Nascida alemã em 1967, Tomma
Abts está radicada em Londres desde 1995. A artista é conhecida por suas pinturas
abstratas a óleo, sempre no mesmo formato – 48 por 38 centímetros. Já recebeu
dois prêmios importantes – The Paul Hamlyn Award of Visual Arts, em 2004, e o
Turner Prize, em 2006. Os textos e análises semióticas a seguir são
inteiramente meus. Boa leitura!
Acima, Feke. 2013. Linhas tensas oblíquas lutando umas com as outras,
querendo se estabelecer num mundo tão aguerrido e competitivo. O amarelo é
doce, suave, numa deliciosa sobremesa que leva baunilha, no termo do filme Céu de Baunilha, na magia dos temperos
que deixam a comida tão mais interessante. Há aqui linhas em estampa de xadrez,
como as fitas que os policiais colocam para impedir que alguém viole a cena do
crime, como num clipe de Lady Gaga, em que esta estava vestida apenas com essas
fitas, numa artista talentosa, criativa, transgressora e respeitada, numa
pessoa feliz, que é apreciada ainda em vida, ao contrários de artistas que ou
foram reconhecidos postumamente, ou, pior, que jamais foram ou serão reconhecidos,
no modo como premiar um artista visa expressar reconhecimento – claro que é (muito)
doce ganhar um troféu! Aqui, são as cores do deserto do Saara, na cor do Egito,
a nação que se ergueu graças às danças sazonais do Nilo, numa manifestação
civilizatória em que a Morte é desafiada e o embalsamamento deseja driblar a
passagem do tempo e a finitude da carne, pois encarar a Morte é algo muito
humano. Aqui, é como uma lição sofisticada de Geometria, no esforço de um aluno
em aprender novas lições, no modo como a Vida Escolar e a Vida em geral são
caminhadas repletas de desafios, fazendo com que a pessoa cresça e coloque os
pezinhos no chão, no sentido de como a Mortificação Psíquica combate as
idealizações e combate também o apego a sinais tolos auspiciosos, no modo como
é um exercício necessário o combate às idealizações. Neste quadro, não há
espaço para curvas tortas orgânicas ou liquidiscentes, no exercício do prático
pensamento racional, no modo como a linha reta é o menor trajeto entre dois
pontos, havendo na racionalidade uma intenção simplificadora, resumindo a complexidade
e trazendo tudo à clara luz do Conhecimento, no modo como a Ciência é altamente
universal. As linhas amarelas aqui são como ouro sob uma linda luz de aurora,
cobrindo o Mundo de dourado, no modo como o maligno Anel de Tolkien é capaz de
produzir uma rainha bela como o alvorecer, nas tentações que o Poder exerce
sobre o Ser Humano, sendo este um ser fraco, eternamente agrilhoado a ganhar na
loteria, na ilusão de que o dinheiro traz norteamento existencial. Então, o
rico se depara com sua própria conta bancária e não se sente feliz como deveria
estar se sentindo. Então, deságua nas drogas, por exemplo. É o vazio produzido
pela grana. Quase ao centro do quadro, vemos um polígono um tanto sujo por tons
de cinza, como um fechado dia cinzento de Inverno, como diz Djavan: “Um dia
frio, um bom lugar para ler um livro”. É a nesga de incerteza, nesga que nunca poderá
ser neutralizada durante a Encarnação. É a sujeirinha residual que jamais
poderá ser totalmente limpa, na faxina que é o Desencarne, quando a pessoa
deixa para trás tudo o que é mundano e material, como sexo, classe social ou
raça, no fato de que os espíritos são, realmente, iguais perante Tao, o grande
juiz que rege este eterno jogo, no modo de que a vida é luta, havendo no falo
de São Jorge a força racional que derrota a Malícia e a Inutilidade. Aqui, as
linhas estão dançando, em movimento, num corpo dinâmico e inquieto, em que tudo
é processo, tudo é transformação, tudo é estrada que se ruma, pois pobre
daquele que acha que nada mais precisa aprender, como nos narcisistas, que se
consideram simplesmente perfeitos. No polígono aqui analisado, Luz e Escuridão
travam uma batalha, como na batalha pelo controle do famoso Castelo de
Grayskull de He-Man, o Castelo da Caveira Cinza, que assim se chama porque pode
tanto ser do Bem quanto do Mal, na liberdade que o Ser Humano tem em optar
entre o Bem e o Mal, no modo de que Deus não inventa o Mal; o Ser Humano inventa
o Mal.
Acima, Fimme. 2013. Um avassalador furacão, um redemoinho, uma galáxia
girando em torno do Nada, de um Buraco Negro, como água correndo abaixo em um
ralo de pia, nos mistérios que regem o funcionamento do Universo, num Ser
Humano ainda tosco e ignorante, cercado por um Cosmos ainda a ser descoberto e
explorado, no sentido de que a Humanidade é ainda um feto. É como o movimento
circular de algo num liquidificador, com toda uma demanda sendo exercida, num
artista capaz de causar comoção e, ainda assim, ficar estável no olho do
furacão, observando o Mundo com calma e ponderação, no poder da Arte em causar
comoções planetárias, como um recente filme de super-heróis da Marvel. É a
tentativa humana em imitar as forças da Natureza, como tribos neolíticas que
enxergavam deuses em tudo – na água, na terra, no ar, na chuva etc. A grande
intenção do artista é jamais passar despercebido, sendo doloroso o ônus de um
artista que se sente ignorado, desprezado e desconsiderado, na dor de uma
pessoa que, apesar de ter potencial, acha-se muito desimportante, numa dor
existencial que faz com que a pessoa comum olhe para os grandes e sinta um
pouco de inveja, até raiva. Aqui, temos um capcioso jogo de listras, como um
sorvete de máquina visto de cima, no perfume doce um bar bonito, cheio de gente
bonita, numa agenda social exuberante e invejável, na vida social indescritível
da Dimensão Metafísica. Aqui, as listras fazem uma dança, e linhas retas casam
com linhas tortuosas, havendo aqui muitas arestas prontas para ser aparadas, no
modo como as dores da Encarnação surgem para que a mortificação espiritual
apare tais arestas, tais espinhos, no caminho de depuração moral, pois só os
seres de apuro moral fazem a diferença no Mundo, deixando aos impuros a dívida
de, no frigir dos ovos, ser desinteressantes. Neste quadro, há um claro centro
gravitacional, num ponto mínimo, invisível, que é Tao, o grande centro
gravitacional que acaba atraindo tudo para si, como um patriarca agregador, que
tem gosto em reunir toda a família numa noite de Natal, com as crianças abrindo
seus presentes, no poder agregador que tem a Arte, numa forma de pensamento
humano capaz de unir as pessoas em torno de algo, como uma plateia em uma sala
de Cinema, num momento de comunhão, em que todos riem da mesma piada. As formas
retilíneas aqui lembram o formato de uma estrela, com suas pontas agressivas
que impõem respeito, exigindo que a observemos a uma certa distância. É o modo
humano de metaforizar as estrelas no céu noturno, fazendo destas um símbolo de
pessoas de inteligência brilhante, pessoas que simplesmente nasceram sabendo
brilhar. Esse é o grande sonho de um artista – ser uma estrela, num corpo
celeste belo e fino como cristal, na missão de guiar os navegadores e virar uma
lenda, fazendo de sua passagem pela Terra um momento célebre: “Por favor,
lembrem de mim”, diz o artista, sendo insuportável ser ignorado. Aqui, há um
lugar vibrante, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, e parece que as
linhas não giram em uma só direção, mas em direções diferentes, no modo como no
Mundo há toda uma diversidade de pensamento, com cada pessoa acreditando no que
quiser acreditar, sendo fundamental o respeito mútuo – quando este se perde,
vem a Guerra, a lamentável Guerra. É o esforço diplomático em nome da harmonia
entre tribos, vizinhos e povos, e a pessoa sábia jamais perturbará tal silêncio
de equilíbrio. Aqui, as listras contrastantes chamam a atenção, como na
elegância de uma roupa listrada, no perfume de uma pessoa que sabe que beleza
vem de dentro, no exercício da virtude, numa pessoa de conduta sempre pacata,
na metáfora entre Clark Kent e Super-Homem – seja da Paz e serás um deus. Aqui,
é como um complexo jogo de origami, num trabalho de muita paciência e dedicação,
fazendo da Arte e do Artesanato a tentativa humana em ver beleza e ordem em um
lugar tão duro e caótico como a Dimensão Material.
Acima, Inte. 2013. Este quadro, na época em que foi concebido, segue uma
forte tendência de Design do momento então – linhas tensas oblíquas, numa
tendência facilmente observável em programas de TV e em campanhas publicitárias
no Mundo todo. São como leques sendo abertos, ventilando a mente do espectador,
o qual sempre espera que o artista traga o frescor de novidade, exigindo que o
artista seja original e criativo, não havendo muito respeito àqueles que
trilham caminhos já trilhados por outros artistas. Aqui, os leques abrem e
fecham, como nos pântanos do videogame Pitfall, dos anos 80, em que lagos
inflavam e diminuíam, fazendo o jogador ter que passar no exato momento de
secura. São como pulmões respirando, como uma sanfona respirando e produzindo
som, como no claro talento do gaúcho Borghettinho. Os leques são as opções da
Vida em Sociedade, numa gama de cursos sendo oferecidos por instituições de
Educação, na Liberdade de Escolha, sagrada Liberdade, na qual o indivíduo se
torna dono e senhor da própria vida, dos próprios acertos e dos próprios erros,
num sentido de responsabilidade, num mundo em que a pessoa pertence a si mesma,
como no contraste ideológico entre as Coréias, sendo a do Sul um subconjunto do
Liberalismo. Aqui, as linhas rubras são como as lapidações de uma joia, num
jogo complexo de superfícies reflexivas, na magia de uma peça de cristal, dividindo
a Luz e produzindo o arcoíris. São veias e artérias retilíneas, como se fosse a
releitura gráfica de canais tortuosos como galhos de árvore. Aqui, são uma
espécie de veias retas. Vemos aqui um pouco de Art Decó, como na majestosa
galeria portenha do Teatro Piazzola, havendo em cada momento mundial uma
tendência gráfica, dando o sentimento de união universal em torno de uma mesma
apreciação. As linhas partem de um ponto principal, como uma grande metrópole
que recebe muitos voos diários de ida e volta a muitos cantos do Mundo, numa
grande demanda urbana, com centros de aglomeração, dos quais partem estradas
que vão aos quatro cantos de um reino, numa hierarquia entre cidades – a mais
pujante é a principal. É como os raios de uma supernova explodindo, espalhando-se
por todas as direções, nos inúmeros espetáculos cósmicos, dos quais pouco podem
se ver da Terra. Além disso tudo, temos, de forma discreta no quadro, linhas um
aspecto acetinado, na sedução de uma cama de lençóis de cetim, num momento
romântico entre namorados, no modo em que, apesar de românticos, tais lençóis
não podem ser meros sinais auspiciosos, tendo que existir muito respeito e
consideração entre o casal de enamorados – fins de semana em Gramado são muito
românticos, mas a Vida não é só fim de semana; a Vida não é só Gramado. Estas
linhas são os raios emanando do disco solar Áton, a primeira divindade
monoteísta da História, agredindo as velhas tradições politeístas egípcias da
Antiguidade. É como um pensamento emanando em várias direções, tentando
compreender o que há ao redor, como um supertelescópio, mirando em várias
direções e buscando fotografar o Universo, na impossível tarefa de mapear o
Cosmos inteiro. Na base deste quadro, há um discreto tom de cinza, como nas
cinzas vestigiais de uma lareira que amanheceu apagada, exigindo que seja feita
a rotineira limpeza, como nas cinzas de um cigarro, as quais, em amarga ironia,
ficam tragando a saúde do fumante. O cinza é a cor da discrição, do resguardo,
da dúvida existencial em uma dia nem muito claro, nem muito escuro, na dúvida
de que se há algo nos esperando após o inevitável Desencarne. Aqui, é o jogo
sofisticado de uma sala de espelhos, com seus lúdicos jogos traiçoeiros,
deixando o espectador atordoado e encantado, hipnotizado. É como o ditado
“Todos os caminhos levam a Roma”, ou seja, tudo leva a Tao, e, na prática, tudo
fica reduzido a Amor, na mensagem de Jesus, que deletou de Deus a imagem de
patriarca rígido e desconfiado. Aqui, são asas que levantam voo na missão de
elevar as mentes humanas, fazendo da Arte um dos principais indícios
civilizatórios, como na depuração de uma boa escultura grega antiga.
Acima, Jeels. 2013. Essas linhas curvas lembram o feitio do velho e bom
disco LP, formando uma grande espiral, que vai da borda ao centro, como um
predador cauteloso, que vai se aproximando da vítima, a passos de bebê, com
muita paciência e pertinência, num processo de crescimento gradual e suave,
como na construção da carreira de um político, o qual se torna vereador, depois
deputado estadual, depois deputado federal etc. É o termo “comer pelas bordas”,
numa obsessão persistente. É como os anéis de Saturno, nas forças
gravitacionais que regem o Universo. É como as órbitas de um sistema solar, com
o grande astro ao centro e, ao seu redor, vários planetas, planetóides e
meteoros, na força gravitacional de Tao, o qual, em sua eterna humildade,
sempre se posiciona na posição mais inferior e subestimada, acabando sempre por
atrair tudo e todos para si, assim como deve ser um artista, uma pessoa sempre
subestimada, sempre apenas um coadjuvante, numa pessoa que surpreende todos ao
chegar numa posição à qual parecia que jamais alcançaria, na questão do poder
ou não poder ser visto chegando – aquele que pode ser visto, em sua pretensão,
acaba escravo das expectativas de outrem. É como as ondas sonoras brotando de
um pinguinho n’água, espalhando suas ondas de perturbação, como uma antena de
rádio, espalhando suas ondas para os aparelhos dos ouvintes, num serviço de
distribuição, como é Tao, o Grande Distribuidor, a força generosa que nutre a
todos, como numa ninhada, na qual nenhum filhote passa fome, na grande família
metafísica, à qual todos pertencemos, sem preconceitos de cor, raça, sexo,
classe social etc., nas intenções democráticas, que buscam igualar os cidadãos.
É uma hierarquia, havendo no centro o posto mais alto, estendendo-se às várias
camadas secundárias, terciárias etc., no sentido de que, por mais humilde que
for uma posição, nada nem ninguém é pequeno o suficiente para desmerecer a
total atenção de Tao. São como pistas de uma corrida, ou pistas de uma arena de
Atletismo, no eterno gosto humano pela competição, para que seja eleito o
melhor, fazendo deste um representante de Tao na Terra, na doçura da vitória.
Quebrando essas sensuais linhas tortas, como curvas em uma estrada, vemos linhas
retas, cheias de arestas, como foi na moda nos anos 80, um momento em que o
termo “chocante” entrou em voga, numa estética de raios de eletricidade, nas
vogues estilísticas que vêm a vão, dando a tônica de cada momento, cada época.
Então temos aqui um diálogo entre Feminino, que é o orgânico, e Masculino, que
é o racional. Essas linhas retas são como um vidro sendo estilhaçado, no modo
como, na Dimensão Material, tudo está fadado à danação, à ruína, como na
Gastronomia, uma arte feita para ser destruída. O fundo do quadro é de um cinza
claro, num dia ligeiramente triste, fazendo com que a pessoa pense em um dia
ensolarado, como nas cidades metafísicas, onde o Sol sempre brilha
majestosamente, mas nunca ferindo as vistas... É como as famosas vinhetas de
Hans Donner, da Globo, num designer que deu, por tanto tempo, a tônica
televisiva brasileira, como em aberturas do Fantástico. Essas curvas de Tomma
Abts são como uma pirâmide circular, havendo no topo o cume, o auge, o sucesso
pelo qual todos trabalham e visam obter, num sucesso que, quando é alcançado,
torna-se um problema, pois a pessoa bem-sucedida tem o desejo de se manter para
sempre em tal momento doce. Mas, o fato é que a Vida é página que se vira,
sempre, seja uma página doce, seja uma página amarga, no modo como há tantos
artistas que simplesmente não sobreviveram a determinadas épocas, num
desperdício de talento. E por que o disco de LP funciona? Porque ele é vazio no
centro, e Tao é isso, o vazio, o nada, o metafísico, o pensamento, na riqueza
dos pensamentos que Jesus distribuiu em vida, numa concepção revolucionária a
qual está ainda, hoje, em andamento. É como um frisbie sendo jogado. É como uma
cidade que foi sendo construída a partir do centro. É como uma pessoa centrada,
feliz o suficiente para encontrar um norte, um centro para a Vida. E não é ruim
uma vida que não está centrada? Curvas como impressões digitais.
Acima, Weie. 2017. Laços de pacotes de presente, como ouvi certa vez de
alguém que viu que, na distribuição de presentes natalinos, as crianças se
divertindo mais com as fitas dos pacotes do que com os presentes em si, no modo
como o Ser Humano adulto tem muito o que aprender com as crianças, na
simplicidade destas. É um belo pacote natalino sendo aberto e deflorado, no
prazer da violação, da descoberta, de ver algo que está oculto. É a magia de um
aniversário, com convidados chegando com seus presentes nas mãos, buscando
fazer uma homenagem ao aniversariante, havendo em tais festas uma espécie de
ritual, num momento em que a pessoa está mais próxima do Desencarne, numa
espécie de lenta contagem regressiva, no modo como, no fundo, todos ansiamos
pelo Desencarne, mas, ao mesmo tempo, todos temos que encontrar a Harmonia,
ainda enquanto encarnados. São fitas acetinadas, suaves ao toque, como pele de
bebê, numa pele perfeita, sem poros, sem rugas, sem marcas de expressão, no
modo como uma pessoa bela, cuja beleza vem de dentro, é bela em qualquer época
da Vida. O fundo do quadro é de cor vinho, na magia da transubstanciação da
missa, momento em que o vinho se torna o sangue de Jesus, no nobre sangue
estelar que nos une a todos, havendo nas dinastias mundanas uma mera cópia (tosca)
da nobreza espiritual, no modo como uma fotocópia é a cópia grosseira de uma
fotografia colorida, no sentido de que a Encarnação é um vidro muito opaco,
sendo difícil ao encarnado observar com clareza o Metafísico. Este fundo de
quadro é terroso, como vi certa vez um desfile de Moda, no qual a passarela era
toda coberta de terra, como em ...E o
Vento Levou, na cena em que o pai de Scarlet diz a esta que o maior
investimento que pode ser feito é a terra, num Ser Humano que não se dá conta
de que, mesmo que lentamente, tudo perece na Matéria, no grande piadista que é
Tao, na necessidade da pessoa adquirir senso de humor. Essas fitas caem
suavemente pela cena, como os laços de família, os quais sobrevivem à Morte, no
modo como o Amor é eterno, como um presente de altíssima e imbatível qualidade,
como um material nobre, que perdura por eras, como a universalidade do Ouro, o
metal que faz metáfora (poderosa) com a glória da Eternidade, e esta é o maior
presente que pode ser dado – tente imaginar que você nunca acabará. Não é poder
incrível e imenso? Esses são os laços que unem os Seres Humanos, no constante
esforço do padre ao púlpito, sempre querendo nos recordar de que somos iguais
perante Tao, e de que somos todos filhos legítimos, numa família na qual
simplesmente não existem bastardos. Essas fitas se desenrolam como estradas
sinuosas, num país rico e desenvolvido, numa cidade muito limpa e
bem administrada, tornando-se modelo para qualquer cidade sobre a face da
Terra. São estradas de diferentes pessoas, e estradas que se interligam,
passando umas pelas outras, como amigos verdadeiros, em amizades nobres que a
passagem do Tempo jamais deletará, pois só o que é nobre não perece, na
constante luta humana em entender a Virtude, entender Tao, entender Nobreza,
nos presentes metafísicos que têm o poder enigmático do Eterno, na ilusão de
que um diamante físico durará para sempre. Essas fitas exigem cuidado ao serem
manuseadas, pois podem cortar e ferir, no modo como é necessária a delicadeza
diplomática para primar sempre pela harmonia entre nações vizinhas, no poder de
Tao, o Grande Diplomata que mantém o Universo unido. Essas fitas são leves, e
qualquer sopro pode fazê-las voar para longe, no frescor de um dia ensolarado,
como numa sala de estar ao ar livre, numa vista bela como a de uma cidade
serrana. É o delicado que se impõe ao bruto, fazendo da delicadeza pacífica a
verdadeira força titânica que rege o Mundo, como diz Tao: “Forte é fraco; fraco
é forte”, no esforço de discernimento, fazendo do Cavalheirismo a verdadeira
virilidade; fazendo da Brutalidade algo desprezível. É o prazer de se deparar
com uma pessoa cordial e alto astral.
Referências bibliográficas:
Tomma Abts. Disponível em <www.artic.edu/exhibitions/2824/tomma-abts>.
Acesso 1 mai. 2019.
Tomma Abts. Disponível em <www.es.wikipedia.org>.
Acesso 1 mai. 2019.
Tomma Abts. Disponível em <www.pt.wikipedia.org>.
Acesso 1 mai. 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário