quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Artista da Nata (Parte 5)

 

 

Falo pela última vez sobre o ilustrador americano Nathan Fox. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (1). Aqui temos uma submissão, numa pose erótica, digna de Kamasutra. A espada é o falo, o poder, no rigor do Código de Hamurabi, procurando incutir medo no cidadão comum, na questão do lema “Brasil – ame-o ou deixe-o”, ou seja, não venha a público falar mal do governo; exile-se. Aqui é o machismo dos filmes pornôs, no qual somente ao homem é permitido ter orgasmo, relegando às mulheres neste papel subalterno, sem orgasmo, no modo como a sexualidade feminina é castrada sempre – a uma mulher não é permitido ser vulgar, na imagem de santinha, assexuada. O homem senta num trono, com a mulher que é uma mera cadela, no termo inglês bitch, numa mulher cuja vida gira em torno da de um homem, no modo como a mulher independente é mal vista pelo Corpo Social. A espada é a crueldade da guerra, com irmão derramando o sangue de irmão, no caos bélico no qual toda a polidez diplomática é perdida, havendo no diplomata esta figura de sábio, de Tao, num homem que jamais terá algo a ver com violência, na tentativa de resolver pacificamente conflitos como o das Malvinas, nos dois lados do tabuleiro sendo ponta de faca, numa queda de braço, sacrificando as vidas de tantos jovens rapazes – é um horror. A mulher aqui gosta da submissão, havendo na atriz pornô tal figura de submissão, algo abominado pelas feministas, as quais sabem que é preciso pensar “contra o vento” para se tornar uma grande cabeça pensante, respeitada, como não me canso de mencionar a figura do grande professor gaúcho de Comunicação, Tatata Pimentel, o qual só respeitava a inteligência de poucos alunos, chamando estes de “elite”, dizendo aos outros alunos medíocres: “Calem a boca – a elite vai falar!”. A mulher está de topless, quase nua. Seu cabelo rosa é a candura feminina, numa delicadeza tão destruída pela dureza mundana, numa mulher que sabe que “beleza não põe à mesa”, num mundo tão duro, tão cheio de guerras e derramamento de sangue. A mulher aqui tem uma pele rosada, como um sorvete de morango, cândida, contrastando com a figura de machão aqui, num homem que praticamente ameaça e estupra a mulher, no modo como as mulheres simplesmente odeiam as cantadas agressivas, sentindo-se um lixo, agredidas e maltratadas – as mulheres gostam de cantadas fofas, doces. O homem veste uma camiseta com um rosto sorridente, que é o contentamento, num casal que é feliz sexualmente, num momento de entrega, no qual um casal, entre quatro paredes, deixa lá fora todo o resto do Mundo, num momento de absoluta privacidade, no modo como certa vez desrespeitei, num hotel, a privacidade de um casal que colocara na porta o aviso de “Não perturbe”. Neste quadro há a feminilidade de rosas vermelhas, símbolos de romantismo, num homem apaixonado, que vai a uma floricultura, como diz uma certa música pop: “Rosas maravilhosas são o caminho para o teu coração, mas teu homem precisa começar pela tua cabeça”. O homem aqui está empoderado, na figura do macho alfa, num príncipe propondo casamento a uma moça comum de classe média. É como na figura de machão de Conan no Cinema: Serei dono e senhor absoluto de meu próprio reino, não importando se este será pequeno ou grande. O homem toma um drinque, no momento do chefe de família chegando em casa depois de um dia de labor, para tomar um merecido trago. Vemos neste quadro uma pequenina ave voando, que é a liberdade, num casamento que, se infeliz, pode se tornar uma prisão para qualquer um dos cônjuges. Vemos a figura no fundo de um grande quimono, na universalidade do patriarcado, até em tribos indígenas, com a figura do cacique. O chão neste quadro parece ser água, oceano, na feminilidade de Iemanjá, a Mãe dos Mares, “competindo” com a figura masculina de Netuno, neste eterno jogo de sedução entre masculino e feminino, num casal fazendo amor com privacidade e intimidade.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (2). Uma excitante perseguição num filme de ação. Os agentes do FBI são a ordem e a lei, no lema Ordem e Progresso, no caos material sendo resolvido pelo Pensamento Racional, esta espada que abrevia etapas e vai direto ao ponto, numa precisão cirúrgica, na luz fria da Ciência, buscando resolver os problemas da Humanidade, no modo como ainda faz pouco tempo que chegaram às drogarias os analgésicos e os antigripais. O fugitivo vai em uma moto, e podemos ouvir aqui o som da moto a toda a velocidade. É como uma pessoa não querendo encarar uma certa verdade, fugindo dos fatos, fugindo da Vida, periodicamente se mudando de cidade para cidade, evitando encarar os desafios atemporais da existência. A moto é esta fuga, numa pessoa que quer se desligar um pouco do Mundo, fazendo alguma festa, encontrando amigos, num momento de diversão, de desligamento, no modo como todos temos o direito a alguma diversãozinha, pois a Vida não é só sisudez. A cidade aqui é desenvolvida e pujante, com altos prédios e potentes aviões no Céu, como nas maravilhosas cidades metafísicas, nas quais não entra a obsessão material, pois no Metafísico há o completo e absoluto respeito mútuo, muito longe da Terra, onde marginais obcecados por dinheiro roubam bolsas de pessoas, nesta grande ilusão que é a possessão material, na ilusão de que os diamantes são eternos – se são feitos de matéria, não são eternos, e só servem para me colocar em risco frente a ladrões ávidos. Nada se compara à Eternidade, este grande presente que é a prova da supremacia de Tao, o enigmático infinito. Aqui as palmeiras são sensuais, em cidades sexys como Miami, EUA, com seu clima tropical. É como as sensuais palmeiras de Los Angeles, no sensual farfalhar de folhas numa noite de brisa amena, no ruído relaxante do intermitente processo de transformação, pois tudo é processo, tudo é transformação, e as pessoas estão em constante processo de aprimoramento, rechaçando a Mentira e observando o poder eterno da Verdade, pois só esta vive para sempre, fazendo do diamante uma cópia auspiciosa e grotesca de tal plenitude eterna. A moto em alta velocidade é o galgar veloz dos aprimoramentos tecnológicos, no modo como, hoje em dia, você pode conversar a tempo real, no Facebook, com alguém que está no Japão, algo muito inédito para minha geração, a qual nasceu ainda na Era Analógica, com televisores em tubo, telefones de gancho e enciclopédias e dicionários em papel, havendo na geração nova, que nasceu nos anos 2000, uma geração já digital. Esses agentes perseguidores remetem aos diabólicos agentes de Matrix, num sistema social opressor, nesta perversidade que é o controle, pois quanto mais Tao tenho, quanto mais virtude tenho, menos controle desejo obter, havendo no controle a ilusão de que o Universo a mim pertence, o que é errado, pois, no início, era Tao o que havia. O avião é a agilidade de grandes cabeças, como num Woody Allen, desprezando completamente e insensatez e a frivolidade do Mundo das Celebridades, havendo em tal mundo algo muito fútil e tolo, sem muito sentido de existir – as celebridades fingem que são deuses; as pessoas comuns fingem que acreditam. É o narcisismo da figura de celebridade, numa pessoa que só sabe falar de si mesma, ou seja, uma pessoa desinteressante. Aqui tem um estabelecimento chamado Goldrush, ou seja, Pressa de Ouro. É esta pressa dos dias atuais, numa rotina frenética e estressante, a qual aniquila a paz interior, no modo como a pessoa não pode permitir que sua própria vida gire em torno de tal obsessão materialista por sucesso, num espírito obcecado por outro espírito, num amor doentio, possessivo, fixado, algo muito diferente do arejado e saudável amor fraternal. Aqui é como a eterna perseguição do gato Tom ao ratinho Jerry, numa pessoa perseguindo um sonho, uma meta, querendo se realizar e se encontrar, num caminho por vezes confuso e prostrante, no modo como cada pessoa tem sua própria agenda espiritual. Aqui é a sedução da Noite, numa cidade onde tal vida noturna pode seduzir, no gostoso pecadinho da Boemia.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (3). Lá vem um monstro, na capacidade de certas pessoas em ultrapassar o status de estrela e tornar-se monstro, como numa singela Gisele, com seus cabelos sendo imitados por todas as mulheres do Globo, numa Vênus implacável despontando na aurora, num cristal tão fino, tão belo, num cenário onírico como a recente nevada que caiu na Serra Gaúcha, num momento em que todos nos tornamos crianças novamente. O bicho aqui é a agressividade necessária, evocando novamente Gisele, a qual entrava competitiva na passarela, sabendo que tinha que se diferenciar ao máximo, ultrapassando suas colegas de passarela, na competitividade da Vida em Sociedade, em excitantes torneios olímpicos, na glória de brasileiros trazendo medalhas para casa, numa nação sedenta por ídolos, evocando, de novo, Gi. Aqui, não sabemos se é herói ou vilão; só sabemos que há superforça e uma enorme vontade de vencer, pois diz o ditado: “Sem tesão, não há solução”. É o fato de uma pessoa se manter “sedenta” pela Vida, na constante busca por um lugar ao Sol, havendo na pessoa deprimida tal prostração, tal falta de vontade de viver, numa pessoa prostrada numa cama, mal tendo forças para tomar um banho – é a frustração de expectativas, numa pessoa que angariou muito fracasso, deprimindo-se, nesta obsessão mundana por sucesso, dinheiro e poder, aniquilando a felicidade de uma vida simples e despretensiosa. Chamas rubras envolvem o monstro ágil, um mestre no ofício, numa pessoa que não entra na quadra para competir, mas para vencer. As chamas são o ardor dos sonhos, numa pessoa que viu que precisa ser mais guerreira, nunca esperando que o sucesso caia do Céu, como me disse uma psicóloga, ao dizer-lhe que eu queria ter sucesso: “Ok, mas o que você está fazendo para merecer isto?”. As chamas são a fogueira de vaidades, na impactante cena de Elizabeth, com a diva Cate Blanchet, com protestantes sendo queimados vivos em uma fogueira, num Mundo absolutamente cruel, na incapacidade humana para com a Paz, num Ser Humano impedido de ver que todos viemos da mesma “barriga”, havendo a nobreza da Diplomacia, com damas e cavalheiros sempre primando pela Harmonia, na sabedoria de que o Ser Humano é universal, e universal em suas mazelas e virtudes, não importando o contexto social. As chamas são uma comida picante, como numa pizza de calabresa forte, no nome da banda americana, e português, a “Pimenta Picante Vermelha”, como na Culinária Baiana, com seus temperos próprios, fazendo da Bahia um país a parte, num lugar em que tomar dois (ou até três) banhos diários é normal, com baianos passeando, nos melhores shoppings de Salvador, calçando chinelos – é outro país. Respaldando nosso monstro pop aqui, uma mancha azul na parte inferior, fria, geladinha, contrastando com o vermelho, como num anúncio de que vi certa vez de roupas íntimas, com um anjo e um diabo, no modo humano de se debater entre Bem e Mal, algo um tanto primário, pois o Bem é melhor e maior do que o Mal, ao contrário do que pensa um sociopata, como um professor sociopata que tive, o qual dizia que o Mal é mais interessante do que o Bem – a sociopatia é simples de ser observada. Aqui, há empreendimento de força, de esforço, numa pessoa que parou de sonhar tanto e tratou de arregaçar as mangas, ao contrário de uma pessoa que conheço, a qual não foi corajosa para batalhar por seus próprios sonhos na carreira em Música, ou seja, em termo chulo, uma pessoa cagona; uma pessoa desrespeitosa para a qual não tiro o chapéu. O monstro aqui é um oponente no octógono, na arrebatadora cena inicial de X-Men, com o implacável Wolverine detonando tudo e todos num ringue de vale tudo, num herói tão popular, tão repleto de defeitinhos humanos, longe de uma figura idealizada de herói indefectível, num Tolkien sombrio, mostrando a fraqueza humana perante o Poder. Você tem certeza que quer encarar este monstro? É como um furioso Mike Tyson no ringue. Vai encarar?

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (4). O Japão e a Cultura Japonesa são aspectos que fascinam. No topo temos o samurai com sua espada, na figura do agressivo macho alfa. O golpe impiedoso de sua espada separa eras, entre antes e depois de algo, com num grande líder que marca a história de seu país, como num grito de independência, no caminho de um país em adquirir identidade própria, não mais querendo ser colônia dependente e submissa, como num filho que quer ficar independente dos pais. O samurai aqui fuma, numa licença para um pequeno prazer, como comer uma fatia de torta ou tomar um vinho, em prazeres mundanos, tão formidáveis, os quais, se em excesso, podem prejudicar, na frase de anúncios de bebidas alcoólicas: “Beba com moderação”. Ao lado do samurai patriarca, vemos uma chama ardente, numa tocha de conhecimento, num ardor por algo, num desejo que sobrevive, num sonho cuja beleza acaba sobrevivendo aos golpes da Vida, no modo como a Mente sobrevive ao óbito do Corpo Físico, fazendo da Morte tal ilusão. O patriarca aqui divide tudo entres antes e depois, num estadista empenhado em ser o centro vazio de tudo, pois Tao é este vazio, este nada, e todos devemos entender que a beleza e a sensualidade residem exatamente nos espaços vazios os quais acolhem a todos; acolhem a Vida, como num parque com criancinhas andando de bicicleta, como num centro de mesa, o qual pode ser ou vazio, ou equipado com algum receptáculo, para que tal centro, assim, seja útil ao dia a dia, às demandas corriqueiras. Ser invisível como Tao é como tirar o seu próprio Ego do centro de tudo, algo difícil para o egocêntrico Ser Humano. Aqui é uma afiada faca de sushiman, preparando a iguaria que ganhou o Mundo, tornando-se sinônimo de sofisticação, num alimento tão artesanal, tão difícil de ser industrializado, com um peixe que tem quer ser sempre fresquinho, ou seja, impossível de se industrializar. O samurai aqui corta várias cabeças, como num rigor de lei, decapitando o cidadão desobediente, servindo de terrível exemplo aos demais cidadãos – se você não que acabar com este infeliz decapitado, comporte-se. Mas um líder que rege sob Tao jamais recomenda violência, sempre primando pela harmonia e pela conciliação, numa bondade que se revela ao Mundo, como num Chico Xavier, o qual foi visto, amado e respeitado, pois os espíritas odeiam as guerras. Aqui temos uma terrível e implacável hierarquia, mas uma hierarquia mundana, baseada em imposição de força e em ameaça, algo absolutamente distante da hierarquia de Tao, o qual nunca se impõe de forma grossa ou estúpida, nesta indestrutível capacidade humana em ser o mais cruel possível, não canso de dizer – o fino, que parece frágil, é muito mais forte do que o grosso, que parece forte, no discernimento taoista de um líder extremamente cauteloso, como se soubesse dos perigos pelo caminho. O samurai aqui é peludo e viril, muito longe de uma mulher feminina depilada. É como um jogo de Futebol que marca época, nas glórias da Seleção Brasileira de Futebol (Masculino, pois o Futebol Feminino é misoginamente, patriarcalmente ignorado). Aqui vemos um ágil Jamie Oliver com suas facas afiadas, numa agilidade de quem se tornou mestre no ofício, num fenômeno de audiência que faz com que queiramos comer algo feito pelas famosas mãos do chef inglês. Aqui é a imperiosa ordem da rainha autocrata e machona de Alice no País das Maravilhas, com a ensandecida monarca dizendo: “Cortem-lhe a cabeça!”, com o Poder chegando a um ponto em que é difícil que a pessoa poderosa não tire os pés do chão, num líder que vai se esquecendo de Tao, sendo este um líder clemente e agregador, num pai amoroso, que quer preservar o próprio filho do risco e do perigo. Estas cabeças pensantes decapitadas formam toda uma diversidade, numa colorida e festiva Coreia do Sul, tão próxima e, ao mesmo tempo, tão distante do vizinho coreano comunista. Aqui é uma salada de diversidade, num país que acolhe refugiados, numa colcha de retalhos, como numa cosmopolita ilha de Manhattan, com seus bairros diversos, tão distintos. É o modo diplomático de amar a universalidade humana, na universalidade de Tao, o grande diplomata da Paz.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (5). Aqui um grupo unido olha para a mesma direção, num conjunto coeso, como uma banda de Música, ou seja, um casamento sem Sexo. E do que um casamento precisa para durar para sempre? Paciência, com um aguentando os defeitos do outro. São raras as bandas que sobrevivem a décadas de carreira, como num U2 ou Stones. O homem em primeiro plano, provavelmente o líder, faz o papel de macho alfa neste “canil”, num estabelecimento hierárquico, numa ordem que deve ser respeitada, sob a pena do grupo ruir, como num Axl Rose, que sobreviveu às décadas de turbulência de sua banda, sofrendo uma grande baixa, que foi o genial músico Slash – a Vida tem que ser tocada para frente. O líder aqui recebe uma iluminação, uma concepção, uma inspiração, querendo mostrar ao restante do grupo. O feixe de luz é o Pensamento Racional, num abreviamento, numa facilitação, como na desmistificação de uma equação matemática, abreviando etapas e mostrando a frieza lógica, havendo em Tao a mais lógica razão matemática, resultando em toda a sofisticação de tal ciência exata, na prova da irrefutável inteligência de Tao, o lógico, o natural. Aqui são cavalheiros que se reúnem na constituição de uma empresa, com cada um tendo sua função no organismo, como órgãos de um aparelho digestivo, tendo que haver alguém no topo da hierarquia para que, assim, a firma funcione. São como rapazes que se uniram para fazer uma banda, como na lendária banda Engenheiros do Havaí, estudante de Engenharia da UFRGS que se uniram para começar a pisar nos palcos, lutar pelos sonhos e chamar a atenção do público, neste bravo trabalho de desbravar seu próprio caminho, pois a Vida pertence aos que têm coragem de batalhar por sonhos, por metas, como num empresário que abre um negócio, começando devagarzinho, pé por pé, até crescer e evoluir, como me disse um certo empreendedor: “O dinheiro tem. É só trabalhar”. Em contraste com este feixe retilíneo como lógica uma espada de arcanjo no Juízo Final, em nome do apuro moral, tem uma “serpente” de luz, curvilínea, insinuante, como no laço mágico da Mulher Maravilha, o Espírito da Verdade, um dos “autores” do Livro dos Espíritos, de Kardec, uma corda que, uma vez envolvendo a pessoa, causa dor a este se este mentir, nos espíritos depurados, os quais simplesmente odeiam mentir, ao contrário do atraso moral do sociopata, sendo este uma pessoa que é viciada em mentir, acabando sendo rejeitada e desprezada, na vergonha que recai sobre os descendentes de Adolf Hitler – é um horror, pois o preconceito fede como uma mentira. Na porção esquerda do quadro vemos estruturas como raízes, as quais foram fincadas gradualmente, até uma pessoa se sentir radicada em uma cidade que não é natal, no modo como em tornei “filho adotivo” da linda Porto Alegre – saudades! Um dos cavalheiros aqui parece empunhar uma pequena filmadora, na magia do Cinema, a fábrica de ilusões, com tantas pessoas que vão a Los Angeles em busca de um sonho, com tantos e tantos sonhos sendo frustrados pela inevitável dureza do Mundo. Esta filmadora decompõe um raio de luz branca, resultando na magia cromática de um prisma, no encanto de um arco-íris, na magia de um fino lustre de cristal, nos belos salões metafísicos onde só os espíritos finos e verdadeiros entram, deixando a grosseria do lado de fora, no Umbral, a dimensão infernal na qual não sabemos que somos irmãos, iguais, apesar de cada um ter seu jeito próprio. As raízes são a criatividade, num processo de concepção, num trabalho feito com paciência e dedicação, podendo resultar na terrível dimensão dos workaholics, essas pessoas que só trabalham e não vivem, não respeitando a si mesmas e, em consequência, não sendo respeitadas... Noutra porção desta obra vemos quadriculações coloridas, num processo de desdobramento, numa ideia que nasceu singela e foi se desenvolvendo, como numa agência desenvolvendo uma proposta temática para uma Festa da Uva. Aqui são os super heróis constituindo a Liga da Justiça.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (6). Aqui temos o total e absoluto caos, numa casa indisciplinada, suja e desorganizada, como na vida de uma pessoa sem Disciplina, sendo esta primordial para que uma vida seja feliz e produtiva, havendo uma relação de continuidade com o Plano Metafísico, o plano no qual nos damos conta de que o labor precisa continuar, havendo em Tao este ser sempre produtivo, inventando, colocando a cabeça para trabalhar, no oposto à improdutividade infernal. Um grande lagarto parece ter brotado de um pesadelo, na animalidade tomando conta de tudo, na animalidade da Guerra, este evento no qual a nobreza diplomática é tão subestimada e desvalorizada, havendo no exímio estadista uma figura de Paz, nunca de conflito com os vizinhos. A cena aqui é escura, sem o esclarecimento de fatos, e não sabemos ao certo quem manda dentro de tal casa suja. Na penumbra, uma mulher faz sexo oral num homem, na mesma sala em que outro morador do caótico lar abre a geladeira vestindo cueca, sem qualquer pudor, como num vizinho que atende à porta completamente nu, afinal é lá o seu lar. Remete ao impactante filme Clube da Luta, este Yang desmedido, sem qualquer pitada de Yin, para quem tem pouca ou nenhuma sensibilidade, numa brincadeira que acaba sendo agressiva demais, beirando a sociopatia, numa casa exclusivamente de homens, sem o delicado toque feminino de limpeza, organização e decoração. Aqui os homens são solteiros, precisando desesperadamente de um toque feminino na casa, na simples tarefa de se recolher o lixo e levar a lixeira na Rua para o caminhão sanitário. Aqui parece haver um vazamento, e o chão está molhado. A sala está repleta de vestígios de vários dias anteriores, talvez numa casa de rapazes que ainda não “desmamaram” de suas respectivas mães, essas figuras zelosas que, cheias de Amor, mantém uma casa limpa e organizada, no prazer de se entrar numa casa arrumada e perfumada. A geladeira aberta são as escolhas, as opções, nos caminhos que vão nos levando conforme as consequências de nossas próprias escolhas. O lagarto gigante aqui come os restos da pizza, numa casa que começou a ficar fétida de tão desorganizada, numa casa em que nenhum dos rapazes quer assumir o papel feminino de arrumação; numa casa que não tem jeito de lar, mas de mero albergue estudantil. O lagarto remete à personagem Cuca, do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato, havendo na Cuca este poder ctônico, das profundezas da terra, como no terrível demônio Balrog de Tolkien, numa bruxa que mora numa caverna escura, nas profundezas da mente humana, nos labirintos traiçoeiros de O Iluminado, num contexto doentio em que qualquer lógica ou civilidade são esquecidas, num menininho clarividente prevendo derramamento de sangue. Aqui é como uma vida desorganizada, sem meta, talvez numa pessoa deprimida, que foi se frustrando passo a passo com a Vida, esta Vida que tanto exige de nós, exigindo que tenhamos espírito de guerreiro, sempre primando pela Disciplina, esta regra com a qual qualquer criancinha, desde cedo, é confrontada, na questão do bom comportamento, havendo leis punitivas a crimes, no modo da Sociedade chamar a atenção para a suma importância do desenvolvimento de apuro moral. Aqui temos um quadro de vício, numa pessoa que permitiu que sua própria vida gire em torno de alguma droga, num caminho de autodestruição, como num amigo meu, o qual se perdeu nas drogas, esses produtos malditos que destroem tantas vidas, inclusive vidas de jovens. A escuridão aqui é a dificuldade de se observar a Vida de forma clara, numa espécie de miopia, como no termo Miopia em Marketing, naqueles gestores que fracassam em seus negócios, tudo por tais gestores não terem uma visão grandiosa e longeva, num mecanismo que naturalmente pune os “míopes”. O lugar aqui tem um aspecto de bordel, muito longe de um respeitável lar. É a consequência da falta de Amor, de dedicação, de gosto pela ordem, como na personagem da comédia Encantada, organizando graciosamente uma casa caótica.

 

Referência bibliográfica:

 

Nathan Fox. Disponível em: <www.ba-reps.com/illustrators>. Acesso em: 30 jun. 2021.

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