quarta-feira, 23 de junho de 2021

Cometa Hadley (Parte 2)

 

 

Volto a falar sobre o ilustrador inglês Sam Hadley. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (1). O sabor cítrico aqui é picante e provocador, abrasivo, ácido, por que não dizer agressivo. É uma sensação de refrescância, como recém sair de um banho, este bendito ritual que nos aproxima da limpeza, do frescor e do perfume do Plano Metafísico, em torno do qual a Terra gira. O réptil aqui é sinuoso e sensual, tortuoso, na sedução de uma supermodelo rebolando como uma deusa na passarela, na fascinante frivolidade do Mundo da Moda, fazendo com que frescuras se transformem em atitude estilísticas que ganham o Mundo, como num popstar estiloso, cheio de charme e estilo, lançando modas que marcam épocas, como na incrível sinergia estilística dos anos 1980. A esperteza do camaleão está em se dissolver e passar despercebido, subestimado, para, assim, surpreender a todos. Neste cenário reina a cor verde, numa harmonia cromática, numa pessoa que sabe combinar as peças de roupa que veste, numa prova de inteligência emocional, esta força sensível que faz com que a pessoa seja uma espécie de feiticeira, deixando todos perplexos com suas investidas de magia e inteligência, pois, já ouvi dizer, tudo o que você precisa mostrar é a sua própria inteligência, ao contrário de uma pessoa obtusa e desinteressante, a qual pouco tem a mostrar de fato. O cenário aqui é tropical e paradisíaco, numa praia perfeita, sem nocivos raios solares nem águas geladas e desconfortáveis, num lugar feito de pensamento, longe desta grande escola de vicissitudes que é a Terra. O camaleão é o instinto de sobrevivência, no modo como as baratas são seres que sobrevivem às hecatombes nucleares, numa força de resiliência, no modo como um artista consegue sobreviver a décadas de carreira, nestes grandes casamentos sem Sexo que são as bandas de Música, com o desafio da pessoa não se repetir muito em meio a tantos anos de estrada. Aqui temos um por do Sol intenso e corado, laranja, cítrico, num quadro todo delicioso, cítrico, no prazer de se comer uma pokan bem docinha, no irresistível slogan de supermercado: “Economizar é comprar bem”. Podemos ouvir aqui a sedução das ondas indo e vindo, respirando, com Céu fazendo amor com a Terra, no vaivém dos quadris da Garota de Ipanema, a canção brasileira mais célebre de todos os tempos, vendendo ao Mundo a sensualidade brasileira, em terras tão belas como a cidade do Rio de Janeiro, remetendo-me a um amigo meu carioca, o qual, depois de beijar o fundo poço por causa de drogas, passou a surfar e ter um estilo de vida saudável, neste esforço enorme que temos que fazer para o autorreerguimento, no desafio da pessoa reflorestar uma floresta devastada pelo fogo, no modo como a Vida vai exigindo que criemos força interna, como numa Scarlet O’hara, a qual, de menina fútil e mimada, aprendeu, na marra, a amadurecer, tirando do fundo da alma as forças para reconstruir uma fazenda destruída pela Guerra Civil Americana, no modo com as guerras deixam rastros de destruição e fome, como uma Scarlet jurando para si mesma: “Jamais sentirei fome novamente!” – são personagens que crescem durante a trama, como o playboy Oscar Schindler que acaba se compadecendo com as dores do Mundo. Podemos aqui ouvir o sensual farfalhar das folhagens, neste fascínio que os trópicos exercem sobre países mais gélidos, como na Escandinávia, com invernos que duram a metade de um ano inteiro. O camaleão aqui está em casa, completamente à vontade, totalmente adaptado, nesta capacidade da Vida em se adaptar às adversidades, no modo como a Água corre para baixo, precisando aceitar onde ela mesma está, pois como posso ser feliz se odeio a cidade na qual resido? É o caminho da aceitação, pois se quero sair do fundo do poço, tenho que, antes de mais nada, admitir que estou no fundo do poço. O camaleão possui este limão, numa atitude de propriedade, no refúgio inviolável do Lar, este lugar no qual nos sentimos tão adaptados.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (2). O caubói é símbolo de masculinidade, algo que entra em cômica harmonia com o filme em que dois caubóis machões se apaixonam. O alvorecer aqui é majestoso, digno da deusa grega Eos, responsável pela Aurora, com carruagens douradas trazendo a luz e o conhecimento ao Ser Humano, no poder científico do esclarecimento, da dissolução de mistérios, como no final de um romance de Agatha Christie, trazendo a resolução final de um obscuro assassinato, pregando formidáveis peças na mente do leitor, desafiando a inteligência deste, no modo como existiu uma rara leitora de AC a qual sempre adivinhava, antes do final, quem era o assassino. Aqui é um espaço ao ar livre, saudável, arejado, nos odores de campo, de cavalos, de bosta de boi, remetendo-me a acampamentos que minha família fazia comigo em terras devolutas, com majestosas cachoeiras, algo muito inusitado para uma criança da cidade como eu, da selva de pedra, no prazer de se mudar de ares e contemplar uma mata virgem, remetendo ao formidável cheiro de bosta do museu rural dos Irmãos Bertuzzi, ícones da música gauchesca. O apelo aqui é bem mercadológico, com o vaqueiro bebendo sua Coca-Cola, este símbolo supremo do capitalismo americano, o qual acabou por engolir o Mundo inteiro, até mesmo a comunista China, a qual, na prática, é capitalista e globalmente competitiva, no sonho de Smith em relação à ausência de Estado. O refresco aqui é a renovação, o prazer de se balancear frio com calor, buscando a temperatura ideal do Plano Metafísico, no qual os dias são agradáveis e as noites são amenas, numa eterna Festa da Uva, numa vindima perfumada, cheia de Vida e frescor. O cavalo aqui, domado, é a disciplina, numa pessoa que passou a perceber o grande poder da Disciplina, esta força racional que faz com que organizemos nossas vidas em torno de algo nobre e produtivo, como um artista absorto em seu atelier, numa bagunça na qual somente o artista consegue se encontrar, fazendo da oficina uma cópia de como a Mente se organiza. O quadro aqui é plácido, e o cavalo está bem calmo, leal e domesticado, esperando pelo comando do cavaleiro, como a Mente é o que deve reger o Corpo. Então, aqui temos tal metáfora – a Mente é o caubói e o Corpo é o cavalo. É a espada precisa e certeira do Pensamento Racional, frio, matemático, contrabalanceado com o Amor e a Afeição, unindo todos os irmãos em torno de Tao, tais quais paparazzis perseguindo Diana, como insetos em torno de uma lâmpada acesa à noite. O Sol ao fundo é belo e onipresente, na beleza minimalista da Bandeira Nacional Japonesa, com um Sol rubro nascendo em meio a brumas alvas, no poder de anúncios publicitário minimalistas, conquistando a atenção do consumidor, num publicitário que, junto a Tao, sabe que é a Simplicidade o que dá poder e penetração a uma mensagem, ao contrário de anúncios confusos e carregados, os quais provam ser fracos, de pouca penetração – menos é mais, como uma sala decorada com simplicidade, com limpeza, com somente aquilo que é essencial. A transparência da garrafa é a Verdade, a coisa autêntica, como numa pessoa nobre, de apuro moral, nunca querendo mentir ou enganar as pessoas; nunca querendo, em malícia, passar os outros para trás, no personagem de DiCaprio, um medalhão do mercado financeiro que resulta num espírito mundano, enganoso, desonesto, ganancioso e perdido em meio aos apelos auspiciosos da Sociedade de Consumo, tornando-se um escravo de sua própria ganância materialista, fazendo da Matéria esta grande ilusão, como na ilusão da morte do corpo físico, na incapacidade humana em entender o Metafísico. O caubói aqui é solitário, tendo como amigo um animal, como numa pessoa que optou por ter um bicho como companhia. Aqui temos uma amizade, uma lealdade, numa confiança mútua, e podemos ouvir os paladinos cavalgares destes bichos tão majestosos como os cavalos, uma das provas da maestria de Tao, o grande projetista, a força criadora em criar coisas novas, como num artista disciplinado, com uma longa estrada de bom sucesso. Aqui temos um momento de pausa, no modo como a Vida precisa de pausa.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (3). A sedenta escalada humana por Progresso, eterna, num Ser Humano disposto a desafiar limites, mordendo a ambiciosa maçã do Éden, como na Torre de Babel, quando o Homem quis desafiar os Céus, num Deus impiedoso, punindo os responsáveis, havendo Jesus neste ponto decisivo de reviravolta religiosa, no qual nos traz o conceito inédito de que Deus é Amor, distante da figura de um patriarca desconfiado, duro e impiedoso, como ditadores como Saddam Hussein, dizendo: “Eu não estou lhe pedindo isto; eu estou lhe mandando!”, no modo como é difícil “desencarnar” do Poder, num espírito que, de tão embriagado por Poder, desencarna e vai direto para o Umbral, a dimensão dos infelizes que não aceitam o dia de soltura que é o Desencarne. O astronauta é a evolução, a depuração científica humana, com avanços incessantes em Tecnologia, com dispositivos móveis cada vez mais espertos e funcionais, no modo como a Internet, esta invenção humana, faz metáfora com a Grande Rede Universal Metafísica, num poder que une a todos em qualquer canto do Universo, em qualquer dimensão, nesta deliciosa sensação de unidade, sexy como as fotos do telescópio Hubble de confins inexplorados do Universo, numa interminável sopa de galáxias, na incapacidade humana em compreender o Infinito, no poder de Tao, no presente da Vida Eterna, a força lógica que faz com que nunca nos morramos – não é Poder demais? A Terra ao fundo é o nosso lar, este esfera tão ínfima e única, a qual, dizem os ufólogos, desperta o interesse observador de civilização alienígenas mais avançadas, desejando apenas, por hora, observar nossa vida e nossos progressos, num Universo tão vasto, infinito, com galáxias tão antigas que suas luzes ainda não nos chegaram na Terra. A escada é a evolução, o passo a passo, numa pessoa galgando aos poucos seu caminho, com calma, sabendo que Roma não foi feita num dia só, sabendo que a Vida precisa de pausa. É a comoção da ida do Homem à Lua em 1969, na corrida espacial de rivalidade com os soviéticos, como na competição de um jogo de videogame, num campeonato para ver quem merece a beleza de jardins eternos e perfumados. O astronauta aqui pisa impositivo, fincando em solo lunar a bandeira dos EUA, nesta nação tão patriótica, com cidadãos que, em seu hino nacional, cantam sua liberdade e sua bravura, dando um exemplo universal de Liberdade, mostrando a infelicidade de regimes que buscam controlar o próprio cidadão. O astronauta aqui pisa numa tela de computador, e a tela é líquida, na liquidiscência da Vida em Sociedade, onde uns se comunicam com os outros. O computador é esta ferramenta poderosa, numa tecnologia que se revela absolutamente essencial à Humanidade, ao ponto de não podermos imaginar nossas vidas sem a Tecnologia Digital, na chamada “Terceira Onda”, a terceira de três grandes revoluções técnicas humanas, com tal onda sendo antecedida pelo surgimento da Agricultura e, depois, pela Revolução Industrial, dando à Inglaterra tal papel desbravador civilizatório, havendo, depois, a revelação dos EUA como superpotência, nessa dança global de impérios ascendendo e descendendo, nesta fogueira de vaidades onde um quer devorar a tripas do outro, numa crueldade digna de Caim matando Abel, na eterna inclinação humana pelo gosto pelo Poder. A Água aqui é a Vida, numa esfera tão rica biologicamente, nesta busca humana por “vizinhos”, por formas de Vida, talvez tentando aplacar o sentimento humano de solidão no Cosmos. O Universo aqui é profundo, escuro e gelado, inóspito, como diz no início do filme Gravidade: “A Vida é impossível no Espaço”. O traje do astronauta é a proteção e o resguardo, com missões espaciais altamente planejadas, contando com todos os detalhes, visando a segurança dos viajantes, com enormes times de geniais astrônomos imaginando as missões espaciais. O solo lunar aqui é assim, morto, inóspito, num Espaço Sideral tão desafiante, tão hostil ao Homem, numa vizinhança tão misteriosa, cheia de lacunas a ser preenchidas pelo Pensamento Humano.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (4). Os museus são estes espaços em que o Ser Humano mostra como é diferente de todos os outros seres da Terra, na celebração da expressão artística, em espaços tão ricos, cheios de poder simbólico, como o famoso busto de Nefertiti, o qual, sendo uma peça de gesso sem valor econômico, tem um poder simbólico esmagador e gigantesco, como no poder simbólico de uma coroa de rainha da Festa da Uva – uma simples bijuteria que tem valor simbólico inestimável. Aqui são como os espíritos de elevado valor moral, regendo seus “irmãos mais novos”, que são espíritos tão primários que ainda se debatem entre Bem e Mal, confusos, havendo na Terra o equívoco hierárquico em torno de Dinheiro, e não em torno de Apuro Moral. A luz aqui é o esclarecimento, o poder do Conhecimento, com mistérios sendo revelados, revelando-se na Vida Metafísica, no plano em que o Trabalho se revela tal força libertadora, ao contrário do bon vivant, uma pessoa vazia, que se acha sexy demais para arregaçar as mangas e fazer algum trabalho – fora do Labor não há salvação, pois que vida é esta, na qual só contemplo e nunca participo? Aqui temos gigantes, como pessoas grandiosas, que foram conquistando respeito e admiração, no homem que reina sob a luz de Tao, a eterna humildade, pois está no centro do Universo aquele que precisamente não se acha o centro do Universo, no discernimento da modéstia, antiarrogante. É como na humildade de um Papa Francisco, o papa da simplicidade e da clemência. Ouvimos aqui o burburinho dos visitantes do museu, como num gigantesco Louvre, o qual não pode ser totalmente apreendido nem se vivermos o resto de nossas vidas lá dentro, fazendo de Paris tal epicentro do Mundo Civilizado, na cidade mais charmosa do Mundo, num lugar tão visitado por turistas dos quatro cantos do Globo, num poder imenso de popularidade e charme, na sedução de perfumes e no glamour da Alta Costura. A grande obra de Arte aqui remete à Antiguidade Clássica, com suas túnicas de santos em imagens de Igreja, no poder da Civilização Grega, trazendo valores inabalavelmente universais como a Filosofia e a Democracia, com deuses gregos que personificavam virtudes e defeitos humanos, na tentativa de mapear a Mente Humana e os vícios desta. Nesta peça vemos um tanto da irreverência de Sam Hadley, numa divertida junção entre passado e futuro, pois a três figuras clássicas aqui empunham a logomarca da Warner Brothers, a logomarca da Amazon e uma placa dizendo: “Possuir”. A Amazon é este mercado mundial, esta rede mundial que, no sonho liberal de Smith, ignora barreiras estatais, com rotas de Comércio ao redor do Globo, com início nas Navegações, trazendo à Europa a sedução oriental de especiarias deliciosas, com coisas tão finas e delicadas trazendo tal força revolucionária. A Warner é a poderosa indústria de Entretenimento, com filmes e seriados sendo vendidos ao redor do Mundo, trazendo aos EUA tal papel de grande potência mundial, com ícones culturais tão fortes como Elvis Presley e Frank Sinatra, como toda uma indústria cultural vendendo o american way a todos no Mundo. A placa ao centro é esta corrida pelo domínio do Mundo, numa China entrando de forma tão forte no Mercado Mundial, num país rico que, em uma ditadura, faz com que o cidadão chinês não seja tão rico, com a maior parte dos lucros recolhida por um estado totalitário, na contradição chinesa no Socialismo de Mercado. A figura central aqui é feminina, e das três imagens só há um homem, ao lado, escanteado, relegado a um papel sutil, no sonho feminista de destruir os preconceitos do Patriarcado, esta força que faz com que tenhamos Deus como o Patriarca Mor, havendo em Adão uma obra prima e em Eva um arremedo que só serve para reprodução. Ao redor desta obra suntuosa, cordões impedem que cheguemos mais perto, num respeito sendo imposto, como num enérgico diretor de Escola, quase assustando os estudantes com rigor e firmeza, havendo na Escola esta força que faz com que a criança, antes de se tornar adulta, entenda a importância do bom comportamento.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (5). Aqui temos uma elevação, numa alma se esforçando em nome de depuração moral, como num aluno esforçado na Escola, enchendo de orgulho o professor. Aqui são os sonhos, numa pessoa que sonha em conquistar o respeito alheio, numa pessoa digna e batalhadora, que não tem vergonha de arregaçar as mangas e fazer algum trabalho, numa pessoa que, demitida por causa da crise do Corona, teve que se reinventar e trocar de ramo de atuação, como um garçom que conheci, o qual acabou virando entregador de tele. Aqui temos uma ambição estratosférica, numa pessoa que tem que ter uma estrutura psíquica muito forte para não se deixar levar pelo deslumbramento, no desafio da pessoa em se manter com os pés no chão, humilde. Aqui temos o famoso conto do pé de feijão, como nas gigantescas árvores de mallorn de Tolkien, árvore nobres, dos nobres elfos da Terra Média, numa genial Cate Blanchett encarnando majestosamente a linda e terrível Galadriel, numa terra tão bela, numa cópia tão fiel dos jardins metafísicos, gigantescas florestas que são como salas de estar acarpetadas, limpas e perfumadas, com um anfitrião fino, de nobreza irresistível, na superioridade dos espíritos nobres e polidos, sabendo que a força da grosseria seja uma ilusão; fazendo das guerras tais eventos de desarmonia, os quais só deixam rastros de fome e destruição. Este pé é todo colorido, como cabos de eletricidade ou computador, numa alegria carnavalesca, no modo como o povo brasileiro sofreu no último Carnaval, sem poder comemorar este, nas vicissitudes da Dimensão Física, este plano inevitavelmente imperfeito o qual acaba por ocasionar enormes progressos espirituais da parte dos encarnados, dos prisioneiros da Carne, na boa notícia de que o “dia de soltura” sempre chega, como no último dia de aula na Escola, num espírito abraçando tal recreio e descanso, para, depois das energias estarem reconstituídas, abraçar novamente o labor em novos desafios, no modo como, encarnado ou desencarnado, o labor não pode faltar. Aqui é uma implacável explosão de Vida, numa inclinação, como as pirâmides são esses monumentos de elevação, como escadarias que levam ao topo, à depuração, num desapego material, pois, quanto mais subo, menos coisas quero e menos coisas me seduzem, como uma pessoa passeando por um sedutor shopping e resistindo às tentações, aos apelos auspiciosos da Sociedade de Consumo, esta força consumista que faz com que nunca estejamos satisfeitos, pois se estou o tempo todo querendo e ambicionando, como posso ter Paz? Aqui é como um grande redemoinho, numa pessoa causando comoções públicas, no poder de um artista em unir as pessoas em torno de uma obra, como grandes sucessos de bilheterias, filmes que lotam salas de Cinema, como na comoção mundial que foi Titanic, um manifesto contra a insensibilidade do Mundo, com meninas e mulheres ao redor do Mundo chorando por Jack, o artista impetuoso e sensível vivido por Leo. Lá longe no quadro vemos uma desesperada mulher dependurada, apegada – é a ganância, numa pessoa que não quer se desapegar, ingressando num intrincado processo de Desencarne, numa pessoa que tem que ser convencida de que “vão-se os anéis e ficam o dedos”, no modo como é complicado para o avarento rico desencarnar, sem compreender que a Vida Meatafísica é mais maravilhosa do que qualquer riqueza mundana, num mundo espiritual em que estamos entre amigos. Ao pé do pé de feijão explosivo, vemos uma mulher abismada e chocada com tal explosão, perplexa, mal crendo no que vê, como uma pessoa que fica abismada com a psique de certas pessoas avançadas, pessoas “feiticeiras”, as quais resistem bravamente aos apelos da Matéria; vemos também um homem carregando um laptop – é o Labor, a responsabilidade do escritório, num horário de dedicação ao ofício, no momento de turno de trabalho, no maravilhoso momento em que nossas mentes estão absorvidas pela produtividade, por uma rotina positiva – como são tristes os improdutivos!

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (6). É claro que aqui temos uma sátira do controverso ex presidente Donald Trump, um homem que, dizem muitos, não se esforça muito em nome do garbo e da elegância, resultando no infame episódio em que Trump enraiveceu uma multidão, a qual invadiu o Congresso dos EUA em agressões e quebra quebras, num político que “comprou briga” com várias pessoas e instituições como a respeitada emissora de notícias CNN. Aqui, a TV é este poder midiático, esta penetração em telespectadores ao redor do planeta, como num Clinton, o qual mentiu, chegando nos televisores do Mundo Todo dizendo que jamais fizera sexo com a infame Monica Lewinsky. É como no poder de grandes figuras midiáticas como Diana, adorando aparecer em todos os televisores, nesse vício estelar por aparências, no stablishment das celebridades, o qual é desprezado por Whoody Allen, um diretor com grande comprometimento artístico e intelectual, numa das maiores cabeças da História do Cinema. Aqui são as cores do arco-íris, num Trump que nunca demonstrou muito respeito para com os não heterossexuais, contrastando com um grande líder como Obama, o qual, absolutamente seguro de sua própria masculinidade, manifestava simpatia para com a população LGBT. A TV aqui é este poder, muito temido por líderes ditadores, como uma certa instituição religiosa, a qual teme muito o poder de uma grande rede midiática brasileira, num jogo de Xadrez para ver quem tem mais poder, numa queda de braço. O topete aqui é a arrogância, num homem decidido a disfarçar desesperadamente a calvície, num homem que acorda todo santo dia na companhia de um cabeleireiro, pois a vaidade não é um traço exclusivamente feminino, apesar do espelho ser símbolo de Feminilidade. O presidente aqui segura um celular, talvez tuitando, no modo como as contas de Trump foram desligadas em tais redes de Internet, talvez estas temerosas em relação às consequências dos devaneios de tal líder, o qual não teve a elegância de admitir a derrota para Biden, num mau perdedor – se sou perfeito, como posso perder uma eleição? Atrás de Trump aqui, uma janela iluminando – é a clareza dos fatos, o esclarecimento, no modo como a Verdade é a filha do Tempo, com verdades sendo expostas, impostas, esclarecidas perante a opinião pública. Vemos aqui um pequeno dado, aleatório, talvez num líder tomando decisões tortuosas, num estadista do lema “A América em primeiro lugar”, demonstrando incapacidade em ser um diplomata que observa além das fronteiras do Tio Sam, com propostas populistas como construir um infame muro entre México e EUA. Uma das mãos de Trump faz um sinal de Ok, achando que está tudo uma maravilha, talvez numa negação, com cidadãos enfurecidos desrespeitando uma casa nobre como o Congresso, num equívoco, pois forte é fraco e fraco é forte. Atrás do presidente vemos as bandeiras que tanto simbolizam a nação potência, com princípios universais de Liberdade, talvez algo bem compreendido por uns e incompreendido por outros, em pleitos eleitorais tão equilibrados, com praticamente uma metade indo contra a outra, no aspecto quantitativo democrático, buscando dizer que somos todos filhos de Tao, apesar de cada um ser um ser único. Aqui, uma folha em branco com uma caneta ao lado, talvez num momento de indecisão, como um líder em profunda ponderação e pensamento, como um médico pensando no que será melhor para o paciente, como uma junta de psiquiatras se debruçando sobre o mesmo caso de um paciente narcodependente, chegando a um consenso: este paciente não pode mais sair da clínica psiquiátrica, ou seja, é numa sentença de “prisão perpétua” – a Vida é um troço sério. Na lapela de Trump, uma pequenina bandeirinha, quase imperceptível, quase e oculta, talvez em meio a conceitos que possam ferir a boa intenção de Liberdade Democrática, no modo como não são todos os homens do Mundo que são grandiosos e nobres, citando aqui novamente Obama, um grande homem.

 

Referência bibliográfica:

 

Sam Hadley. Disponível em: <www.ba-reps.com/illustrators>. Acesso em: 2 jun. 2021.

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