quarta-feira, 20 de julho de 2022

Helen de Troia (Parte 7 de 9)

 

 

Falo pela sétima vez sobre a talentosa pintora escocesa Helen Flockhart. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, Dança. Como eu já disse aqui no blog, a paixão de HF pela Lua, este astro tão misterioso, deificado desde sempre pelo Ser Humano, num astro identificado com o Feminino, nas palavras de um Fábio Jr: “Cansei de tentar entender as mulheres. As mulheres são loucas!”. Os bananais aqui são a exuberância tropical, longe da fria e cinzenta Escócia de Helen, no boom de uma Carmen Miranda, a artista que é uma prova de como os artistas latinos ficam irremediavelmente rotulados em Hollywood, como no ex-ator Bruno Campos, um homem que, mesmo tendo vivido quase sempre nos EUA, jamais soube se desvencilhar do rótulo de ator exótico, numa injustiça ao ponto de fazer Bruno abandonar a carreira no Showbusiness – todos temos o direito de dar uma sacudida na poeira existencial. O lago aqui é a placidez, na dádiva de uma pessoa calma, que não se rende ao estresse, nas palavras de um professor que tive: “Não se estresse demais!”. Aqui é uma pessoa refletindo sobre a Vida, sentindo as inevitáveis dores existenciais, mas não se permitindo sofrer por tais dores. O lago é tal placidez de sabedoria, numa pessoa centrada e sedimentada, como um amigo que tenho, um homem tão sério e centrado no trabalho, um homem que, mesmo tão firme existencialmente, foi injustamente rechaçado pela própria parceira, a qual não teve a paciência para aguentar os defeitos que qualquer pessoa tem, exceto aqui os sociopatas, os quais são simplesmente maus. O homem aqui está hesitante, não sabendo se mergulha, como numa pessoa que busca mudar de carreira, avaliando os prós e os contras, como num Ronald Reagan ingressando na Política. Aqui é um líder cauteloso, nas luzes de Tao, como se soubesse que nesse lago há perigos, numa fábula contada por uma amiga minha: “O leão tentava atravessar o rio, mas o rio era impeditivo demais. Só que o rio disse ao leão que não era inimigo deste”. Ou seja, as crises são positivas, pois a mortificação, a desilusão vem para colocar no chão os pés da pessoa, num momento de renovação e refôlego, pois o Mundo não pertence aos realistas batalhadores, que sabem que os frutos dourados da vitória não vêm do nada? Como nas palavras de um senhor: “Tem dinheiro – é só trabalhar”. Vemos no quadro um furtivo felino, que é a esperteza, nas leis darwinianas da seleção natural, onde só os espertos podem mandar seus próprios genes para os descendentes, no modo humano de construir as famílias de realeza, as quais giram em torno na realeza metafísica à qual todos pertencemos, nas palavras no fim de show de uma certa popstar: “Todos somos estrelas!”. O homem aqui parece tentar se equilibrar, numa pessoa buscando tal equilíbrio, tal estabilidade, pois não é um inferno a vida de uma pessoa estressada, que não permite Paz para si mesma? As mangas aqui arregaçadas são o trabalho, na dedicação, como um artista em seu atelier, numa bagunça na qual somente o próprio artista pode se encontrar, como numa grande artista que conheço, a qual passou por um câncer e teve que ter tempo para se recobrar e retomar as atividades, como se fosse um período de luto, numa altiva rainha Victoria, a qual se impôs ao Mundo no período de luto, só voltando a suas funções depois de passar a tristeza de ter perdido o marido – permita-se “dar um tempo”. Aqui é uma deliciosa noite tropical, com seus insetos exóticos caminhando pelas árvores, com grilos que mostram que o espaço é cheio de Vida, como numa maravilhosa urbe metafísica, um lugar que nada tem a ver com o silêncio morto de um cemitério, na grande ilusão que é a morte do corpo físico, fazendo dos espíritas pessoas que lidam com mais naturalidade em relação ao óbito carnal, como no bestseller espírita Violetas na Janela, contando o momento de uma jovem em abraçar a vida metafísica, num mundo onde não há pressa; num espírito que repousou longamente antes de despertar no outro plano. Os pés descalços aqui são a simplicidade, como num artista pisando descalço no palco, manifestando humildade, remetendo a um casamento ao qual fui, na beira da praia, em simples e despretensiosos chinelos oferecidos aos convidados, fazendo com que estes se sentissem à vontade.

