quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Adoro Doran (Parte 3 de 11)

 

 

Falo pela terceira vez sobre o artista gráfico inglês David Doran. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (1). Suntuosas cortinas num luxuoso teatro, em lugares que buscam imitar a enigmática beleza dos salões metafísicos, onde tudo é fino e belo. É na magia teatral das cortinas sendo abertas e revelando um cenário, no momento em que o diretor entra na mente do espectador, numa conversa de Ser Humano para Ser Humano. Aqui temos uma cena de união, de integração social, como nos momentos mágicos de Copa do Mundo, quando o Brasil inteiro se veste de verde e amarelo para acompanhar os jogos, em momentos mágicos nos quais as pessoas, por um momento, esquecem-se de suas diferenças. O pinheiro farto é a magia do Natal, feito para as crianças, com infantes abrindo seus presentes, num momento esperado pela criança durante o ano todo. É na riqueza de um panetone, recheado de consistência, rico, farto, num Papai Noel gordo, generoso, numa farta mesa, com um prato trazido por cada membro da família, compondo uma ceia tão rica, no ditado: “Barriga cheia, coração contente”. É um raro momento em que sabemos que somos todos príncipes filhos do mesmo Rei, na força do pensamento de um homem que dividiu a História da Humanidade entre antes e depois, no poder do metafísico, do pensamento, daquilo que rechaça as ilusões mundanas materiais, como numa Galadriel de Tolkien, seguindo o caminho da Humildade e rechaçando as tentações sedutoras do Senhor do Escuro, na metáfora dos dedos cheios de “anéis” – aos que não querem se desapegar, Umbral, no modo como, não canso de dizer, Ayrton saiu de cena, no modo como a felicidade mundana não sobrevive à morte do corpo físico. O branco da neve é a Paz, numa época de Paz, de conciliação, de generosidade, como presentear o zelador/porteiro do seu prédio com uma bela cesta de Natal, com doces, vinhos etc., ou como sempre ter a generosidade de dar uma gorjeta ao motorista de táxi, pois quando mais presentes dou, mais rico me sinto, na questão do gesto de dar algo, algo que vai além do preço econômico de tal regalo, no modo como esses generosos amigos ficam para sempre em nossos corações, num arquivo de computador, um arquivo que é indeletável. O chão alvo é como de açúcar, na magia de uma cesta de Páscoa cheia de chocolates perfumados, na excitação da criancinha em revistar a casa para descobrir onde o coelho escondeu a cesta, em doces memórias de domingos mágicos, coloridos, doces, na roseta colorida de Elizabeth, a rainha que se aproximou dos conceitos da Mãe Imaculada Celestial, numa monarca que deu alento ao próprio súdito, no talento de estadista, numa pessoa que sempre prima pela Paz, havendo isso no homem de Tao, um homem que sempre prima pelo diálogo e pela política de boa vizinhança. Então, eras de Paz e prosperidade chegam a um determinado reino, num cidadão comum que ama e confia no seu líder, muito distante da estupidez ditatorial, a qual simplesmente não respeita o oprimido cidadão, na metáfora de Matrix, num sistema que reduz um ser humano à trivial função de uma pilha alcalina – é uma perversidade sem sentido, com traços claros de sociopatia, na metáfora do vampiro. Aqui, os cidadãos estão felizes, cantando em coro com alegria, acreditando na simplicidade de seu próprio rei, um rei que, apesar de ocupar tal posição tronal de poder, é um cidadão como qualquer outro, no caminho da Humildade, conquistando o Amor do povo, como num Papa Francisco, o Papa do povo. Aqui é como uma edição especial de Natal de alguma revista, no extraordinário que se sobrepõe ao ordinário, num momento em que podemos entender um pouco da Paz Metafísica, esta dimensão onde as ambições mundanas não entram. Aqui é como uma pequena comunidade de vizinhança, com os vizinhos recebendo uns aos outros, até chegar a um ponto em que amo os que vivem ao meu redor, nunca crendo que o gramado do vizinho é mais verde do que o meu – “Não cobiçarás a mulher do próximo”. Aqui é como as partes do Mundo com neve dão “inveja” às que não têm, neste fenômeno tão raro e onírico no Sul do Brasil.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (2). Aqui é a construção de caráter de um homem, numa pessoa digna e honesta, que ama seus irmãos, nunca querendo passar estes para trás. É como numa carreira pública, numa vida pública, como numa Eva Perón, a qual se tornou tudo o que se tornou com apenas cinco anos de vida pública. É como certos homens se destroem por meio da mentira, como num Bill Clinton, o qual negou ser adúltero, sendo desmentido por um simples teste de DNA – era o seu esperma no infame vestido azul de Monica Lewinsky. O fundo azul é o céu de sonhos, de projetos, de metas, numa pessoa que quer respeitar e ser respeitada, no modo como o bom rebelde, antes de tudo, tem que respeitar a tradição, no caminho oposto à pessoa revoltada, a qual tem raiva em relação ao Mundo – como posso ter Paz se odeio as pessoas? Aqui é uma vida de trabalho e dedicação, no modo como são miseráveis as pessoas que simplesmente nada fazem, nada laboram, nada produzem, numa vida equivocada, dedicada a nada, talvez num espírito que, vendo tal vida improdutiva, resolver reencarnar num ambiente disciplinado, buscando, assim, partir em busca do tempo perdido em tal encarnação hedonista desobjetivada, no modo como a Eternidade é tempo para qualquer volta por cima, no poder terapêutico do Trabalho, esta força que faz com que o Plano Metafísico seja o Éden aos que gostam de produzir, na construção da divina carreira espiritual, a única carreira que existe, até um espírito tosco, depois de muito labor, chegar ao ponto de arcanjo, atingindo a perfeição moral. O colarinho aqui, apertado, é a disciplina, numa pessoa que acorda de manhã e percebe que a Vida continua, sendo o dia anterior doce ou amargo – não importa, pois qualquer página tem que ser virada. Aqui é um impecável branco de roupa, talvez numa mulher laboriosa e dedicada, sempre mantendo uma casa em ordem, talvez percebendo que ser uma simples dona de casa não traz á muito preenchimento existencial, como me disse uma amiga psicóloga: “É tão desinteressante uma pessoa que é só dona casa!”. Ou seja, falando como as feministas, é tão desinteressante uma pessoa que vive a vida de outra pessoa! Aqui é um ambiente de trabalho, de labor diário, numa pessoa que precisa desesperadamente algo para fazer, como já ouvi: “Nada mais trabalhoso do que não trabalhar”. Aqui as pessoas estão ativas, com tesão pelo labor, talvez sob um chefe benevolente, que paga as pessoas muito bem pagas, como num patrão exigente como Silvio Santos, remunerando generosamente qualquer um que trabalhe no SBT. É como um certo professor de faculdade meu, um grande e respeitado publicitário, dizendo aos alunos: “Vocês não podem ficar tão parados assim. Vocês têm que ter tesão, ficar tomando nota, dando opiniões na reunião, participando, fazer o dia valer a pena”. Podemos ouvir aqui os ruídos do labor, como telefones tocando e vozes falando, numa reunião em que o grupo pensa melhor coletivamente, como nas chamadas brainstorms, as tempestades cerebrais das agências de Propaganda, num momento em que todos falam o que lhes vêm à cabeça, para que, assim, surjam, ideias ótimas e felizes, num sharing; num compartilhamento do crédito. Aqui é um homem sonhador, que trabalha em nome da concretização, mas num homem sábio, que, apesar de trabalhador, não é workaholic, como um homem que conheci, o qual, apesar de “ralar”, dava-se ao respeito, jamais se submetendo ao estilo de vida degradante do workaholic, num homem que acabou deslanchando muito bem na carreira – respeito é para quem merece; é para quem se dá ao respeito. Aqui é a deliciosa sensação de construir algo, numa meta, num plano, numa pessoa que resolveu aproveitar o dia no termo latino carpe diem, ou seja, aproveite o dia. São os pequenos sucesso do dia, numa pessoa que chegou ao final da jornada com a sensação de que fez algo de bom, útil e positivo, no caminho do preenchimento existencial, na sensação de se estar fazendo algo de válido e benéfico. Aqui é a igualdade entre homem e mulher, pois ambos têm a mesma capacidade mental.