quarta-feira, 26 de maio de 2021

Grande Grundini

 O ilustrador londrino Grundini, nome artístico para Peter Grundy, é conhecido por transformar informações complexas em informações simples, no sábio caminho da clareza e da simplicidade. Tem fama mundial e estudou no fim dos anos 1970 na tradicional Royal College of Art. Integra uma firma de Design. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (1). Aqui temos um ciclo, nos ciclos das galáxias, no mistério do que há no meio, fazendo metáfora com o homem de Tao, o qual nunca enaltece a si mesmo, sabendo dos perigos do narcisismo. É como uma pessoa que se esvaziou de vaidades, fazendo com que as pessoas se unam em torno dele, como neste grande homem que foi o diretor Fabio Barreto, num momento mágico em que Caxias do Sul e região se uniram em torno do sonho de Fabio de transformar O Quatrilho em filme, num homem que foi um príncipe, de dar orgulho ao Brasil. Aqui temos os ciclos das estações, numa pessoa que parou de ver a Vida de modo cronológico e passou a ver tudo em ciclos respirando, na eternidade de Tao, a Vida Eterna, que assim seja. Aqui são como ovários num útero, esperando pela fertilização dos ensandecidos espermatozoides, como carros enlouquecidos e excitados em ruas de urbes vibrantes e desenvolvidas, remetendo ao inacreditável caso recente de repercussão mundial, numa mulher que pariu nada menos do que nove crianças, no milagre da Vida, esta força misteriosa que faz com que nossos corações batam e pulsem, inspirando a Arte, que é a celebração da Vida, de Tao, a musa de inspiração eterna. Aqui vemos formatos de mãos humanas, numa união, como numa cooperativa, num clube, numa associação numa empresa, no prazer de fazer parte de um maravilhoso clube metafísico, com todos belos e saudáveis, vibrantes, no milagre da sobrevivência da Consciência, da Mente, fazendo com que a morte do corpo físico seja uma grande ilusão, em rituais fúnebres tão sisudos, parecendo que jamais veremos o falecido novamente, e isto não é verdade, pois os meandros cinzentos da encarnação exigem que desenvolvamos inabalável Fé, no desafio de não termos a comprovação científica da eternidade espiritual, a Vida que segue intermitente após uma breve vírgula. O fundo aqui é rubro, como em belas árvores outonais ficando rubras e douradas, num momento de bela decadência o qual será sempre seguido da ressurreição primaveril, no poder implacável da Vida que sempre ressuscita. Aqui é como água indo pelo ralo, num descarte, no desprezo pela água suja, no desprezo pelas horríveis ruas imundas do Umbral, o tenebroso plano que abriga os espíritos mundanos, que não querem aceitar a morte do próprio corpo físico, na loucura de um prisioneiro que, chegado o dia de soltura, não quer sair da prisão! Aqui são como sementes dentro de uma fruta, no modo como a Vida segue, com crianças chegando a uma família e com os velhinhos falecendo, numa eterna dança de continuidade. Aqui são como ovos num ninho, na perpetuação da Vida, fazendo do ovo este símbolo pascal, na Vida que se renova em Cristo, na ascensão ao Plano Imaterial, com mágicos ovinhos coloridos num cesto montado por uma mãe zelosa, que quer o melhor para os filhos, ao contrário das mães e pais sociopatas, que expõem o próprio filho ao perigo, no exato caminho oposto dos pais zelosos e amorosos. Aqui é um mecanismo que produz em estabilidade, como num maquinário industrial, com fábricas fazendo coisas, riquezas que serão trocadas por dinheiro, num mercado capitalista no qual o indivíduo nunca tem o suficiente, pois se o que acho que tenho não é o suficiente, então nunca terei o suficiente – é uma virtude afortunada saber quando você tem o suficiente, pois que Vida sem Paz é sempre cobiçar mais, como reis cobiçando os reinos vizinhos! Aqui remete ao brinquedo Genius dos anos 80, na minha infância, num brinquedo que testa a memória do jogador, num desafio intelectual como jogar Xadrez. Aqui é um ciclo de lavagem, numa rotina de se fazer a cama e colocar a roupa suja na máquina, no sisudo ditado: “Vá lavar uma pilha de roupa suja!”. Mas, ao mesmo tempo, a pessoa tem que se permitir sonhar um pouco.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (2). Aqui é como um relógio, numa pessoa tendo que controlar o Tempo para, por exemplo, não perder a condução. É como uma pessoa disciplinada, regrando o seu próprio dia com atividades produtivas, como minha querida avó falecida Nelly, a qual, depois de se aposentar como professora, passou a escrever Poesia, e num de seus textos disse: “Sem a Poesia, o que faria eu desta tarde brumosa?”, no modo como são infelizes as pessoas que não centram a Vida em torno de algo positivo e válido, como uma improdutiva pessoa fofoqueira, a qual perde tempo com malícia – que desinteressante! A margarida aqui é como jogo de bem me quer mal me quer, numa pessoa que, apaixonada, passa por sofrimento ao levar “um chute na bunda”, com o perdão do termo chulo. A flor é a personificação da Beleza e do galanteio, como um cavalheiro com uma flor na lapela, oferecendo a flor a uma moça bonita e simpática num momento de interação social, no cavalheirismo que faz com que as mulheres se sintam princesas. Aqui é o Sol irradiando, nascendo vitorioso depois da noite mais escura, no prazer de uma pessoa se encontrar consigo mesma, encontrando algo de nobre para fazer, no sentido de que na Vida temos que ser autodidatas, pois não há um livro intitulado Como se encontrar em dez passos. É um trabalho de paciência, com um dia amanhecendo aos pouquinhos, no erro de uma pessoa que, aposentada, para de produzir, num caminho depressivo, na desolação de dias vazios – arregace as mangas e faça algo! Aqui é o poder do Sol no Egito Antigo, numa divindade suprema que sobreviveu à infame reforma religiosa do faraó rebelde Aquenáton, o qual proibiu o culto de deuses e só permitiu o culto do disco solar Áton. O Sol é o símbolo do recomeço, numa nova jornada cheia de desafios que farão com que a pessoa cresça como pessoa, no caminho do aprimoramento moral, fazendo com que a pessoa, em tal processo de depuração, passe a não mais de deixar levar pelos apelos materialistas da Sociedade de Consumo, chegando a um ponto que se tornam desinteressantes caros relógios numa sofisticada vitrine - é o caminho da desilusão, do desprezo pelo que não é espiritual, num momento de forte resistência ao ponto de eu não mais permitir ser um escravo das ilusões da Matéria, pois as desilusões, as mortificações, são positivas, disse-me uma amiga psicóloga. Aqui é um Sol de Verão, soberano, nos dias de Verão de encontros de amigos ao ar livre, longe dos deprimentes invernos nórdicos, que duram vários meses, fazendo com que gostemos de morar num país ensolarado como o Brasil, na verdade de Paz que há no contentamento, fazendo com que eu pare de achar que a grama do vizinho é sempre mais verde. Aqui é como uma omelete sendo feita, remetendo-me a um engraçado episódio que passei com meu sobrinho, quando este, ao fazer para si mesmo uma omelete, quebrou um ovo podre, num dos piores odores que já senti na vida! Aqui é um programa de culinárias nas manhãs televisivas, no modo como me sinto tão entretido ao assistir o processo de cozimento e preparação, neste ato de Amor que é cozinhar para a família ou amigos, no prazer de causar prazer a outrem, remetendo à divertida cena de O Diário de Bridget Jones, com a protagonista comicamente fracassando ao cozinhar um jantar, no modo como há chefs profissionais de TV que, antes de trazer a receita ao programa, testam esta duas ou três vezes. Aqui é como um ciclo musical, numa canção que começa e vai armando um clímax, até acabar em Paz, voltando ao ponto inicial, no modo como a Música sempre acaba em Paz. A flor é a beleza gratuita, com flores silvestres que nascem sem precisar ter sido plantadas pelas mãos humanas, na generosidade de Tao, que veste os campos com roupas maravilhosas, com num belo grupo de araucárias, a árvore símbolo do Sul do Brasil. Aqui é como um disco LP ou CD, estas tecnologias que são a prova de que os avanços tecnológicos são implacáveis, fazendo de tais mídias um fóssil de tempos idos.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (3). Aqui temos uma hierarquia, no jogo de bonecas russas. É como uma espiral de escadarias, numa espiral galáctica giratória, como na hierarquia numa empresa, com o chefe no topo, como na rígida hierarquia militar, impondo respeito e fazendo com que o subalterno fique quase com medo, como numa terrível ditadura, com um implacável Saddam Hussein dizendo aos subalternos: “Não estou pedindo isto de você; eu estou mandando!”, num homem que foi a prova de que é difícil “desencarnar” do Poder, numa pessoa que simplesmente não concebe uma vida sem Poder. Aqui, estas figuras humanas estão em rota de fuga, talvez fugindo de uma situação de caos, talvez fugindo de um incêndio, talvez numa pessoa fugindo da Vida e escondendo-se desta, numa pessoa que passa a Vida mudando-se de cidade para cidade, nunca encarando o fato de que o Ser Humano é universal, ou seja, aqui ou acolá, estarei me deparando com as mesmas pessoas e a mesma Vida, no fato de que a pessoa tem que, dentro de si mesma, encarar a Vida, e a Vida está aí, exigindo que a encaremos. Aqui é como uma pessoa caindo num abismo, como na sensação da pessoa deprimida, com a sensação de que não está com os pés no chão, mas caindo num profundo abismo, numa sensação tão degradante, exigindo que a pessoa supere tal episódio e retome sua Vida. Aqui é como numa competição de corredores, na hierarquia de um pódio, nos eternos moldes competitivos humanos para ver quem é o melhor, com jogos de Futebol que tanta audiência televisiva têm, na diversão que é competir para ver quem mais merece a Taça. Aqui é um processo se desdobrando, com algo crescendo, como no efeito bola de neve, no termo “deixar rolar”, num efeito mínimo que causa grandes efeitos, como na revelação famosa da passagem das gêmeas caxienses da família Koch, quando uma delas desfilou no carro alegórico da Festa da Uva se fazendo passar pela rainha de verdade, numa verdadeira lenda caxiense. Aqui é um corpo caindo, cada vez menor, até atingir o chão, no termo “quebrar a cara”, ou seja, uma pessoa que subestimou a seriedade de uma situação e foi pega de surpresa, no modo como é exatamente a pessoa subestimada que acaba pegando todos de surpresa, como numa Gisele, a qual veio vindo silenciosamente até lançar tendência capilar mundial com seus cabelos ondulados, na raiva inconsciente que as mulheres têm de Gisele, querendo “arrancar” desta o que esta tem de tão sexy e belo. Aqui é como uma questão sendo esmiuçada, como esmiuçar a carreira de algum artista, num trabalho de análise, num escopo, num alvo de estudo, dividindo o Corpo Humano em especialidades médicas, assim como a luz branca é decomposta pelo prisma, num leque de cores, na pureza de um cristal, num salão belo, cheio de alegria carnavalesca, com todos pulsando num só ritmo, num trabalho de unidade, como certas pessoas têm este talento de liderança, com a capacidade de unir as pessoas em torno de algo, no modo como a Comunidade Caxiense se une em torno da Festa da Uva, numa expressão de Cultura Popular Brasileira, no momento em que o momento de celebração se torna exceção, no ato da pessoa se subtrair um pouco da sisudez diária do trabalho. A base aqui é um belo Céu de Brigadeiro, numa certeza, numa clareza, fazendo da Terra uma pequena e anônima esfera azul na imensidão cósmica, numa esfera tão rica em Vida, nessa incessante busca humana por Vida fora da Terra, e Vida Inteligente, pois num Cosmos praticamente infinito, só há Vida na Terra? Aqui é uma pessoa que está apressada, estressada, como uma pessoa borderline que conheci, um neurótico workaholic que não se dava ao respeito, trabalhando como um escravo, sem autoestima ou autorrespeito – Respeito é para quem se dá ao Respeito, não? Aqui é como uma família, com uma mãe dentro de outra mãe, num lar sólido e protetivo, com a obrigação dos pais em incutir valores e virtudes nobres nas cabeças dos filhos, no discernimento de Tao entre grosso e fino.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (4). Aqui é como um raciocínio sendo desenvolvido dentro da mente de alguém, numa pessoa que tem facilidade para Matemática, encontrando prazer nos números. Aqui é como uma vibrante estampa de moletom, jovial, colorida, como no boom da Moda Jovem dos anos 1980, numa estética nunca antes vista na História, numa explosão de cores vibrantes e cabelos irregulares despenteados e desbastados, surgindo pela primeira vez a moda dos jeans rasgados, despojada, num visual “sobrevivente de hecatombe nuclear”. O amarelo é a massa amarela de torcidas patrocinadas pelo Banco do Brasil, numa massa dourada, fazendo do Brasil o país do futuro, uma nação que tanto ainda tem para dar. É como num dia dourado tradicional de coroação de monarca britânico, no modo como as tradições dão a sensação de que o Tempo não passa, fazendo metáfora com a atemporalidade do Plano Metafísico, o plano no qual não existe envelhecimento, havendo uma ilusão na passagem de Tempo, como num ciclo o qual sempre volta ao ponto inicial, num eterno trabalho de recomeço e reconstrução, com lições viscerais sendo aprendidas. Aqui, a cabeça do boneco é o número Zero, vazia como um buraco negro, atraindo informação, como num esmerado estudante, devorando livros com sede por Conhecimento, havendo nos alunos aplicados aquilo que dá orgulho e sentido para a vida de um professor, como eu mesmo já tive a oportunidade de ser professor de Inglês, no prazer de ver um aluno aprendendo e desenvolvendo-se, na noção redentora de que estamos ajudando alguém. O boneco abre os braços receptivamente, como nas recepções dos hotéis da rede Laghetto, com bandeiras do Uruguai e Argentina dizendo, em espanhol, “Bem vindos”. É num anfitrião abrindo os braços generosamente, como socialites, pessoas dedicadas a receber, na ilusão de que festas podem marcar época, as quais não marcam, pois as festas são breves momentos de desligamento, pois, no dia seguinte, a Vida retorna em toda a sua seriedade. Aqui são como órgãos internos organizados num só ritmo, como numa orquestra em harmonia, com cada instrumento tendo sua função e seu papel, como uma pessoa que conheço, a qual, infelizmente, está na fila de espera por um transplante de fígado – Saúde é tudo. Aqui é como uma pessoa deitada na cama, no essencial momento de descanso. Aqui são como indecifráveis códigos oníricos, fazendo dos sonhos tais projeções do self da pessoa que sonha, como me ensinou uma amiga psicóloga. Estes números formam um corpo dinâmico, e parecem trocar de lugar uns com os outros, como numa dança de cadeiras, como numa festa numa pista de dança, como em um bom baile com a orquestra no palco, com pessoas dançando até o raiar do dia, numa majestosa manhã de Domingo, na clareza de um mundo melhor, regido pela beleza da Estrela da Manhã, numa dimensão sem as vicissitudes matérias, sem o Consumismo, mas num plano em que continua a necessidade da pessoa em se manter ocupada com algo nobre e válido. Aqui é uma festa, e os números não estão devidamente ordenados, num momento de desligamento, pois que vida é esta na qual só há labor? A cabeça aqui é um furo na agulha, na paciência da costureira em costurar, num trabalho que tanta concentração exige, fazendo metáfora com as malhas tecidas pela Divina Providência, aproximando pessoas e fazendo amigos, e assim vamos guardando em nossos corações pessoas amigas, as quais certamente encontraremos no Plano Superior, a dimensão em torno da qual a Terra gira – a Mente está acima da Carne, havendo toda a Esperança por trás da Ressurreição, na filosofia de Santo Agostinho, uma das bases da Doutrina Espírita, com a carne sendo deixada para trás tal qual uma cobra trocando de pele, numa revigoramento, numa vida nova em folha. Estes números são egos ascendendo e descendendo, nesta dança de vaidades que tanto seduz as pessoas, desviando-as de Tao, o caminho único, tal qual o Sistema Único de Saúde brasileiro.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (5). Aqui é o termo psicológico “colocar o dedo de alguém na tomada”, em choques de realidade, para uma pessoa que, iludida e equivocada, precisa colocar os pés no chão. É a revolução que a Energia Elétrica causou na Humanidade, fazendo com que permaneça pitoresco um romântico jantar à luz de velas, num charme retrô. Vemos no centro da obra um globo dividido por suas linhas e meridianos, como uma laranja com seus gomos, no modo como ainda estamos muito cedo no ponto histórico de digitalização do Mundo, com todas as facilidades de Internet, fazendo com que a mídia papel fique tão obsoleta e antiecológica, fazendo com que enciclopédias e dicionários sejam todos online, gerando neste início de século toda uma geração que já nasceu digital, não podendo compreender como foi a Era Analógica, com seus telefones de disco e televisões de tubo. O globo aqui traz a teoria do terraplanismo, inacreditável. O globo aqui gira sem parar, no modo como a Vida pode passar tão rapidamente e, quando vemos, hora de desencarnar e voltar para casa, depois de, é claro, cumprir sua missão metafísica na Terra, numa vida que é tão curta e insuficiente para que façamos tudo o que queremos fazer, nas malhas tecidas pela Divina Providência, no modo como é a própria pessoa que escolhe a hora de ir para Casa, selecionando, antes de reencarnar, a data da “soltura”. O fundo aqui é terroso, remetendo a um desfile de Moda que vi certa vez, com o chão da passarela todo coberto de terra, este chão que tantos nos gruda gravitacionalmente, como em ...E o Vento Levou, quando o pai de Scarlet diz a esta que terra é o melhor e mais duradouro investimento que pode ser feito no Mundo, como nos donos de terras nos pampas gaúchos, ou como a aristocracia rural argentina, os detentores de terra e gado, no topo da pirâmide, uma classe tão ataca e agredida pela controversa Evita Perón, uma pessoa que não conseguia imaginar a Vida sem inimigos, nesta eterna capacidade humana para a desavença e o conflito, como dois reinos que simplesmente não conseguem se respeitar mutuamente. O chão é a base, a referência, como numa família cheia de referências, como um irmão mais velho, no talento de um patriarca ou de uma matriarca em manter a família unida, como numa noite de Natal, com crianças rasgando esfuziantemente os pacotes de presentes. Aqui é a gíria chocante dos anos 1980, numa Moda capilar que fazia parecer que os dedos da pessoa tinham sido colocados na tomada elétrica, levando um choque. É um artista dessa época, colocando-se num momento sem precedentes na História. É como o deus nórdico Thor, deus do trovão, com seu poderoso e implacável martelo que trazia os impiedosos raios, num herói agressivo, conquistando carisma junto às pessoas Yang, partindo de uma antiga divindade para uma figura pop dos séculos XX e XXI. Aqui, vemos o fio elétrico serpenteando, como uma gata no cio, louca para cruzar, ou como adolescentes com os hormônios à flor da pele, numa idade em que somos “escravos” de nossa própria libido, nas influências da Matéria, da Carne, nas tentações que tanto desafiam o Espírito. O cabo elétrico aqui é a conexão, como vínculos de carinho que unem amigos e famílias, com pessoas das quais jamais nos esqueceremos, não importando quanto tempo passe, no modo como os vínculos de Amor sobrevivem à Morte Física e ressuscitam milagrosamente. Aqui, este cabo procura por uma tomada, numa procura, num search no Youtube, numa busca existencial, numa pessoa que quer descobrir a si mesma, olhando para si mesma e dando-se conta de que o autoencontro é sempre dentro de si; nunca fora de si. É na sábia frase: “Não se torne – seja”, no modo como nunca canso de trazer a história do patinho feio, o qual descobriu ser uma coisa que sempre foi, no discernimento taoista de que passado e futuro não existem um sem o outro, ou seja, se quero ver o futuro, preciso ver o passado – somos todos, desde sempre, príncipes filhos do mesmo Rei, meus amigos. E sempre seremos.

 


Acima, título não informado na referência bibliográfica (6). Vemos uma abóboda, como no topo de um templo, na universalidade humana em construir templos, pois, apesar das religiões parecerem tão diferentes umas das outras, são, no fundo, todas iguais. Aqui é uma coroação, como no portoalegrense Café Majestic, com sua “coroa” permitindo que vejamos o Lago Guaíba, este poderoso cartão postal da capital estadual brasileira. Aqui vemos uma hierarquia, pois no extremo topo está um apequena coroa, sustentada por uma coroa maior, como nas pirâmides egípcias, com o faraó, o descendente dos deuses, acima de tudo e todos, numa polarização de dar inveja a qualquer monarca europeu absolutista, como numa Elizabeth II, a qual aprendeu “na marra” a ter majestade, no ditado “Quem já reinou jamais perde a majestade”, como num espírito que, anteriormente um rei de fato, não reencarnou rei, mas manteve-se altivo e majestoso, no modo como as encarnações vão moldando nosso espírito, numa longa linha evolutiva, no maravilhoso modo como as vicissitudes terrenas vão fazendo de nós espíritos melhores e mais moralmente apurados. Na base deste conjunto vemos formas humanas, como pessoas no local mais humilde da hierarquia, como um gari levando uma vida tão dura e difícil; árdua. Aqui as cabeças são pingos, na cabeça, na capital, naquilo que rege o resto, fazendo metáfora com o monarca, cuja altivez faz metáfora com a soberania da nação regida. São as pessoas comuns, sem as quais o Mundo não funcionaria, em vidas humildes e anônimas, fazendo serem tão raros os casos de explosões estelares como numa Gisele, a modelo mais bem sucedida da História. Abaixo desta abóboda, um formato de mão, no poder transformador das mãos de um artista ilustrador, pegando elementos dissociados e produzindo algo novo, como nas velhas mãos de Rose no início de Titanic, fazendo vasos de cerâmica, num verdadeiro manifesto contra a insensibilidade humana, este insensibilidade que coloca Dinheiro e Poder acima de tudo, numa história de Amor com redentor final, com Jack e Rose se reencontrando no Plano Metafísico, no início de uma amizade eterna, com todos jovens e belos, navegando num Titanic todo novo, longe do pobre diabo naufragado na tragédia naval. Aqui é a mão de Tao, este poder tão transformador que nos deixa abismados, como num grande artista musical, gerando muita expectativa em relação ao álbum que está prestes a lançar, causando furor num fã clube mundial e numeroso, como num certo clipe de Whitney Houston no Youtube, com nada menos do que um bilhão de acessos – sim, b de bola. É o prazer de um artista em se encontrar com seus próprios fãs, como num Paulo Coelho viajando pelo Mundo em concorridas sessões de autógrafos, nesses fenômenos de popularidade que nos deixam estarrecidos. Abaixo da mão podemos ver um perfil de alguém, com um olho e uma boca beijando, como num perfil egípcio, com um rosto que, apesar de estar de lado, traz um olho com este visto de frente, num paradigma estético que durou milênios, rechaçando e condenando um certo faraó herege, o qual questionou tais paradigmas, num trabalho essencial de transgressão, como no choque brutal entre católicos e protestantes, fazendo das execuções na fogueira uma suma prova da crueldade humana, como na sanguinolenta Maria Tudor, dizendo agir em nome de Jesus e fazendo coisas que o próprio Jesus jamais faria, como queimar uma pessoa viva numa fogueira. O beijo é o Amor e a Afeição, como no advento de um neto que acaba dando uma “amolecida” no coração dos avós, na bênção que é uma criança chegando a uma família, na continuidade da Vida, com gerações indo e vindo. O quadro aqui é cítrico e alegre, laranja, doce como uma boa manga madura, numa pessoa que soube se manter doce ao longo da Vida, evitando o caminho do empedernimento, ao contrário de um certo amigo meu, uma pessoa que está “implorando” para receber uma derretidinha no próprio coração. Pegue leve!

 

Referência bibliográfica:

 

Grundini. Disponível em: <www.ba-reps.com/illustrators>. Acesso em: 19 mai. 2021.

Grundini. Disponível em: <www.dribbble.com/Grundini/about>. Acesso em: 19 mai. 2021.

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