 


Acima, Esclarecendo. A Lua aqui está um tanto encoberta, tímida, remetendo à MAJESTOSA obra do mestre acadêmico Pedro Américo, A Noite, numa deusa como a elfa tolkiena Arwen, a Estrela Vespertina, num tecido de fina lingerie da Victoria’s Secret, nas palavras de um filme de Allen: “As mulheres são a melhor coisa que você vai ter na Vida. E algumas delas fazem compras na Victoria’s Secret”. Aqui temos uma clara cena de briga e desavença, no modo como, na Rua, podemos nos deparar com uma briga, nas sábias palavras de meu pai: Sempre que você ver alguma briga acontecendo, não se envolva; não tome partido; não tente apartar; mantenha-se remoto e neutro. Como numa pessoa no Facebook, nunca se envolvendo em discussões políticas. Aqui é uma cena feroz de competitividade, talvez em tempos de campanha eleitoral, num cargo tão cobiçado, como vários espermatozoides em torno do concorrido óvulo, como em testes cênicos de elenco para algum papel importante, numa atroz concorrência, com um querendo “devorar as tripas” do outro, com várias pessoas querendo a mesma coisa, como pude conhecer o atroz e competitivo mercado de modelos em Porto Alegre, como numa moça que conheci na capital gaúcha, a qual não teve paciência para persistir no mercado canibalesco, na inevitável competitividade do Mundo em geral, como numa pessoa observando o Mercado, sabendo que tem que tomar certas atitudes para se manter em tal esfera concorrida. Atrás de um rochedo vemos uma pessoa, a qual observa tudo com neutralidade, sem querer se envolver na briga, talvez numa pessoa lamentando tal atrocidade, tal luta, num momento patético em que a Raiva toma o lugar da Paz, nas palavras sábias de Tao: “A Paz é maior e melhor do que a Raiva”, numa lição que, aparentemente de extrema clareza, é tão esquecida no dia a dia das pessoas, como uma pessoa dirigindo no trânsito, num momento em que o Ser Humano exibe e manifesta toda a sua própria patetice, no esforço em nome da paciência, como num cônjuge aturando pacientemente os defeitos do outro, como uma senhora digníssima que conheço, a qual está há mais de meio século casada com um fumante – haja paciência para esta senhora, que não é fumante. A pessoa aqui quer trazer a negociação diplomática, sempre buscando meios em nome da Paz, em situações complicadas como a invasão russa na Ucrânia, numa prova de como o Ser Humano é um rei que nunca está feliz dentro do seu próprio território, sempre querendo mais, desrespeitando o mandamento: “Não cobiçarás a mulher do próximo!”, no preconceito de ver em Deus a figura de um patriarca. As rochas aqui são a dureza da Vida, no momento em que o despertador toca, chamando-nos para a sisuda realidade do dia a dia, como numa Quarta Feira de Cinzas, no momento em que as festas se mostram passageiras e momentâneas, havendo na socialite festeira uma figura que não é secretamente respeitada pelas pessoas, uma pessoa para a qual ninguém “tira o chapéu”. Ainda mais ao fundo no quadro, vemos uma pessoa alheia a tal cena, contemplando a Lua, como numa pessoa alheia de um certo modo, talvez um brasileiro que não assiste aos jogos da seleção brasileira em Copas do Mundo, talvez num contexto de submundo, com seus subconceitos e subvalores, num mundinho em que a pessoa, num certo ponto, percebe que está andando em círculos, como num ator pornô, o qual crê que está construindo algo ou chegando a algum lugar. As árvores aqui parecem tentar dominar a cena arqueando-se, como nas trevas do Ódio, apossando-se de corações, fazendo com que estes sofram na Raiva, no modo como admiração e raiva andam juntas, como num fã assassinando o próprio ídolo. Aqui é num embate entre mestres de algum esporte, nas altas audiências de partidas pela Televisão, no modo como é entretenimento o embate entre mestres no ofício, como num concurso de beleza, o qual, de belo, nada tem, ironicamente. Aqui é na crueldade do ringue de Mad Max, como embates de gladiadores romanos: “Dois homens entram; um homem sai!”, no modo como o Mundo pode ser tão agressivo.

 


Acima, Floresta. Aqui é a solitude, num descanso e num retiro. A nudez é inocente, no inocente modo como viemos ao Mundo, num atelier de pintor, em aulas de nu artístico em faculdades de Arte. A barriga aqui parece estar grávida, no poder da mulher em trazer vida ao Mundo, num poder tal que desemboca na sociedade patriarcal, na compensação: se a mulher tem tal poder biológico, o Mundo, em compensação, tem que ser gerido por homens, na excepcional figura da egípcia Nefertiti, a qual governou transitoriamente um Egito que só podia ser regido por homens, como numa certa menina que vi recentemente na TV, uma menina que está jogando Futebol em meio aos homens, no sonho feminista de pura igualdade, num homem preconceituoso gritando para a moça: “Futebol é para homem!”. É a noção feminista de ir “contra o vento”, numa progressista Igreja Anglicana, batendo de frente com o poderoso Vaticano, o qual pertence somente a homens, em figuras excepcionais como Madre Tereza, obtendo tanto respeito em meio a tanto machismo, num espírito que, em sua encarnação como pessoa religiosa, tratou de não perder tempo e de se colocar à disposição do Mundo, na pessoa de Tao, que está no Mundo para ser um canal de ligação entre mundano e divino, numa figura de esperança na qual o povo pode depositar suas confianças, no poder de carisma: O que faz uma pessoa ser vista, amada e respeitada? De onde vem tal dom carismático? Papa Francisco, por exemplo, é carismático porque é uma pessoa simples, sem pretensões ou vaidades arrogantes, no poder da simplicidade, esta força que nos coloca a todos no mesmo “saco” – príncipes filhos do mesmo Rei, e existe poder mais supremo do que Tao? Não são as realezas da Terra uma esperançosa cópia da divindade metafísica, que faz de cada um de nós tão especial e único? O lago aqui é negro, imprevisível e misterioso, plácido, sem qualquer tensão, um perfeito espelho, numa pessoa que encontrou paz em seus dias, produzindo com disciplina e calma, sabendo que sem calma a vida vira um inferno, na dádiva de fazer algo com calma e dedicação, na sabedoria popular: Roma não foi construída num só dia. Os pinheiros aqui parecem ser de reflorestamento, com suas disciplinadas fileiras, ao contrário de uma mata virgem natural, com as árvores dispostas de forma selvagem e aleatória, nas forças da Natureza cósmica, como conchinhas à beiramar; como galáxias e mais galáxias jogadas pelos confins de um Universo que, de tão vasto, é praticamente infinito, num Ser Humano ainda tão aquém de desvendar tais mistérios. O barco é o veículo e o corpo, o envoltório, na crença espírita certeira de que a Mente sobrevive bravamente à morte física, no modo espírita de lidar com naturalidade com a morte física, ao contrário dos horríveis rituais fúnebres, dando-nos a impressão de que nunca mais veremos aquela pessoa – que sentido haveria em a vida ser finita e o espírito não sobreviver a tal desligamento? Não é a Vida Eterna o caminho lógico? O que é Tao? Tao é o que é natural, na lógica matemática: primeiro, vem um; depois, dois; etc. Não é irônico o fato de que, por toda a eternidade de números, sempre haverá números primos? Esta mata aqui tem tal aspecto disciplinado, como fileiras retilíneas de vinhedos, para aproveitar ao máximo o espaço de solo da vinícola, em todos os custos e zelos ao redor da produção de vinhos, sendo inevitável que seja cara uma garrafa da bebida, ainda mais com os pornográficos impostos que se pagam no Brasil, na questão de Tao: O Povo não aguenta mais tantos impostos! A mulher aqui repousa, sem tensão, como num profundo e pacífico sono de bebê, dando aos pais uma “trégua”, no modo como é cansativo criar uma criança, no termo popular: Ser mãe é padecer no paraíso. A noite aqui é clara de Lua cheia, no poder dos enamorados em curtir tais belezas da Natureza, dando-nos a impressão de que a Lua tem luz própria, num satélite cuja deificação pelos milênios se tornou inevitável. Muito discretamente, na beira do lago, vemos uma forma animal, misteriosa, num lobo ambicionando uma presa, numa busca por Amor e contentamento.

 


Acima, Olhos e o Pavão. O luxuriante pavão é o assédio, no macho se mostrando para a fêmea, numa beleza tão rara, numa riqueza tão majestosa, com os campos e florestas, que vestem roupas maravilhosas, como na cidade do Rio de Janeiro, numa mescla entre Natureza e Civilização, na cidade mais bela e sedutora do Mundo, apesar dos problemas de segurança pública e do narcotráfico. A moça aqui está blasé e indiferente, numa pessoa difícil de ser agradada, como uma senhora que conheço, a qual, quando vou lhe dar dois cordiais beijinhos, fica estática, sem retribuir o cumprimento – a senhora tem algo contra mim, querida? Por que você não se rende a mim? Vemos um sol bordô, na cor do vinho, no sangue de Cristo em nossas veias, no ritual de comermos Sua carne da comunhão, nesta ceia tão simples e maravilhosa como simples pão e vinho, no fato de que as delícias da Vida residem em coisas tão simples, como no poder distributivo de comunhão em colocar no centro da mesa um grande prato de jantar, como um astro rei regendo os planetas num sistema solar, no prazer da comunhão, no dever da Comunicação Social – tornar informações comuns às pessoas, em impressões massivas de jornais e revistas, na metáfora da pata e da galinha: Ambas colocam o ovo, mas a galinha faz mais alarde, numa simples questão de divulgação e marketing. A moça séria é esquálida, com braços fininhos, nos CRUÉIS padrões de beleza contemporâneos, nos quais somente é considerada bela uma mulher semianoréxica, num padrão malévolo que acerta em cheio a autoestima da menina e da mulher. A entediada mulher fita o espectador, ficando blasé em frente a este também. Seus olhos são claros, como um mar caribenho de azul rico, na sedução de fragrâncias cítricas e refrescantes, na magia das fragrâncias mundanas, as quais giram em torno do que importa, que é o perfume comportamental da pessoa – de que vale uma psicopata que se perfuma com Chanel número cinco? A árvore aqui é a vida, a força da vida, numa construção genética, nos mistério do “elo perdido”, o momento de reviravolta que transformou um ser pré histórico em civilizado, alimentando as crenças ufológicas de que a Humanidade teve seu estopim inicial graças a raças alienígenas mais avançadas que nos visitaram e influenciaram-nos, no curioso design futurista de Teotihuacán, a “Cidade dos Deuses”, ou seja, dos alienígenas – é um mistério. Ao fundo vemos uma parede de madeira, com suas formas onduladas, sugerindo o formato de olhos, os olhos do corpo social, numa pessoa que tem que arrumar antes de sair de casa, não podendo sair de casa com a aparência com a qual despertou na cama, no caminho da autoestima, como no mulherão Patrícia Poeta, uma mulher que não sai de casa enquanto não estiver devidamente aprumada, numa pessoa que ama a si mesma. Os olhos aqui são tal vigília, como num velório, o momento de dor e homenagem, num espírito bondoso e felizardo, pois está livre para voltar ao verdadeiro lar, que é o Plano Metafísico, fazendo da Terra um lar de passagem, provisório – ninguém está no Mundo para sempre. A moça cruza os braços numa renúncia, numa resistência, talvez numa pessoa mortificada, imune aos tolos sinais auspiciosos mundanos, com em auspiciosas sessões vips em boates – só se torna importante quem, antes de tudo, respeita a si mesmo, ao contrário de uma pessoa em situação degradante de Rua, uma pessoa que não quer saber de lutar pela Vida, num alpinista prostrado frente a uma montanha – é deprimente. Os olhos aqui são ondulantes, fluidios, como no aspecto de “mármore líquido” da superfície de Júpiter, na danação da matéria, na metáfora de Matrix em relação a uma colher: Não existe colher. Ou seja, uma bela joia da Bvlgari, na verdade, não existe também, na ilusão da materialidade. O pavão é um homem fazendo uma sólida e sisuda proposta de casamento, mas a moça não parece estar muito excitada com a ideia, talvez por notar que o pavão não está centrado no casamento, mas centrado no trabalho.

 


Acima, Semelhança com o Cisne. Aqui remete à terrível imagem de um acidente em um dos aviões da companhia aérea TAM, com cadáveres sendo postos lado a lado na pista, na amarga ironia de que os aviões são o meio de transporte mais seguro. Aqui temos um descanso, numa pausa necessária, ao contrário de uma mulher workaholic que conheci, a qual chegava a simplesmente não dormir no decorrer de 48 horas – é muito degradante. Aqui é alguém se sentindo confortável, na cena em um dos filmes da franquia Alien, na personagem de Sigourney Weaver se jogando em meio a terríveis criaturas extraterrestres, no termo “sentir-se em casa”, nas palavras de um bom anfitrião: “Sinta-se à vontade”, num talento de acolhimento, no modo como é o anfitrião taoista, excessivamente polido, num fino trato como um fino lustre de cristal multicolorido, pois de que adianta um ambiente luxuoso se o anfitrião é grosseiro? Aqui a figura humana se iguala aos animais, com todos fluindo juntos, na grande internet cósmica, na água quentinha e deliciosa que une a todos, nas palavras de um sábio senhor que vi na televisão: “O Bem é sempre agradável; o Mal é sempre desagradável”. Apesar de isso parecer tão fácil, simples e claro, as pessoas estão o tempo todo sendo seduzidas pelo Mal, como o que aconteceu certa vez com um amigo meu: Ele perdeu a própria carteira dentro de um ônibus executivo intermunicipal, e a pessoa que encontrou a carteira simplesmente roubou o dinheiro que ali dentro havia, ou seja, revelou-se uma pessoa de pouco apuro moral, pois pegou um dinheiro que não lhe pertencia, e a aquisição de apuro moral é o sentido da existência e da encarnação: TORNAR-SE UMA PESSOA MELHOR, num caminho evolutivo que faz metáfora com o Darwinismo. A relva aqui é o amparo, o berço, a cama quentinha no inverno, no carinho de dentro de casa, com a mãe zelosa que mantém uma casa limpa, organizada e abastecida de supermercado, no “choque térmico” que é o jovem sair de casa e não mais ter tais zelos dentro de casa, dando, assim, valor aos serviços atenciosos da própria mãe, no inevitável “desmame” que a Vida nos traz, pois crianças crescem. Os pescoços longilíneos dos cisnes são tal elegância, garbo e critérios de bom gosto, em artistas de tão bom gosto como Elis Regina e Marisa Monte, cantoras muito criteriosas no momento de selecionar repertório, num certo “faro” para detectar boas canções que merecem ser gravadas em estúdio, pois nada substitui o bom gosto, ao contrário de vozes boas como Fafá de Belém e Simone, cantoras que, apesar de talentosas, têm um repertório brega, de pouco bom gosto ou critério, ou como uma voz mediana como Madonna, com grande estilo e atitude, e uma grande voz como Celine Dion, sem muito estilo ou atitude – cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, como diz Caetano, outro artista de bom gosto. O cisne é tal vitória da elegância, fazendo do Umbral um lugar grosseiro, onde temos tudo menos amigos, e não é gloriosa a sensação de estarmos perto de amigos verdadeiros, que nos conhecem profundamente? Não é a amizade ou o amor o ouro supremo metafísico? Aqui temos ondulações, num corpo flexível, como numa flexibilidade de negociação diplomática, no homem de Tao, sempre diplomático, sempre suave e polido, como se soubesse que atravessa um rio perigoso e caudaloso, traiçoeiro, numa Chapeuzinho Vermelho, na sedução entre beleza Yin e agressividade Yang do lobo, num jogo de sedução entre opostos, num antigo comercial televisivo de uma fragrância feminina de Chanel, com Chapeuzinho espalhando seu inebriante perfume para atrair o Yang, que é o homem útil e sem frescuras, no modo como Yin e Yang são caminhos diferentes que levam ao mesmo destino, que é Tao, a grande e única avenida, numa lua de mel de Lua cheia, num sala cheia de presentes da casamento, na glória metafísica de pertencimento. A menina aqui, de branco, é tal elegância e limpeza, no patinho feio que descobre que nunca foi pato, num esclarecimento existencial, numa pessoa que passou a ver a si mesma com clareza, sabendo o que quer fazer da Vida, ao contrário da infeliz pessoa improdutiva, pois não é o Umbral tal inferno improdutivo?

 


Acima, Violinista. Podemos ouvir aqui o som do instrumento, neste perfume auditivo que é um músico tocando na Rua, pedindo por pobres gorjetas, numa pessoa que leva uma vida tão dura, tão pobre, tendo que depender da gentileza de um Mundo não tão gentil assim. A vareta é a abreviação facilitadora do pensamento racional, no sentido da pessoa ouvir a cabeça, a razão, evitando chegar a um ponto de pedinte mendigo, um mendigo que colocou a si mesmo em tal situação, talvez uma pessoa que ouve só o coração, e nunca a cabeça – Deus lhe deu uma caixola, portanto, use-a! O músico aqui está de pés descalços, o que é a simplicidade, como andar dentro de casa sem calçados, na sensação gostosa de lar, de aconchego, num anfitrião que nos recebe de pés descalços, deixando-nos à vontade, no fato de que a Vida é boa quando é simples, em coisas são gratuitas e maravilhosas como um beijinho no cônjuge, não permitindo que esfrie o calor na relação, ao contrário de um casamento que caiu na mesmice cotidiana, num sexo se tornando mecânico, sem carinho ou ternura. Os cisnes aqui parecem estar inebriados, seduzidos pelo som, fazendo da Música esta arte tão fundamental, no poder da Indústria Fonográfica Mundial, lançando artistas, visando vendas e downloads, na morte trágica de um Michael Jackson, o artista que estava prestes a se reerguer e fazer uma incrível bateria de shows em Londres, no modo como a morte de Elis virou o Brasil de cabeça para baixo, nessas grandes comoções como o óbito de Diana, expondo a distância de Elizabeth II de seus súditos – o líder que se afasta de seu povo deixa de ser líder, como num Romanov deposto, humilhado, aprisionado e executado junto com a esposa e os filhos – os marxistas que me perdoem, mas não aceito matar crianças... O músico aqui é magro e elegante, na elegância da arte erudita, na cultura que começa nos bancos escolares, numa cultura que tanta falta faz a países pobres como o Brasil, com uma população de analfabetos ignorantes, pessoas que se tornam alvo fácil para pastores de igrejas malévolas e exploradoras, as quais dizem agir em nome de Cristo mas fazem coisas que Cristo jamais faria. As multicores dos cisnes são a alegria carnavalesca, num momento de festa e de desligamento do cotidiano, no glorioso momento do happy hour, quando gravatas se afrouxam e uma bebida alcoólica entra em cena para abrandar o siso sério do trabalho. O trio de cisnes forma um só corpo dinâmico, numa harmonia, como nos setores dentro de uma empresa, com cada pessoa com sua função, como órgãos do aparelho digestivo, numa relação sexy e erótica de divisão de tarefas, no guardacostas protegendo o príncipe, no sensual sem ser sexual, o grande enigma metafísico. O bosque aqui é encantado, parecendo sair de um conto. O bosque é a beleza da Vida, nesta explosão de biodiversidade terráquea que deve causa perplexidade em outras raças alienígenas que nos observam, creio eu – você acredita em vida inteligente fora da Terra? Qual seria o sentido de um Cosmos tão vasto sem Vida? As pedras aqui são a dureza da Vida, no modo como só pode ser mentalmente sã a pessoa que trabalha, pois o trabalho mantém nossos pés no chão, deixando-nos com uma perspectiva realista do Mundo, pois quem não trabalha vive em uma dimensão ilusória e irreal, alienada do precioso Senso Comum, como nos efeitos sobre a mente de uma pessoa que trafega por um submundo, perdendo o link com o Mundo real. O rapaz aqui é a disciplina e a dedicação, numa pessoa que sabe que deve encarar o labor e o dever. Atrás do rapaz, vemos eróticas tulipas, na beleza natural, num reino sendo representado por alguma forma de vida de tal reino, no costume do egípcio antigo em ver divindades em elementos da Natureza, como animais, o Sol, as estrelas etc. Ao fundo no quadro vemos o termo popular: “Uma luz no fim do túnel”, que é a esperança, o êxito, numa pessoa que está em plena luta pela vida, numa pessoa que “não se atira nas cordas”, sabendo que o tesão pela Vida é o que importa, numa planta que luta para crescer e conquistar um espaço ao Sol.

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