quarta-feira, 2 de agosto de 2023

P de Paul; P de primoroso (Parte 1 de 2)

 

 

O pintor alemão Paul Klee (1879 – 1940) legou cerca de dez mil trabalhos e foi também poeta e professor. Foi um abstratista pioneiro, considerado até revolucionário demais e degenerado, na saudável transgressão modernista. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, A bela jardineira. No abstrato, cada um vê o que quiser ver, como nuvens no céu ou constelações no espaço. Aqui é como um carro popular, pequeno, no encanto de veículos bem desenhados, em veículos tão gracinhas como o Beatle, remetendo aos áureos tempos do Fusca, quando eu chamei pelo telefone um taxista e este me perguntou: “Tem problema se for Fusca?”. Acima deste veículo, temos uma sondagem, uma vigilância e um controle, como nas rígidas hierarquias militares, diferente da hierarquia espiritual, a qual acontece sem o emprego da força, numa hierarquia irresistível, onde os mais polidos e mais virtuosos regem os menos, ao contrário da hierarquia mundana, onde tudo gira em torno de dinheiro e poder, havendo no rico uma pessoa tão miserável, triste, vazia, que só pode se manter sã se fizer algum tipo de trabalho, no modo como no Plano Metafísico há emprego para todos, num lugar em que é revelado o fato de que, antes ou depois do óbito, deve sempre haver trabalho, pois até Tao está sempre criando, produtivo, usando essa coisa maravilhosa que temos chamada mente, na noção espírita: “Você não imagina a que estado ficam reduzidos espiritualmente os que  são considerados felizes na Terra”. Aqui é um veículo estranho, como um óvni, no imaginário popular de seres de fora da Terra, no episódio em que Orson Welles espalhou no Rádio o alarde falso de uma invasão alienígena, sendo depois desprezado, no modo como os que mentem são desprezados, como na ruína de Bill Clinton, cuja mentira foi cientificamente revelada por um simples teste de DNA – era o esperma dele, numa Monica Lewinsky que não se deu ao respeito, topando ser a fulaninha putinha do presidente, com o perdão do termo chulo, numa mulher que tem que aprender que, se é para ser a segunda colocada, então é melhor ficar sem homem algum. Aqui é como um inseto, nos almejos da nanotecnologia, no esforço humano para se parecer ao máximo com Tao, no fato de que, como Deus faz, o Homem não faz igual, como em seios que passaram por uma mastectomia, substituídos por próteses de silicone, numa cirurgia que, é claro, acerta em cheio a autoestima da Mulher. Acima no quadro temos algo como painéis de controle, no avassalador avanço digital, derrubando as tecnologias analógicas, remetendo à minha infância nos anos 1980, com o televisor de tubo, os canais de TV aberta e o telefone de disco, no advento da inteligência artificial, num robô que pode adivinhar assuntos que interessam você na Internet, na ficção de Matrix, quando a Humanidade se viu escravizada por tal tecnologia, num sistema opressor que suga o cidadão, fazendo metáfora com o sociopata, o vampiro de almas especializado em manipular em inteligência fria e ardilosa, maliciosa, no uso da inteligência para praticar o Mal, no discernimento: Uma faca nas mãos de uma pessoa boa serve para fatiar legumes; em mãos más, serve para assassinar um ser humano, no modo como uma suma inteligência só pode ser benéfica se por respaldada por um bom coração, num sociopata infeliz, que odeia tudo e todos – é um horror. O vermelho aqui é sangue, vida, nos majestosos figurinos de Drácula da Bram Stoker, na longa capa rubra do malévolo conde, um sociopata de vida eterna, infame, maldito, enganando quem quiser ser enganado, ou seja, o sádico em busca de um masoquista, como uma certa vez em uma agência de Propaganda em Porto Alegre, quando as pessoas ali na empresa acreditavam que eu era um palhaço masoquista sem qualquer dignidade, ou seja, mandei eles à merda, com o perdão do termo chulo, pois passei por assédio moral para aprender o que este é – dê-se ao respeito, rapaz! Aqui é como um vírus, no modo como, sempre antes de cumprimentar beijando alguém, pergunto: “Você não está gripada nem resfriada, né?”, pois só um masoquista para gostar de ficar doente. Aqui remete a figuras rupestres, simples, no poder da simplicidade, na época em que as pinturas eram encantamentos para dar boa sorte na caça.

 


Acima, Aventuras de uma jovem. Aqui temos uma grande discrição, como num camaleão com precaução, sabendo que se disfarçar o fará sobreviver na selva da vida, tendo todo um instinto para sobreviver, como numa pessoa que veio do nada e conquistou o Mundo, numa Gisele, a qual dita, há vários anos, suprema estética capilar, com mulheres no globo inteirinho imitando os cabelos ondulados da top, no fato da pessoa sábia, a qual conquista tudo e ninguém percebe. Na base do quadro vemos uma flecha, uma ordem, uma direção, uma injeção precisa, numa grande precisão cirúrgica, na divindade Capa Preta, da Umbanda, a divindade do sucesso no Mundo, numa pessoa de ações precisas, sabendo o que deve fazer para alcançar tal sucesso, como mandar informações a veículos de Imprensa, os famosos “releases” de divulgação, no modo como pode ser de grande serventia uma nota no jornal falando sobre alguém, em bochichos na Imprensa, neste casamento mercadológico entre Arte e Mercado, num Warhol tão pop e famoso, um ícone da Arte, num estilo inconfundível, como nas bolas e círculos de Yayoi Kusama, ou na grandiosidade da dupla Christo e Jeanne-Claude, fazendo que “babemos” perante obras tão expressivas e grandiosas, impossíveis de serem ignoradas, assim como ignoramos um mendigo na Rua – por que tal pessoa vive na Rua, escondendo-se da Vida e da luta? Não diz no hino nacional brasileiro: “Verás que filho teu não foge à luta”? Aqui temos um cubismo aquoso, por assim dizer, com linhas sensuais, liquidiscentes, fluindo, numa energia fluindo entre duas pessoas, numa empatia e num entrosamento, numa afinidade, numa hierarquia que nunca é colocada à força, numa hierarquia fina e irresistível, fazendo com que façamos questão de obedecer aos nossos irmãos mais depurados do que nós, no modo como os astros pop imitam a deidade dos espíritos evoluídos, nossos irmãos que passaram por muitas, muitas encarnações, atingindo a perfeição moral, na vitória da luz e da verdade sobre as trevas do Mal e da grosseria, no discernimento taoista: Fino é forte; grosso é fraco, apesar de parecer o oposto. Aqui é como um aquário cheio de peixes, num cenário plácido e relaxante, com peixes fluindo lentamente, sem arestas tensas, dando-nos a mensagem: Pegue leve, e nunca se estresse demais, como me dizia um ótimo professor em minha faculdade, como outra grande professora dizia aos alunos: “Nunca deixe o fracasso lhe subir à cabeça”, no modo como a pessoa tem que ter uma estrutura psicológica muito forte, pois quem é humilde vai longe; já, os arrogantes não vão longe, como um certo astro pop, o qual não sobreviveu ao próprio sucesso, deixando tudo lhe subir à cabeça, no poder destrutivo do Ego, numa pessoa arrogante que acha que não nasceu para esperar, mas para ser esperada, como numa deselegância premeditada de um artista que, deliberadamente, atrasa-se para pisar no palco, desrespeitando o espectador que comprou o ingresso e que chegou ali pontualmente, no modo como me recusei a ir ao show de uma certa popstar, pois percebi que tudo o que eu faria seria dar dinheiro para tal star comprar joias para sua filha -  eu, fora! Não vou ficar sustentando egos estratosféricos, no modo como é necessário, às vezes, mandar as pessoas tomarem no cu, com o perdão do termo chulo. A mulher aqui está curvada, reverente, sabendo que o Mundo pertence aos humildes, às pessoas que têm os pés no chão, apesar de humildade poder parecer fraqueza, no liso e no áspero, os quais fazem parte do mesmo trabalho – ninguém está por cima o tempo todo, como num Tom Hanks, o qual tem dois Oscar (consecutivos) e, neste ano, estava indicado ao infame deboche da Framboesa de Ouro, fazendo de Hollywood a terra do sucesso e a terra do fracasso. Aqui é como na magia de um colorido vitral, enchendo templos de cor e alegria, como na iluminada catedral de Brasília, longe das sombras de culpa e pecado, numa religião que não entende que a masturbação não é pecado, mas parte do que é natural no Ser Humano, que é a Sexualidade.

 


Acima, Morte e fogo. Temos um sorriso, numa figura caricata, no talento de cartunistas em fazer imagens tão hilárias, fazendo graça da vida pública, num país livre como o Brasil, em que ao cidadão é conferida a liberdade de pensamento. Aqui é como em pinturas rupestres, como na claustrofobia de figuras geométricas indígenas em O Iluminado, num surto psicótico, resultando em assassinato com machadada, na famosa cena dos elevadores do hotel claustrofóbico jorrando rios de sangue, como já soube de pessoas que leram livro de terror, dando ao leitor a sensação de que há alguém escondido em sua casa, nas sábias palavras de orientação de uma certa psicoterapeuta: Pessoas sensíveis demais não podem assistir filmes de terror, no modo como o filme A Bruxa de Blair me deixou todo cagado nas calças de medo, com o perdão do termo chulo, dando-me a sensação de que a bruxa poderia estar atrás de meu sofá – é um horror. Ao topo do quadro vemos um majestoso Sol, numa força africana, no Rei Leão e sua juba de coragem e liderança, na capacidade de certos homens em adquirir tal liderança, conquistando a fé dos homens, em grandes altivos como Obama, o qual, ao ser interrompido em uma declaração à Imprensa na Casa Branca, disse a tal jornalista interruptor: “Ei, você está na minha casa!”. O Sol é o símbolo monoteísta, no modo como Tao não tem face; no modo como a Eternidade sobre a qual podemos falar não é a verdadeira Eternidade, no poder incabível e descomunal que é a Vida Eterna – jamais findarás, irmão! O disco solar é a transgressão religiosa de Aquenáton, o faraó maldito, um homem que, como indivíduo, questionou a tradicional religião politeísta egípcia, varrendo os deuses e dizendo que só há uma divindade, que é Áton, o deus do disco solar, na evolução racional, colocando que não há deuses, mas nossos irmãos depurados e evoluídos, no caminho de depuração que faz com que um sociopata maligno se torne um espírito de luz depois de muitas e muitas encarnações, havendo em Tao a paciência eterna, sempre nos dando uma nova chance de fazer as coisas do modo certo, como na supercomédia O Feitiço do Tempo, com o personagem de Bill Murray acordando sempre no mesmo dia, até fazer tudo certo e conseguir passar de fase, como nas ambições de um aluno aplicado, cujo sonho é gabaritar uma prova de vestibular, no caminho árduo da disciplina, talvez num espírito que, numa encarnação anterior, viveu muito ao léu, sem se centrar. No lado direito vemos uma figura humana, bem estilizada, minimalista, como ver um cinturão de Órion, nas Três Marias alinhadas, como nas grandes pirâmides, na tentativa humana em se aproximar da incrível grandiosidade do Cosmos, o qual está tão além da compreensão humana. Ao topo, vemos uma ranhura tripla, numa marca agressiva, cauterizando a base, como nas garras do agressivo Wolverine, o herói popular, o qual tem muita atitude, longe de ser um herói perfeitinho de Disney, num herói que é dono de si mesmo, não querendo viver na sombra de outra pessoa, no modo como ninguém deveria viver na sombra de outra pessoa, pois ser apenas dona de casa não vai dizer à mulher quem esta é. A figura aqui é pálida, como na palidez do povo inglês, vivendo num país tão cinzento e úmido, sem o forte Sol tropical, como no termo “cara pálida”, com o qual os indígenas americanos se referiam ao homem europeu que aportava em terras selvagens americanas, num choque entre civilizações, resultando em destruição e genocídio, quiçá escravidão, tudo em nome da ambição humana, num Putin que não está feliz e satisfeito dentro de seu próprio território, nas vaidades imperialistas que ascendem e descendem todos os dias, havendo a permanência de Cristo, o Príncipe da Paz, nas palavras de esperança de um mundo melhor que nos espera após a dolorida vida na Terra. O quadro aqui tem uma candura infantil de Basquiat, remetendo a uma fase da vida em que a pessoa se contenta com pouco, longe do rol de exigências e critérios da pessoa adulta.

 


Acima, Quadrados em ritmo ternário. Aqui é a bandeirada da vitória na Fórmula 1, em ícones como Senna, na famosa musiquinha da vitória, como numa vitória em Copa do Mundo, dando ao povo brasileiro o gosto do êxito, num Brasil tão pobre, tão fraco economicamente no Mundo, num cidadão brasileiro o qual, ao querer viajar aos EUA, tem que “implorar” por um visto num consulado, ao contrário do cidadão de um país poderoso. A corrida é tal tensão, numa disputa acirrada, nos campeonatos que mostram quem é o melhor, como num concurso de beleza, numa competição tão canibalesca, na qual uma quer devorar as tripas da outra, como uma amiga minha, a qual conquistou um título de beleza internacional, tendo Caxias do Sul aos seus pés, havendo nesta moça uma representante local do estrelato internacional, como se fosse uma hierarquia, como num senhor cinéfilo que conheço, o qual dizia que mal se importava com as estrelas nacionais no Festival de Cinema de Gramado, um senhor que, ao chegar na porta do Palácio dos Festivais, ficou absolutamente seduzido e hipnotizado, como cachorro vendo frangos girando em fornos de padaria, havendo, ali em Gramado, representantes brasileiros do estrelado mundial, como uma embaixatriz da Festa da Uva age em nome da rainha, estando abaixo desta na hierarquia. O fundo aqui é terroso, como numa adega de chão de terra, no sangue do vinho, que é o sangue da terra, o sangue de Jesus, no momento mágico da missa em que o vinho se torna o sangue Dele, nas palavras de Adriana Calcagnoto nos convidando a apreciar a obra de Caetano Velloso: “Vamos comer Caetano. Degluti-lo. Mastigá-lo”. São os estágios primitivos de tribos brasileiras, no hábito do canibalismo, na evolução do homem civilizado, o qual rejeita comer carne humana, no caminho evolutivo do espírito, resultando num homem nobre, de bem, que é visto, amado e respeitado, num homem que representa Tao aqui na Terra, numa pessoa que sabe que representa algo de bom e nobre, na altivez e na dignidade das famílias de realeza, dando-nos o recado de que somos todos príncipes especiais, filhos do mesmo Rei Supremo, o qual nos criou com perfeição, de maneira imaculada, havendo na metáfora da Imaculada Conceição, fazendo de cada um de nós um ser de luz, beleza e bondade, havendo no Umbral a perda de tal noção, numa dimensão de sofrimento e vulgaridade grossa e obtusa. O xadrez aqui tenta trazer tal contraste, no jogo de opostos num calçadão à beiramar, nas ondas sensuais da Garota de Ipanema, respirando com o vaivém das ondas que beijam a areia, na cosmogonia de Céu e Terra fazendo amor, gerando o Cosmos, na junção de opostos que unem o Universo. Aqui, a luz luta para passar, na magia de uma casa preenchida pela luz da manhã, num café da manhã em meio a tais cores douradas, fazendo com que iniciemos o dia muito bem, na refeição mais importante do dia, num café da manhã de hotel que faz com que comamos como reis, sentindo o olor de café quando entramos no refeitório para comer. Os quadrados pretos são um bloqueio, numa pessoa que aprendeu a dizer não, no modo como não posso deixar que o Mundo me diga como devo viver, como um amigo meu, o qual abandonou um curso universitário para ingressar em outro, libertando-se das expectativas de outrem – liberte-se, rapaz! Aqui é um jogo de encaixe, como num romance policial revelando o assassino. Aqui é como um brinquedo do cubo mágico, num desafio que quebra a cabeça do jogador, em mentes tão brilhantes, as quais, em poucos segundos, resolvem o enigma, no modo como a Vida vai exigindo que sejamos autodidatas, pois cada um tem que aprender Tao por si mesmo. Aqui são como janelas sendo abertas, deixando o esclarecimento entrar, numa pessoa que tem a noção científica de que Homossexualidade não é doença, numa pessoa que, para se formar em Psicologia, viu-se obrigada a encarar com naturalidade tal inclinação sexual. Aqui é como se os quadrados estivessem correndo horizontalmente, no correcorre de uma vida atribulada, no momento glorioso do happy hour, no relaxamento de um drinque – a vida não é só labor.

 


Acima, Rosas heróicas. Aqui remete a uma febre estilística no início dos anos 1990, quando houve uma nostalgia dos anos 1960, na temática Flower Power, ou seja, o poder das flores, em booms como a banda Deee-Lite – isto mesmo, com três letras e. Foi um momento de grande sinergia, como na influência funk sobre as percussões, contrastando com as baterias “duras” dos anos 1980. Aqui temos um redemoinho, como na face do CD daquela banda, numa arte divertida, sinuosa, psicodélica, cultuando ícones como James Brown, cuja imagem aparece no fim de um famoso clipe do Deee-Lite, neste caldeirão afro na música americana, como nos tambores de samba no Brasil, com toda uma matiz africana, na sorte desses dois países em terem tido negros na formação de sua história. Aqui temos um mármore líquido, como nas formas sinuosas de Júpiter, nesse aspecto de “mármore vivo”, mole, que flui, como nos mármores ao fundo da Pietà no Vaticano, na fluidez cósmica da mater dolorosa, Maria, triste, nas forças que regem o Universo, com tudo fluindo, no conceito dialético de que tudo é processo, na impossibilidade de prevermos a Eternidade, a qual é um enigma, num Ser Humano que ainda não entende a Eternidade, este presente inestimável que nos é dado por Tao, o infinito, no conceito espírita: Deus é o infinito. Aqui são redemoinhos de frentes frias, polares, esfriando países e territórios, nos efeitos do El Niño e La Niña, varrendo territórios e trazendo umidade e ventos, em ciclones como os que afetaram recentemente o Rio Grande do Sul, nas intempéries e nas vicissitudes da Dimensão Material, a qual é assim mesmo, imperfeita, cujas imperfeições fazem com que cresçamos muito como pessoas, como espíritos de luz, como pessoas boas e nobres, no modo como não há segredos no sentido da Vida – o sentido da Vida é crescimento e aprimoramento, quando morremos pessoas melhores das quais quando nascemos, numa pessoa se dando conta de como era fútil, alienada e centrada no próprio umbigo, como num Oscar Schindler playboyzinho que cresceu a acabou se compadecendo com os problemas do Mundo, neste grande filme que tanta comoção causou, no fato: Se você quiser obter sucesso em Hollywood, não mexa com os judeus, como no modo como Mel Gibson, anteriormente no topo da cadeia alimentar holywoodiana, “enterrou-se” com o controverso filme sobre Jesus, no qual os judeus são responsáveis pela crucificação do Cristo filho de Deus, nessas tensões religiosas como nos extremistas xiitas, em júbilo ao verem o WTC desabar, nas sábias palavras de Obama: “Você será lembrado pelo que você construiu; não pelo que você destruiu”. Aqui são essas divertidas pinturas rupestres de Klee, simples, acolhedoras, no modo como o rústico é acolhedor, simples, sem afetações ou presunções, na sabedoria de da Vinci, o qual disse que a simplicidade é o mais elevado grau de sofisticação, em personalidades como Jackie O., caminhando sozinha pelas ruas de Nova York, simples, elegante, impecável, como recentemente vi na Rua duas mulheres muito elegantes, no caminho da autoestima, numa pessoa que se arruma antes de sair de casa, num estilo e numa classe que vêm de dentro: Quando você tem estilo, você pode se vestir com roupas baratas e estar muito bem; quando você não tem estilo, você tem que ser escravo de grifes pretensiosas, como numa certa rede, cujo nome não mencionarei, uma grife absolutamente pretensiosa, com vendedores que se acham príncipes superiores e apolíneos, os quais são, na verdade, proletários que têm pegar o ônibus para chegar no serviço – não aceite que subestimem sua inteligência. Aqui temos uma alegria cromática de cristal desdobrando a luz branca, na magia de objetos brilhantes, coruscantes, glamorosos, nas elegantes salas metafísicas, com visitas bonitas e agradáveis, espíritos de luz, no modo como cada sociopata tem um futuro brilhante pela frente, passando por muitas encarnações e tornando-se um espírito nobre e iluminado, amoroso, fino. Aqui é como um labirinto visto de cima, numa pessoa perdia que tem que se encontrar na Vida, adquirindo norte.

 


Acima, Um motivo de Hamamet. Aqui temos uma rasura, um erro, uma correção, na cor vermelha da caneta de professor, alertando o aluno sobre o erro, como uma grande professora que tive, a qual, ao decorrer das décadas de serviço docente, adquiriu todo um tato e toda uma expertise para se relacionar com o aluno, no modo como há em nossas vidas dois tipos de professores – os inesquecíveis e os esquecíveis, pois não é todo e qualquer professor que vale cada centavo da mensalidade, no modo como professor bom é o professor exigente, que “tortura” o aluno. Aqui é como um alegre vitral de igreja, no boom dos templos góticos, a fase logo antes do Renascimento, no momento em que a Europa das navegações encontrou estilo no legado da Antiguidade, misturando arte sacra com arte pagã, por assim dizer, fazendo renascer as Vênus de Botticelli, num sopro primaveril de frescor e renovação, de beleza cristalina, clara, apolínea. Aqui é como uma tapeçaria, no resultado do labor da mão humana, da mão do artesão, no poder transformador da mente artística, associando objetos dissociados e produzindo algo novo, como numa obra de Arte que vi certa vez, que era uma faca com um pequeno buraco na lâmina, e ao redor da lâmina, trancado, um cadeado com a chave jogada fora, como no solene momento do enlace no púlpito, na máxima que gerou o racha entre Henrique VII e o Vaticano – o que Deus uniu o Homem não desune! Foi o colapso da supremacia do Vaticano, como hoje em dia no Brasil, com a Igreja Universal do Reino de Deus “roubando” fiéis católicos, na suntuosidade do templo da Igreja Universal em São Paulo, na vantagem de que organizações religiosas não pagam impostos, no modo como pode haver pessoas mundanas e de curto apuro moral, querendo enganar e arrancar dinheiro de pessoas ignorantes – é um horror. Aqui é como uma colcha de retalhos, alegre, diversificada, no hábito de não se jogar retalhos fora, aproveitando os restos e produzindo algo novo, no paciente trabalho de costureira, costurando por horas a fio, na paciência de se colocar o fio no estreito vão da agulha, na felicidade de mãos que se sentem úteis ao Mundo, no vazio que é a vida de uma pessoa improdutiva, como já ouvi: Nada mais trabalhoso do que não trabalhar! Aqui é como uma onda, um tsunami, uma moda que vem vindo de modo avassalador, como na moda dos anos 1980, com os cabelos arrepiados, como um choque na tomada elétrica, gerando a gíria “chocante”, nas modas que acendem e descendem como ondas respirando na orla, indo e vindo, respirando em vida, no novo que sempre vem. Aqui é como uma superfície limpa com uma esponja muito abrasiva, um Bombril, numa dona de casa viril, esfregando com vontade o chão, numa mulher que encara a lida diária, dividindo as tarefas com o marido, havendo neste a incumbência de trazer dinheiro para dentro de casa, no modo como o casamento é uma conveniência, numa divisão de tarefas, talvez num casamento que deixou de ser romântico, com o sexo se tornando frio e mecânico, numa mulher que resolve se separar, talvez num marido príncipe que se tornou sapo, desiludindo a mulher, a qual achava que as coisas seriam diferentes. Aqui é observar o Mundo por meio de um vidro opaco, numa pessoa que ser a mais realista possível, na metáfora de uma janela sendo limpa – a Filosofia não muda o Mundo, mas muda o modo do filósofo de ver tal Mundo, pois nem a suprema majestade de Jesus Cristo soube resolver os problemas do Mundo, o qual continuou tudo a mesma merda, com o perdão do termo chulo, e isso é um pensamento encorajador, na imutabilidade do Mundo. Aqui é como um quadrado subvertido, borrado, como chuva lavando telhados, como em tragédias que destroem telhados de casas, no momento em que ser humano precisa da ajuda de ser humano, no modo como certas vezes dependi da caridade de pessoas compreensivas e corteses. Aqui temos uma indefinição, numa interrogação, numa forma confusa, embaralhada, num mistério de romance policial sendo desdobrado e descoberto, como num ator desdobrando o personagem, encarnando neste.

 

Referências bibliográficas:

 

Paul Klee. Disponível em: <www.pt.wikipedia.org>. Acesso em: 26 jul. 2023.

Nenhum comentário: