quarta-feira, 8 de maio de 2019

Abts Abstrata



Nascida alemã em 1967, Tomma Abts está radicada em Londres desde 1995. A artista é conhecida por suas pinturas abstratas a óleo, sempre no mesmo formato – 48 por 38 centímetros. Já recebeu dois prêmios importantes – The Paul Hamlyn Award of Visual Arts, em 2004, e o Turner Prize, em 2006. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!


Acima, Feke. 2013. Linhas tensas oblíquas lutando umas com as outras, querendo se estabelecer num mundo tão aguerrido e competitivo. O amarelo é doce, suave, numa deliciosa sobremesa que leva baunilha, no termo do filme Céu de Baunilha, na magia dos temperos que deixam a comida tão mais interessante. Há aqui linhas em estampa de xadrez, como as fitas que os policiais colocam para impedir que alguém viole a cena do crime, como num clipe de Lady Gaga, em que esta estava vestida apenas com essas fitas, numa artista talentosa, criativa, transgressora e respeitada, numa pessoa feliz, que é apreciada ainda em vida, ao contrários de artistas que ou foram reconhecidos postumamente, ou, pior, que jamais foram ou serão reconhecidos, no modo como premiar um artista visa expressar reconhecimento – claro que é (muito) doce ganhar um troféu! Aqui, são as cores do deserto do Saara, na cor do Egito, a nação que se ergueu graças às danças sazonais do Nilo, numa manifestação civilizatória em que a Morte é desafiada e o embalsamamento deseja driblar a passagem do tempo e a finitude da carne, pois encarar a Morte é algo muito humano. Aqui, é como uma lição sofisticada de Geometria, no esforço de um aluno em aprender novas lições, no modo como a Vida Escolar e a Vida em geral são caminhadas repletas de desafios, fazendo com que a pessoa cresça e coloque os pezinhos no chão, no sentido de como a Mortificação Psíquica combate as idealizações e combate também o apego a sinais tolos auspiciosos, no modo como é um exercício necessário o combate às idealizações. Neste quadro, não há espaço para curvas tortas orgânicas ou liquidiscentes, no exercício do prático pensamento racional, no modo como a linha reta é o menor trajeto entre dois pontos, havendo na racionalidade uma intenção simplificadora, resumindo a complexidade e trazendo tudo à clara luz do Conhecimento, no modo como a Ciência é altamente universal. As linhas amarelas aqui são como ouro sob uma linda luz de aurora, cobrindo o Mundo de dourado, no modo como o maligno Anel de Tolkien é capaz de produzir uma rainha bela como o alvorecer, nas tentações que o Poder exerce sobre o Ser Humano, sendo este um ser fraco, eternamente agrilhoado a ganhar na loteria, na ilusão de que o dinheiro traz norteamento existencial. Então, o rico se depara com sua própria conta bancária e não se sente feliz como deveria estar se sentindo. Então, deságua nas drogas, por exemplo. É o vazio produzido pela grana. Quase ao centro do quadro, vemos um polígono um tanto sujo por tons de cinza, como um fechado dia cinzento de Inverno, como diz Djavan: “Um dia frio, um bom lugar para ler um livro”. É a nesga de incerteza, nesga que nunca poderá ser neutralizada durante a Encarnação. É a sujeirinha residual que jamais poderá ser totalmente limpa, na faxina que é o Desencarne, quando a pessoa deixa para trás tudo o que é mundano e material, como sexo, classe social ou raça, no fato de que os espíritos são, realmente, iguais perante Tao, o grande juiz que rege este eterno jogo, no modo de que a vida é luta, havendo no falo de São Jorge a força racional que derrota a Malícia e a Inutilidade. Aqui, as linhas estão dançando, em movimento, num corpo dinâmico e inquieto, em que tudo é processo, tudo é transformação, tudo é estrada que se ruma, pois pobre daquele que acha que nada mais precisa aprender, como nos narcisistas, que se consideram simplesmente perfeitos. No polígono aqui analisado, Luz e Escuridão travam uma batalha, como na batalha pelo controle do famoso Castelo de Grayskull de He-Man, o Castelo da Caveira Cinza, que assim se chama porque pode tanto ser do Bem quanto do Mal, na liberdade que o Ser Humano tem em optar entre o Bem e o Mal, no modo de que Deus não inventa o Mal; o Ser Humano inventa o Mal.


Acima, Fimme. 2013. Um avassalador furacão, um redemoinho, uma galáxia girando em torno do Nada, de um Buraco Negro, como água correndo abaixo em um ralo de pia, nos mistérios que regem o funcionamento do Universo, num Ser Humano ainda tosco e ignorante, cercado por um Cosmos ainda a ser descoberto e explorado, no sentido de que a Humanidade é ainda um feto. É como o movimento circular de algo num liquidificador, com toda uma demanda sendo exercida, num artista capaz de causar comoção e, ainda assim, ficar estável no olho do furacão, observando o Mundo com calma e ponderação, no poder da Arte em causar comoções planetárias, como um recente filme de super-heróis da Marvel. É a tentativa humana em imitar as forças da Natureza, como tribos neolíticas que enxergavam deuses em tudo – na água, na terra, no ar, na chuva etc. A grande intenção do artista é jamais passar despercebido, sendo doloroso o ônus de um artista que se sente ignorado, desprezado e desconsiderado, na dor de uma pessoa que, apesar de ter potencial, acha-se muito desimportante, numa dor existencial que faz com que a pessoa comum olhe para os grandes e sinta um pouco de inveja, até raiva. Aqui, temos um capcioso jogo de listras, como um sorvete de máquina visto de cima, no perfume doce um bar bonito, cheio de gente bonita, numa agenda social exuberante e invejável, na vida social indescritível da Dimensão Metafísica. Aqui, as listras fazem uma dança, e linhas retas casam com linhas tortuosas, havendo aqui muitas arestas prontas para ser aparadas, no modo como as dores da Encarnação surgem para que a mortificação espiritual apare tais arestas, tais espinhos, no caminho de depuração moral, pois só os seres de apuro moral fazem a diferença no Mundo, deixando aos impuros a dívida de, no frigir dos ovos, ser desinteressantes. Neste quadro, há um claro centro gravitacional, num ponto mínimo, invisível, que é Tao, o grande centro gravitacional que acaba atraindo tudo para si, como um patriarca agregador, que tem gosto em reunir toda a família numa noite de Natal, com as crianças abrindo seus presentes, no poder agregador que tem a Arte, numa forma de pensamento humano capaz de unir as pessoas em torno de algo, como uma plateia em uma sala de Cinema, num momento de comunhão, em que todos riem da mesma piada. As formas retilíneas aqui lembram o formato de uma estrela, com suas pontas agressivas que impõem respeito, exigindo que a observemos a uma certa distância. É o modo humano de metaforizar as estrelas no céu noturno, fazendo destas um símbolo de pessoas de inteligência brilhante, pessoas que simplesmente nasceram sabendo brilhar. Esse é o grande sonho de um artista – ser uma estrela, num corpo celeste belo e fino como cristal, na missão de guiar os navegadores e virar uma lenda, fazendo de sua passagem pela Terra um momento célebre: “Por favor, lembrem de mim”, diz o artista, sendo insuportável ser ignorado. Aqui, há um lugar vibrante, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, e parece que as linhas não giram em uma só direção, mas em direções diferentes, no modo como no Mundo há toda uma diversidade de pensamento, com cada pessoa acreditando no que quiser acreditar, sendo fundamental o respeito mútuo – quando este se perde, vem a Guerra, a lamentável Guerra. É o esforço diplomático em nome da harmonia entre tribos, vizinhos e povos, e a pessoa sábia jamais perturbará tal silêncio de equilíbrio. Aqui, as listras contrastantes chamam a atenção, como na elegância de uma roupa listrada, no perfume de uma pessoa que sabe que beleza vem de dentro, no exercício da virtude, numa pessoa de conduta sempre pacata, na metáfora entre Clark Kent e Super-Homem – seja da Paz e serás um deus. Aqui, é como um complexo jogo de origami, num trabalho de muita paciência e dedicação, fazendo da Arte e do Artesanato a tentativa humana em ver beleza e ordem em um lugar tão duro e caótico como a Dimensão Material.


Acima, Inte. 2013. Este quadro, na época em que foi concebido, segue uma forte tendência de Design do momento então – linhas tensas oblíquas, numa tendência facilmente observável em programas de TV e em campanhas publicitárias no Mundo todo. São como leques sendo abertos, ventilando a mente do espectador, o qual sempre espera que o artista traga o frescor de novidade, exigindo que o artista seja original e criativo, não havendo muito respeito àqueles que trilham caminhos já trilhados por outros artistas. Aqui, os leques abrem e fecham, como nos pântanos do videogame Pitfall, dos anos 80, em que lagos inflavam e diminuíam, fazendo o jogador ter que passar no exato momento de secura. São como pulmões respirando, como uma sanfona respirando e produzindo som, como no claro talento do gaúcho Borghettinho. Os leques são as opções da Vida em Sociedade, numa gama de cursos sendo oferecidos por instituições de Educação, na Liberdade de Escolha, sagrada Liberdade, na qual o indivíduo se torna dono e senhor da própria vida, dos próprios acertos e dos próprios erros, num sentido de responsabilidade, num mundo em que a pessoa pertence a si mesma, como no contraste ideológico entre as Coréias, sendo a do Sul um subconjunto do Liberalismo. Aqui, as linhas rubras são como as lapidações de uma joia, num jogo complexo de superfícies reflexivas, na magia de uma peça de cristal, dividindo a Luz e produzindo o arcoíris. São veias e artérias retilíneas, como se fosse a releitura gráfica de canais tortuosos como galhos de árvore. Aqui, são uma espécie de veias retas. Vemos aqui um pouco de Art Decó, como na majestosa galeria portenha do Teatro Piazzola, havendo em cada momento mundial uma tendência gráfica, dando o sentimento de união universal em torno de uma mesma apreciação. As linhas partem de um ponto principal, como uma grande metrópole que recebe muitos voos diários de ida e volta a muitos cantos do Mundo, numa grande demanda urbana, com centros de aglomeração, dos quais partem estradas que vão aos quatro cantos de um reino, numa hierarquia entre cidades – a mais pujante é a principal. É como os raios de uma supernova explodindo, espalhando-se por todas as direções, nos inúmeros espetáculos cósmicos, dos quais pouco podem se ver da Terra. Além disso tudo, temos, de forma discreta no quadro, linhas um aspecto acetinado, na sedução de uma cama de lençóis de cetim, num momento romântico entre namorados, no modo em que, apesar de românticos, tais lençóis não podem ser meros sinais auspiciosos, tendo que existir muito respeito e consideração entre o casal de enamorados – fins de semana em Gramado são muito românticos, mas a Vida não é só fim de semana; a Vida não é só Gramado. Estas linhas são os raios emanando do disco solar Áton, a primeira divindade monoteísta da História, agredindo as velhas tradições politeístas egípcias da Antiguidade. É como um pensamento emanando em várias direções, tentando compreender o que há ao redor, como um supertelescópio, mirando em várias direções e buscando fotografar o Universo, na impossível tarefa de mapear o Cosmos inteiro. Na base deste quadro, há um discreto tom de cinza, como nas cinzas vestigiais de uma lareira que amanheceu apagada, exigindo que seja feita a rotineira limpeza, como nas cinzas de um cigarro, as quais, em amarga ironia, ficam tragando a saúde do fumante. O cinza é a cor da discrição, do resguardo, da dúvida existencial em uma dia nem muito claro, nem muito escuro, na dúvida de que se há algo nos esperando após o inevitável Desencarne. Aqui, é o jogo sofisticado de uma sala de espelhos, com seus lúdicos jogos traiçoeiros, deixando o espectador atordoado e encantado, hipnotizado. É como o ditado “Todos os caminhos levam a Roma”, ou seja, tudo leva a Tao, e, na prática, tudo fica reduzido a Amor, na mensagem de Jesus, que deletou de Deus a imagem de patriarca rígido e desconfiado. Aqui, são asas que levantam voo na missão de elevar as mentes humanas, fazendo da Arte um dos principais indícios civilizatórios, como na depuração de uma boa escultura grega antiga.


