quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Um Dürer que perdura (Parte 3 de 3)

 

 

Falo pela terceira e última vez sobre o artista alemão Albrecht Dürer. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, Adão e Eva. Aqui temos uma igualdade de gênero, com Yang e Yin sendo representados, no modo como o casal heterossexual acumula uma função representativa, com ele representando os homens e ela representando as mulheres, numa representação social, no modo como é inevitável que vivamos num mundo heterocentrado, nos preconceitos usuais: a mulher está sempre num nível abaixo do homem – é um horror. Este quadro remete a uma recente campanha publicitária da Festa da Maçã, no município gaúcho de Veranópolis, com as soberanas segurando maçãs e, ao redor do pescoço da rainha, uma vistosa sobra, numa campanha corajosa e inusitada, ousada, cheia de frescor e jovialidade, no modo como nem todos os caxienses gostaram da atual campanha da Festa da Uva 2024 – gosto não se discute; só se lamenta. Aqui é o modo renascentista de celebrar o nu artístico humano, nestas obras de Tao, produzindo animais tão majestosos como o cavalo, no modo como os campos e florestas vestem roupas majestosas, mas num Ser Humano obcecado com palácios, no modo taoista de falar sobre um grande líder, o qual pouco se importa com os luxos dos palácios de onde emana o poder. Os pés descalços são a simplicidade, num Éden maravilhoso, no modo como já ouvi dizer da literatura espírita: O Plano Metafísico é um Éden para os que gostam de trabalhar e estudar, na ironia de que o Céu não é feito de anjinhos loiros tocando harpas, mas um lugar em que segue soberana a seriedade da Vida, do labor, da produtividade, como no filme espírita Nosso Lar, com um espírito desencarnado ocioso, entediado, insatisfeito, sendo questionado por um espírito superior: “Não há um único trabalho em nossa colônia espiritual que desperte teu interesse?”. Aqui é um momento entre a Paz e a derrocada da Humanidade, quando Eva, misoginamente diabólica e maliciosa, seduz Adão e corrompe este, no males da Caixa de Pandora, responsabilizando a mulher pelos males do Mundo, como queimar vivas em fogueiras mulheres acusadas de bruxaria, num Mundo em que a mulher poderosa é malvista, no termo machista “Bela, recatada e do lar”, numa mulher eternamente coadjuvante, sempre respaldada por um macho alfa, como num harém de faraó, na missão do rei em colocar no Mundo um herdeiro varão, como na obsessão de Henrique VIII, fixado em colocar no Mundo um filho homem, num herdeiro que, após a morte do célebre rei, pouco viveu para consolidar qualquer legado de regência, como na China, na política do filho único, em casais obcecados em colocar no Mundo um filho homem, encaminhando meninas bebês a cruéis orfanatos, nesta capacidade humana em ser cruel e patético, mundano, obcecado com o mundano, rejeitando a superioridade do pensamento e do metafísico. Aqui a maçã está prestes a ser mordida, na sedução dos gostosos pecadinhos capitais, como na Luxúria, num casal encontrando calor na relação, não deixando murchar o calor da Lua de Mel, como um casal que conheço, num casal que acabou se separando, talvez porque esfriou tal calor, num sexo que passou a ser frio e mecânico, sem a intimidade gostosa do amor, na linha divisória clara entre amor e sexo. As folhas tapando os sexos são a malícia, como no ato do Vaticano em tapar os sexos de pinturas de Michelangelo, numa completa e absoluta falta de respeito pelo legado do artista notável, pois como pode se sentir um artista cuja obra foi agredida? É como num caso recente em que uma mulher quebrou uma obra do artista brasileiro Romero Britto, fazendo-o na frente do artista, o qual ficou chocado e boquiaberto com tal agressão e desrespeito. Como são lindos os seios de Eva aqui, lactantes, férteis, cheios de leite para a prole, na delícia de se mamar numa caixinha de leite condensado, no puro leite de Maria, a mulher sem máculas, sem rugas e sem história, como uma certa popstar, a qual está obcecada em não envelhecer, na crueldade da celebrização e da exposição midiática, num público que espera que os astros e estrelas não envelheçam. A beleza aqui é gritante, em rostos apolíneos que pouco nos dizem que descendemos de símios.

 


Acima, Chamada de São Pedro. O lago plácido é a Paz, no título de Jesus: O Príncipe da Paz. É o espelho de Narciso, na pessoa focada em si mesma, como no narcisismo sociopático, numa pessoa que, simplesmente, considera a si mesma como Deus, podendo fazer tudo o que quer, vendo pessoas como objetos, e não como pessoas, no caminho da insensibilidade, pouco se importando com comoções de sensibilidade como o megahit I will always love you, como no vilão burguês de Titanic, egoísta, cruel, pouco se importando com as vítimas do desastre, numa pessoa de ralo apuro moral, buscando sempre por vantagens em relação aos seus companheiros de caminhada, seus irmãos, indo a uma festa pomposa não por amar o anfitrião, mas por ser uma vantagem ir a tal festa luxuosa, numa pessoa absolutamente sem tato ou respeito. Jesus aqui aborda São Pedro, o mártir que inaugurou a Igreja Católica Apostólica Romana, num trono sagrado, legado por um santo, no modo humano de ver o sacrossanto, como no final do filmão Elizabeth, com a deusa Cate Blanchet, digna de Oscar: “As pessoas querem tocar o sagrado aqui, na Terra”, numa rainha que assumiu o papel de Maria, remetendo a meus vizinhos em Caxias do Sul, uma igreja anglicana, com seus cânticos agradáveis todo fim de tarde, no modo como é prazeroso viver perto de um templo, numa vizinhança de paz e serenidade, na universalidade da espiritualidade humana, em momentos atrozes como a proibição comunista, que privou o cidadão de ter tal espiritualidade – é um horror. Os pescadores ao fundo são o labor e a responsabilidade de encher redes de pesca, num homem com a responsabilidade de prover um lar, num superpai zeloso, que nunca deixou algo faltar dentro de casa, em atos de revelam amor e zelo, como uma mãe mantendo em ordem as roupas sujas dos filhos, num jovem que, ao sair de casa, sente a falta de tais zelos maternos, num processo de “desmame”, por assim dizer. O labor é a seriedade da Vida, numa pessoa que, de certo modo, quer fugir e esconder-se da Vida, como numa pessoa em situação de Rua, a qual não quer saber de se reerguer e de adotar responsabilidade, pois, nos abrigos de assistência social, tais mendigos são confrontados com a realidade, quando que, na situação de Rua, não há pessoa alguma para cobrar coisas do mendigo, nas sábias palavras de uma certa canção: “A Vida cobra sério e realmente não dá para fugir,” pagando um preço alto quem quer fugir, numa situação degradante e deprimente, numa enorme falta de autoestima, como tomar um bom banho, vestir roupas limpas, escovar os dentes etc. As montanhas rochosas ao fundo são as vicissitudes e as dificuldades, em desafios, numa pessoa com tesão pela Vida, encarando tal Vida, como num surfista prostrado frente a um mar sem ondas, no modo como não me canso de dizer: A vida sem vicissitudes não tem sentido, pois as vicissitudes nos fazem crescer, e o crescimento e a depuração são o sentido da vida, de qualquer vida. Pedro aqui precisa de um auxílio, numa pessoa que, em humildade, precisa de tal apoio. Aqui é o modo como todos precisamos de aliados na vida, como uma grande amiga que foi minha professora de Redação, uma pessoa que me ajudou a obter respeito frente a toda a classe de estudantes na sala de aula naquele momento, no modo como há algo melhor do que ser uma celebridade assediada, e este algo é respeito, como numa célebre Jacqueline Kennedy Onassis, caminhando tranquilamente pelas ruas de Nova York, sozinha, respeitada pelos demais cidadãos, ao contrário de muitas celebridades, as quais não podem sair na Rua sem o respaldo de um ou mais seguranças, como numa Xuxa Meneghel, a qual não pode desfrutar das delícias da cidade do Rio de Janeiro, como caminhar por um calçadão, sentar, tomar um suco de acerola e observar o movimento, no modo como a fama pode ser uma prisão. Pedro aqui se curva perante a superioridade moral de Jesus, num reconhecimento de tal homem brilhante, cujo legado intelectual sempre perdurará, no poder do pensamento, o qual se sobrepõe à finitude da matéria, do material, pois, antes de tudo, era Tao.

 


Acima, Deposição de Cristo. As mulheres aqui são pudicas, coxinhas, aquelas mulheres que jamais se expõem, com seus cabelos recatados, cobertos, em seres passivos, dependentes de um macho que as respalde, ao contrário da imagem de Iemanjá, sexy, com seus longos cabelos negros caindo sobre os ombros, com seios mostrados num ousado decote, com ancas férteis e sensuais, com uma estrela em sua fronte, numa espécie de Maria sexy, trazendo fartura às redes dos pescadores, numa mãe generosa, provendo toda sua prole, como anjinhos aos pés de Maria, numa mãe mar de paciência eterna, sempre dando novas chances aos filhos, gerando a Vida na Terra, em filhos que vão se tornar príncipes supremos da Paz, espíritos de luz, arcanjos do Amor e da Sabedoria, na fria beleza dos números, num ambiente racional de depuração espiritual, na fria beleza da Galadriel, na beleza suprema de Eos, a deusa dourada da Aurora, num momento em que tudo é feito de ouro, numa beleza digna de adoração, nas rainhas que regem cada cidade espiritual, na metáfora das rainhas da Festa da Uva: A cada edição, uma nova moça é eleita, girando em torno da beleza imortal de Eos, sempre jovem, sempre bela, num plano em que não há a passagem do tempo, num plano com praças de paz, quietas, deliciosas, muito longe da ambição humana mundana pela guerra e pela cobiça, num Putin Napoleão embevecido com seu próprio poder, querendo ter tudo e todos, no vilão Sauron, o qual, com sua sede insaciável, quer dominar toda a forma de Vida, no caminho ditatorial do controle, oprimindo o cidadão pacato – é muita covardia. Jesus aqui parece que chegou ao fim, ressuscitando no terceiro dia, desencarnado, voltando ao Lar Primordial Celestial, ressuscitando na fé dos homens séculos depois, ao ponto do Império Romano deixar de ser pagão em nome do culto a um só Deus, um só Pai, um só caminho, colocando tudo no mesmo cesto, organizando a Vida e o Cosmos, na Grande Família Estelar, à qual todos pertencemos de forma eterna, num filho que jamais será deixado pelo Pai. Na base do quadro, vemos pessoas menores, anônimas, talvez pessoas com poder mundano, curvando-se perante o divino, fazendo orações e organizando igrejas, na importância do acompanhamento espiritual, como um bom psicoterapeuta, um guia que serve para nos mostrar a vida do jeito mais frio e realista possível, como num anjo da guarda, no modo como NENHUM espírito encarnado está desacompanhado, sempre respaldado por um anjo da guarda, o qual serve para nos amar e nos orientar, num pensamento caridoso, estimulante e maravilhoso. Ao chão vemos a cruel coroa de espinhos: Não és um rei? Então, eis tua coroa! Num caminho cruel, numa pitada enorme de sociopatia, como um amigo meu, o qual sofreu uma brutal humilhação do colégio, talvez num gesto de agressão tramado por um sociopata colega, manipulando outras pessoas no empreendimento humilhante, nesta capacidade do sociopata em manipular as pessoas, num sociopata que, o quanto mais velho fica, mais ardiloso se torna – é um horror, como na afável velhinha traficante no filme Meu nome não é Johnny, no modo como os sociopatas podem vestir os mais variados disfarces. Bem ao fundo vemos os ladrões que foram crucificados com Jesus, numa vida que acaba de modo tão trágico e horrível, como ver um caixão entrando num túmulo, dando-nos a cruel impressão de que jamais veremos tal pessoa novamente, como uma grande amiga minha que já desencarnou, a qual, em vida terrena, testemunhou a brutal morte de sua netinha, numa amiga que, ao desencarnar, reencontrou-se com a neta no Plano Espiritual – foi um pesadelo que passou, querida amiga! Amo-te, irmã! Reencontrar-me-ei contigo, cedo ou tarde! Jesus aqui é acolhido com todo o cuidado e respeito, como num bebê cercado de cuidados, numa mãe banhando a criança, no encargo ENORME que é cuidar de uma criança, incutindo valores nobres na cabeça do filho. Aqui é o milagre da tumba de Jesus vazia, desocupada, com Jesus deixando tal plano inferior, o Plano Material, abraçando o fino e o metafísico, o limpo, o essencial, o indispensável, como numa bela cidade serrana, elevada, nobre.

 


Acima, Hércules caçando os pássaros estisfalianos. É claro que aqui temos o falo racional da flecha, numa meta e num objetivo, numa pessoa que encontrou um norte na vida, uma virtude, como numa cena de metáfora no filme A Época da Inocência, quando uma moça vence uma competição de arco e flecha, uma moça que tinha objetivo: casar, ter filhos, supervisionar uma casa e ser uma matriarca que mantém a família unida, como em noites de Natal, nesta capacidade de certas pessoas em unir um grupo, num talento de anfitrião, sendo um link entre as pessoas. Hércules aqui é este corpo apolíneo renascentista, na beleza da nudez, o sonho de muitos que malham em academias, na busca pelo corpo perfeito, o que pode acarretar numa certa frivolidade: Eu não estou dizendo que você não pode puxar ferro; só estou dizendo que você faça algo mais além de puxar ferro, só isso, meu irmão. Aqui são as flechas do elfo Legolas, de Tolkien, num homem fino, refinado, num heterossexual evoluído e civilizado, que não agride nem vê com maus olhos os homossexuais, na figura do gentleman, do cavalheiro, num caminho de depuração – torne-se uma pessoa melhor, no sentido evolutivo da vida. Hércules aqui combate demônios, como na lança de São Jorge matando o diabólico dragão e libertando a moçoila virginal, num claro machismo, numa moça que, ainda imatura, espera por um príncipe encantado, na figura feminista da Mulhergato, sensual, porém agressiva, com suas unhas e chicote, uma mulher que não espera por tal príncipe, o qual jamais chegará, sinto em dizer, minha irmã. Os demônios são a grosseria, numa dimensão miserável, por pouca luz, muito pouca luz, numa toca escura e fétida, numa boate negra, atroz, com espíritos sofredores se arrastando por tal escuridão, até vir a Aurora, a deusa dourada da beleza e da maravilha esclarecedora, num castelo assombrado cujas assombrações se dissipam, num pesadelo que passou, vindo o amanhecer que nos esclarece: Somos todos irmãos, filhos imaculados e sacrossantos do mesmo Pai, que é Tao, o destino de todas as religiões, como dedos que fazem parte da mesma mão. Em detalhes na paisagem ao fundo, arcos romanos, renascentistas, na magia dos arcos de Escher, numa cena deslumbrante no filme cult Labirinto, uma pequena pérola de filme, com as escadas de Escher sem centro gravitacional, num desnorteamento, numa pessoa perdida e solitária, sem noção, sem norte, sem canalização de energia, em meandros traiçoeiros, que querem ludibriar, num estilo de vida solitário, no qual a pessoa vai desenvolvendo uma grande carência afetiva, nos fundos de poço da Vida, exigindo que sejamos fortes para um reerguimento existencial, numa superação que exige que façamos um esforço ENORME para se ter novamente uma vida estável e existencialmente rica. A nudez aqui é tal autenticidade crua, no modo como viemos das barrigas de nossas mães, não havendo algo de errado com a nudez, havendo no Éden a malícia que cobriu as partes íntimas, remetendo a uma grande professora freira que tive no Ensino Fundamental, uma senhora que, ao ver que os jovens alunos já estavam bem maliciosos em relação a Sexo, resolver dar semanalmente aulas de Educação Sexual, pois como Deus pode ter vergonha de algo que Ele mesmo inventou? Amarradas ao semideus, vemos formas elegantes e aristocráticas, numa imponência chic, como num college inglês tradicional, remetendo a um senhor que conheci, o qual se frustrou como ator e resolveu estudar para ser advogado, no modo como cada um de nós tem o direito de sonhar com uma vida melhor. As paisagens montanhosas são bem renascentistas, como na paisagem atrás da Monalisa, num talento retratista de AD, com seu pincel impecável, digno de ecoar para sempre na História da Arte. Aqui, o falo nos diz para ouvir a cabeça e ignorar o coração, pois este pode ser altamente traiçoeiro.

 


Acima, Jesus entre os doutores. Esta é a famosa passagem em que Jesus, ainda um gurizote imberbe, conversou com senhores pensadores, no modo como é estritamente espiritual e mental o legado de Jesus, pois Sua divindade está nos pensamentos que Ele propagou, e não em lascas da cruz onde foi crucificado, no modo como o Ser Humano quer tocar o divino ainda aqui, na Terra, como nas intermináveis romarias de fiéis no santuário brasileiro de Nossa Senhora Aparecida, reverenciando um objeto que se diz divino – a Humanidade é assim mesmo, mundana, obcecado com a Matéria, com o palpável, no fetiche do produto comprado no supermercado. Os livros aqui são o acúmulo de conhecimento, no modo como Jesus, vindo de uma família pobre e humilde, jamais teve acesso a conhecimento por ser analfabeto, mas, mesmo assim, perante tal provação, tornou-se o maior pensador de todos os tempos. À direita vemos um senhor bem longevo, com barbas que acumulam muito conhecimento e sabedoria, no modo como a juventude é complicada, pois é uma fase na qual a pessoa não tem juízo, nem discernimento e nem responsabilidade, num jovem arriscando-se na Vida, ainda pouco ciente das vicissitudes da Vida. Bem à direita de Jesus vemos um homem vulgar, obtuso, desinteressante, quiçá malicioso, fazendo enorme contraste com o Jesus desprovido de malícia, num espírito tão evoluído que resolveu encarnar na Terra, marcando esta para sempre, na fé cristã de que um dia Ele retornará, como espíritos desencarnados os quais, no Céu, deparam-se com Ele, que foi um homem simples e amoroso, no legado de amor de Chico Xavier, dando ao Brasil o privilégio de ter tido o maior médium de todos os tempos, em grandes gênios como Chico Anysio, numa incrível construção de uma rica galeria de personagens, no modo como um país pobre como o Brasil pode ter uma cultura tão rica, em dádivas como a MPB, em artistas sofisticados, que respeitam a inteligência do público, do brasileiro letrado e intelectualizado. Bem ao fundo no quadro, em segundo plano, um homem invejoso, talvez um vampiro sociopata invejoso, em espíritos toscos, que pouco apuro moral têm, quiçá nenhum apuro moral, como na figura de Hitler, o ídolo dos sociopatas, o deus dos sociopatas, reverenciado pelas forças do Mal, como uma senhora neonazista que conheci, a qual revelava reverência a Hitler – é um horror. As mãos aqui se articulam, num desenvolvimento de conversa, no modo como dá gosto de se sentar e conversar com uma pessoa culta e interessante, ao contrário de uma pessoa vazia e desinteressante, como me disse uma grande amiga psicóloga: “É tão desinteressante uma pessoa que é só dona de casa!”. Neste quadro, vemos figuras nas sombras, no modo como podemos encontrar sociopatas em qualquer lugar, sendo importante o seguinte: Nunca dê informações pessoais a um sociopata, muito menos tenha uma comadre sociopata, pois o vampiro tem uma incrível capacidade de brincar com a mente das pessoas e escravizar psiquicamente estas. Jesus aqui está na Primavera da Vida, mas numa cabeça monumental, digna de discutir com anciões intelectuais, no modo como o maior presente de um país é a produção de cultura, de pensamento, num Brasil que tanto carece da produção de Cultura Erudita, em cidadãos ignorantes e obtusos, que mal sabem construir textos ou resolver equações, neste grande problema que é a evasão escolar brasileira – pensamento é tudo; matéria é nada. O senhor à esquerda reconhece a superioridade moral de Jesus, vendo que se tratava de um jovem que iria muito longe, mesmo tendo um fim de vida tão trágico e doloroso, oficialmente condenado pelo código penal romano, ressuscitando depois na fé das pessoas, originando muitas religiões de cunho cristão, remetendo a certas igrejas duvidosas, as quais arrancam dinheiro de pessoas humildes e ignorantes, aproveitando-se do fato de que instituições religiosas no Brasil não pagam impostos. Aqui Jesus é um bendito fruto entre os homens, num senhor entre homens, mais nobre do que muitos príncipes mundanos.

 


Acima, José e Joaquim. O cajado é a força do Patriarcado, no manifesto Papa don’t preach, ou seja, Papai não dê sermão, da ultrafeminista Madonna, uma canção que defende a liberdade da mulher, a qual é uma vítima da sociedade patriarcal, na figura opressora do macho alfa, numa Madonna corajosa, que tem a atitude feminista de ir “contra o vento”. O cajado é nos patriarcas bíblicos como Moisés, guiando os judeus para a libertação do cruel jugo egípcio, inaugurando o monoteísmo, o qual, tempos depois, resultaria no Cristianismo, no Islamismo e no Judaísmo, eliminando as antigas crenças pagãs de deuses e deusas, os quais são, de fato, nossos irmãos depurados, que gozam da felicidade suprema, na qual reside a Paz, sendo um inferno um país em guerra, como numa pobre Ucrânia, ameaçada por um líder com Complexo de Napoleão, tudo em nome da ambição humana, a qual nunca está satisfeita. As barbas brancas aqui são a sabedoria, a passagem do tempo, num homem longevo, como Leonardo da Vinci, o qual, apesar de ter sido tão longevo, nunca perdeu o senso de humor nem a jovial irreverência, fazendo do humor e da comédia algo tão humano, na sabedoria popular de que rir é o melhor remédio, em personagens cômicos como no desenho animado do Coiote e Papaléguas, com o Coiote sempre se dando mal, sempre se fodendo, com o perdão do termo chulo, em personagens muito humanos e vulneráveis como Charlie Brown, cheio de duvidas e inseguranças, longe da figura idealizada do herói indefectível, no pedido de Tolkien para que os direitos de uso de seu legado não fossem para a Disney, como na intimidadora Galadriel, a qual, apesar de bondosa, é estranha e terrível, enigmática, imponente, digna de fazer o monólogo introdutório da trilogia do diretor Peter Jackson, pois, na Disney, as fadas boas são de apelo infantil, enquanto que Tolkien gerou um legado só acessível a adultos, numa história sombria, que fala da fraqueza do Ser Humano perante o poder. Joaquim aqui está atado, amarrado por um nó, como na encarnação, esta prisão de carne que habitamos, na boa notícia do Espírito Santo, que nos diz que o dia de soltura chegará, sendo só questão de tempo, importando que é o que fazemos de nosso dias aqui na Terra, na aquisição de apuro moral, numa pessoa que nunca quer mentir ou enganar os outros, pois no Plano Metafísico, que é puro pensamento, não há lugar para as ambições mundanas por joias preciosas, pois, na Terra, quanto mais joias tenho, menos seguro estou, remetendo a um terrível assalto que um casal de amigos meus teve, pois estes amigos colecionavam pedras e metais preciosos, chamando a atenção de bandidos, como ávidos saqueadores invadindo e roubando túmulos de faraós no célebre Vale dos Reis, na incrível descoberta da tumba intacta de Tut, o rei que assumiu um Egito debilitado por seu pai herege, havendo neste um dos momentos mais singulares da história daquele país, quando a tradição pagã e artística foi transgredida, como na transgressão protestante ou as transgressões impressionista e modernista, em sopros de renovação, nas ondas, nas vogues avassaladoras. José está vulnerável, sem chapéu, no termo “tirar o chapéu”, que significa respeitar alguém, no modo como respeito enormemente esta grande artista que é Marisa Monte, uma lenda viva da MPB, pois não tenho material algum dela em minha casa, mas a respeito pornograficamente, uma autêntica herdeira do bom gosto de Elis Regina, ao contrário de Fafá de Belém, uma grande voz sem muito critério para selecionar repertório. O nó aqui é uma garantia, como “dar um nó” na cabeça de uma pessoa, como uma grande amiga minha, a qual leu na pré adolescência o clássico As Brumas de Avalon, dizendo que tal livro lhe causou uma comoção psíquica enorme. Os santos aqui vestem roupas majestosas, dignas de reis, apesar de terem sido homens simples, que resolveram seguir o mestre Jesus. O fundo aqui é dourado, num reino rico e farto, desenvolvido, rico em Cultura Erudita, no modo como no Céu há riqueza, mas não exatamente dinheiro, num lugar onde a saúde é plena e segue soberana a necessidade de se trabalhar.

 

Referências bibliográficas:

 

Albrecht Dürer. Disponível em: <www.en.wikipedia.org>. Acesso em: 13 set. 2023.

Albrecht Dürer. Disponível em: <www.pt.wikipedia.org>. Acesso em: 13 set. 2023.

Nenhum comentário: