quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Arte que Arde

 

 

O pintor uruguaio Carmelo Arden Quin (1913 – 2010) fez parte do movimento MADÍ, o qual calcava na Abstração e na Geometria. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, título não encontrado na referência bibliográfica (1). Uma história em quadrinhos desordenada, turbulenta. Temos um conjunto de prédios diversos, cada um com sua identidade, numa diversidade, como numa cidade que abriga cidadãos de todas as partes do Mundo, numa Babilônia cosmopolita, como no turvo futuro de Blade Runner, com culturas exóticas se mesclando, como numa miscigenação brasileira, tão única, com África e Europa se misturando, ao contrário de países como os EUA, nos quais, geralmente, branco tem filho com branca e negro tem filho com negra. Aqui é uma planta arquitetônica complexa, desafiando o lugar comum dos quadrados e retângulos, no modo como só podemos observar um paradigma quando este é transgredido, como num prédio novo em Capão da Canoa, RS, um prédio que quebra muito o padrão estético tradicional dos prédios de veraneio do balneário. Aqui vemos alguns pentes com cerdas grossas, no termo “passar um pente fino”, com uma investigação, ou no termo “cair na malha fina” do temido IR, a fome do leão soberano, nos inevitáveis impostos. Aqui são como as construções incas, com as peças se encaixando perfeitamente, no enigma de como tais seres “selvagens” foram capazes de tal proeza arquitetônica. Cada peça aqui foi concebida para tal encaixe, no modo do termo de Shakespeare: “Tudo está bem quando termina bem”. É como no desfecho de uma trama, num roteiro bem construído, feito por quem entende de argumentos, no paradigma cinematográfico: Um bom filme, antes de mais nada, nasce de um bom argumento. Aqui são formas geométricas de Jazz, com os instrumentos se mesclando e formando um só arranjo, e podemos ouvir o delicioso piano jazzístico, no modo como as Artes estão umas dentro das outras, na universalidade humana em produzir Arte. Aqui é uma explosão de Big Bang, remetendo-me a meu ex cunhado, o qual colocou uma chique e carésima garrafa do espumante francês Veuve Cliquot no congelador, esquecendo-se da garrafa ali, a qual explodiu impiedosamente, num colapso, num orgasmo, como num Império Romano ruindo no decorrer dos séculos, no modo como a obra do Homem tem prazo de validade; já, a de Tao, é eterna, fazendo de nós tais aprendizes, espíritos querendo evoluir e crescer moralmente. É como no mito publicitário, o qual coloca que o marqueteiro tem a ideia de uma vez só, o que não corresponde à realidade, na qual o conceito de Propaganda é pacientemente desdobrado e desenvolvido. Aqui é um corpo pensado, como num aparelho digestivo, no qual cada órgãos têm sua nobre função, seu propósito, como em Matrix, ficção na qual os programas digitais inúteis são naturalmente deletados, ou seja, toda e qualquer pessoa tem que produzir de alguma forma, independentemente de sua classe social, pois o Trabalho é a única forma de se dar a volta por cima. Aqui é como uma fábrica de móveis pensados, sob medida, num arquiteto que precisa pensar de forma funcional o imóvel ou o móvel. É como num dia nascendo lentamente, no ditado poderoso latino: “A Verdade é a filha do Tempo”, ou seja, tudo no final de tal equação vai se encaixando perfeitamente, até chegar à dissolução do mistério. Aqui é um vitorioso quebracabeça, numa pessoa que teve que se imbuir de paciência para encontrar sentido do quadro geral, no desafio de um artista em se fazer compreendido. É como um romance policial sendo desvendado, com o assassino desmascarado, inocentando todos os outros suspeitos, num momento em que se percebe a motivação do assassinato e os métodos usados pelo assassino. Aqui temos um majestoso sonho de arquiteto, nos deslumbrantes prédios metafísicos, os quais desafiam a Lei da Gravidade, num plano em que a Verdade, a Beleza e a Razão triunfam avassaladoramente, sem chances para as mentiras humanas.

 


Acima, título não encontrado na referência bibliográfica (2). Furtivos olhos nos observam, desnudando o espectador. É como o efeito de ondas de uma gota caindo na água, como numa bomba de Hiroshima, nos horrores bélicos os quais a Humanidade não quer repetir, fazendo com que o Ser Humano aprenda com a História, fazendo desta uma ciência imprescindível – vida longa aos professores de História. O divertido aqui é que a moldura busca se adequar e adaptar ao quadro heterogêneo, com arestas como um raio de tempestade, como no termo jovial “chocante” dos anos 1980, numa estética de arestas cortantes, no termo de Psicologia: “Colocar os dedos na tomada”, ou seja, dar um choque de realidade na pessoa, a qual está fora de si, vivendo em mundo à parte, de mentirinha, talvez num quadro de Narcisismo, no qual a pessoa se acha o maior popstar de todos os tempos – não é fácil ser célebre, pois a pessoa, o astro, tem que ter uma estrutura mental muito sólida para arcar com os meandros da Fama. A bolinha mais acima no quadro é a bandeira do Japão, no país do Sol que nasce rubro em meio a brumas alvas, como aquelas pessoas que aplaudem a beleza de um Sol nascente ou poente. Aqui é como um jogo complexo de quadros sendo sugados por um ralo, um buraco negro, como nas máquinas usadas para destruir produtos falsificados ou contrabandeados, no modo como a Matéria está sempre condenada à danação, e mesmo a mais deslumbrante joia, a mais deslumbrante pedra preciosa, tem um prazo de validade, apesar de ser um prazo longo – só Tao é eterno; só o Pensamento é eterno. Até que a pessoa se dá conta de que não pode transportar coisas materiais para o Plano Imaterial, numa espécie de filtro, no termo “Vão-se os anéis e ficam os dedos”. É como uma pessoa se desnudando para tomar banho, no esforço de desapego, pois, como eu disse recentemente a uma grande amiga minha, a Vida é boa quando é simples, como na idosa Rose de Titanic, desprendendo-se de uma joia de valor inestimável, entregando a pedra, a rocha brilhante, às entranhas de Iemanjá, num aspecto engraçado, no senso de humor de Tao: Na Dimensão Metafísica, existe riqueza, mas não existe dinheiro ou pedras preciosas. É uma deliciosa contradição, na prova de que Tao é um grande piadista, sendo uma virtude ter senso de humor, apesar da Vida ser algo sério. Aqui as peças vão invadindo umas às outras, adquirindo influências umas das outras, no corpo dinâmico que é a Arte, com artistas sendo influenciados por outros artistas, numa espécie de osmose, num corpo em constante processo de mutação, como nas mutações que levaram a Terra a tamanha biodiversidade – a Mutação é a chave da Evolução. Deixar-se influenciar é como se curvar, no caminho da Humildade, pois se me acho perfeito, como posso crescer e como posso interagir com o Mundo? Aqui os círculos desafiam a linhas tensas, no trabalho de contradição: Percebo as curvas a partir do momento em que me deparo com as retas, fazendo da Morte algo tão natural na Vida. Aqui temos um namoro cubista. É um corpo de vidro que se desmantelou, como na queda da Torre de Babel, a qual originou, segundo a metáfora bíblica, todos os idiomas do Mundo, fazendo dos idiomas tal corpo dinâmico, com línguas nascendo, tendo um auge e morrendo, no incessante processo de Tao, o transformador. Aqui é como uma partilha de herança, com herdeiros brigando pelo maior naco, no modo como o maldito Dinheiro tem a capacidade escravizar quem quer, a todo custo, obtê-lo, na obsessão materialista, num Ser Humano que está eternamente sem entender que o Material gira em torno do Imaterial; o Material está abaixo do Imaterial. Aqui é um complexo e majestoso vitral, moderno, estranho, belo, vibrante, interessante. A luz entra de diferentes modos, na diversão coloridas de lustres de cristal, adornos dos deslumbrantes salões metafísicos, numa agenda social tão fina. Aqui, o artista plástico juntou peças dissociadas e produziu algo novo, como num monstro de Frankenstein, nas maravilhosas aberrações das quais o grande artista é capaz – nada de errando em ser estranho, em ser e diferente.

 


Acima, título não encontrado na referência bibliográfica (3). O rosa bebê traz uma candura, na cor dos bebês, numa mãe dando o primeiro banho da vida da criança, como no ritual purificador do Batismo, no qual a criança é “perdoada” por ter nascido de uma relação sexual, no modo como negar a Sexualidade é negar o que nos faz humanos, e qualquer psiquiatra/psicólogo concordaria com o que digo. Numa porção deste quadro, vemos formas como escadarias numa progressão de pena, num apenado que, com bom comportamento, pode ter sua pena abatida. É na canção pop brasileira: “E tive um sonho: muitos soldados me procuravam dentro do meu prédio, e era preciso voar pelas escadas para não deixar que eles chegassem perto”, num tipo de sonho recorrente, numa paranoia onírica, numa pessoa que se sente perseguida, elocubrando delírios persecutórios. Temos aqui fortes linhas divisórias negras, como nas linhas divisórias negras de Romero Britto, no modo humano de desconstruir para analisar, gerando as várias especialidades médicas, as quais cuidam de aspectos/partes específicas do corpo e da vida do paciente. As linhas são fortes paredes divisórias, com cada cômodo tendo uma serventia específica, como num time de Futebol, com os impedimentos impondo ordem ao gramado, no impiedoso apito do juiz, que é Tao, aquele que não joga mas fiscaliza. Vemos aqui uma porção em azul, como uma jovial e despretensiosa calça jeans, numa peça de roupa que se tornou tão universal, num tecido forte, feito para suportar as demandas da Vida, no modo como a pessoa tem que se fazer forte para, assim, superar os traumas e “tocar o barco para a frente”, no modo como todas as desavenças serão superadas e curadas, antes ou depois do Desencarne – é inevitável e maravilhoso. É o poder eterno do Perdão, no caminho natural de cura e limpeza, arejando relacionamentos e anulando mágoas ou ressentimentos. Em outros subconjuntos aqui, vemos cores mais neutras e misteriosas, estranhas, no termo “cor de burro quando foge”, com limbos de indefinição, no modo como as dúvidas são naturais, numa cor de mistério, a qual tem dificuldade em encontrar seu próprio lugar no Mundo, como no inseguro fascinante personagem Charlie Brown, cheio de dúvidas em relação à Vida, remetendo um pouco às reflexões de Mafalda, fazendo da dúvida uma clareza. As linhas negras aqui são como a chamativa caneta vermelha do professor, sempre querendo chamar a atenção e colocar no chão os pés do aluno. É como compartimentar uma casa em salas, como na sombria mansão de Os Sete Suspeitos, com crimes sendo cometidos em vários cômodos, no trabalho de raciocínio do célebre jogo de tabuleiro Detetive. Aqui é como uma família reunida numa noite de Natal, numa mesa farta, com cada um trazendo um prato para o banquete em família, fazendo do Natal esta abundância, no dia que, mesmo que momentaneamente, tornamo-nos pessoa melhores e mais generosas, como nos gentis condutores em Gramado, RS, sempre freando gentilmente para que o pedestre atravesse a Rua, pois é preciso ter Paciência para lidar com o Mundo, o qual não muda... Aqui é uma roupa sendo dobrada, no árduo trabalho diário da dona de casa em manter uma casa limpa e organizada. Aqui é como um grupo de pessoas com uma predileção em comum, como numa galera, numa turma de amigos, um grupo no qual reina a afinidade, a amizade, no modo deixam saudades aquelas boas amizades de Adolescência. Aqui é como a família reunida tirando uma foto, na dispersão inevitável após o clique, no deslumbrante modo como os vínculos de família não se dissolvem com o Desencarne, constituindo a Grande Família Metafísica, este belíssimo clã cheio de membros que, apesar de ter a fria Razão, amam uns aos outros, no modo como Tao nos criou para tal propósito amoroso, no entrelace entre Amor e Eternidade, pois o Ódio e a Raiva têm prazo de validade, pois não são virtude.

 


Acima, título não encontrado na referência bibliográfica (4). É como um artesão montando uma joia complexa, com pedras diferentes, numa riqueza, na revolução da bijuteria arquitetada por Chanel, a qual disse que o que importa é o efeito, e não o valor financeiro do acessório em si, numa mulher corajosa, deixando um legado feminista, libertador – uma mulher tem que ter atitude; tem que possuir o seu próprio Yang, seu lado masculino, dilacerando os preconceitos patriarcais, nos quais a Mulher está sempre abaixo do Homem. Aqui são arestas cubistas, truncadas, num mecanismo tenso, sem curvas ou linhas aquosas. É como em filmes tensos como Argo, no desespero de americanos querendo fugir de um odioso sistema opressor, um sistema que se distancia de Tao, pois é um sistema que busca controlar o cidadão, e, quanto mais Tao você tem, menos controle você deseja obter. Aqui é como uma discussão, com várias opiniões diferentes, como numa tensa reunião de condomínio, com cada morador querendo fazer suas queixas, num momento de relativa catarse, quando a pessoa “vomita” o que está lhe fazendo mal, numa reunião em que o síndico tem que ser um homem de Tao, sempre primando pela Paz e pela Harmonia. Aqui é um cenário heterogêneo, de diversidade, numa sociedade complexa, como em Nova York, uma Torre de Babel cheia de culturas diferentes, na cidade mais cosmopolita do Mundo, numa riqueza, como no deslumbrante bairro Chinatown, o qual visitei na época do Ano Novo Chinês, com muito enfeites florais. Aqui era um organismo uno que foi dilacerado, talvez por alguma impiedosa guerra, como uma bomba atômica trazendo destruição, no momento em que, definitivamente, Tao foi perdido, dando espaço apenas ao insano Ódio, este sentimento que faz com que esqueçamos de que somos todos príncipes filhos do mesmo Rei. Aqui é um vibrante sonho de arquiteto, num projeto ousado e complexo, transgressor, absolutamente fora do que é tido como normal, na coragem daqueles que desafiam os paradigmas, como numa mulher aristocrática que pinta os próprios cabelos, desafiando a “lei” tradicional na qual uma mulher aristocrática precisa assumir os grisalhos e brancos, pois, como disse o grande diretor Fabio Barreto, uma sociedade só evolui por meio de seus membros transgressores. Aqui é como uma empresa com vários setores, tudo feito para que o organismo geral funcione, como no Corpo Humano, com vários órgãos, tecidos, aparelhos e sistemas, tudo funcionando de forma uma, íntegra, numa pessoa que aprendeu que, quando as pessoas nos veem na Rua, elas não observam só uma de nossas peças de roupas, mas observam o quadro geral, na totalidade. Aqui é como um complexo origami desdobrado, desbravado, com suas quinas complexas. É o modo como é sempre um prazer fazer em si mesmo um aparo de arestas psíquicas, dando uma sensação de crescimento, limpeza e depuração, no objetivo da Vida que é crescer e morrer mais evoluído do que como nasceu, no caminho de crescimento moral do espírito – a Vida não tem sentido sem o aparo de arestas. Aqui é como um labirinto, cheio de truques e ilusões, numa pessoa que tem o desafio de organizar sua própria vida, no desafio do autoencontro, encontrando o fio da meada e trazendo Paz para os seus dias na Terra. Cruzando este quadro, de baixo para cima, uma grossa linha negra, num marco, como na passagem de Cristo pela Terra, dividindo a História em duas, nas noções civilizatórias e morais de Amor, de crer que somos de fato irmãos, filhos do mesmo Útero Imaculado de Maria, a Grande Mãe, fazendo de todos nós seres de sangue estelar, metafísico, ultranobre, numa verdadeira Imaculada Conceição, existindo na Terra a dúvida cinzenta: Será que sou especial? Será que não sou? Então, na Terra, existe a repulsiva massagem de Ego, algo desnecessário no Plano Metafísico, pois, neste, temos a certeza de que somos especiais. Este marco divisório marca entre antes e depois, numa organização temporal, como o compartimento de dias, numa pessoa que produz um pouco a cada dia, sempre sabendo que Roma não foi erguida em um só dia.

 


Acima, título não encontrado na referência bibliográfica (5). Vários olhos fitam o espectador, com formas mágicas, como num feiticeiro numa tribo, unindo este em torno de Tao, o Grande Cacique. Aqui é como um fliperama, cheio de sons e luzes, com a bola fazendo um percurso, um caminho, por vezes se perdendo, no modo como é tão difícil prever exatamente o Futuro, pois, de modo geral, as coisas nunca acontecem exatamente como imaginávamos. Aqui podemos ouvir o complexo som de uma fábrica em atividade, com bens sendo produzidos, como numa longa montagem de carro, com muitas etapas, muitas destas sendo feitas por robôs, no modo como as máquinas “tomam conta” do Ser Humano, como na ficção de Matrix, com máquinas que podem ser boas ou más, assim como no livre arbítrio que nos controla, na questão de um inesquecível professor de Literatura Brasileira no Ensino Médio: Quem sou e para onde vou? É como no desenho animado de Anastácia, a princesa russa que partiu em busca da própria identidade, indo para o Mundo e descobrindo-se especial, como o espírito desencarnado, que se sente tão seguro e especial na Terra da Eterna Primavera. Aqui é um complexo sistema de trânsito, cheio de regras, as quais precisam ser respeitadas, pois, quando o dirigente se desprende de Tao, o Caos reina em seu reino, numa direção tortuosa e confusa, sem propósito claro. Aqui é uma história em quadrinhos, com elementos se insinuando uns dentro dos outros, com influências mútuas, no inevitável modo como sempre influenciamos e sempre somos influenciados, nesta troca em que ensinamos uns aos outros. Aqui é como o interior complexo de um relógio, repleto de meandros de mecanismos, no desafio da Ciência, o qual é, por metáfora aqui, adivinhar como funciona um relógio sem abrir este, num Universo tão complexo que desafia, sempre, o Intelecto Humano, na grande dúvida do que existe além do Universo observável, e depois, o que há? E mais depois? Então Tao se revela na sua majestade infinita, este presente inestimável que é a Eternidade, na regência dos grandes espíritos, dos arcanjos perfeitos, nossos irmãos evoluídos que aprenderam tudo, gozando da Suprema Felicidade, como um orgulhoso Pai vendo seu filho se formar na faculdade – a Vida só começa depois desta “formatura”. Aqui é como uma conversa animada e acalorada, com várias opiniões sendo colocadas na mesa, como o que os publicitários chamam de brainstorm, ou seja, tempestade cerebral, na qual as pessoas reunidas vão jogando na mesa sua opiniões e sugestões, numa espécie de suruba mental cujo objetivo é encontrar grandes ideias, num sharing; num compartilhamento de mérito. Aqui é como um posto de pedágio, sempre controlando o que sai e o que entra, como nas tensas fronteiras dos EUA com o México, no fato de que, por estas, entra quase toda a droga ilícita que entra na nação americana, o que inspirou o sonho malfadado de Trump em construir um muro entre os dois países – é um jogo de gato e rato. Aqui é uma exótica bijuteria de uma mulher fashion, estilosa, esbanjando charme, como numa cantora que aprendeu que, no Showbusiness, a aparência do artista é muito importante, num Universo Pop que se consolidou com o advento da Era dos Videoclipes. Aqui é como nos complexos de quadras do US Open, com várias partidas acontecendo no mesmo momento, com ídolos sendo construídos e sonhos sendo dilacerados. É como num impiedoso concurso de Beleza, nos quais sai dali frustrada a maioria das moças concorrentes, numa carnificina de frustração e tristeza. Temos aqui, quase ao centro, um elemento que busca unificar este reino heterogêneo, como na unificação da Itália, um país feitos de pequenas Itálias, cada uma com sua identidade, como na diversidade cultural do Brasil. Neste quadro altamente assimétrico, temos o equilíbrio, como nos traços do mestre Niemeyer. É como num movimentado shopping em um sábado à tarde, com todas as lojas abertas, cada uma buscando seus meios de pagar o aluguel e o condomínio das lojas. É como num festival de Cinema, com vários filmes sendo apreciados.

 


Acima, título não encontrado na referência bibliográfica (6). Remete aos videogames dos anos 80, como num joystick ou o aparelho em si, na época em que nasce a Era dos Games, este brincadeira que pode se tornar viciante, numa pessoa que vive num mundo virtual e que não se relaciona com o Mundo Real. Temos aqui um quadro absolutamente simétrico, nos moldes clássicos de equilíbrio. No centro do quadro, vemos protuberantes ganchos, como se quisessem se libertar ou como se quisessem fazer com que mantenhamos respeitosa distância. Os ganchos são a serventia, a dignidade, num cabide estranho, pós moderno, como as Três Marias no Cinturão de Órion, inspirando as Três Grande Pirâmides do Egito, no modo humano de, desde sempre, contemplar as estrelas e tentar imitar a maestria inigualável de Tao, o Grande Arquiteto – é como uma planta artificial querer imitar uma planta de verdade, nos esforços humanos de Paz para que a Terra se pareça ao máximo com a nobre, gloriosa e inabalável Terra Imaterial. Aqui é um grande e enigmático OVNI, na sensação de estranheza do choque de civilizações na Era das Navegações, no talento humano de combinar Ambição com Brutalidade, num rei que nunca, jamais está contente dentro do seu próprio reino, pois se não estou o tempo todo querendo e ambicionando, posso ter Paz, pois é uma virtude saber quando tenho o suficiente, como na sensação de saciez após uma refeição. Aqui traz um visual um tanto anos 80, com arestas agressivas, na gíria “chocante”, nos impactos que as novas modas, as novas vogues vão tomando conta do Mundo, com ondas que arrastam o Mundo inteiro, como me disse certa vez uma competente professora de Arte: os movimentos precisam ser vividos todos ao mesmo tempo ao redor do Mundo, como na onda impressionista, por exemplo, dilacerando moldes clássicos de Arte, da rígida Arte Acadêmica – o novo, com seu frescor, sempre vem, como numa Paris ditando Moda ao redor do Globo, numa cidade que, já ouvi dizer, é maravilhosa. Aqui temos uma certa candura de um tom de rosa, como num sorvete de morango, na magia das sorveterias, fazendo metáfora com as “sorveterias” metafísicas, lugares de tão elevada Beleza, na doçura dos espíritos evoluídos, com doces que não engordam nem causam cáries. Vemos também um tom de azul bebê, num céu benevolente, suave, como se nos sentíssemos dentro de um quadro renascentista, no legado de mestres como Botticelli, seduzindo-nos por seus frescos traços, fazendo-nos sentir o cheiro de Mar fresco numa Vênus nascendo. No topo da peça, vemos uma grande pirâmide amarela, como se fosse uma escadaria que quer, a todo custo, atingir o Céu, numa caminhada esforçada de depuração, numa seta apontando para o que importa, que é o Metafísico, o Imaterial, o Nada de Tao, o vazio invisível de um copo que acaba por trazer sentido de uso a este mesmo copo. É como se cada bloco da pirâmide fosse um pixel, fazendo com que, se apreciada à distância, a construção parece ser perfeita, como numa imagem de alta resolução digital. Certos tons cinzentos também aparecem, como nos vestígios em uma lareira morta, na árdua rotina incessante de varrer as cinzas e queimar novas lenhas, num paciente trabalho de mordomo. Neste quadro vemos as cores primordiais de impressão gráfica, as quais resultam da junção entre Preto, Branco, Ciano, Amarelo e Magenta, num amplo e vasto leque de opções de cores, como num cristal sendo quebrado em muitos pedaços. Aqui é como um painel de controle, o qual só pode ser operado por quem sabe do riscado, como na responsabilidade de um piloto de avião, tendo nas mãos a segurança de todos os passageiros e tripulação, no sisudo senso de responsabilidade, como num filho mais velho, o qual, desde cedo na Vida, teve que assumir a responsabilidade sobre os irmãozinhos. Aqui é como um botão de elevador, apontando se vamos para baixo ou para cima, na opção do espírito: Você quer ir para um mundo mais leve ou um mais pesado? Escolha, rapaz.

 

Referências bibliográficas:

 

Carmelo Arden Quin. Disponível em: <www.bolsadearte.com>. Acesso em: 4 out. 2020.

Carmelo Arden Quin. Disponível em: <www.pt.wikipedia.org>. Acesso em: 4 out. 2020.

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