Acima, Jeels. 2013. Essas linhas curvas lembram o feitio do velho e bom disco LP, formando uma grande espiral, que vai da borda ao centro, como um predador cauteloso, que vai se aproximando da vítima, a passos de bebê, com muita paciência e pertinência, num processo de crescimento gradual e suave, como na construção da carreira de um político, o qual se torna vereador, depois deputado estadual, depois deputado federal etc. É o termo “comer pelas bordas”, numa obsessão persistente. É como os anéis de Saturno, nas forças gravitacionais que regem o Universo. É como as órbitas de um sistema solar, com o grande astro ao centro e, ao seu redor, vários planetas, planetóides e meteoros, na força gravitacional de Tao, o qual, em sua eterna humildade, sempre se posiciona na posição mais inferior e subestimada, acabando sempre por atrair tudo e todos para si, assim como deve ser um artista, uma pessoa sempre subestimada, sempre apenas um coadjuvante, numa pessoa que surpreende todos ao chegar numa posição à qual parecia que jamais alcançaria, na questão do poder ou não poder ser visto chegando – aquele que pode ser visto, em sua pretensão, acaba escravo das expectativas de outrem. É como as ondas sonoras brotando de um pinguinho n’água, espalhando suas ondas de perturbação, como uma antena de rádio, espalhando suas ondas para os aparelhos dos ouvintes, num serviço de distribuição, como é Tao, o Grande Distribuidor, a força generosa que nutre a todos, como numa ninhada, na qual nenhum filhote passa fome, na grande família metafísica, à qual todos pertencemos, sem preconceitos de cor, raça, sexo, classe social etc., nas intenções democráticas, que buscam igualar os cidadãos. É uma hierarquia, havendo no centro o posto mais alto, estendendo-se às várias camadas secundárias, terciárias etc., no sentido de que, por mais humilde que for uma posição, nada nem ninguém é pequeno o suficiente para desmerecer a total atenção de Tao. São como pistas de uma corrida, ou pistas de uma arena de Atletismo, no eterno gosto humano pela competição, para que seja eleito o melhor, fazendo deste um representante de Tao na Terra, na doçura da vitória. Quebrando essas sensuais linhas tortas, como curvas em uma estrada, vemos linhas retas, cheias de arestas, como foi na moda nos anos 80, um momento em que o termo “chocante” entrou em voga, numa estética de raios de eletricidade, nas vogues estilísticas que vêm a vão, dando a tônica de cada momento, cada época. Então temos aqui um diálogo entre Feminino, que é o orgânico, e Masculino, que é o racional. Essas linhas retas são como um vidro sendo estilhaçado, no modo como, na Dimensão Material, tudo está fadado à danação, à ruína, como na Gastronomia, uma arte feita para ser destruída. O fundo do quadro é de um cinza claro, num dia ligeiramente triste, fazendo com que a pessoa pense em um dia ensolarado, como nas cidades metafísicas, onde o Sol sempre brilha majestosamente, mas nunca ferindo as vistas... É como as famosas vinhetas de Hans Donner, da Globo, num designer que deu, por tanto tempo, a tônica televisiva brasileira, como em aberturas do Fantástico. Essas curvas de Tomma Abts são como uma pirâmide circular, havendo no topo o cume, o auge, o sucesso pelo qual todos trabalham e visam obter, num sucesso que, quando é alcançado, torna-se um problema, pois a pessoa bem-sucedida tem o desejo de se manter para sempre em tal momento doce. Mas, o fato é que a Vida é página que se vira, sempre, seja uma página doce, seja uma página amarga, no modo como há tantos artistas que simplesmente não sobreviveram a determinadas épocas, num desperdício de talento. E por que o disco de LP funciona? Porque ele é vazio no centro, e Tao é isso, o vazio, o nada, o metafísico, o pensamento, na riqueza dos pensamentos que Jesus distribuiu em vida, numa concepção revolucionária a qual está ainda, hoje, em andamento. É como um frisbie sendo jogado. É como uma cidade que foi sendo construída a partir do centro. É como uma pessoa centrada, feliz o suficiente para encontrar um norte, um centro para a Vida. E não é ruim uma vida que não está centrada? Curvas como impressões digitais.


