quarta-feira, 30 de junho de 2021

Cometa Hadley (Parte 3)

 

 

Falo pela terceira vez sobre o ilustrador inglês Sam Hadley. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (1). Hadley adora essas releituras irreverentes, impondo irreverência ao clássico, como nesta paródia de Michelangelo, com Deus concebendo o Homem, a obra prima de Deus, reduzindo Eva, as mulheres, a meras cadelas reprodutoras, o pavor das feministas, essas mulheres que provam que uma mulher pode ser tão boa quanto um homem, no poder libertador do Pensamento Crítico, como no livro de uma célebre feminista, o Contra o Vento, ou seja, criticar é trafegar na contramão, no modo como a Filosofia não muda o Mundo; só muda o modo particular de um indivíduo ver o Mundo. O majestoso manto de Deus aqui é rubro, da cor dos bordéis, cheirando a Sexo, como numa cadela excitando o macho no cheiro do Cio, numa libidinosa Primavera, com a Vida brotando com toda a sua força, deixando tudo e todos em Cio, como na implacável Adolescência, quando a pessoa é escrava de seus próprios hormônios, com estes em pleno ponto de ebulição. O vermelho é a sedução feminina, na grife sedutora Victoria’s Secret. O Adão aqui é tão corpulento como o de Michelangelo, como nos homenzarrões corpulentos de Aldo Locatelli, com homens no auge de seu condicionamento atlético, como num halterofilista dotado de uma enorme disciplina, treinando e levando a sério tal condicionamento físico, na dor da musculação, quando o indivíduo exige o máximo de seu próprio corpo. O Adão aqui parece ser negro, no fato de que as pessoas negras são tão filhas de Tao quanto as brancas, algo um tanto esquecido no Racismo endêmico da Vida em Sociedade, como grande figuras como Obama, o grande homem o qual não me canso de enaltecer, fazendo do Racismo uma futilidade enorme, como diz uma canção cantada por Tina: “Realmente não há diferença quando você olha além da pele”, como na futilidade do antissemitismo, equivalendo a dizer que dobermann, por exemplo, não é cachorro. O Adão negro veste jeans, esta peça de roupa tão típica do Século XX, na simplicidade de uma Diana comprando jeans em uma loja da grife Banana Republic, nesta grande figura carismática que marcou o fim do século passado, num carisma mágico e arrebatador, para sempre lembrada por súditos encantados com uma mulher que apenas desejava ser feliz, conquistando com simplicidade a simpatia dos súditos, uma mulher que se sentia – ela mesma disse em entrevista televisiva – um mero útero reprodutor a serviço de uma coroa. Aqui, Deus e Adão se cumprimentam de forma jovial, como nos dias atuais de Pandemia, no qual não podemos fazer um simples aperto de mãos, nas vicissitudes da Matéria que nos mostram que a Terra é uma mesa cópia do Céu, esta dimensão perfeita em que todos gozam de plena e absoluta Saúde, nos sonhos de Medicina em erradicar ao males das doenças mundanas. Deus aqui ouve Música em fones de ouvido, algo tão jovial e contemporâneo, midiático, nos avanços das mídias digitais, revolucionando tudo de forma tão rápida, fazendo do CD e do DVD tecnologias obsoletas, num galgar tão frenético em busca de Perfeição, como na corrida espacial. O Adão negro aqui fita o espectador, e é jovem, barbeado, aprumado. Deus aqui veste um chapeuzinho cônico, agressivo, abrasivo como numa grande pirâmide pontiaguda, na ambição fálica do grande herói em ser útil ao Mundo, no caminho da Dignidade, pois como posso me sentir útil se não sei meu lugar no Mundo? É a busca existencial, e cada um faz a sua própria. Esta sátira de Hadley é inofensiva, inocente, e não ofende de forma alguma a Religião ou a Religiosidade. Deus tem um rosto de boneco de neve, simpático, infantil e inocente, como simpático Deus vivido por Alanis Morissette no precioso filme Dogma, num Deus brincalhão, lamentando o sofrimento das guerras, com um poder imenso, infinito, na forma como o Ser Humano pouco pode compreender o que é a Eternidade, esta força que é tempo para qualquer perdão ou reconciliação, no galgar de crescimento moral, espiritual, no modo como a Vida vai fazendo de nós pessoas melhores.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (2). O atleta mostrar ser rápido e exímio, na construção pública de grandes atletas que se revelam ídolos, com fãs ao redor do Mundo, com ícones imortais como Pelé e Maradona, no costume humano em fazer excitantes torneios, para ver quem é o maior merecedor da glória, numa cópia fiel da glória metafísica, no espírito desencarnado que se encontra com uma vida maravilhosa, cheia de significado e produtividade. O atleta aqui vai na velocidade da luz, como no carismático personagem de desenho animado Papaléguas, em contraponto com o azarado Coiote, o qual sempre, sempre se ferra, sendo este um personagem muito humano, pois existe algo mais humano do que se ferrar? É como em carismáticos anti heróis como Chapolin, cheio de defeitos humanos, muito além da figura idealizada e perfeita do Super Homem, ou como na Mulher Maravilha, a qual não é uma mulher humana, mas um ser divino, apolíneo e incorruptível, blindada com sua armadura, na capacidade da pessoa em saber dizer não, evitando que sua própria vida seja controlada por outrem, num ícone feminista de independência, numa figura feminina que nada deixa a desejar frente ao duro e excludente mundo de homens no qual vivemos. Aqui, o atleta está num teatro, com luzes da ribalta, na espetacularização do desporto, num atleta brilhando tal qual um artista de Hollywood, na construção midiática de grandes ídolos, na capacidade de certas pessoas em desenvolver carisma, algo que não acontece com pessoas menos simpáticas, menos abertas ao Mundo – carisma é um dom, um dom que não é dado a todos, como numa bela mulher que conheço, a qual já tentou se vender de várias formas, mas nunca deslancha, sendo antipática, ou seja, nojenta e arredia, apesar de portar tamanha beleza, pois não diz o dito popular que beleza não põe à mesa? Aqui estamos na velocidade da luz, e as luzes iluminam o astro, num talento, numa destreza, inspirando muitos jovens a alcançar tal glória, no aspecto saudável de positivo do desporto – não são todas as pessoas que têm perfil atlético. Aqui podemos ouvir o glorioso bradar das multidões, enlouquecidas, aclamando um talento, num ídolo que, dentro de si, tem que ter uma estrutura psicológica muito sólida para não deixar que o sucesso lhe suba à cabeça, no caminho realista da humildade, dos pés no chão, como uma certa comediante jovem brasileira, a qual, se manter-se humilde, vai longe; do contrário, nem tão longe. É como o ídolo Romário, o qual, depois da glória federal do Tetra, estava bem humilde jogando no estádio caxiense Alfredo Jaconi. É como um jogador que, ao “entrar de salto alto” em campo, acaba considerando a partida muito dura e difícil, pois se a lebre não tivesse subestimado a tartaruga, teria vencido a corrida. O atleta aqui se esforça ao máximo, como num Guga Kuerten, o qual sofreu de lesão grave em seu corpo, num atleta que exige o máximo de si mesmo, nunca entrando na cancha achando que a vitória está garantida – se considero que vai ser moleza, acabarei achando tudo muito duro. Aqui temos uma revelação, como numa miss ganhando um concurso, nas ritualizações humanas em torno do sucesso mundano, fazendo metáfora com a glória de uma vida metafísica, num paraíso para quem gosta de trabalhar e estudar, pois que vida estagnada é esta na qual não presto para nada? Fora do trabalho não há salvação, meus queridos. Aqui é como uma foto precisa, no momento exato da captura da bola de beisebol, como num fotógrafo de destreza, dominando a técnica de tirar a foto, em talentos tão evidentes como o fotógrafo Sebastião Salgado, o qual, antes de alcançar tal maestria, teve que tirar muitas e muitas foto até atingir o ponto de mestre no ofício, no modo como a Fotografia libertou a Arte da função retratista, numa revolução técnica, assim como hoje em dia o processo de captação de imagens está tão fácil e simples, longe da era dos filmes em laboratórios de revelação. Aqui é um júbilo, um momento de revelação e consagração, no modo como um artista quer ser tal astro, é claro. Quem não tem sonhos?

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (3). No serviço de Hadley para a Propaganda, é inevitável a pitada Pop Art, quando a Cultura de Massa sofreu tal boom no Século XX, com sua Indústria Cultural, na construção de grandes mitos de consumo, com astros que arrastam milhões aos cinemas, significando altos lucros – nada mais americano ou capitalista. A garrafa de Coca Cola aqui é a sedução de tal indústria, com lançamentos anuais de produtos que prometem ser a resolução de todos os problemas das pessoas, remetendo aos tempos em que ainda eram permitidos anúncios de cigarro que linkassem ao vício a ideia de saúde, jovialidade e esperteza, no modo como os tabagistas estão cada vez mais acuados pelas leis antifumo, remetendo às épocas em que era permitido fumar dentro de aviões. A garrafa aqui é a ilusão da Matéria do tangível, do palpável, produzindo os acumuladores compulsivos, pessoas que são escravas da obsessão em ter, em possuir, abarrotando casas com montanhas de objetos inúteis e até insalubres, como numa pessoa que fica varando no lixo seco da vizinhança, trazendo para casa mais e mais tranqueiras. É como uma pessoa que, desencarnada, tem que aceitar que perdeu todas as duas possessões materiais, sendo complicado o desencarne de uma pessoa materialmente apegada, viciada no ter, no possuir, ou como num amor obsessivo e fixado, doentio, muito longe do Amor Fraternal que une todos os espíritos, os filhos de Tao, o Útero Imaculado que é nossa proveniência eterna, indestrutível. Vemos na porção superior do quadro aves voando livres, nas promessas da Sociedade de Consumo de que um produto vai nos libertar de dores e desconfortos, na sedução das Drogas, as quais acabam por acorrentar almas no submundo do vício, com espíritos sofredores, passando todo o tipo de necessidade psíquica, na ilusão de que um novo cachimbo de Crack vai lhes libertar – é um horror. As aves são esta promessa de libertação, e tal dia de soltura só chega para o espírito que desenvolver nobreza, pois elegância está nas ações, e não numa peça de roupa – é a completa contramão do Estilo achar que só posso estar bem com roupas carésimas, nas futilidades consumistas, tal qual uma droga, a qual nunca é o suficiente, havendo nesta eterna insatisfação humana o motor para manter engrenada tal sociedade de sinais auspiciosos consumistas. Vemos aqui um robô feminino, fazendo metáfora com a plenitude desencarnada, com espíritos que são como robôs, só que cheios de Amor e Racionalidade, na inteligência que liberta e que rejeita as seduções, as ilusões consumistas – é como constituir um escudo protetor. A robô aqui é perfeita, bela, saudável, sem qualquer resquício de enfermidades mundanas, na maravilhosa vida metafísica na qual, em meio a tal perfeição de Saúde, tudo o que nos resta é procurar um trabalho, algo de nobre para fazer. A robô é a constituição de tal racionalidade, numa construção espiritual, como passar por cadeiras numa faculdade, fechando o ciclo de estudos e formando-se, nas histórias tristes de pessoas que largaram os estudos, subestimando estes. A robô é bem feminina e, ao mesmo tempo, dura e masculina, na junção cósmicas dos opostos Yin e Yang, os quais namoram e se complementam eternamente. A robô tem uma sedutora boca vermelha, em harmonia com as cores da Coca Cola, a eterna e indestrutível logomarca vermelha e branca, num símbolo tão forte do Consumismo, no modo como eu próprio, todos os dias após o almoço, tomo uma Coca Zero com café – é “sagrado”. Atrás da robô, uma abertura branca se revela, num túnel de passagem, numa luz no fim do túnel, na esperança de que há um mundo melhor, sem os vícios mundanos, num mundo mais nobre, onde todos somos amigos, num mundo onde não há a necessidade de grades. A robô aqui está seduzida pela Coca, havendo nas crianças tal vulnerabilidade, com infantes que ainda não atingiram a sofisticação adulta, a qual é dotada de senso crítico – sou escravo de mim mesmo.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (4). Este monstro faz metáfora com alguns artistas, os quais extrapolam o status de estrela e transformam-se em monstros, como numa Gisele, ditando, há vários anos, moda capilar ao redor do Mundo. É como no deslumbrante blockbuster Parque dos Dinossauros, com a cena arrebatadora do Tiranossauro Rex querendo devorar uma família de humanos dentro de um carro. É como no divertido episódio do desenho South Park, em que Barbra Streisand era retratada como um monstro, um Godzila que queria destruir Nova York. É como nos seriados japoneses de super heróis, em episódios em que gigantescos monstros malévolos que querem destruir Tóquio, sendo combatidos por robôs gigantes do Bem, na luta entre irracionalidade do Caos versus a pureza do Pensamento Racional, na Mente domando a Carne, no modo como, citando Santo Agostinho, somos feitos de carne e espírito, sendo a carne finita e o espírito infinito, fazendo da carne uma morada provisória, um presídio no qual sempre chega o dia de soltura, havendo em nossos corpos carnais uma espécie de prazo de validade, como num glorioso último dia de aula do ano, com os alunos bons passando de ano e abraçando merecidas férias; com os alunos relapsos repetindo de ano, tendo que cursar o ano novamente, em busca do tempo perdido. O monstro aqui é bem agressivo, carnívoro, como uma pessoa ambiciosa, a qual quer muito da Vida, como num empresário visionário, vislumbrando oportunidades de negócios, como um empresário abrindo um negócio na cidade de Gramado, sabendo da alta competitividade do mercado gramadense – a lei é simples: quem não tem competência não se estabelece. É como uma pessoa que passou por vários hospitais, sabendo que alguns são bons; outros, nem tanto. A competitividade é esta agressividade atlética, como um rapaz pobre negro que conheci, o qual era gandula em um clube privado no qual eu treinava Tênis – o negrinho tinha uma garra enorme, e não entrava em quadra para jogar; entrava em quadra para vencer, com muita garra e vontade, deixando para trás muitos meninos mais ricos e socialmente privilegiados. Podemos ouvir aqui o furioso rugido do monstro, remetendo ao célebre seriado Elo Perdido, transmitido no Brasil pelo SBT nos anos 80, numa família que foi parar na Terra Pré Histórica, tendo que lidar com um furioso e ameaçador Rex, como uma tribo africana com receio de que um faminto leão entre na tribo, na incrível força e resistência de tais comunidades primitivas, como os indígenas na Serra Gaúcha, suportando, quase sem roupas, todo o frio que faz no Sul do Brasil, na alta capacidade de adaptação humana. Aqui é uma cena de uma era há muito passada, na teoria mais aceita, a qual conta que um meteoro caiu na Terra e, cobrindo esta de trevas com o impacto, permitiu que os animais de sangue quente sobrevivessem, ceifando as vidas de animais de sangue frio, os quais dependem do Sol para se aquecer, remetendo a um lagarto que morou por um tempo no jardim de minha casa em Caxias do Sul, com o réptil inclinando a cabeça e tomando banho de Sol, na origem do termo “lagartear”. Aqui são as leis selvagens da cadeia alimentar, com os mais agressivos no topo, num mundo de homens, de agressiva competição, no contraponto da doce figura da gueixa, uma mulher bela e agradável, sem agressividade, no mito de Nossa Senhora, a mulher sem história e sem sexualidade, no modo misógino de condenar as mulheres que vivem intensamente suas próprias sexualidades, num mundo em que uma mulher, no máximo, pode ser uma líder de torcida, girando em torno do que importa, que é o jogo dos homens, no modo altamente frequente das mulheres sendo retratadas eternamente num nível abaixo dos homens, sempre menor, sempre mais fraca, sempre menos relevante, fazendo de Eva uma escrava de Adão, numa mulher que personificou o Mal – quanto machismo, Jesus. O Rex aqui é a vontade de viver, a fome de ambição, numa pessoa trabalhadora, que ergue a cabeça e é digna, batalhando pela Vida, sempre produtiva, sempre otimista, sempre guerreira.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (5). Aqui remete inevitavelmente à figura feminista e libertadora da Mulher Maravilha, uma mulher, apesar de ser bela e feminina, tem superforça e é blindada como um tanque de guerra. E como na figura de uma rainha da Festa da Uva, uma moça que, apesar de personificar a feminilidade da mulher caxiense, tem muito poder, representatividade, na força da pujança econômica do enorme polo metalmecânico que é Caxias do Sul, na reforma agrária bem sucedida que foi a Imigração Italiana. Esta vibrante mulher mostra o bíceps com força, na mulher batalhadora, que não se esconde na sombra de um homem, no modo como a sociedade vê com maus olhos a mulher independente, a mulher que não está submetida a um homem, pois, na sociedade patriarcal, a mulher não pode ser livre, estando sempre sob a custódia de um homem – seu pai, seu marido, seu patrão, o Papa etc. A mulher aqui é jovem, bela e vibrante, animada para mais uma jornada de trabalho, no verso de uma canção do saudoso artista Chorão: “Ela é guerreira; ela é uma deusa; ela é mulher de verdade”. Pois a agressividade não é um privilégio estritamente masculino, como uma diva pop que esbanja estilo e atitude, marcando épocas com estilo e modas, numa artista que leva muito a sério o que vestir na hora de vir a público, neste excelente canal de expressão individual que é a Moda, nesta capacidade de certas pessoas em esbanjar atitude, posicionamento, em uma revolução sexy, instigante, no poder da Arte em se tornar esta força cósmica de sensualidade, na grande Internet cósmica, ligando todos numa sensual piscina térmica, deliciosa. O Pulso aqui da mulher é firme, como nos braceletes blindados da MM, rechaçando tiros de fuzil, mostrando o quão longe uma mulher pode ir, como em ícones como Di e Jackie O, mulheres que deixaram o Mundo deslumbrado com tal carisma, com tal classe, obtendo mais evidência do que muitos, muitos homens, no modo como é complicada a vida de uma mulher bem sucedida, pois, no Mundo, o homem, o marido, sempre tem que ser mais bem sucedido do que a esposa, como num marido que, ao ver a própria esposa ganhar uma reconhecimento glorioso, sente-se muito aquém da esposa, sentindo-se diminuído, com sua masculinidade sendo ferida. Atrás desta moça superpoderosa vemos um glorioso Sol nascendo, na aurora de novos tempos, na deusa grega Eos da Aurora, pintando o Mundo de dourado, no verso arrebatador da famosa ária Nessum Dorma: “Tu pura, ó princesa. A Aurora venceu! Venceu!”. E mais uma vez aqui tem o machismo de só achar digna a mulher sem experimentação sexual, entregue pura e casta o marido na Igreja. É como na casta Arwen de Liv Tyler, entregue pura como leite ao marido cheio de experiências de Vida, este com marcas de expressão que contam uma história, ao contrário da mulher, a qual não pode ter rugas... A mulher aqui é muito bela, linda como a pintura de Eos, numa Vênus se revelando na Aurora, assinalando um momento de mudança, como no Sol amanhecendo nas percepções de uma pessoa, fazendo esta enxergar o Mundo com clareza e sabedoria. É como no desenho animado das Meninas Superpoderosas, as quais, além de atributos femininos inofensivos e agradáveis, têm agressividade para dar grandes surras em vilões diabólicos, na dosagem entre Yin e Yang, como nos seios cônicos de Gaultier para Madonna, mostrando que uma mulher pode ser sexy e forte ao mesmo tempo, numa mulher adulta, que aprendeu a sobreviver e a ter brilho próprio, apoiando o próprio marido, mas nunca sendo escrava deste. Este mulherão aqui não pode ser administrado por qualquer homem, e só os homens de fibra, coragem e força podem dar conta de tal mulherão, mostrando a diferença entre meninos e homens. A MM aqui está muito bem disposta para o labor, para a luta, com espírito olímpico, conquistando o pódio, como uma bela tenista na quadra, lutando por um título, gritando em quadra em raquetadas vigorosas, na beleza de uma pessoa batalhando por seus sonhos.

 

Referência bibliográfica:

 

Sam Hadley. Disponível em: <www.ba-reps.com/illustrators>. Acesso em: 2 jun. 2021.

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