quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Helen de Troia (Parte 9 de 9)

 

 

Falo pela última vez sobre a talentosa pintora escocesa Helen Flockhart. Os textos e análises semióticas a seguir são inteiramente meus. Boa leitura!

 


Acima, Cavaleiro. O cavalo é a majestade, numa obra prima de Tao, o majestoso. O cavalo é o porte e a potência. O cavalo é a fidelidade, num amigo fiel e leal, deixando-se ser montado e domado, domesticado, disciplinado, no caminho da mortificação, até a pessoa criar em volta de si um “couro de crocodilo” e não mais “acreditar em Papai Noel”. Os cavalos aqui correm soltos, na deliciosa sensação de liberdade que a praia, que a orla traz, no olor de Mar, de liberdade, em estilos musicais como o Reggae, que celebra a natureza praiana, no verso de uma canção de Armandinho: “Não adianta – eu sou do Mar!”. Aqui “poças” de fogo invadem o quadro, talvez num momento bélico, num terreno inóspito e miserável, no modo como tudo o que a Guerra traz é rastros de fome e destruição, numa Ucrânia corroída e agredida, num Putin que é um rei que nunca está contente com seu próprio (extensíssimo) território, na gravidade que é um conflito entre vizinhos, os quais devemos levar com todo o tato e toda a delicadeza, nos esforços de fineza diplomática, sempre primando pela Paz, a qual é forte – a Guerra é fraca, apesar de parecer o contrário. Aqui são como incêndios florestais, aterrorizando as vizinhanças, num mal se espraiando, como no terror de um Napoleão, trazendo terror à Europa, fazendo a corte de Dom João VI fugir de Portugal para o Brasil, tal o terror, numa insana fome napoleônica por poder, sempre poder, o maldito anel que corrói até o homem mais íntegro – quanto maior o apuro moral, menos poder quero ter, no caminho do contentamento. Podemos ouvir aqui os impetuosos cavalgares, fazendo do cavalo tal símbolo de força e potência, num homem sonhando em ter um possante carro de luxo, podendo assim seduzir as moças bonitas, no verso de uma canção zoando com Adriane Galisteu: “Quem não comeu Eliane Galileu, não dirige um Jaguar!”. É o jogo de sedução entre feminino e masculino, no flerte entre chic e rico, os quais não são a mesma coisa, no chic breakfast minimalista de Audrey Hepburn, comendo um croissant e ambicionando joias em vitrines de luxo – simplicidade e elegância andam juntas, como numa chic Jackie O. caminhando sozinha por Manhattan, com seus óculos escuros e sua bolsa, na mulher mais notável de toda a História dos EUA. É o jogo de sedução entre homem rico e mulher chic, como um pavão macho exuberante cortejando a moça, numa escolha: a fêmea escolhe o macho que lhe parecer mais saudável, capaz de lhe dar filhos saudáveis, como uma mulher que se casa com um belo homem, intencionando, no fundo de si, fazer alguns belos filhos e depois mandar o belo homem à merda, com o perdão do termo chulo. Os cavaleiros aqui têm uma meta, uma intenção coletiva, que é invadir o território vizinho, na falta de respeito das guerras, como uma Argentina invadindo as Malvinas, numa Thatcher inflexível, merecendo o subtítulo de “A Dama de Ferro”, na combinação de aparência feminina com atitude masculina, em ícones feministas como Elizabeth I, encarando uma então poderosíssima Espanha, no termo chulo “colocar o pau na mesa”, numa Inglaterra que até hoje vive os etéreos ares de tal reinado icônico, no modo como as tradições inglesas tanto fascínio exercem sobre a Academia de Hollywood, a qual adora filmes de monarcas e realezas da Inglaterra, como no museu novaiorquino Met, dando ênfase à Arte Europeia, em contraste com outro museu da urbe, o Whitney, o qual abriga exclusivamente Arte Americana, trazendo a piada ótima no seriado The Nanny, com a protagonista dizendo ao ouvir o nome do museu: “Ela tem um museu? Será que lá tem a roupa metálica que ela usou em O Guardacostas?” – rir é o melhor remédio. Aqui são lindos palácios sendo destruídos, na especialidade humana para a crueldade, num planeta Terra que está tão, tão distante da harmonia metafísica, o lugar onde temos a certeza de estarmos cercados de amigos, ao contrário da Terra, um lugar cheio de bandidos, que são pessoas de pobre apuro moral, o qual é o propósito da existência. No detalhe do quadro vemos um cavalinho, um filhote inocente e indefeso, exposto aos terrores de tal conflito, na morte de tantos inocentes.

 


Acima, Égua de Diomedes. A paixão de Helen por cavalos, num esporte tão elegante e aristocrata, símbolo da altivez inglesa, com seus montadores aristocráticos tradicionais, como no seriado Dowton Abbey, com uma senhora tradicional inglesa dizendo – interpretada pela deusa Maggie Smith – a uma americana que os EUA não cultuam as próprias tradições, e a americana lhe responde: “Nós americanos cultuamos as tradições, mas não somos escravos delas”. A égua aqui é a força dos mamíferos em engravidar fêmeas, nos complicados trabalhos de parto, como numa princesa Isabel, com 48 horas seguidas de trabalho de parto – como é duro ser mulher! O fogo é o desejo ardente, num artista querendo renome, fama, valorização, como num Andy Warhol, reconhecido ainda em vida, famoso ao ponto de ter um sósia na formidável comédia A Morte lhe cai bem, no estilo inconfundível de Warhol, com uma obra alusiva a este em um cenário do mesmo filme, numa ironia, ou no filme Uma Secretária de Futuro, no divertido modo como as Artes estão umas dentro das outras, no modo como não canso de falar do casamento feliz entre Música e Cinema. A égua é escura, enigmática, no início de O Senhor dos Anéis, num breu com uma voz de mulher, numa obra sombria, que fala da fraqueza humana perante a perspectiva de obtenção de poder, numa obsessão humana por dinheiro, como num lugar como Manhattan, cheirando a duas coisas: Arte e Dinheiro, nas palavras da modelo Shirley Mallmann sobre NY: “Aqui, tudo é dinheiro”. A figura humana aqui se curva e se ajoelha perante a majestade, na natureza sobrenatural de Jesus Cristo, nos milagres a ele atribuídos, nesta encarnação tão sobrenatural, cujos enigmas permanecem incólumes até hoje, num legado que tanto tempo levará para ser completamente assimilado e absorvido pelo senso comum humano, na hipocrisia de se fazer uma guerra em nome de Jesus, o qual é o Príncipe da Paz, nosso irmão de elevado apuro moral, um homem tão incompreendido em seu próprio tempo, acabando condenado como se fosse algo que não foi – um bandido, um pária e um sociopata. Vemos uma figura de um girassol, simbolizando a majestade do Sol e da juba do rei da floresta, no poder distributivo de luz por uma família de esferas, no poder de um patriarca ou de uma matriarca, que exige o máximo de seus filhos, orientando estes a serem grandes pessoas, de importância para o Corpo Social, numa mãe que exige do filho um diploma de Curso Superior, sempre cobrando do filho para que este adquira um norte saudável e positivo em sua vida, numa exigência cheia de amor, apesar de tão dura, como tolher amorosamente uma pessoa, visando o bem desta. O girassol é esta supernova explodindo, no poder de um astro de Cinema em brilhar aos olhos do Mundo, numa revelação, como no boom das Spice Girls, no poder avassalador do Pop, aliado à poderosa Indústria Fonográfica, na produção da Cultura de Massa, visando altos lucros ao redor do Mundo, pegando onda na universalidade humana, da qual a Arte é símbolo inabalável, em fãclubes consolidados globalmente, num artista sendo igualmente apreciado por culturas diferentes entre si. A égua é a estrela do quadro, com seu porte e sua força, nas palavras de advertência: Se não quiser levar um coice, nunca se posicione atrás de uma égua ou cavalo. É o caminho sábio da autopreservação, do autocuidado e ao autozelo, como num líder ao liderar uma travessia em um rio, como se soubesse que tal rio pode ser traiçoeiro. A vegetação aqui arde dourada, no termo “fogo de palha”, remetendo a um certo intelectual, o qual acabou se mostrando um desvairado, desprovido de qualquer nobreza – o nome, não mencionarei. Podemos ouvir aqui o relinchar da égua, num momento de ação e agitação, como uma pessoa tomando alguma atitude na Vida, encarando a seriedade desta, como na guinada na carreira de uma Jennifer Lopez, o qual abraçou uma carreira como cantora, numa revelação de talento e carisma. É a questão da pessoa adquirir o protagonismo de sua própria vida. O homem aqui implora, como se soubesse que só os humildes vencem na Vida.

 


Acima, Encontro. Aqui é um momento de desespero, numa catástrofe, numa urgência, como no naufrágio de um Titanic, numa tragédia coletiva, em um filme de proporções tão comoventes, com menininhas ao redor do Mundo chorando por Jack, o homem que salvou Rose, num gesto de devoção e reverência, numa pessoa fazendo questão de dar a vida por outra pessoa, como no funeral de um grande homem, cujos serviços honraram o Mundo, num trabalho de dedicação pública, de serviço, num homem de Tao que se vê servindo ao Mundo, tal qual um copo vazio, que serve para que água seja bebida, numa pessoa se vendo útil ao Mundo, presenteando este. Aqui é um momento cinzento de dúvida e crise, no poder terapêutico e positivo das crises, das desilusões, as quais surgem para ajudar e não para atrapalhar, pois a desilusão coloca no chão os pés da pessoa, e o Mundo só pertence aos realistas, que vivem no Mundo real, ao contrário de um tolo, que segue sinais auspiciosos, na metáfora do Bobo da Corte, uma pessoa que não é lá muito respeitada, ao contrário de um bom rei, que é visto, amado e respeitado, num líder sempre ao lado de seu próprio povo. Aqui o homem busca por uma pedra segura, por um porto seguro, por uma meta ou objetivo, num norteamento, numa busca por referência, por norte, numa intenção de organizar a própria vida, como numa sala de TV, na qual tudo gira em torno da TV, na busca de Sarah em Labirinto, num mundinho traiçoeiro, numa pessoa que, ao ouvir o coração e não ouvir a cabeça, acaba perdida, enganada por seu próprio coração, e a Vida exige que sejamos sisudos, sábios e ponderados, realistas, nunca embarcando em uma vida “ao sabor do vento”, como numa pessoa que, ao viver de tal modo aleatório, nada constrói em vida, e a Vida é um inferno para quem não é produtivo, portanto, ache algo de nobre para fazer, meu irmão. Aqui é um monstro marinho, na obsessão de um marinheiro em matar a furiosa Moby Dick, o monstro que arrancara a perna de tal marinheiro, numa obsessão por vingança, no caminho do rancor e do ressentimento, fazendo do perdão o caminho lógico, natural e inevitável, com o perdão sempre vencendo no final do “filme”, como uma senhora que conheci, com a qual me desentendi, e ela faleceu de Covid, e tenho a certeza de que lá, no plano superior, ela resolveu me perdoar, ou seja, somos amigos novamente, e um amigo é o maior ouro da Vida, fazendo do Céu um lugar divino exatamente por que, lá, estamos entre amigos, do mesmo modo como resolvi perdoar uma pessoa que agiu de forma má comigo, pois o Ser Humano não foi feito para errar? Bem ao fundinho no quadro vemos uma bandeira, um sinalizador, uma referência, como na busca de pesquisa por referências bibliográficas, por um porto seguro, mas tal boia de bandeira é ignorada, e o homem parece estar convencido de que o monstro é a única forma de referência aqui, no modo como os sinaizinhos auspiciosos podem ser tão sedutores, no verso de uma canção do trio americano TLC: “Não vá por cachoeiras; siga pelos rios e pelos lagos que você costuma seguir”. É como um senhor psicólogo que tive, com o qual aprendi que na Vida as metas têm que ser nobres e perenes, ao contrário de uma pessoa que faz do Sexo um leilão. O homem aqui está nu e exposto, vulnerável. O mar aqui é revolto e feio, insuportável, num incômodo de máquina de lavar roupa, numa tempestuosidade, talvez numa pessoa impetuosa, como uma “cavalaria” dentro de si, evocando novamente aqui o ímpeto do Jack de Titanic, na cena de ímpeto em que o personagem diz na ponta do navio: “Sou o rei do Mundo!”. O céu aqui tem uma pequena esperança de dias mais belos e ensolarados, mas aqui impera a dúvida cinzenta que tanto testa nossa fé, na fé de que existe o Reino dos Céus prometido por Jesus, na capacidade de uma pessoa em se tornar uma pessoa na qual o povo deposite suas esperanças, em carismas esmagadores como uma Gisele, a menina comum que adquiriu carisma de princesa, no arquétipo de Cinderela, na causa, que é o labor, e no efeito, que é o glamour.

 


Acima, Héracles. Novamente aqui a paixão de HF pela Lua, este astro tão enigmático; este prato prateado que banha os campos noturnos, na sedução de noites tropicais. O rochedo é a firmeza, a garantia, como num homem honesto, de palavra, ao contrário de um certo senhor, no qual eu confiava e o qual me passou par atrás, perdendo, assim, a confiança que eu tinha em tal senhor – se tu usas o teu poder, tu o perdes, ou seja, comporta-te. Vemos uma família faminta de leões, que é a fome, a ambição, num artista querendo alcançar renome e fama, neste desafio que é a pessoa saber se expressar e distribuir a si própria ao Mundo, num poder catártico, que é uma lavagem na alma, uma desintoxicação, como num vômito que limpa um estômago, no sentido da pessoa colocar para fora de si algo que não fazia bem à mesma pessoa, no modo como a Arte pode ser esse meio maravilhoso de expressão e catarse. Aqui os leões funcionam como um coral, como num organismo, num grupo organizado, talvez regido por uma pessoa sã e honesta, uma pessoa que nunca vai querer passar os outros para trás, no talento da pessoa em se tornar uma figura na qual o Mundo pode depositar suas esperanças: Num mundo aguerrido entre amarelos e azuis, seja verde, pois você não resolverá os problemas do Mundo, mas será uma promessa de esperança e vida, para que, assim, você brilhe como um diamante, no brilho das pessoas humildes, sem soberba ou arrogância. O lago aqui é de uma placidez incrível, um espelho, no sossego de uma pessoa que vive pacatamente, produzindo, sendo uma fonte de inspiração para o Mundo. O barco aqui é o corpo carnal, o qual é um mero veículo para o espírito, o qual existe com ou sem carne. É a travessia da existência, no processo cognitivo do Patinho Feio. O remo retilíneo aqui é ao Pensamento Racional, a resolução de enigmas, na Galadriel fria e iluminada vencendo a Laracna escura e horrorosa, como num enigma sendo solucionado. O homem aqui uiva para a Lua, como num lobo, cujo uivo predador causa terror na floresta, num animal que pode tranquilamente matar um ser humano, nas inevitáveis leis da selva, como no termo “estar no topo da cadeia alimentar”, como no figurão Mel Gibson, o qual, ao ter estado anteriormente no topo da cadeia alimentar hollywoodiana, mergulhou numa fossa incrível por causa de um filme que culpava os judeus pela execução de Cristo – Hollywood não perdoa quem fala mal dos judeus. Aqui é a noite clara de luar de Aquarela Brasileira, num cenário tão romântico para enamorados se beijarem num jardim tropical, num ponto de um relacionamento em que chega o momento de intimidade, no fazer Sexo que vai se tornando fazer Amor, ao contrário de um relacionamento que esfriou o calor da Lua de Mel, com o Sexo se tornando mecânico e impessoal – que lástima. Os jardins de Helen Flockhart são sempre impecáveis e bem cuidados, apolíneos, como se fosse um jardim acarpetado, como na onírica Floresta Sussurrante, do desenho She-Ra, num lugar tão limpo e confortável, um lugar no qual queremos estar, como toda a força de nossos corações, fazendo com que acordemos de tal sonho de manhã, enfrentando mais uma jornada dura e fantástica da Vida, no modo como as coisas são difíceis em qualquer lugar, e pobre daquele que acha que pode fugir. Aqui, o homem e os leões rugem juntos, numa consonância, num acordo, como um coral bem regido, numa pessoa buscando se adaptar, como num camaleão assumindo as cores do ambiente, numa adaptação, numa adequação, como ingressar numa empresa, na força da pressão grupal, no convívio, nas identificações, numa pessoa que vê a necessidade de se adaptar a tal ambiente. As plantas de Helen são suculentas, num sonho vegano, na incrível criatividade de Tao em inventar a vastidão de frutas que existem, em presentes como a fascinante Manga, ou o Pêssego, ou a Pêra, no gostoso pecadinho da Gula, num bom negrinho de panela no meio da tarde, indo contra ao prazer tolhido – permita-se ter prazer. Os leões aqui são como um público, numa pessoa atingindo píncaros de popularidade.

 


Acima, Leão Nemean. O leão é tal majestade, no modo como hoje mesmo, num café caxiense, conversei com uma rainha e uma princesa da Festa da Uva – quem reinou jamais perde a majestade. O leão é tal coragem, num líder paladino, numa potência, no leão personagem de O Mágico de Oz, um leão que queria ter coragem de rei, num coração corajoso, como num Henrique VIII desafiando um Vaticano então tão poderoso, um Vaticano vindo de um contexto medieval em que tal igreja era tudo na Europa. A mulher ao fundo no quadro está protegida de tal predador, o qual não sabe nadar. A mulher é tal imersão num contexto, como numa pessoa estreando na carreira docente, muito nervosa no primeiro dia de aula de sua vida, no desafio que conquistar o respeito do aluno, no modo como há certos professores dos quais não nos esquecemos, professores que valem cada centavo da mensalidade – já, outros, nem tanto, pois é assim mesmo, como em Hollywood, onde há estrelas do primeiro e do segundo escalão, numa espécie de hierarquia, como na hierarquia metafísica, onde tudo gira em torno de apuro moral, pois os mais honestos e verdadeiros pairam acima dos menos. As majestosas luas de Helen brilham nos quadros, banhando florestas misteriosas, cheias de vida e libido, numa serpente buscando comida, abocanhando ratos, na função tão primária que é a alimentação. Aqui é uma noite amena de Verão, longe da Escócia cinzenta e fria de Flockhart. A mulher aqui é tal imersão em algum assunto, como num estudante se debruçando sobre um assunto para produzir uma tese de fim de curso, tendo que merecer o respeito dos professores, debruçando-se sobre um escopo científico, no modo como são seccionadas as especialidades médicas, desmembrando o Corpo Humano, desconstruindo para a análise científica, no pioneirismo de um da Vinci, dissecando cadáveres muito tempo antes da Revolução Científica, em tal gênio amplamente reconhecido e valorizado, ao ponto de dar nome ao aeroporto de Roma, no mesmo tom de homenagem do Aeroporto Tom Jobim, no poder revolucionário da Arte, na transgressão impressionista, quebrando vínculos com a tradicional Arte Acadêmica, no advento da Fotografia, a qual libertou a Arte da função retratista, no inevitável modo como os avanços vão chegando e nos deixando perplexos, como em gerações que testemunharam a transição da tecnologia analógica para a tecnologia digital, remetendo aos velhos tempos que tínhamos que levantar do sofá para trocar de canal ou ajustar o volume, no tradicional tubo televisivo, nos inevitáveis e incessantes avanços tecnológicos, nas palavras de Elis: O novo sempre vem, como, neste momento, vivemos o indestrutível paradigma democrático, a força de governo mais aceita como legítima e moderna. O leão aqui parece rir, na necessidade de termos um certo senso de humor, pois a Vida e suas vicissitudes não deixam de ser engraçadas, no modo dialético como tudo traz em si sua própria contradição, em duas leituras, como no carimbo de xilogravura: uma face positiva e uma face negativa, num contraste, no namoro entre razão e loucura, e darei um exemplo, que é o slogan dos produtos Seara: “A qualidade vai te surpreender”, no sentido racional de que a surpresa será positiva; no sentido louco de que a surpresa será negativa. A moça aqui é o retiro, a reserva, como se soubesse que há perigo fora dali. A mulher é tal calmaria e estabilidade, numa pessoa que encontrou paz em seu dia a dia, levando uma vida produtiva, como num pacato artista produzindo em seu atelier, num caos em que só próprio artista é capaz de se encontrar. O leão é destemido, carnívoro, agressivo, no topo da cadeia alimentar, gozando de status dentro do corpo social, no modo como as famílias de realeza são tão finas e ao mesmo tempo tão grossas, num contexto em que um membro da família real nunca pode ser homossexual – é um horror fascista. O leão aqui é tal fome em ambição, na capacidade de uma pessoa em manter o tesão pela vida, num alpinista com tesão de escalar a montanha, no poder dos desafios, os quais ocasionam crescimento à pessoa desafiada.

 


Acima, Magnólia Grandiflora. As flores são a fartura, num reino rico e farto, como num Canadá, um país com tamanha qualidade de vida, na capacidade de certos países em produzir tal riqueza, como nos países ricos do Oriente Médio, pegando onda nos combustíveis fósseis, países que têm medo da ascensão das tecnologias limpas, as quais poderiam colocar em xeque tal riqueza. Aqui há uma harmonia e uma adaptação, pois há um continuum entre o jardim e o vestido da mulher, remetendo a um episódio do seriado americano O Elo Perdido, no qual uma Medusa tirana aprisionava homens em fortíssimos ramos de hera, no mito misógino das bruxas, num patriarcado que tanto tolhe a sexualidade feminina. As flores são tal explosão de vida primaveril, na libido das borboletas e beijaflores, no papel importante de polinização, no jogo de sedução entre macho e fêmea, como num vegetal macho polinizando um vegetal fêmeo. De um modo extremamente discreto, vemos uma figura humana, que é tal preservação, atrás dos galhos, sendo tal reserva, numa pessoa que aprendeu a lição da discrição, sabendo que, no fundo, ninguém respeita a pessoa que quer puramente aparecer, no modo como as pessoas não respeitam muito a socialite Paris Hilton, como num jornalista narrando a comoção forçada na morte do antigo líder déspota da Coreia do Norte: “Paris Hilton atuaria melhor do que esses nortecoreanos”, nesses terríveis governos que se tornam, simplesmente, as Força do Mal, ameaçando a Vida, num país miserável, no qual os obsessivos investimentos em armistícios comprometem a qualidade de vida do cidadão, no terror dos campos de concentração, na capacidade de um psicopata em enganar meio Mundo, visando o extermínio do Mundo inteiro – é um horror de maldade e ódio, no modo como não há espaço para Amor no coração podre e pobre de um psicopata, o qual ninguém ama de fato, num espírito que vaga pelas ruas desertas e desoladas do Umbral, um espírito que nega a ajuda de seu próprio anjo da guarda, pois é a questão do livre arbítrio: Vou para onde quero ir. Vemos de forma bem discreta uma borboleta, discreta, retirada, numa pessoa que sabe que não é o epicentro do Universo, ao contrário do psicopata, que se acha Deus, acabando sua vida mergulhando em desgraça, no sistema social infalível de defenestração dos psicopatas, os quais, em suas infindáveis mentiras, acabam rechaçados, em tragédia, como um certo senhor do Política, cujo nome não mencionarei, um senhor que mandou executar um tesoureiro seu, a título de queima de arquivo, pois tal tesoureiro sabia demais... As flores abertas, desinibidas e receptivas são a capacidade de certas pessoas em viver de coração aberto para o Mundo, como numa certa vereadora, a qual me conquistou com sua simpatia e carisma, nesta capacidade em agregar as pessoas, num líder que tem a capacidade de agregar uma nação tão heterogênea, como na Itália, a qual é uma colcha de retalhos, no modo como o estado da Bahia é um país a parte. As flores abertas são uma pessoa abrindo os olhos, dando-se conta de algo, como numa pessoa que resolveu adquirir o controle de sua própria Vida, numa feminista como Madonna, a qual a nenhum homem está submetida, nem o Papa, na canção antipatriarcado: Papai, não dê sermão! Aqui é uma sensual vindima, com o perfume das uvas, com os vinhos sendo produzidos, na magia de uma bebida tão antiga e tradicional, numa pessoa moderada, a qual sabe que não pode abusar do Álcool, no abismo que existe em apreciar um vinho e ser alcoólatra: uma coisa é degustar; outra, injetar Álcool para dentro do organismo. A mulher aqui parece estar inebriada, como numa deliciosa fragrância, num gostoso pecadinho da Luxúria, como numa sexshop com artigos para apimentar um relacionamento amoroso, talvez num casal que precisa reencontrar o calor na relação, talvez partindo em uma segunda Lua de Mel. A borboleta á a leveza e a beleza, na lagarta feia que se tornou tal beldade, numa revelação, como na cantora amadora inglesa Susan Boyle, a qual surpreendeu a todos mostrando toda a sua beleza interior, na vitória do profundo sobre o raso e o óbvio.

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