Acima, Weie. 2017. Laços de pacotes de presente, como ouvi certa vez de alguém que viu que, na distribuição de presentes natalinos, as crianças se divertindo mais com as fitas dos pacotes do que com os presentes em si, no modo como o Ser Humano adulto tem muito o que aprender com as crianças, na simplicidade destas. É um belo pacote natalino sendo aberto e deflorado, no prazer da violação, da descoberta, de ver algo que está oculto. É a magia de um aniversário, com convidados chegando com seus presentes nas mãos, buscando fazer uma homenagem ao aniversariante, havendo em tais festas uma espécie de ritual, num momento em que a pessoa está mais próxima do Desencarne, numa espécie de lenta contagem regressiva, no modo como, no fundo, todos ansiamos pelo Desencarne, mas, ao mesmo tempo, todos temos que encontrar a Harmonia, ainda enquanto encarnados. São fitas acetinadas, suaves ao toque, como pele de bebê, numa pele perfeita, sem poros, sem rugas, sem marcas de expressão, no modo como uma pessoa bela, cuja beleza vem de dentro, é bela em qualquer época da Vida. O fundo do quadro é de cor vinho, na magia da transubstanciação da missa, momento em que o vinho se torna o sangue de Jesus, no nobre sangue estelar que nos une a todos, havendo nas dinastias mundanas uma mera cópia (tosca) da nobreza espiritual, no modo como uma fotocópia é a cópia grosseira de uma fotografia colorida, no sentido de que a Encarnação é um vidro muito opaco, sendo difícil ao encarnado observar com clareza o Metafísico. Este fundo de quadro é terroso, como vi certa vez um desfile de Moda, no qual a passarela era toda coberta de terra, como em ...E o Vento Levou, na cena em que o pai de Scarlet diz a esta que o maior investimento que pode ser feito é a terra, num Ser Humano que não se dá conta de que, mesmo que lentamente, tudo perece na Matéria, no grande piadista que é Tao, na necessidade da pessoa adquirir senso de humor. Essas fitas caem suavemente pela cena, como os laços de família, os quais sobrevivem à Morte, no modo como o Amor é eterno, como um presente de altíssima e imbatível qualidade, como um material nobre, que perdura por eras, como a universalidade do Ouro, o metal que faz metáfora (poderosa) com a glória da Eternidade, e esta é o maior presente que pode ser dado – tente imaginar que você nunca acabará. Não é poder incrível e imenso? Esses são os laços que unem os Seres Humanos, no constante esforço do padre ao púlpito, sempre querendo nos recordar de que somos iguais perante Tao, e de que somos todos filhos legítimos, numa família na qual simplesmente não existem bastardos. Essas fitas se desenrolam como estradas sinuosas, num país rico e desenvolvido, numa cidade muito limpa e bem administrada, tornando-se modelo para qualquer cidade sobre a face da Terra. São estradas de diferentes pessoas, e estradas que se interligam, passando umas pelas outras, como amigos verdadeiros, em amizades nobres que a passagem do Tempo jamais deletará, pois só o que é nobre não perece, na constante luta humana em entender a Virtude, entender Tao, entender Nobreza, nos presentes metafísicos que têm o poder enigmático do Eterno, na ilusão de que um diamante físico durará para sempre. Essas fitas exigem cuidado ao serem manuseadas, pois podem cortar e ferir, no modo como é necessária a delicadeza diplomática para primar sempre pela harmonia entre nações vizinhas, no poder de Tao, o Grande Diplomata que mantém o Universo unido. Essas fitas são leves, e qualquer sopro pode fazê-las voar para longe, no frescor de um dia ensolarado, como numa sala de estar ao ar livre, numa vista bela como a de uma cidade serrana. É o delicado que se impõe ao bruto, fazendo da delicadeza pacífica a verdadeira força titânica que rege o Mundo, como diz Tao: “Forte é fraco; fraco é forte”, no esforço de discernimento, fazendo do Cavalheirismo a verdadeira virilidade; fazendo da Brutalidade algo desprezível. É o prazer de se deparar com uma pessoa cordial e alto astral.

Referências bibliográficas:

Tomma Abts. Disponível em <www.artic.edu/exhibitions/2824/tomma-abts>. Acesso 1 mai. 2019.
Tomma Abts. Disponível em <www.es.wikipedia.org>. Acesso 1 mai. 2019.
Tomma Abts. Disponível em <www.pt.wikipedia.org>. Acesso 1 mai. 2019.

Nenhum comentário: