quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Décio Nota Dez

 

 

O pintor carioca Décio Vieira (1922 – 1988) estudou Arte na Fundação Getúlio Vargas e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Aliado a outros artistas modernistas, fundou o Grupo Frente, baseado em Geometria. Integrou o Concretismo e o Neoconcretismo. Uma obra de DV pode custar 150 mil reais. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, sem título (1). A Estrela Guia rasgando os Céus para anunciar o nascimento do centro sobrenatural da História, o homem que trouxe o conceito do Amor e do Perdão, em oposição ao sentimento de Ódio, pois, junto à Eternidade, o Perdão é o caminho lógico, e tenha a certeza de que, lá no Plano Metafísico, você acabará perdoando e sendo perdoado, restaurando amizades e reconstruindo carinho entre irmãos, entre iguais – o Rancor e a Vingança são finitos, limitados e medíocres, condenados à danação da Carne, do Corpo Físico, trazendo aqui Santo Agostinho, na junção entre Carne e Alma, resultando no Ser Humano, com a vitória da Alma ao final, sobrevivendo à Morte da Carne e voltando à estonteante e produtiva Vida Metafísica, com entes queridos esperando-nos lá, com uma bela festa de retorno ao Lar, pois a Aurora é a filha do Sonho. Aqui é um ruidoso avião cortando os Céus, no modo humano de desafiar limites, tentando alcançar cada vez mais glórias, como nos 80 anos do Rei Pelé, um ídolo que provou resistir ao Tempo, na glória do homem sábio e humilde, que rege ao modelo de Tao, o benevolente, como na sabedoria do extraordinário Papa Francisco, um homem de alma simples e pura, passando longe das ambições humanas por Poder, Poder e mais Poder. Aqui é um rasgo, uma agressão, dividindo entre Passado e Futuro, pois, como diz Tao, Passado e Futuro são extremos da mesma corda, ou seja, se você quer antever o Futuro, observe o Passado, pois é maravilhoso o fato de que o Mundo não muda e de que as pessoas não mudam, num clima encorajador, mudando, isto sim, o modo do indivíduo de negociar com este Mundo imutável, pois nem Nosso Senhor Jesus conseguiu neutralizar as patéticas ambições narcisísticas humanas. DV abusa de cores, com quadros vibrantes, com suas limpas formas geométricas, e aqui este roxo predominante é sedutor, na cor de violetas na janela, na promessa da Vida plena que nos aguarda, fazendo com que nós, aqui na Terra, esforcemo-nos a fazer desta esfera azul a mais parecida possível com o Imaterial, na hierarquia entre dimensões – as dinastias mundanas são cópias (grotescas) do sangue nobre estelar que nos une no Plano Metafísico. Aqui é um estranho OVNI, instigando a Humanidade, com cientistas que simplesmente não sabem o que são tais objetos, pois como pode um Universo tão vasto ser desabitado fora da Terra? Os triângulos brancos trazem um apelo por Paz, na inabalável Paz espiritual da mortificação, numa pessoa que não mais se deixa levar por tolos sinais auspiciosos, como uma criança se desinteressando pelos brinquedos, ou como numa pessoa que viveu toda uma faze boêmia em sua vida, decidindo romper com esta mesma boemia, já tendo vivido intensamente todos os auspícios boêmios – é um rechaço positivo, numa pessoa que passa a observar o Universo sem expectativas, pois quem não tem expectativas não se frustra. Os triângulos vermelhos são armas manchadas de sangue, como numa Guerra das Malvinas, com óbitos em ambos os lados do tabuleiro, desperdiçando vidas de jovens rapazes, inocentes nos jogos humanos por Poder, sacrificados como meros peões de Xadrez – são as vaidades humanas. Aqui é como uma estrada sendo construída, num país em crescimento, com bens indo e vindo pelas mãos de caminhoneiros, no modo como uma greve destes pode virar o Brasil de cabeça para baixo. Aqui é um traçado de um projeto de arquiteto, na Inteligência Suprema que construiu tudo, fazendo metáfora com o Supremo Tribunal Federal, a instância máxima, no modo como os espíritos moralmente elevados, evoluídos, recebem as ordens diretamente de Tao, o orgulhoso Pai que quer nos ver numa linda formatura. O triângulo dourado é um raio de luz e esclarecimento, como num detetive elucidando um caso.

 


Acima, sem título (2). Aqui é como um aglomerado de casas num loteamento, remetendo-me aos doces verões em Jurerê, SC, com os grupos de amigos passeando de bicicleta à noite. Aqui são como bandeirinhas numa decoração de festa junina, nos quentões e nos pés de moleque. Falando em quentão, temos aqui uma cor vinho, conforme li hoje o sucesso das exportações globais de sucos de uva feitos na Serra Gaúcha, este reino que tanto amo, com Gramado e região seduzindo tantos turistas, como numa terra encantada. O vinho é a tradição, remontando não só à Idade Média como também à Antiguidade, na universalidade das bebidas alcoólicas, como violar mordendo um bombom de chocolate recheado de licor de cereja. O vinho é a confraternização, mas pode ser também o vício, na doença que é o Alcoolismo, como num ente querido meu, uma pessoa alcoólatra que está há décadas sem colocar uma gota de álcool na boca, no modo como a Disciplina é tão importante para que a pessoa não perca o controle sobre sua própria vida, pois um alcoólatra não liga para as nuances de sabor de um vinho; um alcoólatra apenas quer injetar álcool para dentro de seu organismo. O vinho é o sangue de Jesus, no momento da missa em que a bebida se torna Ele, o Salvador. Os triângulos azuis são como janelas para um majestoso dia de Céu de Brigadeiro, num momento em que, para ser feliz, tudo de que precisamos é olhar para tal Céu e encher nossos pulmões de ar – Saúde é uma dádiva, portando valorize tal dádiva. O Céu é a cor do Pensamento, do Sonho, dos projetos, no termo I-CLoud, em metáfora com o Plano Imaterial, o glorioso lugar onde as doenças mundanas desaparecem, como um Câncer ou uma Depressão, fazendo metáfora com o filme Elysium, uma ficção científica na qual a elite rica mora em uma estação espacial que orbita a Terra, e, em tal estação, há uma máquina que pode curar toda e qualquer doença da pessoa, desses ricos desalmados e infelizes que sequer ligam para o sofrimento humano na Terra, pincelando, aí, o egoísmo humano – se estou bem, o resto que se exploda... Aqui é como um complexo jogo de origamis, a técnica oriental de formar figuras a partir de papéis dobrados várias vezes, no poder transformador das mãos humanas, essas ferramentas que pegam objetos dissociados e, em uma nova associação, produzem algo novo. Aqui é como um assunto sendo desdobrado, ou num mistério policial sendo investigado e esclarecido. São como duas pessoas conversando e esclarecendo algum desentendimento, com dois civilizados cavalheiros sentando e conversando, encontrando o polido e pacífico ponto de concórdia, como dois vizinhos que respeitam o espaço do outro, pois como pode haver Paz no reino de um rei que nunca está contente com seu próprio território? Vemos aqui alguns pontos de cor vinho, mas opaca, como se fosse uma lente opaca, que impede que observemos com clareza, no modo como, aos astrônomos, o Cosmos é extremamente translúcido, permitindo que observemos galáxias tão pornograficamente distantes, como no sucesso de Star Wars, numa galáxia muito, muito distante. Aqui vemos delgadas linhas brancas, finas, minimalistas, fazendo uma interferência mínima no quadro, numa discrição, como num rei que interfere o mínimo possível no dia a dia do pacato cidadão. É o delgado traço de um arquiteto, num Niemeyer projetando Brasília, com formas que casam tão bem com Bossa Nova, num trabalho de identidade brasileira, no enorme desafio do Cinema Brasileiro, que é encontrar uma identidade própria. Aqui é uma exótica pandorga tremulando, como numa altiva bandeira, tremulando na liberdade da qual goza o cidadão de países verdadeiramente democráticos, ao contrário de certos países, os quais são pseudodemocracias. Aqui são como várias borboletas geométricas, na beleza de uma menina eleita Rainha da Festa da Uva, com várias borboletas multicoloridas aventurando-se entre flores da mesma riqueza cromática – é o show da Vida.

 


Acima, sem título (3). Remetendo às coloridas bandeirinhas de festa junina, nas brincadeiras com os coleguinhas de aula, numa época em que as amizades não têm as exigências adultas, numa época da Vida em que nos contentávamos com pouco, pois se estou sempre querendo e querendo, como posso gostar de viver? O fundo negro é uma Lua Nova, na eterna face que a Lua esconde de nós na Terra, numa reserva, como numa pessoa reservada, discreta, a qual vemos pouco durante a Vida, como num Luis Fernando Verissimo, o tímido escritor que confessou em uma entrevista a Jô Soares: a divertida contradição do tímido é que este é, no fundo, é uma Elke Maravilha de exuberante e chamativa. Este quadro me remete a uma chamada do canal Arte 1, com várias dobras que vão, é claro, se desdobrando, até formar a logomarca do canal, num desdobramento de processos, até que um determinado fato fique terrivelmente claro, pois a Verdade é a filha do Tempo, no termo popular: “A Verdade vem à tona”. Temos aqui várias pirâmides, num complexo de necrópole, no ancestral medo do Ser Humano perante a Morte, a qual, em termos espíritas, é uma ilusão, sendo invisível a sobrevivência da Mente no Desencarne, numa espécie de herança ou legado que levamos junto conosco, no fato de que as identidades jamais se perdem, pois tudo não teria sentido sem a dádiva imensurável da Vida Eterna, na Paz que nos guia na absurda realidade de que nunca findaremos – é muito poder. Aqui é como um placar de elevador, com várias opções de caminhos, como optar por um curso universitário, no maravilhoso fato de que não existe Desemprego no Plano Metafísico, em contraste com a dura Terra, com tantos desempregados, inclusive no Brasil. Aqui são agressivos granizos caindo, cortando, fincando, no termo “chover canivetes”, nas fúrias meteorológicas que nos lembram de que ainda não estamos desencarnados, remetendo a uma doença psíquica, na qual a pessoa acha que desencarnou, mesmo estando ainda claramente encarnada, numa rota de fuga de alguém que acha que existe fugir da seriedade da Vida, apesar de ser uma virtude ter senso de humor. Aqui são traços de Arquitetura Modernista, numa favela geométrica, nas lições de Geometria na Escola, no modo humano de buscar conhecer e esclarecer, dando graças e nomes, querendo trazer à luz do Conhecimento terras devolutas, virgens e selvagens, na constante imagem que o Brasil tem no Exterior, de uma terra selvagem tomada de selva tropical, no modo como é difícil para um ator latinoamericano se fixar em Hollywood, esta terra que restringe muito os papéis para atores com algum sotaque, como um ator que conheci, de origem brasileira, o qual jogou a toalha e desistiu da carreira de ator... Aqui são como pássaros geométricos voando, com seus cantos exóticos, num colírio para os ouvidos, na genialidade de Tao ao conceber tais seres sonoros, no perfume comportamental de Chico Xavier, remetendo-me a um colega de Colégio, uma pessoa que adorava usar perfumes, no modo como o incenso indiano ganhou o Mundo. Este quadro tem linhas traçadas brancas, extremamente discretas e minimalistas, como na concepção de Teoria Econômica de Keynnes, o qual prega que o Estado tem que ter uma interferência mínima na Economia, contradizendo nações totalitárias como a China, a qual controla tudo e todos dentro do país asiático. Aqui, as linhas tentam ilustrar algo, de forma bem sugestiva, no modo como a obra abstrata mostra somente aquilo que o espectador quer ver, e cada pessoa tem sua impressão. Aqui são como várias borboletas, na fúria primaveril que traz a implacável Vida, como nas pinturas de Botticelli, obras que, mesmo em plena Era Digital, permanecem com frescor e beleza, remetendo à maravilhosa Terra da Eterna Primavera, nosso Lar, nosso Mundo Real, o Mundo em que as vicissitudes materiais perecem.

 


Acima, sem título (4). Aqui temos um efeito de giro, como num ventilador, com as pás idênticas, dando um efeito ótico de movimento. No centro, um aspecto simétrico, num quadro simétrico. É uma cruz hospitalar, em minhas memórias de Infância, com meu pai, médico, levando-me junto ao hospital, e eu sentia o odor constante de Álcool do ambiente altamente higienizado. É a cruz da bandeira suíça, este pequeno e maravilhoso país discreto e desenvolvido, com sua tradicional neutralidade diplomática, num país que nos dá a esperança de estarmos indo a uma terra onde a Guerra e a Discórdia simplesmente não existem. É a Cruz de Malta no peito do super herói He-Man, simbolizando os guerreiros cristãos, na ancestral incapacidade humana em não imaginar a Vida sem Guerra, no modo como, felizmente, em nossos dias, as guerras estão sendo mais raras, ao contrário do contexto global da II Grande Guerra, traumatizando gerações de seres humanos. A cruz são as quatro estações climáticas, no senso de humor de Tao, dando para uns o calor e, ao mesmo tempo, o frio a outros. Este azul aqui é bem marinho, nas entranhas aquáticas, na cor do Mar no Google Earth, numa imagem de perfeição, sem as incertezas de nebulosidade, parecendo que nossa esfera é um lugar de perfeita Paz, sem qualquer nesga de desentendimentos, fazendo metáfora com o Plano Imaterial, esta vizinhança na qual somos felizes e sabemos disso, na consciência pós óbito, como numa máscara mortuária egípcia, com os olhos do morto abertos, conscientes da nova vida em um novo plano. Aqui são como territórios demarcados, como numa mensuração de terras para entregá-las aos imigrantes italianos no Sul do Brasil. São linhas delgadas que dividem terras, como na travessia de Maria Antonieta entre seu país de origem a França, deixando par atrás a sua vida como a conhecia, abraçando uma vida totalmente nova nos fúteis e alienados salões de Versalhes, como regentes pouco preocupados com a fome de seu próprio povo, pois se me oponho ao Povo, serei deposto, como numa MA guilhotinada. O centro de tudo aqui é um discreto quadrado branco, num ínfimo ponto de Paz, nos esforços diários diplomáticos civilizados em manter a Paz na Terra, esforços muitas vezes frustrados, no eterno talento humano em levar tudo à ponta de faca. O branco aqui é uma janelinha pela qual podemos ver apenas uma pequena parte do quadro de Liberdade e Felicidade, como num lobby de hotel deserto, com suas plácidas e silenciosas escadarias aveludadas, na sedução da vida que nos espera após esta “gestação” material. Aqui, é um ponto pacífico, como numa pessoa que, ao amadurecer, passa a exigir que seus(uas) namorados(as) tenham o mínimo de maturidade. É numa pessoa que encontrou um Norte e passou a organizar sua própria vida, pois não há felicidade dentro de uma vida desorganizada e desnorteada, bem pelo contrário – viver ao sabor do vento é altamente contraindicado por qualquer psicoterapeuta. Aqui temos um sistema harmônico, centralizado, como num moderno sistema de ar condicionado central, como numa instituição, numa universidade, com as hierarquias organizadas para o bom funcionamento do todo, como minha irmã, que foi líder de classe no Ensino Médio, liderando a turma na gincana do Colégio, conquistando o troféu da gincana, no dom de certas pessoas em liderar e organizar sistemas, sempre respeitando quem está nas posições mais humildes da hierarquia, como no Aragorn de Tolkien, um homem com talento inato para a Liderança, conquistando a confiança e o respeito do homem comum, do cidadão anônimo. Aqui é como dividir uma massa para se produzirem pães de queijo, num cozinheiro habilidoso, que faz os pãezinhos precisamente do mesmo tamanho. Aqui é como organizar a Terra entre os pontos cardeais, medidas que, no imenso contexto cósmico, nada significam para este, nos relógios derretidos de Dalí, fazendo da mensuração temporal algo tão insignificante para o mar de galáxias que nos cerca.

 


Acima, sem título (5). Vemos uma serpente geométrica, ou vários patinhos seguindo a mãe, numa relação de dependência, remetendo-me às duas ninhadas que uma cachorrinha minha teve, no ato instintivo de dedicação, com a cachorra deitada, deixando a ninhada mamar, como no instinto de carinho de minha priminha Catarina com uma cachorra golden retriever. Aqui temos um azul marinho discreto, profundo, como nas entranhas oceânicas que engoliram esfuziantemente o Titanic, no modo como as forças da Natureza tanto desafiam o Ser Humano, num artista o qual, nos seus próprios sonhos de sucesso e valorização, quer se tornar como uma força da Natureza, só que a nível artístico, nos poderes catárticos que externalizam dores e causam comoção, como numa Gloria Pires, dedicando-se ao máximo a um certo papel, tendo uma lacrimosa catarse no set, sendo ovacionada por todos ali. Este quadro tão simétrico é ladeado por duas listras, dois limites, como numa cancha esportiva, no modo como a pessoa já nasce com um espírito atlético, como meu priminho Dante, um menino atlético desde cedo na vida. Os limites são os parâmetros, a disciplina, como num consultório de Psiquiatria, no momento em que o relógio toca e a sessão acaba, no modo como é apenas a Disciplina o que pode colocar em ordem a vida de alguém. Aqui são como limites de uma goleira, na “obsessão” por se marcar um gol, no modo como os Esportes, em categorias olímpicas, são tão claramente universais, derrotando Hitler, o qual acreditava que sua raça “superior” levaria todas as medalhas do Mundo. A universalidade nos mostra o absurdo que foi a Escravatura, mostrando no impactante filme Amistad, nos horrores que fazem com que um ser humano, um filho de Tao, seja tratado como um pedaço de fezes – isso definitivamente não é justo, e o Ser Humano tem muito ainda a evoluir moralmente, deixando de querer o Poder pelo Poder. Aqui são como os limites de um caderno escolar, fazendo com que a criança, desde cedo, descubra a importância da Disciplina, como minha coleguinha Renatha no Ensino Fundamental, conquistando a admiração dos professores, numa aluna exemplar e dedicada, a qual dizia que é fácil ser um bom aluno – é só ter uma pitada de Disciplina. Esses ciclos são como um parque eólico, na inteligência humana em aproveitar os fartos recursos naturais, como aquecer água por meio de placas solares, nos esforços humanos em “domar” a Natureza. Aqui é como uma palavra entre aspas, numa citação, ou como na segurança da estrutura familiar, essas pessoas que nos amam e que sabem pelo que passamos existencialmente, no modo como há a prova da importância dos vínculos de família, pois estes não se desfazem com o Desencarne, o que é maravilhoso, pois por mais desavenças que podem existir, tudo se resolverá, seja antes, seja depois do Desencarne, pois a Eternidade é o tempo para qualquer perdão, no caminho lógico da infinitude de Tao, o Grande. Aqui é como numa quadra de salto olímpico, com o atleta buscando, com a fálica vara do pensamento racional, superar as alturas e os limites, saindo triunfante e ganhando sua medalha, como na construção de uma carreira esportiva, num atleta que se dedica ao máximo, podendo, por vezes, obter algumas sequelas de tal fenomenal esforço, pois nunca ouvimos falar que tudo tem seu preço? Aqui são como dois policiais ladeando um juiz de Direito no momento em que este juiz tem uma audiência com um apenado, tudo para garantir a segurança. São como dois ferozes cães ladeando algo valioso, como nos atentos funcionários de segurança de um museu, sempre se certificando de que as obras não serão danificadas pelos visitantes, no ditado popular: “O seguro morreu de velho”. Aqui são como borboletas em uma fila reta, disciplinadas, como numa fila organizada de alunos, no zelo do professor, na disciplina do sino escolar, dizendo quando é a hora de estudar e quando é a hora de ir embora naquele dia de dedicação escolar. Aqui é como um pensamento estruturado, com uma série de fatos confirmados, gerando o Conhecimento Humano, esta inteligência que está tão longe de decifrar os turvos segredos do Universo.

 


Acima, sem título (6). Uma hierarquia vertical, como numa universidade, com seus setores e as disciplinas destes, como no curso de Comunicação Social se dividindo entre Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas, como uma bactéria se dividindo e reproduzindo-se, nas dores de um parto dito “normal”. O triângulo branco aqui é o grande destaque, como num ator que se “apodera” de um filme, conduzindo este, como na majestosa Mulhergato de Michelle Pfeiffer, na combinação felina entre aveludamento e agressividade de unhas afiadas, com um chicote para “domar” os homens, como numa mulher que, ao casar, coloca seu homem na linha, como um cavalo selvagem sendo domesticado, no modo como os lobos foram se transformando em cachorros, nos intermitentes processos dialéticos, onde tudo é transformação, evolução e aprimoramento, no longo caminho de desenvolvimento de apuro moral, este critério que tanto rege nossas vidas na Terra, esta esfera com tantos imorais, no vício humano pelo sedutor Anel de Tolkien. Este fundo reto é imperfeito, irregular, como numa parede gasta, com a pintura desgastada, como rabiscos apagados e refeitos, como nos antigos quadros escolares, quadros negros cruzados por linhas de giz branco, no contraste que busca chamar a atenção do aluno, nos heroicos esforços de todos os professores do Mundo, na profissão que gera todas as outras profissões, remetendo à riqueza cômica da Escolinha do Professor Raimundo, como cada aluno de uma personalidade distinta, neste gênio que viveu entre nós – Chico Anysio. Aqui é como uma parede lixada sendo preparada para a pintura. Temos aqui um animal exótico, alienígena, estranho, nas inimagináveis riquezas biológicas que podem haver Cosmos afora, no contraste entre a vida pulsante na Terra com a aridez inóspita de Mercúrio ou Marte. Aqui temos um sistema de guia de trânsito, com semáforos funcionando em rede, buscando valorizar a bandeira nacional: “Ordem e Progresso”. É um sistema intrincado, com várias placas e sinais, na sensação de que se tem na Inglaterra, com a Rainha comandando tudo e todos, como num mega guarda de trânsito. São arestas querendo ser aparadas, na delícia que é evoluir como espírito no momento de tal apara, no modo como todos temos tais arestas, e significa ser arrogante e ilusório crer que já sei de tudo. Aqui é como um rico vitral de Igreja, em meio a sombras, no forte poder incessante do Bem, o qual gera sentido e virtude, na sensação de que somos muito amados por um grande Pai zeloso. O vermelho é o sangue de Marte, com sangrentos campos de batalha, na fome vampiresca por sangue, com sociopatas malévolos aprisionando mentes, no modo como nem todo mundo merece nossa valia... Aqui são fatores sendo ponderados, com fatores sendo colocados na balança para ver qual é o melhor ponto de vista, ou o melhor candidato a um cargo eletivo, na atual época de Eleições, com tantos sonhos que serão despedaçados pelas urnas, com candidatos expostos a esta inevitável carnificina que é o voto livre do cidadão, como num concurso de Beleza, com sonhos despedaçados pelas moças que não viraram misses. Aqui são como cartas na mesa, num esforço de se observar o Mundo do modo mais abrangente possível, ao contrário do pensamento agrilhoado, o qual não consegue enxergar a nível amplo, conseguindo ver apenas a mãos da Monalisa, pois, em um quadro abrangente, a Vida não deixa de ser engraçada, no infindável senso de humor de Tao, o irônico. Aqui é como um mistério sendo revelado, como no final de um romance policial, coincidindo com os cem anos do lançamento da primeira novela policial da genial Agatha Christie. Aqui é como uma pessoa sendo conhecido por mim, revelando-se aos poucos, até o ponto de intimidade, no qual dois amigos se conhecem profundamente, como num cão, que começa a se afeiçoar pelo dono lentamente. É uma equação matemática sendo decifrada, no modo como os mistérios findam no Plano Metafísico.

 

Referências bibliográficas:

 

Décio Vieira. Disponível em: <www.bolsadearte.com>. Acesso em: 18 out. 2020.

Décio Vieira. Disponível em: <www.enciclopedia.itaucultural.org.br>. Acesso em: 18 out. 2020.

Décio Vieira. Disponível em: <www.pt.wikipedia.org>. Acesso em: 18 out. 2020.

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