteado, dizendo para si mesma no espelho: “Olhe como estou careta!”. O ursinho é tal amizade incondicional, num amigo fiel, confiável, para o qual podemos nos abrir sem receio, numa relação de profunda intimidade. Aqui é o desafio de se criar uma criança, impondo limites e incutindo valores na cabeça do infante, mesmo que, para tal, um pai ou uma mãe precisem ser muito duros de vez em quando, nas palavras de minha prima psicóloga, falando de seu próprio lar, com três filhos: “Aqui nesta casa as regras são rígidas!”, e no fundo a criança gosta de receber limites, pois dá a esta a sensação de lar e de envoltório, proteção. O ursinho é fofo, afável, sem qualquer tensão, é uma companhia ideal para dormir, remetendo a uma professora que tive na Pré Escola, pois eu adorava abraçar as coxas fartas da professora, em um ato de puro carinho, no modo como devemos tudo a cada professor pelo qual passamos em vida, pois não se sabe que um país é feito de homens e livros? Não faz falta no Brasil a Cultura Erudita e Civilizatória? Aqui remete ao eterno companheiro do personagem Mr. Bean, o Teddy, no modo como um bichinho pode ser uma companhia, no modo como um rádio ligado também nos dá tal sensação de companhia, numa comunicadora em uma certa estação de rádio, dizendo: “A partir de agora eu te faço companhia!”. Aqui é a hora do recolhimento, quando temos que nos deitar para abraçar mais um dia de deveres e tarefas, no modo como gostamos de estar “nos braços de Morfeu”, dormindo, num ato de extremo prazer, sendo tão duro o momento de sair da cama e entrar no embalo de mais um dia – é um pequeno sacrifício, não? Aqui é um principezinho em um lar de grandes confortos e privilégios, como numa Lady Di, a qual nasceu, cresceu, casou, separou-se e morreu sempre cercada de luxos e privilégios, numa verdadeira aristocrata, na mulher cuja morte “virou o Mundo de cabeça para baixo”, ao ponto de gerar o filmão A Rainha, inclusive com um Oscar merecido para Helen Mirren, uma deusa de atriz, diga-se de passagem. O menino aqui está esperando por uma ordem, no processo do menino virando homem, assumindo o controle de sua própria vida.

 


Acima, Hora da história. Aqui é uma nudez absolutamente inocente, natural, como numa praia de nudismo, na constituição natural, como viemos ao Mundo. O seio é ao órgão nutritivo, na tarefa básica de amamentar. A história é o entretenimento antes de dormir, nas páginas se desdobrando, como uma amiga minha aficionada pelo universo de Harry Potter, na magia de um bom livro, levando-nos a viajar em nosso próprio sofá. A nudez é a naturalidade inocente do Éden, no paraíso para os que gostam de se manter ativos e trabalhadores, havendo no Umbral tal inutilidade, numa pessoa que nada faz de seus dias na Terra, sentindo esta, assim, como uma prisão, no inferno que é a vida de uma pessoa improdutiva, imersa em fofocas sobre as vidas dos outros, numa pessoa que só produz merda na privada, com o perdão do termo chulo. O seio, a teta, é a particularidade mamífera, provendo o filhote, no vínculo entre mãe e filho, um vínculo que, entre os animais, desfaz-se com o tempo, mas entre os humanos dura para sempre, naquela mãe à qual devemos nossa eterna gratidão, uma mãe sem a qual não estaríamos vivendo tal encarnação, na mãe zelosa que trocou nossas fraldas, numa coisa que devemos dizer a um machista: Não se esqueça de que sua mãe também é mulher! O seio é o abrigo do lar, no conforto de um lar com o qual a pessoa está acostumada, havendo o “choque térmico” quando a pessoa sai de casa e abandona os dias de atenção materna, num processo de “desmame”, por assim dizer, sentindo falta dos pequenos zelos maternais, como colocar em cima de nossas camas a roupa quentinha, perfumada com amaciante, recém saída da secadora. O cabelo solto da mulher é tal naturalidade, em algo espontâneo, natural, no zelo de uma cadelinha alimentando a prole, como uma cadelinha mãe que tive, a qual começou a ficar raquítica por amamentar as crias, tendo eu quer prover a cadelinha de suplemento alimentar, tal a dedicação do bichinho. O menino aqui está absolutamente absorvido pela leitura, encantado, como na mãe de Sheldon no seriadão The Big Bang Theory, esfregando Vaporub no peito do filho e cantando uma musiquinha acalentadora de ninar, em pequenas delicadezas que fazem toda a diferença, numa sensação de estrutura de lar, tendo que existir, num casal que mora junto, tal zelo e dedicação, no modo como as melhores coisas da Vida residem em aspectos tão simples, que não custam um só centavo, no modo como não sei quem é mais triste – quem acha que pode vender Amor ou quem acha que pode comprar Amor! O cabelo masculino mínimo do menino contrasta com o cabelo longo da mulher, no jogo de sedução entre masculino e feminino, numa Vênus hipnotizando Marte, trazendo paz aos espíritos conflitantes, na vitória do delicado sobre o bruto. É como um amigo meu, o qual conservou, em sua secretária eletrônica, a mensagem com a voz de sua mãe. É como num episódio de Friends, no qual Ross pediu à irmã chef Mônica que fizesse um molho empelotado, ou seja, mal feito, para que Ross se sentisse comendo o molho que sua velha mãe fazia. É como um senhor que conheci, o qual, ao ver a estrela Dalva no Céu, dizia: “Mamãe!”. Aqui é o momento de entretenimento antes de dormir, como numa casa de meus amigos de infância, na casa em que havia um saco cheio de revistinhas, ideais para o momento de ir ao leito, no modo como eu, um quarentão grisalho de meia idade, gosto de ler revistinhas da Disney, num breve momento de se mergulhar novamente na infância. Aqui é o ato natural dos pais em tomar banho na frente dos filhos, mostrando que nada há de malicioso na nudez, como em tantos artistas que fazem inocentes retratos de nudez, na inocência nua do Éden, antes da serpente trazer as cargas de malícia à Humanidade. O seio é tal maciez, tal delicadeza, num órgão frágil, no costume das amazonas em decepar o seio direito para, assim, poder puxar melhor a corda do arco. É na coragem de uma Sônia Braga, aparecendo em uma cena de filme recente com um dos seios extirpados – a Vida continua, meu irmão.

 


Acima, Madeira flutuante. Aqui é uma sociedade, como no convívio num navio, como em Moby Dick, num convívio forçado, como dentro de um presídio – não morro de amores pelos meus companheiros de cárcere, mas tenho que lidar com estes. Aqui é uma intempérie, num mar revolto e traiçoeiro, exigente, selvagem, na coragem dos desbravadores navegadores, na corrida entre potências europeias para ver de quem seriam tais terras selvagens, com indígenas canibais, em estágios primitivos de Humanidade, muito longe de preceitos civilizatórios europeus, no caminho de depuração civilizatória, como na depuração moral espírita, em espíritos elevados, que odeiam mentir ou dissimular. Podemos ouvir aqui os gritos dos homens, num líder que atravessa um rio cautelosamente, como se soubesse que ali pode ter perigo, como numa cadeira de cursei em minha faculdade, uma cadeira na qual quase rodei, numa professora exigente, de Filosofia, mestre para a qual mostrei que há todo um ramo oriental de Filosofia, que é o Taoismo. Os remos retos aqui são o falo racional, numa simplificação, num caminho reto minimalista entre pontos, numa limpeza mental, como parar de ficar postando tantas e tantas coisas em redes sociais, numa frase de sabedoria popular da qual não esqueço: O que é pouco, aparece; o que é muito, aborrece. Os homens aqui são crescidos, fortes e corpulentos como nos homens fortes de Aldo Locatelli, homens entalhados na dureza da Vida, como nas mãos fortes do colono italiano, “domando” um lote de terra selvagem, numa vida dura, na qual o colono quase passava fome, nas palavras de uma certa intelectual caxiense, a qual muito respeito: “Nós devemos tudo ao colono, e, hoje, chamar uma pessoa de ‘colona’ é considerado uma ofensa!”. Aqui são tais empreendimentos ambiciosos, como na construção das grandes pirâmides do Egito, nos ambiciosos sonhos de Engenharia, na tentativa humana de se aproximar das cidades metafísicas perfeitas, os lugares em que nos deparamos como o fato de que a Vida continua e de que não podemos ficar inativos ou improdutivos, pois qualquer trabalhinho conta e faz parte da construção da Grande Carreira Espiritual, a qual se desdobra infinitamente, havendo na Eternidade tal presente descomunal de Tao, havendo dignidade até no humilde labor de um gari varrendo ruas de uma cidade – nada é em vão. Aqui não há espaço para meninos, mas só para homens, encarando com muita seriedade a instrução das crianças, num menino se fazendo homem, como num certo ator transformista, o qual saiu de casa, aos dezesseis anos de idade, porque, em sua casa, estava insuportável o convívio com seu pai homofóbico, num certo trauma de rompimento, numa questão que deve acarretar mágoas em tal ator. Aqui parece um colapso, com as tábuas se quebrando frente à fúria do Mar, na coragem de desbravadores que vão a terras duras e cruéis como na Antártida, num espírito de “gincana”: Quanto mais difícil, sofrido e áspero, melhor! É como uma pessoa que conheço, a qual, definitivamente, ama tal clima de gincana. Aqui é um sharing, um compartilhamento, um trabalho em conjunto, numa equipe esportiva, trabalhando em equipe, como no processo de criação dentro de uma agência de Propaganda, na qual qualquer um na sala de criação pode dar pitacos e ter opiniões, num trabalho grupal, indo contra os grandes gênios como da Vinci, o qual odiava interferência externas, num trabalho solitário de concepção. Podemos ouvir aqui a fúria das ondas do Mar, na crença antiga de que os confins oceânicos eram cheios de feras marinhas esfomeadas, monstruosas, até o Ser Humano compreender que vivemos numa esfera, entre muitas outras esferas no Universo, na vastidão incrível no Cosmos: Há mais estrelas no Universo do que grãos de areia na Terra – não é um absurdo? As roupas dos homens são de azul marinho, em harmonia cromática com o impiedoso Mar, na questão da harmonia, numa pessoa estilosa, a qual aprendeu, por si mesma, a ter critérios e bom gosto, fazendo da Moda tal meio de autoexpressão, numa pessoa que não gosta de receber ordens para se vestir deste ou daquele modo. Aqui é um trágico naufrágio, como uma pessoa se frustrando e fracassando, no gosto amargo de tal golpe da Vida.

 


Acima, Sedutoras. Aqui temos algo inusitado na obra de Axel, pois se trata de uma imagem em preto e branco. As senhoras cortesãs mostram um pouco de suas roupas de baixo, como na lingerie de Renné Russo no filme The Thomas Crown affair, na sedução entre mulheres insinuantes e machões tradicionais como os da família Kennedy, num arquétipo de masculinidade, como numa Monroe no mais famoso Parabéns a Você da História, instigando a imaginação do público, no modo como numa família tradicional pode haver o máximo de fineza e o máximo de grossura, numa família em que mulher é fêmea e homem é varão, sendo heresia qualquer coisa que se desviar disso. Aqui é como no pudor do Teatro Colón, em Buenos Aires, com arquibancadas tapadas para evitar que as senhoras tivessem suas pernas indevidamente expostas publicamente, no jogo provocante entre pudor e despudor, num jogo de sedução num striptease. Os chapéus são exuberantes, exóticos, no estilo das damas inglesas, em contraste com o siso dos trajes dos cavalheiros, no jogo de sedução entre feminino e masculino, na junção erótica dos opostos que geram o Cosmos, sendo que cada pessoa tem que ter tanto Yin quanto Yang – apenas ter um deles não basta. O cachorrinho no colo é tal domesticação, no homem hipnotizado na plateia do palco de nudez. O cachorro é o lobo mau, aqui domesticado e submetido aos encantos de um Chanel número cinco, na eternidade de tal símbolo de feminilidade, como um senhor que conheci, o qual usava perfume de senhoras – cada um com seu estilo... Aqui podemos ouvir o tradicional cancan, no momento da dança em que o pudor dá lugar ao exibicionismo, no momento em que pudicas senhoras se mostram, num dos trabalhos mais antigos do Mundo, no Showbusiness, ou seja, no Negócio de Mostrar, na crítica mordaz de Allen ao stablishment das celebridades: normalmente, a mulher celebridade é uma mulher vulgar, a salvo exceções. Os trajes aqui são elegantes, como uma certa dama caxiense, apaixonada por Moda e Estilo, desenhando suntuosos vestidos, como nos figurinos de Lucélia Santos no novelão Sinhá Moça, da Globo, com um guardarroupa suntuoso, digno de um aristocrata dos cafezais escravocratas paulistas, numa novela que tanto mostrava a dura realidade dos escravos, tratados como cães num canil, condenados a uma vida duríssima, pois há algo mais brutal do que a situação de escravidão? As damas aqui estão extremamente aprumadas, enfeitadas, na beleza das prostitutas, como vi certa vez, na Rua, um senhor com sua amante, sua mulher número dois, uma mulher tão bela, tão arrumada, na magia das prostitutas, nas ditas “mulheres de vida fácil”, num senhor que levava vida dupla, ou seja, uma vida triste, na qual não estou nem aqui, nem ali. Aqui é um momento de dança, no modo como as Artes abraçam umas às outras – o que seria da Dança sem a Música? Os sapatos aqui são tal alvo de desejo feminino, encantando mulheres em vitrines luxuosas, fazendo do sapato tal forte suporte, como um homem forte, que provê um lar, no salto como o falo que ergue uma mulher à condição de rainha, no mito do sapatinho de cristal de Cinderela, no casulo feio que revela a borboleta bela, no modo como não devemos subestimar as pessoas, porque é exatamente quem subestimamos quem nos surpreende no final, como num certo ator, o qual era tido como superficial e, depois, acabou arrebatando um Oscar, o troféu que zilhões de atores jamais chegarão perto de receber. Aqui é o garbo de uma mulher com autoestima, a qual só sai na Rua se estiver completamente aprumada, no ato de autoestima que é o se perfumar, saindo na Rua inebriando as pessoas. Aqui é um local chic, elegante, no qual a pessoa só entra se estiver arrumada, como no antigo passeio da Rua da Praia em Porto Alegre, com elegantes senhoras clicadas pelos fotógrafos na via elegante, como na foto de minha falecida avó, uma linda moça nos anos 1940, no modo como, ao desencarnar, escolhemos qual aparência queremos ter na Nova Vida.

 


Acima, Sombras. Os galhos são pobres, cadavéricos, talvez numa catarse de um sentimento de solidão, carência e abandono, no poder terapêutico da Arte, na oportunidade do vômito catártico, numa pessoa que expeliu algo que não estava lhe fazendo bem. Vemos duas formas incertas, talvez pessoas, numa relação de companheirismo, como experimentar maconha com o companheiro, numa cumplicidade e numa intimidade. Aqui, são borrões incertos, como em testagens de consultório de Psicologia, com imagens em que o paciente vê o que quer ver, dando ao terapeuta uma visão do momento psíquico de tal paciente, como contemplar as nuvens e ver formas disso ou daquilo. Na extrema direita, vemos algo que parece ser uma casa, numa porta, na abertura vaginal para o conforto uterino, no termo chulo “racha” para chamar as mulheres, em menção ao aspecto da genitália feminina, num aspecto de rachadura. A casa é o eterno retorno, como no fim de O Senhor dos Anéis, com o pacato Sam voltando ao lar para a esposa e filhos, numa vida despretensiosa, quieta, simples, gostosa, na metáfora de Clark Kent e Super Homem: seja uma pessoa pacata e serás um herói. É como no amigo tigre de He-Man: antes da transformação, o tigre Pacato é um medroso trêmulo, incerto, frágil, como em machos sensíveis como Woody Allen; depois da transformação, Pacato vira Gato Guerreiro, o paladino tigre rosnando, num bravo coração de rei, corajoso, enfrentando os inimigos, num ser majestoso e destemido, ganhando a confiança do povo. Aqui pode ser uma paisagem de Inverno, com os galhos nus permitindo a passagem do Sol, no prazer de uma lareira em um dia úmido e frio, recebendo família e amigos em casa, no prazer de receber, servindo café ou birita aos convidados, ao contrário de maus anfitriões, os quais sequer servem um copo de água da torneira à visita – é necessário aprender a receber bem. O quadro aqui, apesar de melancolia invernal, é bastante colorido, como num belo baile de Carnaval. As árvores nuas são tal nudez, tal fragilidade, como numa atriz criando coragem para posar nua, em Playboys majestosas como a de Marisa Orth, Maitê Proença ou Galisteu, causando fenômenos de vendagens, ao contrário da Playboy de Fernanda Young, que Deus a tenha – ninguém está por cima o tempo todo. O céu aqui é rubro, poente, prometendo um belo dia de Sol no dia seguinte, num presságio, um prelúdio, nos ardentes crepúsculos de Los Angeles, a cidade do sucesso e a cidade do fracasso, como num Mel Gibson, até hoje pagando caro pelo controverso filme sobre Jesus Cristo, numa Hollywood que pode ser tão dura e cruel, despedaçando diariamente toneladas de sonhos de sucesso, num negócio em que carisma é essencial, como em bombas carismáticas como Leonardo DiCaprio, ganhando o Mundo. As árvores contorcidas podem ser de um vento, e podemos ouvir o uivo do vento, sentindo no rosto o vento, em atos simples como olhar para um céu azul, encher os pulmões de ar e agradecer a Deus por termos saúde – o melhor da Vida é grátis. As árvores parecem dançar juntas, num continuum, na união cósmica, na Grande Internet Metafísica, à qual estamos todos conectados, para sempre, no absurdo de poder que é a Eternidade, pois passaremos esta toda tentando compreender o incompreensível, que é Tao – não é poder demais saber que jamais findaremos? Aqui é uma paisagem um tanto campestre, como no interior da Inglaterra, com pacatos camponeses fazendo o labor diário, numa vida sossegada, assim como deve ser o líder, uma pessoa que tem que manter a cabeça humilde, respeitando o dia a dia pacato do cidadão comum. É como no estilo de vida pacato de uma Meryl Streep, numa pessoa que sabe que, dentro de nós, temos que ser mais Yin do que Yang, deixando fama e sucesso lá, no Mundo lá fora, como numa humilde Maria Bethânia, curtindo a vida simples baiana, no modo como o estado da Bahia é um país à parte, muito singular, na máxima: Na Bahia é proibido ficar triste!

 


Acima, Trabalho na prefeitura de Kiruna – título não fornecido na referência bibliográfica. Aqui é um rei vislumbrando seu reino, numa extensão territorial tão majestosa, na tendência humana de admirar os palácios mas ignorar os campos, os quais vestem roupas maravilhosas. Aqui é todo um trabalho sendo feito, num arquetípico Ramsés II, tocando obras por todo o Egito, exigindo o máximo de seus súditos, em ambições de Engenharia, nas palavras em Matrix: “O que um homem com poder quer? Mais poder!”, num ser humano que nunca está satisfeito, sempre querendo anexar os territórios vizinhos, ferindo o mandamento: “Não cobiçarás a mulher do próximo!”. Aqui é como na vista da Bahia da Guanabara, em tal poderoso cartão postal, numa Madonna em visita ao Corcovado, disfarçada, passeando rapidamente, no lado amargo da fama, que é a falta de privacidade, numa pessoa que simplesmente não pode sair em paz na Rua, tendo que evitar shopping centers no fim de semana. Podemos ouvir aqui o som do labor, das máquinas, num prefeito dinâmico, tocando obras pela cidade, no modo como as cidades metafísicas são tão limpas e bem administradas, dando inveja a qualquer cidade sobre a face da Terra. Aqui é o amanhecer de mais um dia de produtividade, no Sol galo acordando o galinheiro, na pontinha do obelisco iluminada, nos princípios de um novo dia, nos barcos de O Senhor dos Anéis, levando-nos às praias brancas metafísicas, nos versos da linda canção Into the West: “Os navios vieram para carregar você de volta para casa!”, numa metáfora bela da morte, o momento em que vamos a um lugar maravilhoso, no qual há amizade e produtividade, nos versos de Duca Leindecker: “Sonhei que as pessoas eram boas em um mundo de amor, e acordei neste mundo marginal”, falando no Plano Físico dos encarnados. Ao fundo no quadro vemos uma urbe, uma cidade, um lugar de moradia, como cristais encravados na terra, numa igrejinha, numa “cidade de boneca”, um lugar aconchegante, cheio de prazer e amor, onde cada um dorme em uma cama confortável, sem passar sérias necessidades, no charme de uma cidade como Gramado, parecendo ser uma cidade doce de chocolate, encantando levas intermináveis de turistas, no poder de tal Meca turística. O Sol aqui nasce majestoso, banhando tudo e todos com luz, anunciando mais uma jornada de labor e dignidade. Os homens aqui são fortes, entalhados nos percalços do labor, num menino o qual, desde cedo, deparou-se com a obrigação de se fazer homem, saindo debaixo da asa dos pais, num menino que está farto de ser menino, querendo ser homem, num rompimento e num “desmame”, por assim dizer, no “choque térmico” que é sair de casa e afastar-se do zelo materno, numa pessoa que aprendeu a cuidar da própria casa, colocando a roupa para lavar e varrendo o chão. Vemos um rio, um lago majestoso, veículo de navios que vêm e vão carregando bens e riquezas, no modo como as cidades litorâneas acabam se tornando capitais, em exceções como São Paulo, a cidade sem mar. Aqui há um grande desafio, que é trazer a civilização a terras selvagens, numa missão civilizatória, na teoria dos antigos astronautas, os quais vieram à Terra para trazer noções civilizatórias a um Homo sapiens ainda muito primitivo e ignorante, algo não tão difícil de se aceitar: se um dia o Ser Humano pisar em Marte, nós, lá em Marte, seremos os alienígenas. Aqui o dia começa cedo, no termo latino Carpe diem, ou seja, aproveite o dia, num bom aluno, que aproveita as lições na Escola, levando a sério os estudos, como uma colega que tive no Ensino Médio, a qual simplesmente não tirava notas abaixo de nove vírgula cinco, num caminho espartano de disciplina, talvez vindo de uma encarnação anterior por sua vez sem foco e sem disciplina, no modo como a Vida vai exigindo que façamos algo de bom com nossos dias aqui na Terra. Aqui as máquinas e os homens formam um continuum de potência e força, num país sendo erguido, como na corrida para construir Brasília, no lema famoso: “Cinquenta anos em cinco”. Aqui ouvimos os sons do labor, com máquinas trabalhando e perfurando, na intervenção humana sobre a Natureza, impondo ordem ao caos.

 

Referências bibliográficas:

 

Axel Törneman. Disponível em: <www.en.wikipedia.org>. Acesso em: 30 nov. 2022.

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