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (3). A intervenção de um artista, querendo criar, fazer coisas novas, numa criatividade que vem de dentro, do instinto, no modo como não há livro que nos ensine como fazer Arte – só são ensinadas técnicas. O X aqui é como um veto, um voto contrário, no modo como as feministas, ao desafiar o Patriarcado, transitam na contramão, no modo como o governador gaúcho Eduardo Leite foi muito corajoso ao falar a verdade em público. Aqui as árvores trazem a beleza arborizada a uma cidade, como nas ruas portoalegrenses, com seus jacarandás de flores roxas durante a Primavera, com tapetes de flores caídas nas calçadas – tem algo mais chic? Estilo vem de dentro, da mente da pessoa. A árvore aqui ameaça tomar conta do quadro, como numa trepadeira, numa hera, tendo que ser podada e domesticada para a Vida em Sociedade, num ritual de aprumação de uma senhora caxiense que conheço, a qual, com grande autoestima, só sai na Rua se estiver absolutamente arrumada, impecavelmente colocada, no caminho do amor próprio – a primeira pessoa que deve me amar sou eu mesmo. Aqui a cena é parisiense, na sedução de uma cidade tão romântica, sonho de viagem de intermináveis levas de turistas, na vitória do charme e da beleza, como no estonteante ensaio fotográfico nu em Paris de Vera Fischer na revista Playboy brasileira, com um certo excesso de pelos pubiano na diva, fazendo pertinente referência à mulher europeia, pouco depilada. A torre aqui tem tal magnetismo, tal it, e todos querem tirar muitas fotos com o famoso cartão postal, no modo como, no presente momento, está duro e difícil para o brasileiro ir para a Europa ou os EUA, havendo no Real tal moeda desvalorizada ao redor do Mundo, como me disse certa uma vez uma prima que há poucos anos viajou à Cidade Luz – os preços lá estão insuportáveis. A torre é esta vitória artística, na vitória da mente do projetista. Esta gigantesca mão é Tao, o artista, o inventor cujas obras nos deixarão perplexos por toda a Eternidade, na dificuldade humana em ver um rosto para Deus, recorrendo à figura de um velho patriarca, reunindo toda a família numa noite de Natal, nesta capacidade rara existente em pessoas de espírito agregador, acolhedor, hospitaleiro, numa casa cheia, com vida, amigos e família, no prazer em bem receber as pessoas, como numa socialite, empenhada em tal ato de recepção, no modo como, por mais bela que seja uma festa, você acorda no dia seguinte e a Vida continua, ou seja, a Vida não é só “tranças soltas ao vento”, como uma pessoa que simplesmente não produz e que nada construiu em vida, desperdiçando uma encarnação com fofocas e bobagens, talvez reencarnando ciente de tal perda de tempo, querendo “ir atrás do tempo perdido” em uma nova encarnação cheia de disciplina. – a Eternidade é tempo para qualquer volta por cima, como num grande amigo que tenho, o qual está começando a reagir, deixando de se “atirar nas cordas”. Podemos ouvir aqui o colírio para os ouvidos que é o canto de pássaros, num barulho de mato, silencioso, com o suave farfalhar de veludo das folhas das árvores, num processo em constante desenrolar, sempre fluindo, nunca num ponto final narcisístico no qual creio que atingi a perfeição, pois ouvimos na sabedoria popular: “A Vida é jogo que segue”. O Céu aqui é perfeito, de Brigadeiro, num glorioso dia de azul profundo, no modo como os desencarnados acham que o Céu metafísico é mais azul do que o Céu físico, quando que, na verdade, são de intensidade igual. Aqui é um belo e ensolarado dia de labor, de produtividade, numa cidade que tem tal energia de trabalho, no Éden para os que querem continuar tocando a Vida. Então o ar flui livre através das fendas de tal torre, sempre respirando, sempre vivendo, nunca encontrando um final, como o fim de algo é o (re)começo para outro algo, como nas séries de estudos na Escola, num paciente trabalho lento de construção, num corpo que sempre flui em Vida. O X aqui é tal cerne da questão, numa pessoa que encontrou algo de nobre para fazer de seus dias na Terra, e isso é uma dádiva.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (4). Aqui temos uma divertida cena de coletividade, no sharing, no compartilhamento de mérito e de participação, como numa agência de Propaganda, com várias pessoas debruçadas sobre as necessidades do mesmo cliente, na sabedoria popular: “Duas cabeças pensam melhor do que uma”. É a humildade que uma pessoa que, sem arrogância, aceita que precisa de uma ajudinha de aliados poderosos, na canção da Broadway: “Pessoas que precisam de pessoas são as pessoas mais sortudas do Mundo”. Temos aqui um dos cartões postais mais famosos da nação da bota, numa ironia, pois, ao ser construída, e Torre de Pisa foi pensada vertical, nunca inclinada, e, em tal “defeito”, a inclinação acabou se saindo tão engraçada e charmosa, no modo como Deus escreve certo por linhas tortas, e os percalços que surgem, na verdade, só vêm para acabar ajudando a pessoa em crise, como num recente tombo acidental que Madonna levou no palco, ironicamente cantando uma canção que fala sobre se decepcionar e levar tombos, na sabedoria popular, em “males que vêm para o Bem”, fazendo das imperfeições tal senso de humor de Tao, como em divertidos erros de gravação em filmes, séries etc. Aqui é como no mito da Torre de Babel, no Ser Humano desafiando limites, na competição fálica para ver qual país tem o prédio mais alto do Mundo, num insano galgar de Tecnologia: hoje em dia, uma discoteca com muitos vinis e CDs cabe num simples pendrive minúsculo, num desenvolvimento que causa admiração em minha geração, que conheceu a Tecnologia Analógica; desenvolvimento que pouca perplexidade causa às gerações mais jovens, nascidas nos anos 2000, numa corrida tecnológica que levará, um dia, seres humanos a Marte. Aqui é a capacidade de um homem de Tao em unir as pessoas em torno do Bem Comum, num líder de fato honesto, cheio de apuro moral, um líder que conquistou tal respeito, como num monarca que vai amadurecendo por décadas de reinado, tomando o jeito, o Tao da coisa, sabendo que o pacato dia a dia do cidadão comum tem que ser respeitado acima de tudo, pois que líder é esse o qual não respeita a Inteligência do próprio povo, como um líder déspota que censura o que é visto em seu país? Aqui, esta coletividade é agregadora, pois vemos tanto homens quanto mulheres, numa formidável igualdade de gênero, como marido e mulher rateando a conta no restaurante, fazendo da mulher uma companheira, e não uma santinha ou putinha, com o perdão do termo chulo. Ao fundo no quadro vemos as formidáveis paisagens italianas, num delicioso verão de vindima, de frutas frescas sendo colhidas, nas festas de vindima, celebrando o fruto do trabalho, como no sonho do imigrante italiano, que chegava à América cheio de vontade de trabalhar e realizar-se com tal ardor de labor, no fato de que o Mundo só pertence aos que este merecem, ou seja, fique longe das tolices de sinais auspiciosos. A torre é a flexibilidade, a vulnerabilidade, vítima da Lei da Gravidade, nas influências fortes da Matéria, construindo o desafio do espírito encarnado em não sucumbir a tais tolices, como fofocas. A torre aqui tem esse aspecto frágil, no discernimento: Forte é fraco; fraco é forte. Ou seja, tenho que ser flexível, aquoso, com a capacidade de me adaptar, na capacidade diplomática de diálogo e conciliação, num diplomata de Tao, da Paz, sempre sabendo que o Mundo nada mais é do que uma vizinhança, na qual sempre temos que ter o tato em nome da Paz, pois as guerras só trazem óbitos e destruição. Ao fundo no quadro, pássaros voando, na liberdade de pensamento, como num país democrático, que respeita a inteligência do cidadão, nunca querendo fazer deste um fantoche a serviço de um manipulador e sociopático governo ditatorial, havendo neste a mediocridade de proibir no seu país a exibição de um determinado filme – qual é teu medo, ditador? A fragilidade da Torre nos avisa de nossa própria fragilidade, e temos que respeitar a nós mesmos, como se soubéssemos que estamos prestes a dar “murro em ponta de faca”.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (5). Já ouvi falar de brasileiros que, ao chegar a Washington, a capital americana, a sensação é de um certo medo que acomete o visitante, talvez medo do poder acumulado pela nação do tio Sam, num país que é uma espécie de “xerife” do Mundo, metendo-se em questões diplomáticas ao redor do Mundo, num país que se acostumou a ser, de certa forma, o “dono do campinho”, talvez numa nação que não compreende que, na História, impérios ascendem e descendem. Aqui é o poder da estética ocidental, no modo como a Grécia, com sua mitologia, sua arquitetura, sua arte, sua filosofia e sua democracia, segue incólume no paradigma ocidental, e a arquitetura de Washington é tal prova, no paradigma estético de decoração neoclássica, tradicional, como na pintura acadêmica, ou como na explosão renascentista há séculos, num mundo grecorromano que segue ditando padrões, no indestrutível paradigma democrático, na forma como as urnas buscam nos dizer que, perante Tao, somos todos iguais, num Pai que não faz diferença entre os filhos, amando todos de forma igual. Aqui o céu é cândido, rosa, feminino, perfumado, como um chiclete sabor tutifruti, um céu feminino num mundo tão duro e masculino, em competições fálicas para ver quem tem mais poder, nas guerras que se iniciam em tal insana competição, no modo como o Mundo pode ser miserável, muito além do Divino Plano Metafísico, no qual a Paz reina inabalável, dando-nos lições a nós aqui na Terra. Esta abóbada é metáfora com a mente humana, com suas coisas gravadas tais quais dados em computador, na construção fria e técnica do espírito, na indolor frieza racional, a qual serve para que nos sintamos bem, sem nesgas de escuridão, como uma máquina que vive para sempre, racional e fria, e, assim ainda, cheia de amor no coração por todos os seus irmãos, a grande família de Tao, que é a única que existe. Vemos no quadro algumas insinuantes sombras de árvores, que é a Malícia, o Mal, num sociopata o tempo todo matutando maldades e agressões, numa pessoa que, ao perceber que o Corpo Social condena o Mal, constrói uma máscara de normalidade, levando vida dupla, ou seja, logo disfarçado de cordeiro, com sociopatas que conseguem enganar muita gente, no modo como Hitler tanta gente enganou, como num senhor insano que conheço, a qual expressava simpatia por Hitler – Jesus, do Céu, que horror é o coração vazio de um sociopata. Mas, no fim das contas, no frigir dos ovos, o Bem triunfa, no modo como o Amor, assim como água, sempre encontra um caminho, uma brecha para viver e prosperar. Na fachada deste prédio neoclássico, silhuetas que parecem deuses ou musas, entidades gregas, no divertido modo como os deuses gregos tinham defeitos humanos, como Ira e Ciúmes, num Ser Humano querendo conhecer a si mesmo por meio de tal construção de deidades, querendo encontrar alguma lógica nos mistérios da existência: Quem sou e para onde vou? Você é filho do Rei e você vai para o Plano Metafísico, o lugar onde há beleza e trabalho, com a construção da carreira espiritual. Estas figuras parecem segurar placas de protesto, com palavras de ordem, num país que proporciona a liberdade de expressão e de pensamento, muito distante de uma ditadura, a qual considera a mente do cidadão um completo e absoluto cocô desprezível, com o perdão do termo chulo. Aqui é como a brutal invasão do Congresso Americano fomentada por Trump, um homem que é a prova de como é complicado “desencarnar” do Poder e desfazer-se dos “anéis do Poder”, essas joias que tanto corrompem a mente dos homens. As nuvens aqui estão enviesadas, diagonais, talvez num desequilíbrio, como num lugar onde reina o Caos, na ausência de um estado que mereça a confiança do seu próprio cidadão, como num sorteio de números de loteria, com as bolas absolutamente bagunçadas – você não imagina a que estado espiritual ficam reduzidas as pessoas que são consideradas felizes na Terra, ou seja, os ricos e poderosos, como num Getúlio Vargas, suicidando-se e indo, certamente, ao Umbral.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (6). Aqui é o diálogo diplomático, com dois cavalheiros civilizados, discutindo polidamente, no fio do bigode. São os esforços de organizações como a ONU, sempre primando pelo tato, sempre rechaçando o uso da força e da violência, na questão do conselho a qualquer governante: Quando você precisa tomar ação ou atitude, faça apenas o que é necessário. É o caminho da limpeza minimalista de Tao, no caminho da “preguiça”, como numa sala de decoração clean, apenas com coisas necessárias no cômodo decorado, como na virilidade de um homem sem frescuras e sem desnecessidades, em povos tão práticos como os americanos, trazendo a caneca prática no lugar da tradicional xícara com pires inglês. Aqui as bandeiras tremulam sensualmente, como água, no tato “líquido” de um diplomata nobre, na capacidade de um líder em ser um estadista, como no eterno exemplo de Elizabeth I, a qual herdou um país falido e pobre e transformou o mesmo na nação mais rica e poderosa da Europa, com ecos de superioridade britânica que ecoam até os dias de hoje, como na inacreditável pompa na coroação de um rei ou rainha ingleses, numa “encenação” na qual todos os cidadãos se sentem detentores de um papel de representatividade, num líder que faz com que o súdito se sinta feliz no lugar onde este súdito se encontra. Aqui é o oposto de certas pessoas “cabeças duras”, as quais não veem na flexibilidade um organismo de negociação, com pessoas obstinadas, inflexíveis, que vão obstinadas até o fim, “quebrando a cara” a perdendo tal capacidade de negociação, como num atrito entre Argentina e Inglaterra na Guerra das Malvinas, num momento em que as nações envolvidas teriam que resolver de modo pacífico e diplomático, pois não é Jesus o Príncipe da Paz? O fundo aqui é rosa e feminino, digno do universo da boneca Barbie, no ditado: “Por trás de um grande homem sempre há uma grande mulher”. É como no papel sutil e coadjuvante de primeira dama, no mito indestrutível de Jackie O., a mulher mais respeitada da História dos EUA, na capacidade de certas mulheres em saber usar tal papel em seu favor, como numa respeitada Michelle Obama, chic ao ponto de ter seu discurso plagiado por outra primeira dama, na prova de que apenas Beleza não salva o dia. Aqui há uma feroz plateia de jornalistas, estas pessoas com cujas inteligências não devemos brincar – os jornalistas são a Inteligência de um país, e detectam qualquer desrespeito a tais mentes. As perguntas espinhosas vão surgindo, e um mau líder que acaba se vendo confrontado a dizer a verdade, sempre a verdade, pois os que mentem acabam desprezados e rejeitados – falar a verdade é respeitar os outros. Aqui é como num carisma de JFK, o qual, em entrevistas coletivas na Casa Branca, chamava cada jornalista pelo nome deste, numa empatia que nem todos os presidentes dos EUA tiveram. Vemos aqui uma caneca quente, com um café soltando vapor – é o acolhimento caloroso, numa delegação diplomática que é recebida com toda a cordialidade e polidez, sabendo que convidado feliz é convidado que é bem tratado. O café quente são as discussões acaloradas, talvez numa aula de universidade, com alunos expressando suas opiniões, na importante tarefa dos professores em formar nossas elites, que são pessoas que pensam “acima da média”, nunca sendo tolas, simplórias ou de má fé. Aqui, os dois líderes de estado estão devidamente engravatados, e a gravata apertada é a disciplina, como num atleta, que tem a disciplina de fazer atividade física e de se alimentar da forma mais saudável possível. O topo das bancadas brancas são a Paz, o trabalho pela Paz, como um político que expressa publicamente a derrota no pleito eleitoral, desejando sorte ao governo do opositor vencedor – é uma questão de elegância. Os microfones aqui são a esmagadora comunicação de massa, com líderes exaustivamente expostos na Mídia, com pessoas cujas palavras e ações tomam proporções gigantescas, numa oportunidade da pessoa mostrar que merece tal posição de poder e que sempre primará pelo Bem.

 

Referência bibliográfica:

 

David Doran. Disponível em: <www.ba-reps.com/illustrators>. Acesso em: 29 set. 2021.

Nenhum comentário: